Página 1 de 1

OPEX quer cotar empresas brasileiras e africanas e encerrar

MensagemEnviado: 29/5/2003 15:19
por TRSM
OPEX quer cotar empresas brasileiras e africanas e encerrar sessão às 21h



Quinta, 29 Mai 2003 15:04

A OPEX, que vai gerir um novo mercado de capitais não regulamentado, está aberta à adesão à cotação de empresas brasileiras e africanas de língua oficial portuguesa, a par das empresas nacionais e requereu a negociação entre as 8h e as 21h, altura de encerramento das Bolsas norte-americanas.

O novo mercado não regulamentado, que poderá concorrer com a Euronext Lisbon, pretende «conseguir que alguns títulos brasileiros estejam junto de nós, além de empresas de países africanos de língua oficial portuguesa», destacou Luís Rodrigues, presidente da OPEX.

Este mercado quer captar sobretudo Pequenas e Médias Empresas (PME). Das 300 mil PME nacionais, apenas 100 são cotadas, lembrou Luís Rodrigues, para exemplificar o potencial de sucesso das operações da PEX (Private Exchange).

A PEX quer dinamizar o mercado de dívida privada e de derivados de produtos financeiros, introduzindo ao mesmo tempo, negociação de derivados sobre empresas de capital de risco e acredita contribuir para a retoma do nosso mercado de capitais.

Esta nova plataforma de negociação electrónica prevê mesmo captar negócios do exterior. «85% dos empréstimos obrigacionistas são realizados lá fora», adiantou o mesmo responsável.

Sem temer o momento menos propicio da economia, o presidente da OPEX revelou que «existem compradores para todos os mercados», independentemente da sua dimensão.

Com o objectivo de aumentar a procura por este mercado, a OPEX requereu à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) actuar em horário alargado, desde «a abertura da primeira Bolsa na Europa (8h) e o fecho das Bolsas de Nova Iorque (21h)», referiu Luís Rodrigues, na II Conferência anual de Economia e Gestão da PriceWaterHouseeCoopers.

A nova Bolsa vai, então, estar aberta à negociação, num período de mais cinco horas após o fecho da Euronext Lisbon, caso este horário seja autorizado pela CMVM.

A vantagem comparativa da nova Bolsa, para Luís Rodrigues, não resultará apenas de novos produtos financeiros e serviços, além do horário alargado, mas também do modelo tarifário.

OPEX convida emitentes a tomarem capital
No âmbito do modelo tarifário da plataforma, os emitentes (empresas cotadas) pagarão uma taxa de admissão e uma taxa de manutenção anual.

Este modelo tem associado uma inovadora estrutura accionista que permite os «emitentes podem participar no capital da OPEX», destacou a mesma fonte. As empresas terão assim descontos no tarifário, caso passem a ser accionistas da Bolsa.

«Convidamos os emitentes a que a jóia (taxa de admissão) seja traduzida em capital da própria sociedade (PEX)», referiu.

No modelo de Bolsas como a Euronext são os intermediários financeiros e não os emitentes que são accionistas das Bolsas. O presidente da OPEX explica a estrutura por que hoje em dia «é impossível a um intermediário financeiro ser accionista de todos os mercados onde actua».

O capital social da OPEX é representado por 1,6 milhões de euros. A Datacomp, PME Capital, a PME Investimentos, Araújo & Vilas e um grupo de promotores individuais constituem a estrutura accionista da OPEX.

Taxa única para vários blocos de acções
Outra das novidades que a nova plataforma quer introduzir é o pagamento de uma taxa única para uma mesma ordem, quando negociada em vários blocos, disse Luís Rodrigues.

«Será cobrada uma taxa única para qualquer ordem mesmo que a mesma seja feita em várias operações», revelou Luís Rodrigues.

Caso a ordem recai sobre vários dias, então é cobrada uma taxa única por dia.

PEX como montra de compra e venda de posições qualificadas
A nova Bolsa pretende ser uma montra de anúncios de interesses de compra e venda de posições qualificadas em empresas, disse Luís Rodrigues.

É vedado aos accionistas o anúncio de transaccionar a sua posição qualificada em qualquer empresa cotada ou não cotada.

Bolsa arranca seis semanas após registo na CMVM
A nova Bolsa arrancará seis semanas após o registo na CMVM que, Luís Rodrigues espera que aconteça em muito breve.


«Já fizemos todos os testes e prevemos o inicio das operações seis semanas após o registo na CMVM».

Por Bárbara Leite




por Canal de Negócios