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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por migluso » 22/10/2011 1:17

MarcoAntonio Escreveu:É bem possível que a medida do corte dos subsídios de natal e férias seja estrutural e não esteja a ser assumido. Se a intenção é definitivamente cortar com os subsídios e acabar-se com a modalidade de pagamento em 14 vencimentos, então isso é uma medida estrutural.


Estrutural será também reduzir de forma permanente, trazendo para níveis mais próximos da média europeia, o peso das despesas com pessoal na despesa total do Estado.

Seria muito bom que em 2014 os subsídios pudessem ser repostos e distribuídos pelos 12 meses, e que isso não implicasse voltar a fugir da média europeia no que concerne às despesas com pessoal.

Seria sinal que o país estaria a crescer ou então que há um número inferior de funcionários públicos (alguns reformam-se, alguns arranjam melhor no privado, alguns contratos a prazo terminam, etc...).
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por MarcoAntonio » 22/10/2011 1:09

Mais, o memorandum da troika é essencialmente um documento com medidas estruturais. E com prazos estabelecidos (a generalidade deles por trimestre)!

Entretanto, as medidas que lá estavam vão sendo deixadas cair para serem substituídas por outras que "dão mais jeito" ao bom estilo tuga de manter tudo sempre o mais igual possível.


Mas pelos vistos cá dentro a história de que as medidas estruturais demoram muito tempo a implementar cola bem...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 22/10/2011 1:05

Reforma estrutural é tudo o que venha para ficar e não sejam meramente medidas para compensar a conjuntura do momento.

É bem possível que a medida do corte dos subsídios de natal e férias seja estrutural e não esteja a ser assumido. Se a intenção é definitivamente cortar com os subsídios e acabar-se com a modalidade de pagamento em 14 vencimentos, então isso é uma medida estrutural.
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por migluso » 22/10/2011 1:00

MarcoAntonio Escreveu:
migluso Escreveu:Marco,

As reformas estruturais, pró crescimento, não se fazem em 4 meses.


Mas quem falou em reformas pró crescimento?

Eu não fui...

Reformas estruturais não existem só as pró crescimento.


Ok.

O FIM das reformas estruturais é o crescimento económico sustentável.

EDIT: Corrigir erro ortográfico
Editado pela última vez por migluso em 22/10/2011 16:48, num total de 1 vez.
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por LFA1 » 22/10/2011 0:57

As três grandes falácias utilizadas para justificar o corte dos subsídios dos FPs:

1º Os FPs ganham, em média, mais 10 a 15% do que os trabalhadores do sector privado.

Quem primeiro utilizou este argumento foi o PPP. Para tal ter-se-á baseado num estudo do Banco de Portugal datado de 2005.
Ora, já aí se demonstrava que só os FPs com menores habilitações ganhavam mais do que os trabalhadores do sector privado (precisamente aqueles que não são afectados – e bem, atentos os seus reduzidos rendimentos – por esta medida) porque aqueles com maiores habilitações (grande parte daqueles que agora vêem os subsídios de férias e de natal cortados por inteiro)já nessa altura ganhavam menos. Ora, desde 2005 para cá, como explicitei acima, os FPs, viram os seus salários reduzidos em mais de 30 %, alguns (aqueles de maiores rendimentos) mesmo mais de 40%. Portanto este argumento não faz sentido.

2º A maior segurança no emprego.

a) Ora, se fosse esta a justificação, então não faria sentido estender esta medida ao sector público empresarial do estado porque estes também estão sujeitos a serem despedidos. Aliás, esses despedimentos já estão anunciados no sector das empresas de transportes.
b)Depois, quantos FPs não trabalham para o Estado sem qualquer vínculo definitivo, sem sequer direito a subsídio de desemprego, apesar de trabalharem há vários anos nessa situação (veja-se a título meramente exemplificativo os professores que em sucessivos anos são colocados nas escolas mas não conseguem aceder ao quadro definitivo)?
c) O Estado também pode negociar com os FPs a sua saída, através das rescisões amigáveis. Aliás, o próprio Ministro das Finanças disse que apenas não o faria porque nesta altura isso em nada iria reduzir a despesa (aquilo que poupava nos salários teria de gastar nas respectivas indemnizações).
d) Todos concordarão que ainda que se entendesse esta acrescida segurança no trabalho como um acréscimo de valor relativamente aos trabalhadores do sector privado, que tal teria de ser contabilizado. Ou seja, poder-se-ia pensar que tal segurança acrescida no posto de trabalho poderia “valer” mais 5%, 10%, eventualmente 15% ou 20%? (ainda assim, tendo em conta a redução do salário de 30% a 40% sofrida pelos FPs com as medidas implantadas desde 2005, sempre os trabalhadores do sector privado estariam em vantagem). Mas, assim sendo, então ter-se-ia de chamar a contribuir todos os trabalhadores do sector privado que ganhassem, pelo menos, mais 15% ou 20% do que 485 euros (pagamento esse que aumentaria de forma progressiva como os do sector público). O que não cabe na cabeça de ninguém é que por exemplo o CEO da EDP António Mexia, que ganhou 1,9 milhões de euros num ano (em 2009), veja os seus subsídios de férias e de natal intactos, ao passo que um desgraçado que ganhe 1000 euros já vê esses subsídios cortados na íntegra (é que se me pagarem uns milhões de euros por ano eu mando já às malvas a segurança no emprego)!

