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Caldeirão da Bolsa

1º de Maio / Pingo Doce

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MatildeSerrano » 6/5/2012 17:06

23 páginas a falar sobre um assunto como este ? lol
 
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por migluso » 6/5/2012 16:48

migluso Escreveu:Por isso, espero que a moda pegue...


Mas o Estado parece que não quer que pegue... Esse guardião do bem-estar dos portugueses...
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por migluso » 6/5/2012 16:45

AutoMech Escreveu:Epá Migluso, quanto mais as vendas tiverem aumentado, mais terá sido a perda IMEDIATA do estado. E sim, tiveram margem negativa. Voltamos ao principio da discussão de ontem ? Please... Lê os meus posts e do Marco. :wink:


Falando somente do IVA, porque se juntarmos todos os outros, a coisa complica-se ainda mais.

Por parte do PD sim, o Estado ficará prejudicado, no caso da margem ter sido negativa ou então ter sido tão reduzida que o aumento das vendas não compensou a redução da margem. Mas ainda assim não sei. O PD que divulgue o IVA apurado este mês e o compare com o anterior e o homólogo.

Mas, e o resto de toda a cadeia de valor?

Será que o aumento do IVA que todos os produtores, de todos os níveis da cadeira de valor, terão que entregar ao Estado não dará para compensar o IVA que o PD eventualmente tenha a recuperar?

Ou alguém pensa que os produtores, num modo geral, também perderam dinheiro? Se é que se pode afirmar que o PD perdeu... Pelo contrário, a generalidade dos produtores que abastecem o PD tiveram um mês em cheio.

Se alguém pensar que a GRANDE maioria dos produtores ficou chateada, creio que não faz a mínima ideia do que está a falar. Simplesmente, não sabe o que é o mercado. E aqui não estou a referir o mercado como uma abstracção, mas sim como a realidade onde os negócios são feitos.

AutoMech Escreveu:Sim, desde que não os 'apertem' para colaborar na promoção ao ponto de terem prejuízo. Espero que não.

Agora pergunto eu: e o impacto nas importações ? Qual é a tua opinião ? :wink:


Se há contratos, há que fazê-los cumprir. Se não há, compete a cada produtor julgar por si o grau de aperto que aguenta ou a que se quer sujeitar. A isso, chama-se negociar. Assim se ganham e perdem negócios.
E em negócios alheios eu não me meto. O Estado, pelo contrário, mete-se em tudo, e prejudica o bem estar geral. Beneficia alguns, que nós sabemos quem são.

O impacto nas importações poderá ser negativo no imediato e diluir-se no tempo. Ou talvez não, depende do padrão do consumo, se foi de antecipação e substituição de consumo futuro ou se foi um incremento, etc... Depende de muitas coisas.

Uma coisa é certa, o impacto nos produtores, no curto prazo, foi positivo.

Façam-se mais campanhas do género e o impacto na economia será positivo.
Estimula a produção que vai de encontro às preferências dos consumidores.

Mas a minha pergunta sobre se provocou, num modo geral, um aumento do endividamento ou da poupança das famílias é que verdadeiramente importa.

E eu não tenho dúvidas que foi a segunda.
Por isso, espero que a moda pegue...
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por MarcoAntonio » 6/5/2012 16:41

richardj Escreveu:acabei de ver um anuncio do continente a dar descontos de 75% em alguns produtos. Não sei porque é que a asae não vai a correr verificar se é dumping ou não. E ainda tem a lata de falar...


A ASAE já actuou no caso do Continente. Antes da polémica com o Pingo Doce já tinha ocorrido uma com o Continente, nomeadamente com a promoção sobre o Leite há uns meses atrás.

Note-se ainda que os 50+25 de desconto em cartão, na prática correspondem a menos de 50% na generalidade dos casos (as duas promoções não são directamente comparáveis conforme já foi aqui escalpelizado em pelo menos dois tópicos).

