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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 21/10/2011 13:36

AutoMech Escreveu:Mais uns candidatos à lista de excepções:
- TAP
- Banco de Portugal
- Bancários reformados
- Câmara de Barcelos
- EDP (mais discutível porque é maioritariamente privada)


Os reformados da PT também já foram mencionados anteriormente

http://www.ionline.pt/orcamento-estado- ... om-sentido
 
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por Automech » 21/10/2011 13:32

Mais uns candidatos à lista de excepções:
- TAP
- Banco de Portugal
- Bancários reformados
- Câmara de Barcelos
- EDP (mais discutível porque é maioritariamente privada)
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
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por Elias » 21/10/2011 13:29

Nyk Escreveu:Funcionários da Câmara de Barcelos escapam aos cortes nos subsídios de férias e de Natal

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=514031

Os funcionários da Câmara de Barcelos vão receber em 2012 os subsídios de férias e de Natal, depois de uma proposta nesse sentido ter sido aprovada hoje por unanimidade em reunião de executivo.
O município tem cerca de 800 funcionários, que, no total, perderiam em 2012 cerca de um milhão de euros se não recebessem aqueles subsídios.

A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de exceção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.


Isto é o país das excepções. Depois da TAP, agora a CMBarcelos.

Tudo serve de justificação para que sejam os outros a pagar.

Quem se segue?
Editado pela última vez por Elias em 21/10/2011 13:33, num total de 1 vez.
 
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por Nyk » 21/10/2011 13:24

Funcionários da Câmara de Barcelos escapam aos cortes nos subsídios de férias e de Natal

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=514031

Os funcionários da Câmara de Barcelos vão receber em 2012 os subsídios de férias e de Natal, depois de uma proposta nesse sentido ter sido aprovada hoje por unanimidade em reunião de executivo.
O município tem cerca de 800 funcionários, que, no total, perderiam em 2012 cerca de um milhão de euros se não recebessem aqueles subsídios.

A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de exceção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.

Se este regime não for aprovado, a Câmara de Barcelos propõe-se atribuir a todos os trabalhadores um subsídio correspondente a duas vezes o valor do seu vencimento mensal em 2012.

Estas medidas não incluem os vereadores e os adjuntos e secretários, "na medida em que estes são os que devem dar o exemplo do sacrifício económico que se impõe neste momento", dado o cariz político das suas funções.

Segundo o presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes, eleito pelo PS, o regime de exceção justifica-se pelo facto de Barcelos ter sido atingido "de uma forma muito especial" pela crise, uma vez que a economia do concelho é sustentada, em grande parte, no setor têxtil, "que tem sido violentamente atingido".

"Há muitas empresas que fecharam", sublinhou, aludindo ainda à "situação difícil" por que passam os sectores da construção civil e da cerâmica e o comércio tradicional.

Por isso, e num "espírito de solidariedade" para com os trabalhadores municipais e economia do concelho, o executivo "está disponível" para usar um milhão de euros do seu Orçamento para que os trabalhadores não vejam os seus rendimentos reduzidos em 2012.

O município de Barcelos tem uma dívida de 54 milhões de euros e o orçamento para 2012 deverá rondar os 60 milhões.

"Terá de haver rigor de gestão para ratear algumas despesas, para compensar a grande injustiça feita pelo Governo aos funcionários públicos", referiu o autarca, admitindo que poderá haver cortes nos subsídios às instituições.

A proposta para atribuir os subsídios foi introduzida por Miguel Costa Gomes no início da reunião, apanhando de surpresa a oposição.

A reunião esteve suspensa durante uma hora, mas a proposta acabaria por ser aprovada por unanimidade, apesar da oposição ter levantado dúvidas acerca da sua legalidade.

Costa Gomes assegurou que a proposta "tem consistência legal".
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
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por Blue Epsilon » 21/10/2011 10:55

Eu trabalho no privado.

Já levei com cortes de 20% na recessão de 2003. Alguém se lembra que houve uma recessão nessa altura?
Pois é... Só se notou no privado.

Na área de sistemas de informação, onde trabalho, foi terrível. A minha empresa (na altura com 600 pessoas) despediu mais de 100 colaboradores, além dos cortes salariais para quem lá ficou.

Quem trabalha na FP estava mais protegido, até agora.

Agora tenhem de perceber que a FP também tem de ser produtiva (nem digo rentável). Sei que existe muita gente que produz, mas vão todos pagar pelos menos produtivos e pelas pessoas que vão lá picar o ponto (conheço casos em câmaras municipais que são de bradar aos céus).

Os benefícios que alguns possuem em conunto com altos salários de muitos na FP também estão a ajudar a esta situação. Por exemplo, existem salários a mais para muitos administradores de empresas municipais que só dão prejuízo mas que o estado tem de pagar no fim do mês.
Na minha empresa um administrador tem que apresentar resultados aos accionistas e é responsabilizado por isso.

Eu, se deixar de ser produtivo na minha empresa, sou despedido quase de certeza. E não é por estar há 10 anos na empresa que isso pode ser evitado.

Isto é o mundo real e é bom que se habituem todos a essa ideia.
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
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por mcarvalho » 21/10/2011 10:47

om jneg
Eurostat confirma défice de Portugal de 9,8% em 2010

21/10/2011

Inicialmente o défice reportado tinha sido de 9,1%, mas os desvios nas contas da Região Autónoma da Madeira tiveram um impacto significativo no défice de 2010. 9,8% é o valor do défice do ano passado, que agora terá de ser reduzido para 5,9% este ano.