3º A redução tem de ser feita pelo lado da despesa e não da receita.

a) Do que se trata aqui é de cortar subsídios. A ablação de salários sem a existência de qualquer contrapartida, não é uma taxa (pois esta pressupõe o pagamento devido pela utilização de um serviço ou benefício), não é uma doação (que pressupõe um acordo entre doador e donatário), não é uma punição disciplinar (porque não se violou qualquer dever) apenas tem um nome: é um imposto (uma prestação pecuniária imposta unilateralmente, sem carácter de sanção, devida ao estado para satisfação de interesses públicos).
Ora, assim sendo, se se chamassem os trabalhadores do sector privado a contribuir para este esforço de consolidação orçamental estar-se-ia na mesma a criar um imposto, mas agora respeitando o princípio da igualdade (princípio este estruturante da nossa constituição fiscal que exige que os sacrifícios inerentes à satisfação de necessidades públicas sejam equitativamente distribuídos por todos os cidadãos. Ou seja, todos os cidadãos deverão contribuir de igual forma para os encargos públicos à medida da sua capacidade contributiva).
b) Não é esta despesa que interessa cortar, pois o peso dos salários do FPs no PIB tem vindo a diminuir nos últimos dez anos e não me parece que se enquadre numa "gordura" do Estado o salário do desgraçado que recebe 500 euros. A despesa que interessa cortar é aquela das gorduras do Estado, ou seja, dos institutos e organismos que para nada servem; da extinção, remodelação ou privatização das empresas públicas com défice crónico; das pensões milionárias de alguns políticos atribuídas ao fim de oito anos; as resultantes duma má organização administrativa; aquelas decorrentes duma ausência de renegociação de PPP absolutamente ruinosas para o Estado, etc, etc
c) Esta é uma medida conjuntural e não estrutural, pelo que aquando da reposição dos subsídios tudo fica na mesma, não se resolveu qualquer problema.
 
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por MarcoAntonio » 22/10/2011 0:53

migluso Escreveu:Marco,

As reformas estruturais, pró crescimento, não se fazem em 4 meses.


Mas quem falou em reformas pró crescimento?

Eu não fui...

Reformas estruturais não existem só as pró crescimento.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por migluso » 22/10/2011 0:49

moppie85 Escreveu:A crise é bem mais grave do que a de 83... e a divida extende-se até 2039... :X

Bom descanso!


Sim, é muito mais grave. Desta vez pedimos 100 vezes mais dinheiro emprestado, disse-o o Miguel Beleza.

Só uma curiosidade: a Irlanda, ainda antes do acordo com a troika, e mesmo sabendo que crise das contas públicas foi devido a uma bolha de crédito bancário (o que ainda agrava mais o que vou dizer a seguir e seria o suficiente para uma nova revolução em Portugal), despediu 25 mil funcionários públicos. Os salários desceram 10 ou 15%.

Isso em Portugal representaria quanto? 50 ou 60 mil funcionários públicos despedidos?

Os números exactos e a proporção não serão estes, mas deve ser algo como o BPN fazer subir a nossa dívida pública em 5% e a crise bancária na Irlanda fazer subir a dívida pública deles em 50%.

E com isto não estou a defender o BPN ou os banqueiros irlandeses. Os responsáveis deviam estar na cadeia ou no mínimo serem julgados, os accionistas e credores delapidados do seu capital e os depositantes protegidos.

Mas quando a crise em Portugal é de contas públicas, e depois de 10 anos a aumentar impostos e a despesa aumentar sempre mais, julgo ser prudente mudar de estratégia. É que o abismo está mesmo ao virar da esquina.

Marco,

As reformas estruturais, pró crescimento, não se fazem em 4 meses.

Há uma que se faz. Pôr os pagamentos em dia aos fornecedores correntes. Infelizmente, não creio que esteja a ser feito.

Mas os bancos pressionam para que o Estado lhes pague as dívidas para eles terem capacidade para financiar a economia.

Acho que seria mais benéfico se pagasse aos primeiros. Aos segundos servirá sobretudo para melhorar os seus rácios de capital e não para injectar o dinheiro na economia.

Eu imagino a dificuldade que deve ser discutir com o Carvalho da Silva e outros que tais, no sentido de uma maior liberalização do nosso mercado de trabalho.

Eu imagino as forças de bloqueio que se ergueram contra a fusão das empresas de transportes que se fala. Nem sequer um processo desta envergadura se consegue delinear em 4 meses.

Eu imagino as forças de bloqueio na justiça. Bastou falar em pôr um limite ao número de testemunhas, e vê o alarido que causou.

Renegociar as PPP exige bom aconselhamento jurídico e isso demora tempo. Falou-se em repensar o TGV, o que acho inconcebível, mas penso que foi só para entreter os espanhóis.

Fala-se em fundir apenas freguesias. Extinguiram-se os governos civis. Acho pouco.

Faltou também, pelo menos não tenho conhecimento, de que tenham apostado em reduzir os consumos intermédios.