E seja como for, na minha opinião não era de actuar nem num caso nem no outro...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por richardj » 6/5/2012 16:30

se é em um ou alguns produtos não interessa, o PD também foi acusado de fazer dumping não foi no geral foi em dois produtos.

e também não interessa quantas vezes tens de ir ao continente, interessa é se estão a vender a baixo do custo ou não.
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por artista_ » 6/5/2012 14:52

richardj Escreveu:acabei de ver um anuncio do continente a dar descontos de 75% em alguns produtos. Não sei porque é que a asae não vai a correr verificar se é dumping ou não. E ainda tem a lata de falar...


Outra vez?! :roll:

Isso já foi aqui debatido, as campanhas do Continente são muito diferentes. Os 75% de desconto são apenas num número pequeno de produtos que eles selecionam, são descontos em cartão (o que quer dizer que as pessoas pagam o que os produtos custam e depois têm de voltar o valor do desconto em artigos que já não têm desconto), e os 75% ainda obrigam a pelo menos duas idas ao Continente, uma vez que 50% poderão ser usados em Maio e os outros 25% em Junho (mais coisa menos coisa)....

Na prática o Continente está a livrar-se de alguns "monos" e a garantir mais clientes... o Continente costuma fazer este tipo de promoções e nunca os vi muito cheios, só no Natal quando fazem com os brinquedos é que aquilo está um bocado confuso nessa secção, mas nada que se compare com isto do PD! :)
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por richardj » 6/5/2012 14:02

acabei de ver um anuncio do continente a dar descontos de 75% em alguns produtos. Não sei porque é que a asae não vai a correr verificar se é dumping ou não. E ainda tem a lata de falar...
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por Opcard » 6/5/2012 12:25

AutoMech foi um prazer cá vai mais e melhor , è para esquecer o Proença ...

"Rumores indicam que as promoções do Pingo Doce não ficarão por aqui. Os supermercados rivais ameaçam reagir à altura. A 2 de Maio, o Ikea aplicou o desconto de 50% em 300 artigos.

A Ryanair inspira-se na campanha da Jerónimo Martins para publicitar os seus saldos permanentes. E até os preços dos combustíveis exibem vestígios de queda (infelizmente, em percentagem bastante inferior). Onde é que isto vai parar?

Um dos raros prazeres inerentes às crises é a possibilidade de nos queixarmos com razão de que a vida está pela hora da morte. Se a moda pega e os preços desatam a cair proporcionalmente à subida dos impostos, as queixas perdem fundamento e graça.

Claro que podemos imitar os sindicatos, os produtores, os fornecedores, os fabulosos técnicos da ASAE e a excelentíssima ministra da Agricultura e queixarmo-nos dos preços baixos, ou dumping em jargão socialista.

Mas, não sei porquê, não soa tão bem. Se, por exemplo, desembolsar dez ou quinze euros por um bilhete de avião representa uma humilhação do consumidor, à semelhança do que se disse a propósito dos saldos do Pingo Doce, julgo que, de modo geral,
o consumidor incauto prefere ser simbolicamente humilhado por capitalistas gananciosos a ser materialmente roubado por um Estado paternal.

Em simultâneo, outro aborrecimento ligado à potencial epidemia das rebaixas é o condicionamento de escolhas do consumidor esclarecido, aquele que não foi na estratégia do sr. Soares dos Santos e nunca irá em manobras de marketing destinadas à ralé.

Não vi uma única arenga contra a campanha do Pingo Doce que não terminasse com a promessa do autor de que não voltaria a pôr lá os pés.

A acreditar na promessa (e a acreditar que tais sujeitos costumavam frequentar uma cadeia dirigida às massas brutas), o consumidor esclarecido arrisca, em nome da coerência, interditar a própria entrada numa excessiva quantidade de estabelecimentos. No exemplo das viagens aéreas, será por enquanto livre de pagar na TAP dez vezes o que pagaria na Ryanair. Nos bens essenciais, porém, a coisa começa a restringir-se perigosamente às lojas gourmet e ao comércio tradicional, doravante os refúgios dos que não se deixam enganar e estão dispostos a pagar caro por isso."

por ALBERTO GONÇALVES



AutoMech Escreveu:UL, um texto extraordinariamente lúcido. Obrigado por teres deixado.
 
