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Caldeirão da Bolsa

Desemprego em Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 8/3/2013 19:28

mais_um Escreveu:
Alguma coisa está a escapar-me, o aumento real não é igual ao aumento nominal menos a taxa de inflação?



migluso Escreveu:
Creio que sim, basicamente.



Em exacto, o crescimento real deverá ser o crescimento nominal a dividir pela taxa de inflação (para variações pequenas dá quase a mesma coisa, para variações grandes ou para o acumular de vários anos já não dará a mesma coisa).

Se o crescimento nominal for de 5% e a taxa de inflação 3% então o crescimento real é 1.05/1.03=1.0194, ou seja, 1.94%. Para 15% e 10% respectivamente daria 4.55%, etc...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por richardj » 8/3/2013 19:15

o que pode fazer baixar o desemprego no curto/médio prazo é isto:



GOVERNO E CONSTRUÇÃO ASSINAM 50 MEDIDAS PARA REANIMAR SETOR


O Governo vai assinar esta sexta-feira à tarde um compromisso com a Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário (CPCI) destinado a relançar o setor e a travar o aumento do desemprego, que tem afetado esta área de negócio de forma particularmente grave.

São 3,7 mil milhões de euros destinados a investimentos em infraestruturas e equipamentos de proximidade, em áreas como a saúde, educação, águas e acessibilidades. A maioria do dinheiro vem de fundos comunitários.

Mas a medida que poderá ter maior impacto na tesouraria das empresas é o pagamento de dívidas em atraso. Só as autarquias devem quse mil milhões de euros às construtoras. O Governo diz que 750 milhões já estão garantidos e prontos a serem pagos.

O executivo prevê ainda que, até ao fim do semestre, seja m assinados novos projetos de reabilitação urbana no valor de 188 milhões e o Fundo JESSICA pode mesmo ser alargado a particulares que queiram reabilitar o seu prédio.

O acesso das construtoras à linha PME Crescimento e a aposta na formação dos desempregados são outras medidas previstas.

Do lado do executivo assinarão o documento, que inclui 50 medidas concretas e essenciais para relançar este setor, os ministérios da Economia e da Agricultura e Ordenamento do Território.

Segundo explicou à Lusa o responsável da CPCI, Reis Campos, «trata-se de medidas para promover o emprego e as qualificações, melhorar o acesso ao financiamento das empresas e adotar uma política de investimentos públicos estruturais».

O objetivo é «concretizar a recuperação de 85 mil empregos nos próximos dois anos, evitar que a taxa de desemprego nacional atinja os 20% e que, a exemplo do que aconteceu no ano passado, em que se perderam 114 mil trabalhadores, o setor possa voltar a perder os cerca de 140 mil postos de trabalho que estão em risco», adiantou Reis Campos.

Só no ano passado foram à falência 850 empresas de um setor que tem já 200 mil desempregados e que representa 20% do total do desemprego do país.

O acordo está a ser discutido há alguns meses, para fazer face «à situação de colapso do setor da construção e do imobiliário [porque] era patente que era necessário inverter este rumo», disse, acrescentando que «a recuperação da economia só acontecerá se o setor da construção for dinamizado».

O acordo, designado «Compromisso para a Competitividade Sustentável da Construção e Imobiliário», contém medidas e ações de apoio às empresas do setor para «romper com um ciclo de 11 anos consecutivos de perda de produção», refere o anúncio do evento.

«Não é possível, mantendo os níveis de desemprego, de insolvências, o crédito mal parado, a falta de trabalho, os atrasos nos pagamentos e as dificuldades de tesouraria, manter uma economia saudável», sublinhou o presidente da confederação.

Em causa está a tentativa de promover o emprego e as qualificações e melhorar o acesso ao financiamento das empresas, além da adoção de uma política de investimentos públicos estruturais.

«É preciso um planeamento de investimento de infraestruturas e estamos a falar de aproveitamento dos fundos do QREN [fundos europeus] para os próximos dois anos», esclareceu o presidente da confederação, adiantando que as prioridades serão «infraestruturas de equipamentos, de reabilitação urbana, de investimentos de proximidade e de algumas acessibilidades de manutenção».

De acordo com Reis Campos, este compromisso era inevitável, já que o setor da construção e do imobiliário foi «o mais penalizado ao longo destes últimos anos».