Devíamos privatizar a RTP, a TAP, e outras centenas de empresas públicas. Para além da receita, deixariam de ser um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes.

Vamos ao menos dar algum tempo. Fazer mal pode acabar por sair mais caro.

Agora, é preciso fazer e mudar muitas coisas. Resta-me acreditar que a reforma estrutural de fundo e transversal a todos os sectores da sociedade que o nosso país necessita está a ser pensada, discutida e que irá ser posta em curso (espero que no final de 2013 o fundamental esteja concretizado) antes que seja tarde demais.

Como diz o outro, é preciso bater o punho às forças de bloqueio, venham elas da banca, das grandes empresas monopolistas ou quase, do lobby da construção, das ordens ou dos sindicatos.
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por mcarvalho » 22/10/2011 0:35

Mira Amaral: "Função Pública tem de lembrar-se que tem um patrão falido"


Mira Amaral chamou ao Orçamento do Estado um documento de "emergência" e mostrou-se discordante das palavras de Cavaco Silva, de que "há limites para os sacrifícios", sublinhando que "todos os órgãos de soberania têm de remar no mesmo sentido".

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=513965
 
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por moppie85 » 22/10/2011 0:18

Bom... _Eu nem era para responder, porque pelo teu comentário das duas uma: ou não leste nada do que escrevi até agora ou então és iletrado - ou seja lês mas não lês.

moppie85 Escreveu:Se o Estado necessita de mim qual é a grande vantagem de não ser despedido?!

paulop2009 Escreveu:E se tu achas que a tua vida era melhor, mais feliz, e ganhavas mais no privado, estás à espera de quê para mudar?


O exemplo que dei foi um exemplo de um trabalhador que é necessário ao Estado. Se o Estado tem realmente a necessidade desse funcionário, qual é a vantagem para este de não ser despedido?
É que para mim não é uma vantagem. Se eu trabalhar no privado e a empresa necessitar do meu serviço, qual é a vantagem de não se poder ser despedido?!

Para juntar a isto, isso do não poder ser despedido é uma treta. Ainda hoje no telejornal estavam a falar de 200 enfermeiros que trabalhavam para o ESTADO que iam para o desemprego. Assim como há enfermeiros, há professores e outros a quem lhes é oferecido contratos da treta e são renovados e renovados e renovados indefinidamente... Onde é que está a "segurança no emprego" que tu tanto falas?! Há quanto tempo é que não entram professores no quadro, embora havendo escolas com necessidades de horário completo? (e nem vou sequer falar em meios horários ou meia duzia de horas).

Para continuar, todos os novos contratos são "contratos individuais de trabalho em funções públicas" que têm grandes diferenças em termos de segurança e protecção social em relação aos antigos contratos.

paulop2009 Escreveu:E se tu achas que a tua vida era melhor, mais feliz, e ganhavas mais no privado, estás à espera de quê para mudar?


Bom, eu já expliquei isto anteriormente (e isso confirma as minhas suspeitasque não leste o que escrevi), mas vou copiar a legislação, pode ser que assim, com um aspecto mais formal, leias:

Diario da República Escreveu:Portaria n.º 251/2011, de 24 de Junho

Artigo 2.º
Noção e finalidade
1 — A formação no internato médico constitui uma função inerente às instituições, unidades e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde.

2 — O internato médico realiza-se após a licenciatura em Medicina ou após o equivalente mestrado integrado em medicina e corresponde a um processo de formação médica especializada, teórica e prática, tendo como objectivo habilitar o médico ao exercício tecnicamente diferenciado numa especialidade médica.
3 — As especialidades médicas a que correspondem os diferentes internatos médicos constam do anexo I deste Regulamento.

4 — O exercício autónomo da medicina é reconhecido a partir da conclusão, com aproveitamento, do segundo ano de formação do internato médico."


Ou seja, NÃO VOU PARA O PRIVADO PORQUE O ESTADO NÃO ME DEIXA!! Porque para exercer Medicina em Portugal sou obrigado a fazer dois anos (um comum e outro da especialidade) antes de poder sequer pensar em trabalhar autonomamente e, se quiser tirar uma especialidade (que hoje em dia acaba por ser obrigatório) NÃO O POSSO FAZER NO PRIVADO!

E ainda mais, vê-se que não leste nada do que escrevi porque 1º já escrevi que não estou a trabalhar para o Estado e 2º porque também já escrevi que o que se passa em Portugal vai-me ser indiferente, uma vez que VOU EMIGRAR!
 
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por moppie85 » 21/10/2011 23:46

Redondo1975 Escreveu:
moppie85 Escreveu:
paulop2009 Escreveu:
LFA1 Escreveu:Migluso escreveu:

Quando a alternativa é a bancarrota (isto é, perder 100%), perder 7% até que nem é mau.

É doloroso, mas a alternativa é muito mais.

Pensar o contrário, é pensar como nos últimos 10 anos. Adiar o problema, é arriscar que no futuro o corte não seja 7%, mas sim 15, 20 ou 30%.