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por mcarvalho » 6/5/2012 12:13

Nova Campanha :lol:
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por Automech » 6/5/2012 12:04

UL, um texto extraordinariamente lúcido. Obrigado por teres deixado.
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por Opcard » 6/5/2012 10:32

"Para a esquerda, o povo só vale a pena quando está do lado "certo". No lado "errado", o povo é um caso perdido e, conforme alguns comunistas de facções diversas não se eximiram de confessar no 1.º de Maio, assaz repugnante.

O povo que interessa, aquele que mais ordena e não sei quê, deveria ter passado o Dia do Trabalhador nas manifestações da CGTP, a vociferar contra a troika e a austeridade. E a rapaziada próxima do Bloco também acharia óptimo que o povo convocasse uns protestos alternativos via Facebook e dedicasse a data a espatifar propriedade pública e privada, a provocar cargas da PSP e a engendrar meia dúzia de mártires. "

Para azar da esquerda, as massas, proverbialmente indiferentes à consciência de classe, escolheram passar o feriado no Pingo Doce, a aproveitar o desconto de 50% em todos os produtos. A coisa foi um fenómeno, e consola notar que a célebre "agitação social", sempre prometida e até ver sempre adiada no que respeita à evidente falta de dinheiro, irrompeu justamente por causa da alegada dificuldade em gastá-lo.

Embora os saldos do sr. Soares dos Santos originassem dezenas de distúrbios dignos de intervenção policial, nenhum envolvia as políticas, inevitáveis ou grotescas, do Governo: ao que consta, os populares só se irritaram entre si e na disputa de produtos alimentares ou lugares de estacionamento nas imediações das lojas em questão. O povo é sereno enquanto o povo restante não lhe usurpa o arroz, as fraldas ou o vinho a metade do preço. Tem a sua graça.

Porém, nada diverte tanto quanto observar a reacção dos despeitados a um alvoroço que, sendo talvez um bocadinho exagerado, é no fundo compreensível (mesmo um leigo em aritmética suspeita que poupar 50% é imenso).

Ler os blogues comunistas, ortodoxos ou folclóricos, é revisitar pela enésima ocasião o nojo dos iluminados perante o cidadão comum, o qual ignora os deveres que os iluminados teimam em prescrever-lhe. De ignorante a zombie, o cidadão comum viu-se insultado de tudo, apenas porque prefere torrar o salário em bens de primeira ou segunda necessidade em lugar de aplicá-lo em quotas sindicais e cocktails molotov.

Apesar do apego à santidade da data, a esquerda não gosta de trabalhadores reais: gosta de moços de recados, que em democracia derrubariam as prateleiras cheias dos supermercados e num regime perfeito percorreriam ordeiramente as prateleiras vazias, de senha de racionamento na mão. A apatia de que a esquerda acusa o povo é, precisamente, o que a esquerda acha faltar-lhe. E a mítica "luta" pela liberdade é, sem surpresas, a luta contra a liberdade alheia, dilema irresolúvel que Marx legou aos herdeiros.

Por regra, os herdeiros disfarçam o paradoxo sob o verniz retórico. Mas, às vezes, basta uma insignificância como a acção promocional de uma empresa para que a esquerda confesse o absurdo que a move. Coisa de maluquinhos? Parece. Por isso convém dar-lhes um desconto.

por ALBERTO GONÇALVES
 
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por Automech » 6/5/2012 2:55

Greeneon, aquilo que tu estimaste de prejuizo já está mais do que estimado neste tópico umas quantas páginas mais atrás. E ninguém estimou 11 milhões de vendas (só um alienado é que faria isso, uma vez que a simples média de vendas diária da JM é de 8M).