O défice hoje apresentado pelo Eurostat representa uma revisão em alta de 0,6 pontos face ao valor anteriormente reportado pela autoridade europeia. Mas fica em linha com o reportado pelo INE em Setembro deste ano.
 
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por MiamiBlue » 21/10/2011 10:39

Segundo medida aprovada no Plano da Troíka, nos próximos dois anos tem que haver uma redução de 2%/ano dos FP.

O que vai originar despedimentos - o que considero obviamente lógico.

Penso que é necessário recentrar as observvações ao OE. O fundamental é o país saber:
- Que funções o Estado deve prestar á sociedade. E havendo definição dessas funções, que estratégia vai ser seguida de que modo vão serem implementadas - reestruturação que vão obrigar obviamente a despedimentos.
- Face às medidas de austeridade que vão ser implementadas, qual vai ser a nossa situação em Dezembro de 2012?
- No OE, estatégia para atacar os problemas da sustentabilidade da Segurança Social? Das PPP? Dos elevados juros que actualmente pagamos? Dos custos da electricidade? E so on..

Se o problema do estado fosse o nº de FP, Portugal estava no céu!!!

Concluo, com a questão da justiça dos cortes da FP, eu concordava com o corte de um salário. Com a decisão unilerateral do Governo em cortar em 14%, num ano de aumentos de impostos, considero um erro trágico. Já causou divisões na sociedade portuguesa, vai levar a uma quebra de rendimentos mais de um milhão de portugueses que se vai refelctir imenso no consumo privado e cortar o salários a pessoas que ganham 600/1000 euros não tendo em conta o rendimento do agregado familiar vai causar problemas gravissímos sociais a muitas famílias. Por outro lado, temos famílias com rendimentos elevados (que trabalham no privado), rendimentos extra-trabalho que vão passar completamente ao lado deste esforço..
lamentável..

Gostava de saber que sociedade próspera consegue viver sem classe média..

Por último, o corte generalizado não vai resolver nada de estrutural, e isso é grave.

O Governo saiu de umas eleições à meses, tinha apoio das pessoas, do PR e alguma, pelo menos, do maior partido da oposição. O que vejo é o Governo a desbaratar completamente todo esse apoio. Nem se digna a falar com a sociedade, decide e avança contra tudo e contra todos.

Considero esta atitude lamentável.. E que mais tarde ou mais cedo vai trazer consequências..
 
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por paulop2009 » 21/10/2011 10:34

moppie85 Escreveu:
paulop2009 Escreveu:
LFA1 Escreveu:Migluso escreveu:

Quando a alternativa é a bancarrota (isto é, perder 100%), perder 7% até que nem é mau.

É doloroso, mas a alternativa é muito mais.

Pensar o contrário, é pensar como nos últimos 10 anos. Adiar o problema, é arriscar que no futuro o corte não seja 7%, mas sim 15, 20 ou 30%.


Já disse aqui isto antes, mas volto a repetir; com este corte dos subsídios já se está a cortar em mais de 30% os salários dos FP.
Assim, quando se chegar ao final de 2013 os Fps terão sido aumentados uma vez no período compreendido entre 2007 e 2014, o que equivale a uma redução do salário (por efeito da inflação) superior a 10%.
Nesse mesmo período aqueles funcionários viram a progressão na carreira praticamente sempre congelada. Só por este factor tornaram a perder no salário uma quantia não inferior a 10% (dependendo aqui do lugar que se ocupa nas diversas carreiras).
O ano passado o salário dos FPs voltou a ser reduzido, em média 5%.
Este ano, e para o próximo (pelo menos), por força do corte dos subsídios de férias e de natal haverá mais uma redução do salário situada entre 7,2% e 14,3%. Ou seja, o corte neste período de tempo no salários dos FPs ascende a mais de 30%, nalguns casos mesmo mais de 40% (aqueles dos rendimentos mais elevados)!
Por outro lado, lança-se a ideia da inevitabilidade deste corte nos subsídios de férias e de natal dos FPs. Ora, isto nada tem de inevitável. Bastava que se tivesse optado por uma solução idêntica àquela que serviu para retirar metade do subsídio de natal deste ano, fazendo recair sobre os trabalhadores do sector privado também uma parte do pagamento em questão, para que tais sacríficios fossem muito menores (em vez de dois subsídios bastaria um, ou nem isso) e muito mais equitativos.
Assim, ao fazer recair apenas sobre os FPs todo este esforço (que mais não é do que um imposto), este orçamento é a fonte de uma COLOSSSAL INIQUIDADE FISCAL!


LFA1, isto é um comentário para ti, mas também para todos os funcionários públicos que têm aqui publicado coisas semelhantes.

Pessoalmente vivo angustiado com as medidas de austeridade que vão ser impostas. Não só aos FPs mas a muitos outros sectores da sociedade.

Entendo que os FPs estejam tristes e que até pensem que haveria outras formas de distribuir "o fardo". O que não entendo, e me revolta, é que não haja 1 FP que venha aqui dizer "OK, levamos uma panada nos salários mas pelo menos temos a certeza que são somos despedidos e isso é muito bom". De onde achas que vêm os 13% de desempregados? Vêm do privado!