Já disse aqui isto antes, mas volto a repetir; com este corte dos subsídios já se está a cortar em mais de 30% os salários dos FP.
Assim, quando se chegar ao final de 2013 os Fps terão sido aumentados uma vez no período compreendido entre 2007 e 2014, o que equivale a uma redução do salário (por efeito da inflação) superior a 10%.
Nesse mesmo período aqueles funcionários viram a progressão na carreira praticamente sempre congelada. Só por este factor tornaram a perder no salário uma quantia não inferior a 10% (dependendo aqui do lugar que se ocupa nas diversas carreiras).
O ano passado o salário dos FPs voltou a ser reduzido, em média 5%.
Este ano, e para o próximo (pelo menos), por força do corte dos subsídios de férias e de natal haverá mais uma redução do salário situada entre 7,2% e 14,3%. Ou seja, o corte neste período de tempo no salários dos FPs ascende a mais de 30%, nalguns casos mesmo mais de 40% (aqueles dos rendimentos mais elevados)!
Por outro lado, lança-se a ideia da inevitabilidade deste corte nos subsídios de férias e de natal dos FPs. Ora, isto nada tem de inevitável. Bastava que se tivesse optado por uma solução idêntica àquela que serviu para retirar metade do subsídio de natal deste ano, fazendo recair sobre os trabalhadores do sector privado também uma parte do pagamento em questão, para que tais sacríficios fossem muito menores (em vez de dois subsídios bastaria um, ou nem isso) e muito mais equitativos.
Assim, ao fazer recair apenas sobre os FPs todo este esforço (que mais não é do que um imposto), este orçamento é a fonte de uma COLOSSSAL INIQUIDADE FISCAL!


LFA1, isto é um comentário para ti, mas também para todos os funcionários públicos que têm aqui publicado coisas semelhantes.

Pessoalmente vivo angustiado com as medidas de austeridade que vão ser impostas. Não só aos FPs mas a muitos outros sectores da sociedade.

Entendo que os FPs estejam tristes e que até pensem que haveria outras formas de distribuir "o fardo". O que não entendo, e me revolta, é que não haja 1 FP que venha aqui dizer "OK, levamos uma panada nos salários mas pelo menos temos a certeza que são somos despedidos e isso é muito bom". De onde achas que vêm os 13% de desempregados? Vêm do privado!

A verdade é que eu vejo alguns FPs a sairem da FP portuguesa para o estrangeiro (conheço vários PhD na área tecnológica que estão a largar as bolsas de cá para ir ganhar boa massa na alemanha) mas vejo muito poucos FP a trocar por um privado em portugal! Ah pois é...

Um FP pode ir facilmente para um privado (se tiver os "skills" e for aceite, claro), mas nenhum privado pode ir para FP (está tudo bloqueado...). Portanto podem mudar-se à vontade e resolvem o problema.

Queixem-se à vontade mas, por favor, dêm também valor à parte boa que só os FPs têm e os privados não têm.


Se o Estado necessita de mim qual é a grande vantagem de não ser despedido?!

E essa do "não ser despedido" também tem a sua graça... vai dizer isso aos milhares de professores que a trabalhar diversos anos para o Estado não conseguiram horário (tens o exemplo do artista que trabalha há 8 anos e n conseguiu um horário completo) ou aos cerca de 200 enfermeiros do Centro hospitalar do Nordeste que estão actualmente a ser despedidos...



E também temos aqueles professores que pensam que o estado é a santa casa e tem por obrigação arranjar-lhes emprego.
Conheço casos de colégios privados que não conseguem arranjar professores porque não querem trabalhar 8 horas por dia porque no estado trabalham 4 e 5horas.


Estás a mudar o tema... o que disse e repito é que essa do não haver despedimentos na FP é mentira... e os professores é um exemplo gritante
 
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Re: Conversa da Treta

por MarcoAntonio » 21/10/2011 19:33

oscar.coelho Escreveu:Estas discussões do tipo “eu sou mais que tu” ou “tu és menos do que eu” não conduzem a nada porque os argumentos não são demonstráveis na maioria dos casos.
Um exemplo: ADSE, receber 20.45€ de reembolso por uma consulta que custou 90€ é um bom ou mau sistema de saúde para quem ganhe 600€?
Além de que só tenho visto referências aos trabalhadores no activo tendo sido deixados de fora os reformados que também levam pela medida grande, sejam do público ou do privado.

Para mim esta conversa toda tem origem num preconceito ideológico contra o Estado, encarnado nos FPs e Reformados que é quem está agora mais à mão, e que está também patente no discurso do governo para quem estes grupos não fazem parte da sua base de apoio.

Um abraço
oscar


Sim, o estigma é totalmente evidente.

A parte ridícula é que o tuga projecta no Estado e nos FPs aquilo que ele é enquanto povo.

Basicamente, é o que o Elias dizia: os maus condutores são sempre os outros.

Ou...

Nunca há problema na minha quintinha, é sempre na quintinha do vizinho!