Aliás, não é preciso ser nenhum especialista da distribuição para chegar a esses números. Basta olhar para os relatórios da JM, juntar informações soltas que saíram nas notícias e adicionar uma pequena dose de bom senso.
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por richardj » 6/5/2012 0:59

greeneon Escreveu:Boas, adoro as discussões de analise técnica e outras teorias. Mas desculpem lá de distribuição ainda só agora começaram a perceber...
Falaram de muita coisa mas e os cash em Portugal são a terceira força de vendas seguidos depois pelo Intermarche depois o lidl, seguindo o jumbo,minipreço e por fim elclerc.

coitadinhas das mercearias...pois sabem que existem "mercieiros" que chegam a facturar milhões e nem franchisados são?

Sabiam que o pingo doce subiu o cardex(preços) em 8 pontos no ultimo mês...

Estimam ter facturado 11 milhões..lol cada loja de 1000 metros pingo doce tem de stock entre 250 a 350 mil euros.

Eles tem 300 salvo erro..devem ter ficado sem cerca de 80% do stock façam as contas.

Eu estimo um prejuízo de 15 a 20 milhões da margem mix lojas, agora o continente esse ehhh vai ter mais.
Esta campanha só provou uma coisa...quem pode pode, quem não pode sai de cima...

E a JM neste momento pode..e o continente com a treta de querer andar aí na concorrência com o recheio e as merçearias deles(amanhecer) já percebeu que vai apanhar.
Por isso e outras coisas que se vão passar na distriubuição este ano, como o famoso limite dos 1000 milhões de euros que é a batuta para uma operação de distribuição ser rentável num pais não estar a ser atingida pelo Jumbo,eleclerc e mínipreço vai fazer disto interessante de analisar.

Desculpem se ofendi alguém com a minha primeira frase, não será a minha intenção.


podias explicar melhor a parte dos 1000 milhões. estás a falar do que?

é obvio que o momento foi escolhido, a JMT sabe que o continente neste momento está com mais dificuldade em conseguir responder.

na verdade está a começar a perder em toda a linha, esta coisa de pagar a 10 dias a fornecedores, mesmo a preços mais baixos ainda vai fazer moça nos fornecedores do continente. + os cliente...e este ano a JMT vai entrar na colombia, o que só mostra que portugal cada vez pesa menos...
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por greeneon » 6/5/2012 0:50

Boas, adoro as discussões de analise técnica e outras teorias. Mas desculpem lá de distribuição ainda só agora começaram a perceber...
Falaram de muita coisa mas e os cash em Portugal são a terceira força de vendas seguidos depois pelo Intermarche depois o lidl, seguindo o jumbo,minipreço e por fim elclerc.

coitadinhas das mercearias...pois sabem que existem "mercieiros" que chegam a facturar milhões e nem franchisados são?

Sabiam que o pingo doce subiu o cardex(preços) em 8 pontos no ultimo mês...

Estimam ter facturado 11 milhões..lol cada loja de 1000 metros pingo doce tem de stock entre 250 a 350 mil euros.

Eles tem 300 salvo erro..devem ter ficado sem cerca de 80% do stock façam as contas.

Eu estimo um prejuízo de 15 a 20 milhões da margem mix lojas, agora o continente esse ehhh vai ter mais.
Esta campanha só provou uma coisa...quem pode pode, quem não pode sai de cima...

E a JM neste momento pode..e o continente com a treta de querer andar aí na concorrência com o recheio e as merçearias deles(amanhecer) já percebeu que vai apanhar.
Por isso e outras coisas que se vão passar na distriubuição este ano, como o famoso limite dos 1000 milhões de euros que é a batuta para uma operação de distribuição ser rentável num pais não estar a ser atingida pelo Jumbo,eleclerc e mínipreço vai fazer disto interessante de analisar.

Desculpem se ofendi alguém com a minha primeira frase, não será a minha intenção.
 