A verdade é que eu vejo alguns FPs a sairem da FP portuguesa para o estrangeiro (conheço vários PhD na área tecnológica que estão a largar as bolsas de cá para ir ganhar boa massa na alemanha) mas vejo muito poucos FP a trocar por um privado em portugal! Ah pois é...

Um FP pode ir facilmente para um privado (se tiver os "skills" e for aceite, claro), mas nenhum privado pode ir para FP (está tudo bloqueado...). Portanto podem mudar-se à vontade e resolvem o problema.

Queixem-se à vontade mas, por favor, dêm também valor à parte boa que só os FPs têm e os privados não têm.


Se o Estado necessita de mim qual é a grande vantagem de não ser despedido?!


E se tu achas que a tua vida era melhor, mais feliz, e ganhavas mais no privado, estás à espera de quê para mudar?

moppie85 Escreveu:
E essa do "não ser despedido" também tem a sua graça... vai dizer isso aos milhares de professores que a trabalhar diversos anos para o Estado não conseguiram horário (tens o exemplo do artista que trabalha há 8 anos e n conseguiu um horário completo) ou aos cerca de 200 enfermeiros do Centro hospitalar do Nordeste que estão actualmente a ser despedidos...


E porque é que o Artista não vai para uma escola do privado?

E quantos jovens licenciados eu não tenho aqui na minha empresa que andam de contrato em contrato e nunca mais passam aos quadros? E as empresas todas da industria farmaceutica que, apesar de terem grandes lucros em wall-street, têm despedido milhares de delegados de informação médica todos os anos?

Se o privado é tão fixe, e a segurança no teu emprego é uma coisa que não te assiste, vai para o privado! Qual é o teu drama?
 
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por 21102014 » 21/10/2011 9:39

moppie85 Escreveu:
paulop2009 Escreveu:
LFA1 Escreveu:Migluso escreveu:

Quando a alternativa é a bancarrota (isto é, perder 100%), perder 7% até que nem é mau.

É doloroso, mas a alternativa é muito mais.

Pensar o contrário, é pensar como nos últimos 10 anos. Adiar o problema, é arriscar que no futuro o corte não seja 7%, mas sim 15, 20 ou 30%.


Já disse aqui isto antes, mas volto a repetir; com este corte dos subsídios já se está a cortar em mais de 30% os salários dos FP.
Assim, quando se chegar ao final de 2013 os Fps terão sido aumentados uma vez no período compreendido entre 2007 e 2014, o que equivale a uma redução do salário (por efeito da inflação) superior a 10%.
Nesse mesmo período aqueles funcionários viram a progressão na carreira praticamente sempre congelada. Só por este factor tornaram a perder no salário uma quantia não inferior a 10% (dependendo aqui do lugar que se ocupa nas diversas carreiras).
O ano passado o salário dos FPs voltou a ser reduzido, em média 5%.
Este ano, e para o próximo (pelo menos), por força do corte dos subsídios de férias e de natal haverá mais uma redução do salário situada entre 7,2% e 14,3%. Ou seja, o corte neste período de tempo no salários dos FPs ascende a mais de 30%, nalguns casos mesmo mais de 40% (aqueles dos rendimentos mais elevados)!
Por outro lado, lança-se a ideia da inevitabilidade deste corte nos subsídios de férias e de natal dos FPs. Ora, isto nada tem de inevitável. Bastava que se tivesse optado por uma solução idêntica àquela que serviu para retirar metade do subsídio de natal deste ano, fazendo recair sobre os trabalhadores do sector privado também uma parte do pagamento em questão, para que tais sacríficios fossem muito menores (em vez de dois subsídios bastaria um, ou nem isso) e muito mais equitativos.
Assim, ao fazer recair apenas sobre os FPs todo este esforço (que mais não é do que um imposto), este orçamento é a fonte de uma COLOSSSAL INIQUIDADE FISCAL!


LFA1, isto é um comentário para ti, mas também para todos os funcionários públicos que têm aqui publicado coisas semelhantes.

Pessoalmente vivo angustiado com as medidas de austeridade que vão ser impostas. Não só aos FPs mas a muitos outros sectores da sociedade.

Entendo que os FPs estejam tristes e que até pensem que haveria outras formas de distribuir "o fardo". O que não entendo, e me revolta, é que não haja 1 FP que venha aqui dizer "OK, levamos uma panada nos salários mas pelo menos temos a certeza que são somos despedidos e isso é muito bom". De onde achas que vêm os 13% de desempregados? Vêm do privado!

A verdade é que eu vejo alguns FPs a sairem da FP portuguesa para o estrangeiro (conheço vários PhD na área tecnológica que estão a largar as bolsas de cá para ir ganhar boa massa na alemanha) mas vejo muito poucos FP a trocar por um privado em portugal! Ah pois é...

Um FP pode ir facilmente para um privado (se tiver os "skills" e for aceite, claro), mas nenhum privado pode ir para FP (está tudo bloqueado...). Portanto podem mudar-se à vontade e resolvem o problema.

Queixem-se à vontade mas, por favor, dêm também valor à parte boa que só os FPs têm e os privados não têm.


Se o Estado necessita de mim qual é a grande vantagem de não ser despedido?!

E essa do "não ser despedido" também tem a sua graça... vai dizer isso aos milhares de professores que a trabalhar diversos anos para o Estado não conseguiram horário (tens o exemplo do artista que trabalha há 8 anos e n conseguiu um horário completo) ou aos cerca de 200 enfermeiros do Centro hospitalar do Nordeste que estão actualmente a ser despedidos...