É pena que o tuga só consiga ver o problema desta forma e não consiga ter uma visão global dos problemas em que estamos metidos.
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Conversa da Treta

por oscar.coelho » 21/10/2011 19:28

Estas discussões do tipo “eu sou mais que tu” ou “tu és menos do que eu” não conduzem a nada porque os argumentos não são demonstráveis na maioria dos casos.
Um exemplo: ADSE, receber 20.45€ de reembolso por uma consulta que custou 90€ é um bom ou mau sistema de saúde para quem ganhe 600€?
Além de que só tenho visto referências aos trabalhadores no activo tendo sido deixados de fora os reformados que também levam pela medida grande, sejam do público ou do privado.

Para mim esta conversa toda tem origem num preconceito ideológico contra o Estado, encarnado nos FPs e Reformados que é quem está agora mais à mão, e que está também patente no discurso do governo para quem estes grupos não fazem parte da sua base de apoio.

Um abraço
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por MarcoAntonio » 21/10/2011 19:15

Elias Escreveu:
Pacheco Pereira diz que os cortes não vão ser provisórias. E defende que “atacar a Função Pública é o caminho mais fácil”.



Eu também acho que não e, mais, acho que esta é a forma de, de hoje a amanhã, se alegar que já se fez as alterações que eram precisas e não se muda nada no resto.


Este ano, os cortes nos vencimentos já representam um ganho de 6% até agora. Ainda falta o efeito do subsídio de Natal, que vai aumentar a poupança. Para 2012 e contando os cortes agora anunciados, a poupança total vai situar-se em perto de 20% e em mais de 3 mil milhões.

Se (e sublinho o se) se fizesse um corte semelhante na despesa nos outros 60 mil milhões de euros do Orçamento de Estado, nem era preciso aumentar a receita (que também está a aumentar conforme as notícias de hoje e ontem)... o Estado Português passava a ter superavit orçamental de uma penada!



Portanto, isto é o "mecanismo perfeito" para não se mexer nos cancros estruturais: aumentar impostos e cortar fortemente no rendimento de trabalho dos trabalhadores do estado.

No resto, o panorama continuará a ser essencialmente o mesmo. E depois de estar resolvido o déficit todo ou quase todo, como é que é de esperar que vão então depois mexer nas outras coisas? Se não mexem agora quando é mais preciso e não mexeram durante uns 20 anos, como é que se pode esperar que mexam depois. Eu francamente não espero e nesta coisa sou como São Tomé: mostrem e depois eu acredito!




"Duvido que nas próximas décadas os funcionários públicos voltem a ter 13º e subsídio de Natal. E a isso acresce um vasto aumento de impostos", afirmou Pacheco Pereira ontem na SIC durante o programa Quadratura do Circulo.



Exactamente. Como dizia ali atrás são as duas "grandes receitas" para a resolução do problema!




O social-democrata diz que "atacar a Função Pública é o caminho mais fácil" e critica o governo por utilizar o argumento da estabilidade no emprego e ao mesmo tempo defender os despedimentos no Estado. "Primeiro argumentam com a garantia de emprego, mas ao mesmo tempo defendem que é necessário despedir na função pública", lamenta.



Esta é outra coisa impressionante: recorrer-se a uma coisa que é cada vez mais uma coisa do passado para justificar medidas presentes. Não só o Estado já arranjou forma de despedir os FPs (por exemplo, despediu dezenas de milhares de professores para todos os efeitos já este ano) como se está a preparar para tornar essa regra mais genérica para o futuro (o que nem acho totalmente mal).

A questão é como é que se usa um argumento que é cada vez mais menos válido e cada vez menos tem expressão real no presente e no futuro para justificar um corte colossal (e que começa a ser aplicado logo a partir do ordenado mínimo)!




Pacheco Pereira afirmou, no mesmo programa, que "o Governo conhecia mal o Estado português" e refutou a ideia, defendida por Passos Coelho, de que na Função Pública se ganha bem. "Os funcionários públicos não ganham muito bem. O salário médio do Estado não é muito elevado", afirmou.




Quanto à história dos funcionários públicos "ganharem bem" é essencialmente uma fantasia como já demonstrei n vezes. Essa fantasia foi sendo alimentada na opinião pública e agora está "encrustada". Ainda há não muito tempo circulavam notícias nos média de que os FPs ganhavam mais 50 e 70% que os privados, o que é completamente falso!

O próprio estudo do Banco de Portugal em que o PPC se parece estar a basear para umas declações recentes (e que já nem está actualizado como é óbvio) mostra-o em larga medida...
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por Elias » 21/10/2011 19:03

“Duvido que nas próximas décadas os funcionários públicos voltem a ter subsídios”
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21/10/11 15:35
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Pacheco Pereira diz que os cortes não vão ser provisórias. E defende que “atacar a Função Pública é o caminho mais fácil”.

"Duvido que nas próximas décadas os funcionários públicos voltem a ter 13º e subsídio de Natal. E a isso acresce um vasto aumento de impostos", afirmou Pacheco Pereira ontem na SIC durante o programa Quadratura do Circulo.

O social-democrata diz que "atacar a Função Pública é o caminho mais fácil" e critica o governo por utilizar o argumento da estabilidade no emprego e ao mesmo tempo defender os despedimentos no Estado. "Primeiro argumentam com a garantia de emprego, mas ao mesmo tempo defendem que é necessário despedir na função pública", lamenta.

