Desde 01 MAI a 08 MAI o BCP subiu de 1,27 até 1,41 (+11%).
Seguiu-se um período de lateralização, que durou até 30 MAI, com as cotações no intervalo 1,35/1,41.
Entre 30 MAI e 12 JUN o BCP subiu de 1,39 a 1,57 (+12,9%).
Uma subida de 23,6%, até aqui, feita em menos de mês e meio.
A 13 JUL a cotação caiu para 1,53 (-2,54%).
É altura de se pôr a pergunta: E agora? O que se segue?
E a resposta a essa interrogação parece importante para quem está longo no título, e pode estar tentado a accionar um stop que lhe garanta a manutenção dos lucros, e será importante para aqueles que tendo ficado de fora, por diversas razões, poderão estar a pensar entrar aproveitando esta retracção se apenas disso se tratar.
Recordo que, exactamente há 2 semanas, também tivemos a “sexta-feira negra” (30 MAI).
Nessa sessão o BCP estava cheio de força, abrindo a 1,40 e subindo até 1,44, mas no fecho foram despejados 4,5 M que provocaram uma queda para 1,39 (-3,47% relativamente ao máximo).
Nesta última 6ª feira o BCP também pareceu cheio de força, abrindo em gap-up a 1,59 e fazendo um máximo a 1,60, mas fechando em queda a 1,53 (-4,38% relativamente ao máximo).
Teremos 3 hipótese possíveis:
A) Vai-se agora repetir a mesma cena da 2ª feira 02 JUN com a cotação a subir 4,3%?
B) Vai entrar noutro período de lateralização com cotações entre 1,59/1,51?
C) Vai ter queda dado que muitos advogam o fim do Rally nos principais índices?
Hipótese A - Subida
A favor desta hipótese temos alguns factores a ter em conta.
Primeiro podemos dizer que uma semana caracterizada por uma ponte, um feriado nacional e um feriado municipal proporcionava um excelente campo de manobra para os manipuladores do título.
Vimos ao longo da semana que as mãos fortes se mantiveram do lado da compra.
Se eles compraram quantidades apreciáveis a preços entre 1,55 e 1,59, na 5ª feira dia em que o título transaccionou 20 milhões, seria lógico provocarem uma queda na 6ª feira (volume 7 milhões) para continuarem as compras para a semana a preços mais económicos.
Em segundo lugar podemos dizer que, apesar desta queda que arrefeceu os sinais da AT, continuamos a ter cotação>MME.5>MME15 e que a MME.5 pode servir de suporte como já tem acontecido ao longo da subida.
Em terceiro lugar temos a previsão de que o BCP voltará a pesar 20% no PSI a partir do final do mês obrigando alguns Fundos a comprarem mais.
Em quarto lugar temos a venda da Seguros&Pensões, cujo rumor serviu a muitos para explicar as subidas (mas que se esqueciam de explicar porque não havia queda quando se extinguia o rumor...), e que, não sendo urgente na minha opinião, pode provocar uma acentuada subida quando se concretizar na realidade.
Hipótese B - Lateralização
É um facto mais que provado que os institucionais compraram e que os particulares venderam tendo-se alterado substancialmente a estrutura accionista do BCP. Este factor é, por si só, um garante da manutenção das actuais cotações sem grandes quedas.
Mesmo que para uns o Rally acabe (e que para outros tenha acabado o sonho do começo do Bull...) não me parece que isso venha a afectar muito o BCP que pode passar relativamente incólume em eventuais quedas do PSI.
Por último convém lembrar que a Administração do BCP está autorizada a comprar “até 10% de acções próprias” (ou seja 320 milhões de acções...) e que ainda não utilizou esta arma.
Hipótese C - Queda
No caso dos principais índices caírem, apesar de pensarmos que isso não afectará inicialmente o BCP, é evidente que ele será arrastado mais tarde ou mais cedo se estes entrarem em acentuada queda.
Outro factor a ter em conta é uma notícia de há poucos dias que apontava para a redução das participações cruzadas que o BCP mantém. É claro que o BCP não pode impor aos seus parceiros que vendam parte das suas participações mas isso poderá vir a ocorrer.
Se a EDP reduzir a sua participação em 2% terá que largar 64 milhões de acções. Duvidamos que o faça (sobretudo porque João Talone conhece bem o inside do BCP...) mas pode acontecer.
Descritos os “prós e os contras” de cada uma das hipóteses, e sendo conhecida a forte posição longa que detenho (45% da minha carteira) , seria muito cómodo ficar à espera dos comentários e reservar para mais tarde a minha opinião...
Mas entendo que sendo responsável por ter aconselhado muita gente a comprar BCP, e a seguir ter aconselhado muitos a outros a resitir à tentação de realizar míseras mais valias, não me posso abster de revelar o que penso agora e de qual vai ser a minha estratégia.
Começo logo por dizer que cometi vários erros na 6ª feira.
No post da Carteira - semana 4
JAS Escreveu:Hoje tocou o 1,59 e aproxima-se do "meu target" de 1,60 que eu "optimisticamente" dei, no início do trade, quando me perguntavam isso.
A curto prazo terei que tomar a decisão de vender ou de manter se houver uma quebra.
Por mais voltas que dê ao gráfico não vejo, por enquanto, quaisquer sinais de saída. Nos cofres também não.
Aguardemos, mas aguardemos com um stop profit definido e com disciplina.
Pois bem na 6ª feira eu ia estar fora da bolsa (tinha que ir festejar o Sto António...) e às 10 da manhã olhei para ele.
Cometi um erro de apreciação pois achei que estava tudo bem...
Cometi outro erro por um consequente excesso de optimismo e deixei dada uma ordem de compra (+3% da carteira) a 1,56.
Cometi o grave erro de falta de disciplina por não ter deixado activado o stop de limit profit que até tinha definido (97% do máximo intraday = 1,55).
E fui festejar alegremente o Sto António.
Portanto se tivesse seguido a estratégia pre-definida eu não seria actualmente accionista do BCP.
Mas o facto é que ainda sou e tenho um problema para resolver 2ª feira.
Depois de analisar os gráficos, e meditar nas 3 hipóteses anteriores, inclino-me para a hipótese A caso não se registe uma queda dos principais índices ou da hipótese B se isso acontecer.
Portanto será preciso manter a calma e a cabeça fria.
- Venda se a cotação tocar 1,50 (facto que invalidaria uma lateralização entre 1,51-1,59)
- Manter se cotação estiver igual ou superior a 1,51 sem grande subida.
- Eventual reforço, a 1,52-1,54, se os cofres apontarem para subida.
JAS