E também temos aqueles professores que pensam que o estado é a santa casa e tem por obrigação arranjar-lhes emprego.
Conheço casos de colégios privados que não conseguem arranjar professores porque não querem trabalhar 8 horas por dia porque no estado trabalham 4 e 5horas.
 
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por altrio » 21/10/2011 9:39

jabreu Escreveu:Esses são aqueles que estão a contrato.

Não são despedidos...não é renovado o contrato.

É diferente.

Os privados também estão sujeitos a isso.


Não é bem a mesma coisa. Não há contratos de 10 anos no privado. E se os houver, a coisa pode ser eventualmente resolvida em tribunal. Na função pública, não. Não há possibilidade de reclamação.


E o que é irónico é que esses funcionários públicos que vão ser despedidos nos próximos anos, vão na mesma pagar dois meses de salário por uma pretensa imunidade ao desemprego. :!:
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por migluso » 21/10/2011 9:38

moppie85 Escreveu:Não meto isso em questão. Questiono é a proporcionalidade da distribuição dos custos e da forma tão celere como os privados pegam em pedras para atirar nos publicos.


Acho q n se compara a situação, mas espero q tenha um bom desfecho ;)


Eu não estou a atirar pedras. Assim como não acredito que quando os FP vêm defender que os mesmos cortes sejam alargados aos privados estejam a atirar pedras a estes.

O que eu defendi aqui foi o combate à crise das contas públicas pelo lado do corte da despesa.

Inclusive cheguei a afirmar que o governo devia ter evitado o corte de um dos subsídios, fazendo-o antes depender do alcance dos cortes nos consumos intermédios, da evolução da economia mundial, etc, que se venha a verificar no decorrer do próximo ano.

Apenas não acredito que seja com aumentos sucessivos de impostos que a crise se resolva. Os últimos 10 anos querem dizer alguma coisa.

Aqui só para nós, o mais certo será os privados sofrerem cortes ao longo do próximo ano, mas estou só a especular e para a discussão não interessa.

A situação hoje é muito mais grave que em 83.

Hoje não vou poder manter o debate.

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por jabreu » 21/10/2011 9:33

Esses são aqueles que estão a contrato.

Não são despedidos...não é renovado o contrato.

É diferente.

Os privados também estão sujeitos a isso.
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por moppie85 » 21/10/2011 9:15

paulop2009 Escreveu:
LFA1 Escreveu:Migluso escreveu:

Quando a alternativa é a bancarrota (isto é, perder 100%), perder 7% até que nem é mau.

É doloroso, mas a alternativa é muito mais.

Pensar o contrário, é pensar como nos últimos 10 anos. Adiar o problema, é arriscar que no futuro o corte não seja 7%, mas sim 15, 20 ou 30%.


Já disse aqui isto antes, mas volto a repetir; com este corte dos subsídios já se está a cortar em mais de 30% os salários dos FP.
Assim, quando se chegar ao final de 2013 os Fps terão sido aumentados uma vez no período compreendido entre 2007 e 2014, o que equivale a uma redução do salário (por efeito da inflação) superior a 10%.
Nesse mesmo período aqueles funcionários viram a progressão na carreira praticamente sempre congelada. Só por este factor tornaram a perder no salário uma quantia não inferior a 10% (dependendo aqui do lugar que se ocupa nas diversas carreiras).
O ano passado o salário dos FPs voltou a ser reduzido, em média 5%.
Este ano, e para o próximo (pelo menos), por força do corte dos subsídios de férias e de natal haverá mais uma redução do salário situada entre 7,2% e 14,3%. Ou seja, o corte neste período de tempo no salários dos FPs ascende a mais de 30%, nalguns casos mesmo mais de 40% (aqueles dos rendimentos mais elevados)!
Por outro lado, lança-se a ideia da inevitabilidade deste corte nos subsídios de férias e de natal dos FPs. Ora, isto nada tem de inevitável. Bastava que se tivesse optado por uma solução idêntica àquela que serviu para retirar metade do subsídio de natal deste ano, fazendo recair sobre os trabalhadores do sector privado também uma parte do pagamento em questão, para que tais sacríficios fossem muito menores (em vez de dois subsídios bastaria um, ou nem isso) e muito mais equitativos.
Assim, ao fazer recair apenas sobre os FPs todo este esforço (que mais não é do que um imposto), este orçamento é a fonte de uma COLOSSSAL INIQUIDADE FISCAL!


LFA1, isto é um comentário para ti, mas também para todos os funcionários públicos que têm aqui publicado coisas semelhantes.

Pessoalmente vivo angustiado com as medidas de austeridade que vão ser impostas. Não só aos FPs mas a muitos outros sectores da sociedade.

Entendo que os FPs estejam tristes e que até pensem que haveria outras formas de distribuir "o fardo". O que não entendo, e me revolta, é que não haja 1 FP que venha aqui dizer "OK, levamos uma panada nos salários mas pelo menos temos a certeza que são somos despedidos e isso é muito bom". De onde achas que vêm os 13% de desempregados? Vêm do privado!

A verdade é que eu vejo alguns FPs a sairem da FP portuguesa para o estrangeiro (conheço vários PhD na área tecnológica que estão a largar as bolsas de cá para ir ganhar boa massa na alemanha) mas vejo muito poucos FP a trocar por um privado em portugal! Ah pois é...