Pacheco Pereira afirmou, no mesmo programa, que "o Governo conhecia mal o Estado português" e refutou a ideia, defendida por Passos Coelho, de que na Função Pública se ganha bem. "Os funcionários públicos não ganham muito bem. O salário médio do Estado não é muito elevado", afirmou.

O ex-deputado do PSD acrescentou que o Governo tem que explicar a razão de se avançar com medidas tão duras e afirma mesmo que "há um défice de esclarecimento".
 
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por mapaman » 21/10/2011 17:36

Está em causa um valor que ronda um milhão de euros, para cerca de 800 funcionários do quadro da câmara. O presidente da autarquia diz ao PÚBLICO que a proposta não se aplicaria aos funcionários das empresas municipais, porque estas "tem autonomia administrativa e financeira", nem ao presidente, vereadores e adjuntos.

Um dos assessores do gabinete de comunicação da autarquia disse ao PÚBLICO que a proposta não constava da agenda de trabalhos para a reunião desta sexta-feira, uma sessão ordinária e pública.

Miguel Costa Gomes (independente eleito pelo PS), quem propôs a medida, no início da reunião, na qual acabou por ser aprovada por unanimidade, ou seja, com os votos favoráveis dos representantes do PSD (que elegeu quatro vereadores em 2009) e de um vereador independente. Porém, os eleitos "laranja" abstiveram-se antes na admissão da proposta para discussão, o que não invalidou que depois tivessem votado a favor.

A concretizar-se, a medida contraria a intenção do Governo PSD/CDS que, na semana passada, anunciou ao país, através do primeiro-ministro, que os funcionários públicos não terão direito a receberem os referidos subsídios enquanto o país estiver ao abrigo do resgate financeiro internacional.

Miguel Costa Gomes sustenta que estes cortes preparados pelo Governo são medidas "injustas, muito violentas, que configuram um ataque da Administração Central" e que vem "perturbar de imediato a vida das pessoas". "Muitos usam os subsídios para reequilibrar as contas e, com estes cortes, há um reflexo imediato na economia local".

É por estas razões que o autarca pôs a proposta em cima da mesa. "Compreendemos a situação difícil do país, mas também entendemos que as medidas do Governo extravasam em demasia o que estava previsto no memorando com a troika", continua. Não teme ser encarado como alguém que quebrao dever de solidariedade? "Não porque o Estado não será prejudicado com esta medida", argumenta o líder camarário, acrescentando que, se o Governo ou o Parlamento não aprovarem esta medida de excepção, será o orçamento camarário a suportar estas despesas", responde Miguel Gomes Costa.

O autarca diz que encontrará o dinheiro através de poupanças noutras despesas da câmara. "Teríamos de fazer um rateio nos outros apoios que a câmara concede", frisa Miguel Costa Gomes, citando como exemplo os subsídios dados a associações e outras entidades locais.

"Não pensamos em cortar, mas teremos de reduzir, se chegarmos a esse ponto. Mas estou convencido de que o Governo compreenderá a nossa posição", sublinha, concluindo que só não pagará os subsídios de férias e de Natal aos funcionários da Câmara de Barcelos se o Orçamento do Estado 2012 o proibir expressamente.

http://www.publico.pt/Local/camara-de-b ... os-1517601


Espero que tenha dinheiro e os ditos no sitio para levar isto adiante e para mostrar que no meio da carneirada existe sempre alguem que resiste e diz não.
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por Elias » 21/10/2011 15:32

vgasmo Escreveu:Não há qualquer subjectividade no meu comentário. Aliás, o que você referiu talvez mostre que não esteve atento ao resto do post. Existe um sistema de avaliação, em que as componentes são traduzidas por pontuações, e no meu caso essa pontuação colocam-me no topo do que faço. Consigo identificar as pessoas menos competentes, usando as mesmas métricas, mas também uma avaliação de como o seu trabalho pode afectar a o trabalho do resto da organização.

Mas se foi isso que preferiu reter do meu comentário está na sua liberdade de opinião e interpretação.

Já agora, numa nota menos séria, eu sei que conduzo mal (ou para lá das regras).


vgasmo,

Eu retive aquela parte porque me pareceu que estavas a fazer uma auto-avaliação. Mesmo sem conhecer o teu trabalho e o dos teus colegas, tenho consciência que o teu juízo não é nem pode ser imparcial.

No que se refere aos sistemas de avaliação: também já lidei com eles e nem sequer foi no sector público, mas sim no privado. Infelizmente, muitos sistemas de avaliação (tanto no público como no privado) não se destinam a identificar os melhores funcionários, no que ao desemprenho diz respeito, mas sim a servir de suporte às decisões sobre a forma de distribuir o dinheiro dos prémios ou dos aumentos. Muitos sistemas de avaliação têm uma componente quantitativa e uma outra qualitativa - esta última presta-se às maiores arbitrariedades e subjectividades e permite "corrigir" (no pior dos sentidos) os resultados da avaliação quantitativa, de modo a alcançar os resultados desejados - isto é, de modo a favorecer quem se pretende favorecer. E quando assim é, o sistema já está enviesado mesmo antes de começar a avaliação.

Por esta razão, sou hoje muito céptico em relação aos sistemas de avaliação de desempenho nos locais de trabalho.
 