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por alexandre7ias » 6/5/2012 0:48

Louça desafia Pingo Doce a fazer descontos nos produtos onde tem mais lucros
O líder do Bloco de Esquerda quer que a empresa faça descontos de 50% nos produtos em que tem lucros de 75% e 80%

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louça, desafiou hoje o presidente da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, a fazer descontos de 50% nos produtos em que o Pingo Doce "tem margens de lucro de 80 e 75%".

"Quero deixar um desafio ao senhor Soares dos Santos: se ele quer ser levado a sério pelas pessoas que sabem quanto lhes custa pagar aquilo que é essencial para a alimentação dos seus filhos e dos seus, pois então que faça um desconto de 50% em todos aqueles produtos em que já sabemos que ele tem margens de lucro de 80 ou de 75%", disse no final de uma reunião da Mesa Nacional do partido.

O líder bloquista defendeu que é preciso acabar com "margens de 75 e 80%" que permitiram "fazer demagogia com promoções por um dia": "Nesses bens, onde a margem é tão grande, então ele que faça 365 dias por ano esse desconto de 50% com o qual está tão confortável para pessoas que vivem com tantas dificuldades".

Louçã revelou depois que, na sequência desta campanha do Pingo Doce, o BE vai reapresentar na Assembleia da República uma proposta para "fixar margens, regras e contratos entre os distribuidores e produtores e para proteger produtos essenciais". "Tem de deixar de existir esta ditadura da grande distribuição", defendeu.

"Deve haver contratos escritos entre os produtores e distribuidores, esses contratos devem ter prazos, margens, cláusulas definidas, devem ser públicos, porque não pode ser um contrato onde a distribuidora ganha e os produtores obedecem, em que uns ganham e outros não recebem", advogou.

O deputado e fundador do BE disse ainda que estes contratos devem ser "escritos, públicos, verificáveis" para proteger "a produção e garantir ao consumidor o melhor acesso possível aos produtos da melhor qualidade, aos preços mais justos e mais sérios para todos".
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por richardj » 5/5/2012 19:25

documento da APED sobre " A evolução da concentração da
indústria e da distribuição em
Portuga".

só é pena ser de 2009

http://www.aped.pt/Media/content/184_1_G.pdf
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por Quico » 5/5/2012 19:21

Tridion Escreveu:Diria mesmo que é um dos sectores onde existe mais concorrência...e curiosamente onde o Estado exerce menos influência, mas a Cristas já está a tratar disso.

:roll:


Sim! Essa furiosa "liberal"! :roll:
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por richardj » 5/5/2012 19:19

MarcoAntonio Escreveu:Existe alguma concentração no sector (e penso que é nestes termos que a situação tem sido colocada) mas não se pode falar sequer de duopólio na minha opinião quanto mais de monopólio.

Existem alguns operadores para além do grupo Sonae e da Jerónimo Martins com expressão no mercado, nomeadamente:

Lidl
Jumbo/auchan
Intermarché

e depois mais uma série deles mais pequenos.


O nível de concorrência é incomparavelmente maior ao que ocorre por exemplo noutros sectores como nas Energias (ou até mesmo nas Estradas onde a Brisa sozinha detinha até há bem pouco tempo mais do que todos os outros operadores juntos e ainda hoje tem perto de metade da quota de mercado).

Mais ainda, se o Jumbo e Intermarché já cá estão há muitos anos, o Lidl é de entrada bem mais recente e registou um crescimento assinalável nos últimos anos, inclusivamente a "meter-se na guerra" entre a JMT e a Sonae e digo isto simplesmente para dizer e ilustrar que não é propriamente um sector que esteja cerrado à entrada de novos operadores e/ou particularmente problemático onde duas empresas mandem no sector.


e não te esqueças do mini-preço. Pode actuar no comercio local, com lojas pequenas, mas factura mais de 700 Milhões por ano eh eh... são +- 5% do mercado
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por richardj » 5/5/2012 19:17

quanto muito, o mini preço tem monopólio do pequeno comercio de retalho, mas como está tão espalhado, não tem efeito.

existem 2 players grandes, 4 médios, e milhares de pequenos que podem-se aguentar porque fornecem muitas zonas com pouca gente, tipo interior. e ainda são uns 20-25% do mercado
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por Tridion » 5/5/2012 18:30

Diria mesmo que é um dos sectores onde existe mais concorrência...e curiosamente onde o Estado exerce menos influência, mas a Cristas já está a tratar disso.