Um FP pode ir facilmente para um privado (se tiver os "skills" e for aceite, claro), mas nenhum privado pode ir para FP (está tudo bloqueado...). Portanto podem mudar-se à vontade e resolvem o problema.

Queixem-se à vontade mas, por favor, dêm também valor à parte boa que só os FPs têm e os privados não têm.


Se o Estado necessita de mim qual é a grande vantagem de não ser despedido?!

E essa do "não ser despedido" também tem a sua graça... vai dizer isso aos milhares de professores que a trabalhar diversos anos para o Estado não conseguiram horário (tens o exemplo do artista que trabalha há 8 anos e n conseguiu um horário completo) ou aos cerca de 200 enfermeiros do Centro hospitalar do Nordeste que estão actualmente a ser despedidos...
 
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por paulop2009 » 21/10/2011 9:04

LFA1 Escreveu:Migluso escreveu:

Quando a alternativa é a bancarrota (isto é, perder 100%), perder 7% até que nem é mau.

É doloroso, mas a alternativa é muito mais.

Pensar o contrário, é pensar como nos últimos 10 anos. Adiar o problema, é arriscar que no futuro o corte não seja 7%, mas sim 15, 20 ou 30%.


Já disse aqui isto antes, mas volto a repetir; com este corte dos subsídios já se está a cortar em mais de 30% os salários dos FP.
Assim, quando se chegar ao final de 2013 os Fps terão sido aumentados uma vez no período compreendido entre 2007 e 2014, o que equivale a uma redução do salário (por efeito da inflação) superior a 10%.
Nesse mesmo período aqueles funcionários viram a progressão na carreira praticamente sempre congelada. Só por este factor tornaram a perder no salário uma quantia não inferior a 10% (dependendo aqui do lugar que se ocupa nas diversas carreiras).
O ano passado o salário dos FPs voltou a ser reduzido, em média 5%.
Este ano, e para o próximo (pelo menos), por força do corte dos subsídios de férias e de natal haverá mais uma redução do salário situada entre 7,2% e 14,3%. Ou seja, o corte neste período de tempo no salários dos FPs ascende a mais de 30%, nalguns casos mesmo mais de 40% (aqueles dos rendimentos mais elevados)!
Por outro lado, lança-se a ideia da inevitabilidade deste corte nos subsídios de férias e de natal dos FPs. Ora, isto nada tem de inevitável. Bastava que se tivesse optado por uma solução idêntica àquela que serviu para retirar metade do subsídio de natal deste ano, fazendo recair sobre os trabalhadores do sector privado também uma parte do pagamento em questão, para que tais sacríficios fossem muito menores (em vez de dois subsídios bastaria um, ou nem isso) e muito mais equitativos.
Assim, ao fazer recair apenas sobre os FPs todo este esforço (que mais não é do que um imposto), este orçamento é a fonte de uma COLOSSSAL INIQUIDADE FISCAL!


LFA1, isto é um comentário para ti, mas também para todos os funcionários públicos que têm aqui publicado coisas semelhantes.

Pessoalmente vivo angustiado com as medidas de austeridade que vão ser impostas. Não só aos FPs mas a muitos outros sectores da sociedade.

Entendo que os FPs estejam tristes e que até pensem que haveria outras formas de distribuir "o fardo". O que não entendo, e me revolta, é que não haja 1 FP que venha aqui dizer "OK, levamos uma panada nos salários mas pelo menos temos a certeza que são somos despedidos e isso é muito bom". De onde achas que vêm os 13% de desempregados? Vêm do privado!

A verdade é que eu vejo alguns FPs a sairem da FP portuguesa para o estrangeiro (conheço vários PhD na área tecnológica que estão a largar as bolsas de cá para ir ganhar boa massa na alemanha) mas vejo muito poucos FP a trocar por um privado em portugal! Ah pois é...

Um FP pode ir facilmente para um privado (se tiver os "skills" e for aceite, claro), mas nenhum privado pode ir para FP (está tudo bloqueado...). Portanto podem mudar-se à vontade e resolvem o problema.

Queixem-se à vontade mas, por favor, dêm também valor à parte boa que só os FPs têm e os privados não têm.
 
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por MarcoAntonio » 21/10/2011 8:58


Despesa com pessoal no Estado está a cair mais de 6%

21 Outubro 2011 | 00:01
Rui Peres Jorge - rpjorge@negocios.pt


A despesa com pessoal no Estado está a reflectir o corte salarial decidido no meio do ano. As receitas fiscais também estão a evoluir acima do previsto.


A despesa com pessoal no Estado estará a cair mais de 6%, confirmando o corte médio de 5% nos salários definido no início do ano.


Segundo dados divulgados ontem pela DGO, no subsector Estado (essencialmente ministérios e respectivos serviços) a despesa com pessoal - corrigida do impacto de alterações metodológicas associadas à ADSE - está a cair 6,2%. Nos serviços e fundos autónomos (essencialmente institutos públicos e o Serviço Nacional de Saúde), a queda está avaliada em 6,5%. No SNS, a redução é menor, ficando-se pelos 5,9%. Pior estão as autarquias, onde, nos primeiros seis meses do ano, a redução da despesa com funcionários se ficou pelos 3%. Estes dados ajudam a explicar a forte redução do défice orçamental.