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por vgasmo » 21/10/2011 15:23

Elias Escreveu:
vgasmo Escreveu:Como já referi aqui, sou FP, tenho um PhD dois mestrados, e sou altamente competente.


vgasmo Escreveu:Infelizmente, onde trabalho existem pessoas ineficientes que não me importaria de despedir, para além de existirem pessoas que permitem ligações menos vantajosas para a organização. Este dois factos trazem problemas de eficiência.


Este género de afirmações faz-me lembrar a situação das estradas portuguesas. Quase toda a gente concorda que em Portugal se conduz mal (e não é por acaso que estamos num dos primeiros lugares da Europa no que à sinistralidade diz respeito).

Contudo, quando questionados directamente, a maioria dos condutores considera que conduz bem e que quem conduz mal são "os outros condutores".


Não há qualquer subjectividade no meu comentário. Aliás, o que você referiu talvez mostre que não esteve atento ao resto do post. Existe um sistema de avaliação, em que as componentes são traduzidas por pontuações, e no meu caso essa pontuação colocam-me no topo do que faço. Consigo identificar as pessoas menos competentes, usando as mesmas métricas, mas também uma avaliação de como o seu trabalho pode afectar a o trabalho do resto da organização.

Mas se foi isso que preferiu reter do meu comentário está na sua liberdade de opinião e interpretação.

Já agora, numa nota menos séria, eu sei que conduzo mal (ou para lá das regras).
 
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por mapaman » 21/10/2011 15:12

Se a Câmara tiver recursos próprios,decorrente de uma boa gestão acho muito bem que pague os subsídios.

Ou existe uma diferenciação positiva até para mostrar que o que é bem feito têm vantagens ou então não andem por ai a apregoar competitividade,produtividade and so on.

Só resta à Cãmara provar as suas boas contas e mandar o PPC pedir dinheiro à Tia rica,entenda-se Merkel.

Pelo muito pouco que sei da Tap,a razão está do lado da empresa o que cai realmente muito mal,dar prejuizo e ser atribuido os subsidios,isto sim é profundamente errado.
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por Elias » 21/10/2011 15:08

vgasmo Escreveu:Como já referi aqui, sou FP, tenho um PhD dois mestrados, e sou altamente competente.


vgasmo Escreveu:Infelizmente, onde trabalho existem pessoas ineficientes que não me importaria de despedir, para além de existirem pessoas que permitem ligações menos vantajosas para a organização. Este dois factos trazem problemas de eficiência.


Este género de afirmações faz-me lembrar a situação das estradas portuguesas. Quase toda a gente concorda que em Portugal se conduz mal (e não é por acaso que estamos num dos primeiros lugares da Europa no que à sinistralidade diz respeito).

Contudo, quando questionados directamente, a maioria dos condutores considera que conduz bem e que quem conduz mal são "os outros condutores".
 
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por vgasmo » 21/10/2011 15:00

Não tenho a certeza que todos aqui percebem o "significado" de ser FP ou ser privado.

Como já referi aqui, sou FP, tenho um PhD dois mestrados, e sou altamente competente. O meu sistema de avaliação é mais restrito que muitos do sector privado, contudo não recebo prémios de produtividade e provavelmente não serei promovido no espaço de 10 anos (contando alguns para trás e outros para a frente), ou seja a avaliação pode apenas servir para o lado negativo e não para o positivo .
Infelizmente, onde trabalho existem pessoas ineficientes que não me importaria de despedir, para além de existirem pessoas que permitem ligações menos vantajosas para a organização. Este dois factos trazem problemas de eficiência.

Agora, para quem diz habituem-se que no privado temos de nos reger pelas leis do mercado. Bem, a verdade é que as leis laborais também não facilitam o despedimento (ou facilitavam) de trabalhadores dos quadros. Sendo que muitos colaboradores de empresas se sentiam relativamente seguros face à sua incompetência (tal como na FP). Para além disso, ao contrário da FP, os profissionais do privado muitas vezes usufruem de vantagens de remuneração em boom (promoções, participação em lucros, fringe benefits), tal como as perdem na recessão. Finalmente, muitas das empresas também estão povoadas por directores/donos ou quadros com limitada visão que também tomam opções más para a organização (e tantos que eles são).

Os dois mundos geram consequências negativas em temos de produtividade para o país. E trabalhar na FP pode, muitas vezes, ser uma opção bastante má comparada com o privado.

Desta forma, como já se referiu, algumas pessoas competentes da FP estão a sair para o privado, mas o que é mais comum, é existirem pessoas a sair do público de do privado para o estrangeiro, onde existem menos destes "constrangimentos".

Não vejo que esta guerra "público versus privado" seja produtiva e há muitos "depende", no meio desta questão da justiça das medidas...
 
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por paulop2009 » 21/10/2011 14:50

Elias Escreveu:
Nyk Escreveu:Funcionários da Câmara de Barcelos escapam aos cortes nos subsídios de férias e de Natal

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=514031

Os funcionários da Câmara de Barcelos vão receber em 2012 os subsídios de férias e de Natal, depois de uma proposta nesse sentido ter sido aprovada hoje por unanimidade em reunião de executivo.
O município tem cerca de 800 funcionários, que, no total, perderiam em 2012 cerca de um milhão de euros se não recebessem aqueles subsídios.

