
Acho que esta notícia do Expresso explica bem o porquê da obscuridade desta OPV e da falta de publicidade da mesma...
Um abraço,
Ulisses
"Gescartão procura accionistas"
"A OFERTA Pública de Venda (OPV) de acções da Gescartão está longe de motivar grande interesse por parte dos investidores, e por esse motivo vai haver um reforço da comunicação junto do mercado. Jorge Armindo, presidente da Portucel, a empresa que está a vender os 35% da Gescartão, acredita que a OPV vai ter sucesso, apesar dos condicionalismos que a rodeiam.
Esta será a primeira empresa a entrar na Bolsa desde há três anos, mas a procura registada na primeira semana da operação deixa muito a desejar. Até quarta-feira, apenas 2% das acções disponíveis tinham sido «reservadas» pelos diferentes segmentos da OPV. Este desempenho, que já era previsto devido à prolongada má conjuntura dos mercados de capitais, é também resultado da complexa estrutura accionista da Gescartão. A empresa é controlada pela Imocapital, que tem 65% das acções. Por seu lado, a Imocapital é detida em partes iguais pela Sonae Indústria e pela espanhola Europac. A Sonae está contra a operação, e isso justifica a reduzida promoção que foi feita para dar a conhecer a Gescartão. Apenas na quarta-feira foi feito o tradicional «roadshow» junto dos investidores institucionais, que durou apenas dois dias.
A oposição da Sonae advém do facto de Belmiro de Azevedo defender que, por ter havido incumprimento de prazos pelo Governo, tem o direito de opção sobre a compra desta participação ao preço da primeira fase de privatização (3,78 euros).
Caso as acções não sejam todas vendidas, pode vir a ser travada nova «batalha» com o Governo, porque a Sonae diz que tem o direito de preferência na compra das acções sobrantes. Esta interpretação não é consensual, pois o Executivo poderá decidir conservar as acções que não forem colocadas no mercado.
Além dos riscos inerentes à estrutura accionista, há também que ter em conta os elevados investimentos que a empresa está obrigada a fazer. Além dos 125 milhões de euros na construção de uma fábrica de papel reciclado em Viana do Castelo, também terão de ser investidos 10 milhões no projecto industrial do município alentejano de Mourão e mais 40 milhões nos sectores agro-industrial ou de serviços daquela região. Uma situação que é contrabalançada pela capacidade de gerar «cash-flow» e ainda pela ausência de dívida.
A Gescartão é considerada o único produtor de dimensão relevante ao nível ibérico de «kraftliner» (papel produzido a partir de fibra virgem), actuando também na área do cartão canelado. A OPV teve início a 30 de Junho e vai até 11 de Julho, sendo que o apuramento dos resultados ocorrerá a 14 de Julho. Trabalhadores, pequenos subscritores e emigrantes têm descontos no preço, que para o público em geral é de 6,5 euros.
C.M./P.L."
(in www.expresso.pt)
Um abraço,
Ulisses
"Gescartão procura accionistas"
"A OFERTA Pública de Venda (OPV) de acções da Gescartão está longe de motivar grande interesse por parte dos investidores, e por esse motivo vai haver um reforço da comunicação junto do mercado. Jorge Armindo, presidente da Portucel, a empresa que está a vender os 35% da Gescartão, acredita que a OPV vai ter sucesso, apesar dos condicionalismos que a rodeiam.
Esta será a primeira empresa a entrar na Bolsa desde há três anos, mas a procura registada na primeira semana da operação deixa muito a desejar. Até quarta-feira, apenas 2% das acções disponíveis tinham sido «reservadas» pelos diferentes segmentos da OPV. Este desempenho, que já era previsto devido à prolongada má conjuntura dos mercados de capitais, é também resultado da complexa estrutura accionista da Gescartão. A empresa é controlada pela Imocapital, que tem 65% das acções. Por seu lado, a Imocapital é detida em partes iguais pela Sonae Indústria e pela espanhola Europac. A Sonae está contra a operação, e isso justifica a reduzida promoção que foi feita para dar a conhecer a Gescartão. Apenas na quarta-feira foi feito o tradicional «roadshow» junto dos investidores institucionais, que durou apenas dois dias.
A oposição da Sonae advém do facto de Belmiro de Azevedo defender que, por ter havido incumprimento de prazos pelo Governo, tem o direito de opção sobre a compra desta participação ao preço da primeira fase de privatização (3,78 euros).
Caso as acções não sejam todas vendidas, pode vir a ser travada nova «batalha» com o Governo, porque a Sonae diz que tem o direito de preferência na compra das acções sobrantes. Esta interpretação não é consensual, pois o Executivo poderá decidir conservar as acções que não forem colocadas no mercado.
Além dos riscos inerentes à estrutura accionista, há também que ter em conta os elevados investimentos que a empresa está obrigada a fazer. Além dos 125 milhões de euros na construção de uma fábrica de papel reciclado em Viana do Castelo, também terão de ser investidos 10 milhões no projecto industrial do município alentejano de Mourão e mais 40 milhões nos sectores agro-industrial ou de serviços daquela região. Uma situação que é contrabalançada pela capacidade de gerar «cash-flow» e ainda pela ausência de dívida.
A Gescartão é considerada o único produtor de dimensão relevante ao nível ibérico de «kraftliner» (papel produzido a partir de fibra virgem), actuando também na área do cartão canelado. A OPV teve início a 30 de Junho e vai até 11 de Julho, sendo que o apuramento dos resultados ocorrerá a 14 de Julho. Trabalhadores, pequenos subscritores e emigrantes têm descontos no preço, que para o público em geral é de 6,5 euros.
C.M./P.L."
(in www.expresso.pt)