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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por moppie85 » 21/10/2011 8:57

altrio Escreveu:
O Alberto João Jardim, como retaliação, decidiu instituir como feriado regional, o 1 de Abril, Dia das Mentiras.


esse pode ser nacional! "Dia do Politico Tuga" :mrgreen: :mrgreen:
 
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por altrio » 21/10/2011 8:51

Parece que o governo já decidiu sobre os feriados a abolir:

-25 de Dezembro, Dia de Natal, pois sem subsídios não há motivos para festas
-1 de Maio, Dia do Trabalhador, pois já não temos trabalhadores suficientes que justifiquem a existência deste dia
-1 de Janeiro, Dia de Ano Novo, porque o Governo percebeu que a única solução para voltarmos ao crescimento no final de 2012 é entrar em 2012 apenas quando os outros países já estiverem em 2020

O governo está ainda a pensar em abolir o 10 de Junho, Dia de Portugal, ou então rebaptizá-lo de Dia da Troika.

O Alberto João Jardim, como retaliação, decidiu instituir como feriado regional, o 1 de Abril, Dia das Mentiras.
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por moppie85 » 21/10/2011 3:53

migluso Escreveu:
Se achas que não respondi à tua pergunta, não te sei responder melhor, apesar de achar que fui mais claro do que tu a responder à minha.

A pergunta não deve ser, na minha opinião, se sou a favor ou contra. Mas sim, se aceito ou não.


Aceitarias ser cortado no vencimento, nos casos que apontei?

Estamos em comprimentos de onda diferentes... deixa lá que temos tempo para acertar a frequencia. ;)



A tua decisão parece depender de como fica o vizinho do lado ou do que lhe acontece a ele. Eu prefiro olhar para a minha situação pessoal.


Não entendo... O olhar para mim próprio é o que vou fazer: emigrar!

O que eu defendo (para os que ficam) é sim senhor, corte-se, mas se é para cortar não é arranjar um "bode "respiratório"", apontar-lhe o dedo e apedrejá-lo para gaudio da multidão... é cortar em todos (e não digo por igual, mas pelo menos de forma proporcional). E não com demagogia barata dos 15%...

Mas vou tentar ser mais preciso:
- se ganhasse 1200€ ou mais provavelmente aceitaria
- se ganhasse menos, há muito que andava à procura de outro emprego.

Mas depende muito da situação de cada um, como disse na primeira resposta.


Sim, mas no caso que refiro, terá sempre a ver em relação com o teu salário... se te cortassem actualmente o teu salário em 20%, tu ficavas?

Eu sei bem das dificuldades que esta medida trará a muita gente. Nenhuma pessoa de bem deseja o mal dos outros.

Mas se a troika não mandar uma tranche porque nós não cumprimos o acordo, as consequências serão bem piores.

Não condeno este governo por estar a jogar pelo seguro, até porque ninguém sabe os buracos que ainda podem aparecer, bem como se o mundo cai ou não numa nova recessão.


Não meto isso em questão. Questiono é a proporcionalidade da distribuição dos custos e da forma tão celere como os privados pegam em pedras para atirar nos publicos.

Em 83 também houve redução de salários, creio eu. A gravidade da situação do país não se assemelhava nem de perto nem de longe à que vivemos actualmente.

Sobrevivemos e em 86 estávamos a aderir à CEE.

Cumps


Acho q n se compara a situação, mas espero q tenha um bom desfecho ;)
 
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por migluso » 21/10/2011 2:29

moppie85 Escreveu:Os FP's também... aliás, já foi mais que discutido que houve perda real do rendimento da maioria dos FPs na última década (sem contar com regalias, aumento de "ADSE" e contribuição para a CGA/SS).


Refiro-me a perda nominal. Mas não interessa.

Se achas que não respondi à tua pergunta, não te sei responder melhor, apesar de achar que fui mais claro do que tu a responder à minha.

A pergunta não deve ser, na minha opinião, se sou a favor ou contra. Mas sim, se aceito ou não.

A tua decisão parece depender de como fica o vizinho do lado ou do que lhe acontece a ele. Eu prefiro olhar para a minha situação pessoal.

Mas vou tentar ser mais preciso:
- se ganhasse 1200€ ou mais provavelmente aceitaria
- se ganhasse menos, há muito que andava à procura de outro emprego.

Mas depende muito da situação de cada um, como disse na primeira resposta.

Eu sei bem das dificuldades que esta medida trará a muita gente. Nenhuma pessoa de bem deseja o mal dos outros.

Mas se a troika não mandar uma tranche porque nós não cumprimos o acordo, as consequências serão bem piores.

Não condeno este governo por estar a jogar pelo seguro, até porque ninguém sabe os buracos que ainda podem aparecer, bem como se o mundo cai ou não numa nova recessão.

Em 83 também houve redução de salários, creio eu. A gravidade da situação do país não se assemelhava nem de perto nem de longe à que vivemos actualmente.

Sobrevivemos e em 86 estávamos a aderir à CEE.

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por moppie85 » 21/10/2011 1:35

migluso Escreveu:Já tive redução de salário em 2005. E defendo cortes de salários, que me afectam a mim e a mais alguns, para o próximo ano.


Os FP's também... aliás, já foi mais que discutido que houve perda real do rendimento da maioria dos FPs na última década (sem contar com regalias, aumento de "ADSE" e contribuição para a CGA/SS).

Há mais de 3 anos que não troco de carro, da empresa, porque não quero. O meu é de 1998.


Não entendo o que isso tem de mais.
Eu não tenho/tive carro de empresa. O meu carro é de 1999 e nunca troquei de carro (tenho-o há 6 anos).

