Espanha mantém entrave à EDP na Hidrocantábrico

Espanha mantém entrave à EDP na Hidrocantábrico
Ana Maria Gonçalves
José Folgado, responsável pela pasta, diz ser essencial fim dos contratos de aquisição de energia.
O secretário de Estado da Energia espanhol, José Folgado, considera que o fim dos contratos de aquisição de electricidade em Portugal é uma condição essencial para o levantamento dos direitos de voto da EDP na Hidrocantábrico.
Em entrevista à Bloomberg, José Folgado afirma que «os dois governos estão actualmente em negociações», aguardando que «o português anuncie dentro de dois meses os planos para remover os contratos de aquisição de energia de longo prazo, através do qual os produtores vendem a electricidade a um preço fixo».
Esta medida seria «um factor muito relevante» para Espanha retirar as restrições aos direitos de voto do grupo português na sua participada no país vizinho, actualmente fixados em 3%, apesar de deter 40% do capital, acrescenta o mesmo responsável.
Para que o mercado eléctrico nacional esteja plenamente liberalizado é necessário acabar com os actuais contratos de aquisição de electricidade estabelecidos entre a Rede Eléctrica Nacional e a CCPE, do grupo EDP, a Tejo Energia e a Turbogás. Um processo complexo que implica a compensação dos produtores pelo rendimento perdido e que estava fixado contratualmente. O valor dos contratos de aquisição de energia está estimado em cinco e seis mil milhões de euros.
Em vésperas dos último Conselho de Ministros do governo espanhol antes das férias de Verão, que se realiza amanhã, José Folgado aproveitou assim para mandar mais um recado ao Executivo de Lisboa.
Já na passada semana, José Folgado tinha insistido junto do presidente da EDP, João Talone, na necessidade de Portugal liberalizar o sector energético, pedindo «mais actos e menos palavras».
O mercado apontava, depois das várias iniciativas levadas a cabo pela EDP e pelo ministro da Economia português Carlos Tavares, para uma resolução deste diferendo até ao final do corrente mês.
Um processo em que a EDP conta com o apoio das autoridade do Principado das Astúrias, o qual tem pressionado o governo central para pôr um fim a esta situação.
José Folgado deixou ainda claro que não vê com bons olhos os movimentos de consolidação entre as empresas energéticas do país vizinho, os quais, alega, podem ferir a concorrência e levar ao um aumento dos preços finais a pagar pelo consumidor.
«A concentração é má para os cidadãos porque diminui a concorrência», sublinhando, no entanto, «que isso não significa que não possam haver transacções».
Mas, os investidores e bancos de investimentos disseram que Espanha amadureceu para as fusões, após as companhias britânicas terem sido adquiridas por rivais alemães e franceses.
No entanto, o governo espanhol mantém o impedimento da entrada de empresas estrangeiras com participação em companhias espanholas, uma condicionante que a Comissão Europeia quer ver rapidamente superada. Recentemente, Bruxelas decidiu dar um prazo de dois meses a Madrid para alterar esse procedimento. «A filosofia é que um governo estrangeiro não deve controlar o sector energético», destacou contudoo titular directo da pasta da Energia do governo espanhol.
amgoncalves@economica.iol.pt
Ana Maria Gonçalves
José Folgado, responsável pela pasta, diz ser essencial fim dos contratos de aquisição de energia.
O secretário de Estado da Energia espanhol, José Folgado, considera que o fim dos contratos de aquisição de electricidade em Portugal é uma condição essencial para o levantamento dos direitos de voto da EDP na Hidrocantábrico.
Em entrevista à Bloomberg, José Folgado afirma que «os dois governos estão actualmente em negociações», aguardando que «o português anuncie dentro de dois meses os planos para remover os contratos de aquisição de energia de longo prazo, através do qual os produtores vendem a electricidade a um preço fixo».
Esta medida seria «um factor muito relevante» para Espanha retirar as restrições aos direitos de voto do grupo português na sua participada no país vizinho, actualmente fixados em 3%, apesar de deter 40% do capital, acrescenta o mesmo responsável.
Para que o mercado eléctrico nacional esteja plenamente liberalizado é necessário acabar com os actuais contratos de aquisição de electricidade estabelecidos entre a Rede Eléctrica Nacional e a CCPE, do grupo EDP, a Tejo Energia e a Turbogás. Um processo complexo que implica a compensação dos produtores pelo rendimento perdido e que estava fixado contratualmente. O valor dos contratos de aquisição de energia está estimado em cinco e seis mil milhões de euros.
Em vésperas dos último Conselho de Ministros do governo espanhol antes das férias de Verão, que se realiza amanhã, José Folgado aproveitou assim para mandar mais um recado ao Executivo de Lisboa.
Já na passada semana, José Folgado tinha insistido junto do presidente da EDP, João Talone, na necessidade de Portugal liberalizar o sector energético, pedindo «mais actos e menos palavras».
O mercado apontava, depois das várias iniciativas levadas a cabo pela EDP e pelo ministro da Economia português Carlos Tavares, para uma resolução deste diferendo até ao final do corrente mês.
Um processo em que a EDP conta com o apoio das autoridade do Principado das Astúrias, o qual tem pressionado o governo central para pôr um fim a esta situação.
José Folgado deixou ainda claro que não vê com bons olhos os movimentos de consolidação entre as empresas energéticas do país vizinho, os quais, alega, podem ferir a concorrência e levar ao um aumento dos preços finais a pagar pelo consumidor.
«A concentração é má para os cidadãos porque diminui a concorrência», sublinhando, no entanto, «que isso não significa que não possam haver transacções».
Mas, os investidores e bancos de investimentos disseram que Espanha amadureceu para as fusões, após as companhias britânicas terem sido adquiridas por rivais alemães e franceses.
No entanto, o governo espanhol mantém o impedimento da entrada de empresas estrangeiras com participação em companhias espanholas, uma condicionante que a Comissão Europeia quer ver rapidamente superada. Recentemente, Bruxelas decidiu dar um prazo de dois meses a Madrid para alterar esse procedimento. «A filosofia é que um governo estrangeiro não deve controlar o sector energético», destacou contudoo titular directo da pasta da Energia do governo espanhol.
amgoncalves@economica.iol.pt