Newsletter ActivoBank7 - Finalmente...

... algo de interessante!
Raramente dou grande atenção às newsletters do ActivoBank7, acho-as no mínimo pouco independentes para serem credíveis.
Mas desta vez a newsletter traz um artigo interessante, que retoma um tema em tempos tratado aqui, salvo erro pelo arnie, e que, esperando não estar a quebrar regras de copyright, passo a transcerver:
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Será a Quinta-feira o melhor dia de bolsa?
Em 1997, o Banco Mundial classificou a Bolsa de Valores Portuguesa como um mercado desenvolvido, comprovando a inexistência de grandes ineficiências no mercado nacional. Porém, encontram-se, mesmo nos mercados desenvolvidos, certos efeitos, profundamente estudados e discutidos, que podem apresentar movimentos repetitivos, incoerentes com a teoria académica de eficiência dos mercados. Entre estes, encontra-se o chamado “Efeito de Segunda-feira” ou o “Efeito de fim-de-semana”.
Na prática, a verificarem-se estes efeitos, a Segunda-feira deveria ter rendibilidades superiores aos restantes dias da semana, como que contando com o rendimento vencido relativo ao fim de semana.
A maior parte dos estudos feitos internacionalmente, não detectam este efeito e, ao contrário, encontram muitas vezes valores superiores nas rendibilidades de Sexta-feira, em vez de Segunda-feira.
No quadro, encontramos uma análise das rendibilidades do índice PSI 20 de 1995 a 2002 e encontramos padrões muito semelhantes nos comportamentos diários, com um especial destaque para a Quinta-feira: este é o dia em que em maior percentagem de vezes o índice fechou positivo. E, no total, a bolsa fechou praticamente o mesmo número de vezes em alta e em baixa.
É curioso analisar também o chamado fenómeno da persistência, os que procura identificar o padrão de comportamento das bolsas, entre dias seguintes. Segundo a teoria dos mercados eficientes, o comportamento das acções não depende de variações passadas, mas apenas de expectativas futuras. Apesar de tudo, colocamos em dois quadros, para o mesmo período, o comportamento do Índice PSI 20, nos dias seguintes a uma subida ou a uma descida.
Porventura, em coerência com o quadro acima, outra vez se detecta um certo destaque positivo na negociação à Quinta-feira. Evidencia-se que, após um dia de fecho positivo, cerca de 60% dos dias seguintes são positivos e apenas 40% negativos, contrariando a véspera.
Se olharmos para a situação inversa, quer dizer, o comportamento da bolsa depois de um dia negativo, verificamos novamente que a Quinta-feira é o dia em que se verifica uma maior inversão de tendência. Apesar de em mais de 40% dos dias se verificar a passagem de negativo para positivo, na Quinta-feira essa observação é relativamente superior e, em quase metade das vezes, o mercado muda de sentido.
Refira-se que, em geral, a persistência de rendibilidade no mercado se verifica em cerca de 57% das vezes e a inversão em 43% dos dias, no período analisado. Ainda que os trabalhos teóricos não provem a existência deste efeito (veja-se, por exemplo, o trabalho “The Analysis of Seasonal Return Anomalies in the Portuguese Stock Market”, da autoria dos investigadores do Banco de Portugal, Miguel Balbina e Nuno Morais), não deixa de ser evidente o realce do dia de Quinta-feira em que parece existir: (i) maior tendência para as acções subirem; (ii) maior tendência para a confirmação da véspera, se esta foi positiva; e (iii) maior tendência para inversão para positivo, se a véspera foi negativa.
Nas próximas Newsletters abordaremos também os designados “Efeito de feriado” e o “Efeito de mês”, no mercado português.
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(in Newsletter ActivoBank7 nº. 79, 19 de Maio de 2003 - www.activobank7.com)
Um abraço
FT
Raramente dou grande atenção às newsletters do ActivoBank7, acho-as no mínimo pouco independentes para serem credíveis.
Mas desta vez a newsletter traz um artigo interessante, que retoma um tema em tempos tratado aqui, salvo erro pelo arnie, e que, esperando não estar a quebrar regras de copyright, passo a transcerver:
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Será a Quinta-feira o melhor dia de bolsa?
Em 1997, o Banco Mundial classificou a Bolsa de Valores Portuguesa como um mercado desenvolvido, comprovando a inexistência de grandes ineficiências no mercado nacional. Porém, encontram-se, mesmo nos mercados desenvolvidos, certos efeitos, profundamente estudados e discutidos, que podem apresentar movimentos repetitivos, incoerentes com a teoria académica de eficiência dos mercados. Entre estes, encontra-se o chamado “Efeito de Segunda-feira” ou o “Efeito de fim-de-semana”.
Na prática, a verificarem-se estes efeitos, a Segunda-feira deveria ter rendibilidades superiores aos restantes dias da semana, como que contando com o rendimento vencido relativo ao fim de semana.
A maior parte dos estudos feitos internacionalmente, não detectam este efeito e, ao contrário, encontram muitas vezes valores superiores nas rendibilidades de Sexta-feira, em vez de Segunda-feira.
No quadro, encontramos uma análise das rendibilidades do índice PSI 20 de 1995 a 2002 e encontramos padrões muito semelhantes nos comportamentos diários, com um especial destaque para a Quinta-feira: este é o dia em que em maior percentagem de vezes o índice fechou positivo. E, no total, a bolsa fechou praticamente o mesmo número de vezes em alta e em baixa.
É curioso analisar também o chamado fenómeno da persistência, os que procura identificar o padrão de comportamento das bolsas, entre dias seguintes. Segundo a teoria dos mercados eficientes, o comportamento das acções não depende de variações passadas, mas apenas de expectativas futuras. Apesar de tudo, colocamos em dois quadros, para o mesmo período, o comportamento do Índice PSI 20, nos dias seguintes a uma subida ou a uma descida.
Porventura, em coerência com o quadro acima, outra vez se detecta um certo destaque positivo na negociação à Quinta-feira. Evidencia-se que, após um dia de fecho positivo, cerca de 60% dos dias seguintes são positivos e apenas 40% negativos, contrariando a véspera.
Se olharmos para a situação inversa, quer dizer, o comportamento da bolsa depois de um dia negativo, verificamos novamente que a Quinta-feira é o dia em que se verifica uma maior inversão de tendência. Apesar de em mais de 40% dos dias se verificar a passagem de negativo para positivo, na Quinta-feira essa observação é relativamente superior e, em quase metade das vezes, o mercado muda de sentido.
Refira-se que, em geral, a persistência de rendibilidade no mercado se verifica em cerca de 57% das vezes e a inversão em 43% dos dias, no período analisado. Ainda que os trabalhos teóricos não provem a existência deste efeito (veja-se, por exemplo, o trabalho “The Analysis of Seasonal Return Anomalies in the Portuguese Stock Market”, da autoria dos investigadores do Banco de Portugal, Miguel Balbina e Nuno Morais), não deixa de ser evidente o realce do dia de Quinta-feira em que parece existir: (i) maior tendência para as acções subirem; (ii) maior tendência para a confirmação da véspera, se esta foi positiva; e (iii) maior tendência para inversão para positivo, se a véspera foi negativa.
Nas próximas Newsletters abordaremos também os designados “Efeito de feriado” e o “Efeito de mês”, no mercado português.
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(in Newsletter ActivoBank7 nº. 79, 19 de Maio de 2003 - www.activobank7.com)
Um abraço
FT