Não é que isto interesse para alguma coisa, mas não tenhas certezas.

No mundo das empresas, onde a maior parte das pessoas trabalham, não se exige aos clientes que estejam constantemente a pagar mais caro para a empresa poder pagar os salários. Ou se é competitivo, ou a empresa não sobrevive.


As empresas também não vendem por sistema os serviços mais barato do que custam ao cliente (como é o caso da saúde ou da educação). Se o preço que o cliente paga, não chega para pagar os custos, ou a empresa encerra ou o patrão dá falência ou se sobe os custos para o cliente ou despede-se empregados (coisa q concordo que deva acontecer na FP , que, de facto já acontece - com os recibos verdes, o que se faz é ter FP's facilmente dispensáveis ou com regimes especiais (tipo os profs q estão há 8 e mais anos a trabalhar para o estado sem vinculo).

Em relação à questão do médico: primeiro, devíamos lutar para acabar com as obrigatoriedades que existem após o final do curso (porque é que os engenheiros no fim do curso não são obrigados a trabalhar para o Estado e os médicos são?).


Porque a Lei o obriga... os médicos em Portugal não podem exercer Medicina não tutelada a menos que cumpra 2 anos de internato que é obrigatoriamente no público e que cujo salário tabelado.

Se isso não for possível e houver insatisfação, tu próprio deste a resposta, emigra-se.


Exacto. E lá se vai mão-de-obra especializada que custou a formar e que estão em falta no país... mas como diz o outro - quem está mal, muda-se!

Imagina o seguinte:

trabalhas numa empresa que dá prejuízos há 3 anos. Também sabes que agora as linhas de financiamento esgotaram-se. Os bancos ligam a empresa à máquina mas exigem que esta faça algumas mudanças na gestão que passam, entre outras coisas, por reduções salariais.

A pergunta deve ser: Aceitas? Sim ou não?

E não, és a favor ou contra.


Nota que continuaste sem responder à minha pergunta... mas vou responder à tua

Respondo-te (de certa forma já te respondi), se a empresa está mal, querem-me ir ao bolso e não há mesmo outra hipotese, eu procurava novo emprego e mudava-me (que é o q vou fazer). Se achasse que realmente o meu esforço fosse o esforço de TODOS os funcionários e não só do departamento em que eu estou, até era capaz de não gostar nada mas dependia da forma como os outros contribuissem.

Agora pegando no teu cenário, se tivesses nessa mesma empresa a trabalhar no departamento X, e te dissessem que te iam cortar o teu ordenado em 25% porque o teu patrão não sabe gerir a empresa, e os tipos dos outros departamentos Y e Z que pertencem à empresa, se virassem para ti, sacudindo a água do capote, dizendo que a culpa é exclusivamente tua (quando tu não decides nada na empresa), aceitavas ou não?
 
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por migluso » 21/10/2011 0:59

moppie85,

Imagina o seguinte:

trabalhas numa empresa que dá prejuízos há 3 anos. Também sabes que agora as linhas de financiamento esgotaram-se. Os bancos ligam a empresa à máquina mas exigem que esta faça algumas mudanças na gestão que passam, entre outras coisas, por reduções salariais.

A pergunta deve ser: Aceitas? Sim ou não?

E não, és a favor ou contra.
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por MarcoAntonio » 21/10/2011 0:54

migluso Escreveu:Marco,

Não sei donde vem o número da taxa de esforço fiscal, mas o Tiago Caiado Guerreiro mostrou esta noite na tvi24 um gráfico onde mostrava que a taxa de esforço fiscal em Portugal era 40% superior à segunda mais elevada dos países da zona euro, salvo erro.


Não entendo como por exemplo tendo a Grécia um IRS semelhante ao nosso, o mesmo IVA e um IRC superior ao nosso, produzindo pouco mais do que nós em termos per capita, poderá estar muito distante.

Mas enfim, francamente nem me interessa porque em última instância o número não me diz nada e pode resultar de uma série de coisas (logo logo da própria definição de taxa de esforço e como é calculada). Eu faço uma leitura muito mais alargada da realidade nacional e como se compara com o espaço económico em que nos situamos e que obviamente não se vai centrar numa fórmula de cálculo ou numa dada definição.

Em termos de dimensão do Estado, o nosso Estado tem uma dimensão que é similar à de muitos países europeus (com alguns países de referência a nível Europeu a ter um peso estatal em função do PIB ainda maior). E em termos de taxas tb não andamos longe, mesmo depois destas subidas todas dos últimos tempos!



O problema de Portugal é muito mais grave do que esse: Portugal é deficitário e pouco produtivo a uma série de níveis, não é um problema que se limite ao Estado ou ao peso do Estado. Os próprios portugueses em geral - como ainda hoje ou ontem destacava o Bastonário dos Economistas - é corresponsável e ajudou à festa, participando activamente no nosso declínio económico com o seu comportamento e estilo de vida.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por migluso » 21/10/2011 0:39

moppie85 Escreveu:Ou seja, não me respondes... Porque sabes o que em seguida vou por em evidência: é que a empresa é a mesma, os funcionários os mesmos, a produção a mesma e a diferença é ser do Estado ou não... Duvido que defendesses o corte no teu salário... aliás, sei que não, porque senão já tinhas dito que aceitavas.


Já tive redução de salário em 2005. E defendo cortes de salários, que me afectam a mim e a mais alguns, para o próximo ano.

