UMA OBSERVAÇÃO

Enviado:
20/11/2002 11:09
por jotabil
Sabemos negociar, temos algum espirito de sacrifício, e sempre fizemos uma politica dúplice, antes, entre ingleses e franceses e agora, entre americanos e europeus`.
É daí, desse estar e não estar que conseguimos conhecer o caminho das poldras.
Somos diferentes e cada português é feito de muitas sensações, percepções, dificuldades, alegrias, amarguras, vitórias concretas e morais,...não sei como é que conseguimos fazer um país no século XXI....and so on.....
A um negro de angola,até os olhos se lhe riem ....ao ouvir a voz de um português. E nós fomos severos um pouco com eles durante séculos....mas só severos....no fundo sentiamos o humano que eles vivem e sempre soubemos acariciar com o coração....é verdade.
A visão liberal é que relevou os aspectos mercantilistas dessa vivência com áfrica..para nos encher de remorsos.....mas nós sabemos que o essencial ficou......indelével nessa gente...e eles têm saudade.
Somos bons tanto na maldade como na bondade porque sempre estivemos no fio da navalha.....
Somos uma matriz cultural....e isso põe-nos a salvo das tentativas de mensuração que os bárbaros intentam fazer-nos.
Reverências à sua patroa PAT

Enviado:
20/11/2002 8:43
por Visitante
Em relação a tal, apenas deixo uma observação: num país onde se defende que se entre para o ensino superior com notas negativas, como é que poderia isto andar melhor???
jovem, onde é que está o pão !

Enviado:
20/11/2002 3:53
por Patacôncio
Tsssccc ! Tsssccc ! Tsssccc !
Eu sou especial admirador do João César das Neves, nem sempre concordo ... mas é dos poucos tipos lúcidos que escrevem sobre economia e sociedade.
Os artigos dele costumam ser excelentes, pena é que as pessoas não leiam. Pior, colam-no a Cavaco Silva, e voilá, temos rótula na cabeça.
Li alguns comentários sobre ele. Ok. Cada quala sua opinião. Mas vou destacar uma passagem que é elucidativa do tipo de comentários desprovidos de conteúdo e totalmente avessos à boa maneira de pensar e comentar.
Diz o MSRS o seguinte :
" ...Mas, lendo apenas meia dúzia de linhas, fico com a sensação de que senhor J. César das Neves ainda não percebeu a diferença entre crescimento económico e desenvolvimento. Será que vê desenvolvimento onde apenas existem auto-estradas e centro comerciais ? ... "
E assim temos uma crítica velada ao pensamento de César das Neves. mas o pior é o seguinte. reconhece que só elu meia dúzia de linhas, mas apresta-se a criticar este economista declarando taxativamente que o tipo não sabe a diferença entre Crescimento e Desenvolvimento.
Ora este tipo de comentários, estilo café da esquina, é o tipo de comentários que abunda em Portugal. Normalmente têm segundas intenções e com sentidos pejorativos. Costumo apelidar de Treinadores de Bancada.
Porque eu respeito a opinião de quem as comenta, mas o que me entristece é que são afirmações desprovidas de argumentação lógica, racional e consubstanciada em legítimos argumentos. Com este tipo de comentários ... porque havemos de evoluir enquanto povo ???
Questiono-me mesmo se o MSRS sabe distinguir a diferença entre crescimento económico e desenvolvimento. Porque se eu avaliar as suas ideias como ele avalia a dos outros ... posso dizer que o MSRS não percebe patavina do que diz ou escreve. Mas isto é justo ? Se eu nunca o li ou vi a discutir estes assuntos ? Porque não ? Se eu tiver o mesmo comportamento de Treinador de Bancada ... diria que o MSRS confunde as coisas. Que se há-de fazer.
Mas o que me preocupa é saber se quem escreve assim este tipo de patacoadas já alguma vez leu um livro a sério do Neves. Ou algumas das suas reflexões que abundam por aí. E se quem o lê, pelo menos há uns anos, sabe que é dos economistas que amis consciência social têm. Os seus valores, que poderíamos de apelidar de Cristão Social, é dos que mais preza a Liberdade, a Justiça, o Apoio aos Desfavorecidos, os Direitos Humanos, etc. e tal.
Para muita gente que desconhece o que escreve e pensa César das Neves, façam o favor de o ler e ouvir primeiro, antes de colarem um rótulo nas pessoas. Porque dos que o criticam ... nem aos calcanhares lhe chegam. E se queremos ser séria neste tipo de discussões, deixemos de lado os rótulos e debrucemo-nos antes sobre o que escreve e pensa César das Neves.
Para concluir ... pensem bem antes de colar rótulos na pessoa. Pensem bem no que escrevem ... sob pena de lhes acontecer o mesmo. E nessa altura sereis vós que estareis sobre as pedras.
Um xoxo da minha Patroa !

Enviado:
20/11/2002 1:33
por Visitante
de qquer modo esse artigo foi escrito, se nao me engano, em 2000...
Abraco

Enviado:
19/11/2002 23:53
por MRSR
Eu nem sequer perco tempo a ler esse texto. Mas, lendo apenas meia dúzia de linhas, fico com a sensação de que senhor J. César das Neves ainda não percebeu a diferença entre crescimento económico e desenvolvimento. Será que vê desenvolvimento onde apenas existem auto-estradas e centro comerciais?
O JC Neves e as suas tretas.

Enviado:
19/11/2002 23:23
por Jetlag
Esta rábula acima replicada é proveniente de local incerto do Kavaquistão de onde escreve um homem isolado de barba negra, que através da sua escrita pseudo-filosófica tenta passar a mensagem para os seus seguidores. Não
Não se trata de Bin Laden.
O SIS já confirmou q a escrita é de facto a de JC Neves o temível economista que nos anos 80 ajudou a expurgar a linha comunista do país de Cavaco Silva seu aliado estratégico.
O n/ país - para reflexão!

Enviado:
19/11/2002 21:02
por Razao_Pura
O sucesso da asneira
Portugal fez tudo errado, mas correu tudo bem." Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português. Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam para estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam.
Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano.
Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno.
Aliás, tem mesmo um só elemento: Portugal. A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), que se tornou famosa no passado pelo estudo que fez dos "bananas da república", iniciou um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de azelhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinham também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso.
Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que não Devia Ser Desenvolvido - O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros EconómicosPortugueses."
Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos.
Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas. Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável. Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento actualmente e a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez institucional.
Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem-sucedidos no mundo actual. Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido.
Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação. Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhante às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve.
Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ.
Desde o "condicionamento industrial" salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante.
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início.
O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento. Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade. Citando as próprias palavras do texto: "Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe. Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho." A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e "desenrascanço" do povo português. "No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável." O texto termina dizendo:
"O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?"
João César das Neves, in Diário de Notícias