:roll:
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por MarcoAntonio » 5/5/2012 18:18

Existe alguma concentração no sector (e penso que é nestes termos que a situação tem sido colocada) mas não se pode falar sequer de duopólio na minha opinião quanto mais de monopólio.

Existem alguns operadores para além do grupo Sonae e da Jerónimo Martins com expressão no mercado, nomeadamente:

Lidl
Jumbo/auchan
Intermarché

e depois mais uma série deles mais pequenos.


O nível de concorrência é incomparavelmente maior ao que ocorre por exemplo noutros sectores como nas Energias (ou até mesmo nas Estradas onde a Brisa sozinha detinha até há bem pouco tempo mais do que todos os outros operadores juntos e ainda hoje tem perto de metade da quota de mercado).

Mais ainda, se o Jumbo e Intermarché já cá estão há muitos anos, o Lidl é de entrada bem mais recente e registou um crescimento assinalável nos últimos anos, inclusivamente a "meter-se na guerra" entre a JMT e a Sonae e digo isto simplesmente para dizer e ilustrar que não é propriamente um sector que esteja cerrado à entrada de novos operadores e/ou particularmente problemático onde duas empresas mandem no sector.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MiamiBlue » 5/5/2012 16:23

Joca601 Escreveu:Conheço alguns fornecedores de grandes superficies, e devo dizer que aqueles que conheço estão todos bem e em crescimento... é um equivoco dizer que os fornecedores perdem dinheiro vendendo para grandes superficies.


Joca601,

As grandes superfícies fizeram imenso pela economia portuguesa, em especial, ajudaram a manter a níveis de inflação aceitáveis à 2 décadas atrás.

E ajudaram centenas de pequenos produtores, que sem o conhecimento e ajuda financeira não teriam oportunidade de ser o que são atualmente.

Contudo, e como sempre, em Portugal somos um país de extremos. Passamos do 8 para o 80 em pouco tempo.

E eu pessoalmente, e julgo que a TROIKA também falou neste assunto, existe um monopólio do setor que condiciona os preços. E não estou a falar destas promoções, que para mim, são irrelevantes.
 
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por db7 » 5/5/2012 13:51

Para que tanto alarido por causa deste tema?
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por richardj » 5/5/2012 13:32

eh toda gente conhece e percebe o negocio, se a grande superfície te compra 90 ou 95% de tudo o que produzes, não é bem um negocio que geres, não existe quase risco nenhum inerente. obviamente, pelas quantidades e baixo risco as tuas margens serão menores.
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por Joca601 » 5/5/2012 11:08

Conheço alguns fornecedores de grandes superficies, e devo dizer que aqueles que conheço estão todos bem e em crescimento... é um equivoco dizer que os fornecedores perdem dinheiro vendendo para grandes superficies.

Como em tudo, vender para as grandes superficies tem vantagens e desvantagens:

Vantagens: praticamente não há risco de crédito mal parado, o que dá bastante segurança ao fornecedor. Garantia de escoamento dos produtos de acordo com o contrato.

Desvantagens: a participação dos fornecedores em campanhas promocionais que fazem variar a margem final. por hipotese: uma margem que inicialmente pode ser de 20% pode terminar em 10%. De qualquer forma o fornecedor sabe antecipadamente as regras e não tem dúvidas que garante sempre a sua margem positiva.
O grau de exigência é muito elevado no fornecimento dos produtos, que passa pelo rigoroso prazo de entrega, ao rigoroso acondicionamento dos produtos e exigências no cumprimento das normas legais quer sejam de ordem alimentar ou outras.
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