Há mais de 3 anos que não troco de carro, da empresa, porque não quero. O meu é de 1998.

Não é que isto interesse para alguma coisa, mas não tenhas certezas.

No mundo das empresas, onde a maior parte das pessoas trabalham, não se exige aos clientes que estejam constantemente a pagar mais caro para a empresa poder pagar os salários. Ou se é competitivo, ou a empresa não sobrevive.

Em relação à questão do médico: primeiro, devíamos lutar para acabar com as obrigatoriedades que existem após o final do curso (porque é que os engenheiros no fim do curso não são obrigados a trabalhar para o Estado e os médicos são?). Se isso não for possível e houver insatisfação, tu próprio deste a resposta, emigra-se.

Marco,

Não sei donde vem o número da taxa de esforço fiscal, mas o Tiago Caiado Guerreiro mostrou esta noite na tvi24 um gráfico onde mostrava que a taxa de esforço fiscal em Portugal era 40% superior à segunda mais elevada dos países da zona euro, salvo erro.
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por moppie85 » 21/10/2011 0:19

migluso Escreveu:
moppie85 Escreveu:Não respondeste à pergunta.
Eu perguntei-te se a empresa em que tu trabalhas fosse nacionalizada agora, se eras a favor que os cortes que agora são feitos na FP se extendessem ao teu ordenado. Sim ou não?


Não se trata de ser a favor ou contra. Trata-se de uma escolha.

Mas tentando responder à tua pergunta usando esse termo:
- se fosse a favor aceitava.
- se fosse contra recusava e despedia-me.

A escolha dependia:
- da minha situação financeira pessoal (se tinha empréstimos; se tinha outros rendimentos, se tinha filhos na escola, etc...)
- das oportunidades no mercado;
- etc...

Estas situações acontecem em todo o mundo, principalmente quando é a solvabilidade da família, da empresa ou do Estado que está em jogo.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interi ... id=1762821

Se acho justo? Não. Até podia alterar uma ou outra coisa. Mas, grosso modo, concordo com este orçamento porque o considero inevitável.

A situação na economia produtiva é esta:

os portugueses têm uma taxa de esforço fiscal 65% acima da média comunitária

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/servidao-fisca ... z1bM2ghvzC


Andámos os últimos 10 anos a atacar o problema pelo lado dos impostos.
Está na hora de atacar a despesa. E se chegámos ao cúmulo de ter de mexer nos salários, não foi por minha causa. Nunca votei, bem pelo contrário, sempre ataquei quem conduziu a nossa economia por este caminho sem outra saída.


Migluso,
Como poderás ver pelo histórico do fórum, eu também não defendi o rumo que isto seguia. Não votaste mas tiveste direito a votar (embora tb entenda bem quem não vota).


Coloquei a questão dessa forma e já sabia que não serias capaz de responder. Estou a por um cenário bem concreto: a tua vida, tal como está, o país tal como está. A empresa que trabalhas, com o rendimento que tem e os negócios que tem, é nacionalizada. Defendias os cortes no teu salário ou não? Não te perguntei que opções é que tomavas depois. Perguntei se defendias ou não.

Dizes "- se fosse a favor aceitava.
- se fosse contra recusava e despedia-me."

Ou seja, não me respondes... Porque sabes o que em seguida vou por em evidência: é que a empresa é a mesma, os funcionários os mesmos, a produção a mesma e a diferença é ser do Estado ou não... Duvido que defendesses o corte no teu salário... aliás, sei que não, porque senão já tinhas dito que aceitavas. É uma situação MUITO injusta basear apenas no "trabalhas para o Estado" ou não como critério para cortes. Tu podes até estar a trabalhar para uma empresa do estado altamente lucrativa e justificares plenamente o teu salário e levas um corte do caraças por culpa dos GOVERNANTES deste país, que, de certeza, não foram colocados SÓ pelos Funicionários Públicos.

Mais, acrescento-te mais um desafio:

És médico, i.e. se quiseres trabalhar, és obrigado a trabalhar no público, porque a Lei não deixa trabalhar no privado até completares 2 anos com aproveitamento no público e, se quiseres ter uma especialidade (que hoje em dia é "obrigatório") tens de trabalhar para o público OBRIGATORIAMENTE pelo menos 5 anos (as especialidades mais curtas).

E agora? Como reagirias? Não te podes despedir e ir à procura no privado... Tens a outra opção (que aliás é a que vou tomar se tudo correr bem) - emigras.
 
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por migluso » 21/10/2011 0:17

silvaxico Escreveu:
migluso Escreveu:Andámos os últimos 10 anos a atacar o problema pelo lado dos impostos.
Está na hora de atacar a despesa.


Mas esta medida é alguma coisa pelo lado da despesa? Isto é um imposto aplicado apenas a funcionários públicos... dizer que isto não é uma medida do lado da receita é brincar com as palavras.


Eu é que brinco com as palavras?!?

Eu já tinha escrito um post a alertar para esta lógica distorcida que vou ouvindo por aí quando se utiliza este argumento.

Desde o presidente da república passando por alguns economistas.

Num link que deixei atrás, a empresa RodoCargo acordou com os trabalhadores uma redução dos salários.

Onde é que isto será visível na demonstração de resultados da empresa? Na conta 71-Vendas?!?!? Claro que não.

Porque razão no Estado a contabilidade funciona ao contrário?
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