A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de exceção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.


Isto é o país das excepções. Depois da TAP, agora a CMBarcelos.

Tudo serve de justificação para que sejam os outros a pagar.

Quem se segue?


Não entrem já em stress por causa desta uma vez que, antes de sermos o país das excepções, somos o país dos jornalistas incompetentes e mentirosos.

Notem que o título é uma farsa quando se lê o corpo da notícia que diz A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República um regime de exceção

Ou seja, ainda há esperança de esta sair da lista. Quanto aos jornalistas, já perdi a esperança em geral...
 
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por Elias » 21/10/2011 14:45

Marco Martins Escreveu:Não faz sentido em nenhum destes!

Se a câmara tem dinheiro, então o estado deverá criar um imposto extraordinário para estes casos!!! Assim equilibra para as camaras que têm menos!!!

A TAP, só dá prejuízo e ainda fazem greves e têm direito a isenção?!?! Incompreensível!


moppie85 Escreveu:Não devia era ser permitido esse tipo de excepções e de compensações pelos cortes...


Bem-vindos ao país do "direito privado" onde a lei não é igual para todos. :evil:
 
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por moppie85 » 21/10/2011 14:41

Marco Martins Escreveu:
Elias Escreveu:
Nyk Escreveu:Funcionários da Câmara de Barcelos escapam aos cortes nos subsídios de férias e de Natal

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=514031

Os funcionários da Câmara de Barcelos vão receber em 2012 os subsídios de férias e de Natal, depois de uma proposta nesse sentido ter sido aprovada hoje por unanimidade em reunião de executivo.
O município tem cerca de 800 funcionários, que, no total, perderiam em 2012 cerca de um milhão de euros se não recebessem aqueles subsídios.

A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de exceção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.


Isto é o país das excepções. Depois da TAP, agora a CMBarcelos.

Tudo serve de justificação para que sejam os outros a pagar.

Quem se segue?


Não faz sentido em nenhum destes!

Se a câmara tem dinheiro, então o estado deverá criar um imposto extraordinário para estes casos!!! Assim equilibra para as camaras que têm menos!!!

A TAP, só dá prejuízo e ainda fazem greves e têm direito a isenção?!?! Incompreensível!


Não devia era ser permitido esse tipo de excepções e de compensações pelos cortes...
 
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por moppie85 » 21/10/2011 14:40

migluso Escreveu:
moppie85 Escreveu:Não meto isso em questão. Questiono é a proporcionalidade da distribuição dos custos e da forma tão celere como os privados pegam em pedras para atirar nos publicos.


Acho q n se compara a situação, mas espero q tenha um bom desfecho ;)


Eu não estou a atirar pedras. Assim como não acredito que quando os FP vêm defender que os mesmos cortes sejam alargados aos privados estejam a atirar pedras a estes.

O que eu defendi aqui foi o combate à crise das contas públicas pelo lado do corte da despesa.

Inclusive cheguei a afirmar que o governo devia ter evitado o corte de um dos subsídios, fazendo-o antes depender do alcance dos cortes nos consumos intermédios, da evolução da economia mundial, etc, que se venha a verificar no decorrer do próximo ano.

Apenas não acredito que seja com aumentos sucessivos de impostos que a crise se resolva. Os últimos 10 anos querem dizer alguma coisa.

Aqui só para nós, o mais certo será os privados sofrerem cortes ao longo do próximo ano, mas estou só a especular e para a discussão não interessa.

A situação hoje é muito mais grave que em 83.

Hoje não vou poder manter o debate.

Cumps


Não estou a dizer que és tu a atirar pedras à FP. Estou a referir-me à maioria dos comentários que se ouve na rua, com comentários do género "o Estado tem um buraco, logo a culpa é de quem trabalha para o estado, logo é a FP que tem de pagar".

Sim, é certo que os patrões não vão deixar de aproveitar a dica.

A crise é bem mais grave do que a de 83... e a divida extende-se até 2039... :X


Depois logo trocamos mais ideias :mrgreen:

Bom descanço!
 
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por Marco Martins » 21/10/2011 14:22

Elias Escreveu:
Nyk Escreveu:Funcionários da Câmara de Barcelos escapam aos cortes nos subsídios de férias e de Natal

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=514031

Os funcionários da Câmara de Barcelos vão receber em 2012 os subsídios de férias e de Natal, depois de uma proposta nesse sentido ter sido aprovada hoje por unanimidade em reunião de executivo.
O município tem cerca de 800 funcionários, que, no total, perderiam em 2012 cerca de um milhão de euros se não recebessem aqueles subsídios.

A Câmara quer pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de exceção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.


Isto é o país das excepções. Depois da TAP, agora a CMBarcelos.

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Não faz sentido em nenhum destes!

Se a câmara tem dinheiro, então o estado deverá criar um imposto extraordinário para estes casos!!! Assim equilibra para as camaras que têm menos!!!

A TAP, só dá prejuízo e ainda fazem greves e têm direito a isenção?!?! Incompreensível!
 
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