É preciso «dar um novo alento a um setor que é o maior setor de atividade económica, que representa ainda cerca de 20% das empresas, cerca de 635 mil trabalhadores e 18,2% do PIB», defendeu.


http://www.iol.pt/push/iol-push---econo ... -6469.html
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por carf2007 » 8/3/2013 18:35

Não é por pagar 15€ a menos que as empresas vão contratar mais pessoal.

também não é com 15€ a mais no salário minímo que a economia vai crescer

Quanto a mim é uma discussão inútil, se falasse-mos talvez de 150€ aí era outra conversa
:lol:
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por richardj » 8/3/2013 18:26

a titulo de exemplo, o código processo penal foi alterado 23 vezes nos últimos 26 anos eh.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... penal.html
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por goodmoney » 8/3/2013 18:12

Quem está cá salta do barco e vêm os investidores cá para dentro... Até correm...

Estão com uma vontade de fazer planos anuais e ao fim de 6 meses já mudou o IRS, IRC, o IVA, a TSU, a electricidade, o gás, as portagens...

As empresas nem a 3 meses podem fazer um plano credível neste país.
 
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por JMHP » 8/3/2013 18:06

richardj Escreveu:como é que resolvem a seguinte questão:

1º - para vencer o desemprego é preciso investimento em portugal.

2º - para haver investimento, é preciso atrair os investidores, o estado ou privados.

3º - o investidor privado não anda muito entusiasmado em investir em portugal, é um pais em recessão, com impostos relativamente elevados, muita burocracia, a lei é muito inconstante.

4º - o investidor estado está altamente endividado, não tem nem dinheiro, nem quem lhe empreste a juros aceitáveis para investir em portugal. Outra hipótese seria aumentar os impostos para arrecadar algum dinheiro para investir, mas os impostos já estão tão altos, e não é claro como é que o próprio estado vai conseguir pagar as suas dividas.

Assim, como desmanchamos o nó?


A procura interna morreu e assim continuará por muitos anos, mesmo que o Estado consiga realizar algum investimento a divida privada é de tal forma gigante que torna todo investimento insuficiente.

A parte significativa da solução reside na procura externa ou investimento externo, mas para isso são necessários passos essenciais como perceber as necessidades do mercado externo e adaptarmos, reformar administração publica de modo a diminuir a burocracia que atrasa qualquer investimento e a justiça mina completamente a confiança de qualquer investidor e cidadão interno ou externo.

Mas como sabemos que a reforma da administração publica implica automaticamente desemprego e falências, logo essa não vai acontecer do dia para a noite.... A não ser que a Troika nos encoste novamente à parede.
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por JMHP » 8/3/2013 17:58

MiamiBlueHeart Escreveu:
JMHP Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:
crybaby Escreveu:
Falam aqui da dificuldade das micro-empresas... No limite com 9 trabalhadores, ou seja, já com alguma dimensão, e se o salário mínimo fosse aumentado para 500 euros, estaríamos a falar de um aumento total de 135 euros num mês...

Das duas uma, ou a empresa não tem a mínima viabilidade e portanto a morte está anunciada ou 135 euros entre o volume de facturação desta empresa é à escala dum particular dar 2 gomas a um puto...

Já não falando que nem todos ganharão o ordenado mínimo, pelo que em vez de 135 euros se calhar são 60 ou 70...

Tanta teoria económica e prémios Nobel para discutir 100 euros?

E mesmo que fossem 50 trabalhadores, uma empresa desta dimensão é afectada por 400 ou 500 euros de actualizações que tivesse que fazer?

Falsas questões, é tudo uma questão de ideologia.
.


Nem mais.. estamos a falar de migalhas e mesmo assim não há consenso.

É fácil de imaginar o que aconteceria se não houvesse um valor definido para o SMN em Portugal..

Disseste e bem, é uma decisão ideológica, nada mais..


Essas contas estão erradas ou no mínimo ignoram outros números... Quando se faz um aumento salarial, está-se automaticamente a aumentar a despesa com impostos. O custo real do aumento não se resume somente ao valor atribuído ao trabalhador.


Meu caro,

Isso não estava esquecido- basta veres um comentário meu à 1 ou 2 páginas atrás.

O aumento do Salário Mínimo é para ajudar as pessoas ou o Estado arrecadar mais impostos??

O Estado pode aumentar o SMN e continuar exactamente o mesmo valor de impostos.

Por isso, os valores do comentário estão correcto e são mínimos.. E por isso , esta questão é puramente ideológica..


Não percebeste... Estava a referir-me ao aumento dos impostos das empresas. Sempre que se aumentam salários o Estado arrecada receita por ambos lados, dos trabalhadores e das respectivas empresas.

Como se pode perceber, a motivação para o pagamento de melhores salários é menor por parte do empregador, porque o aumento dos custos não se resumem somente à parte do trabalhador.
Editado pela última vez por JMHP em 8/3/2013 18:07, num total de 1 vez.
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por mais_um » 8/3/2013 17:54

migluso Escreveu:Acho bem que o governo não baixe o SMN.


Seria dificil (se não mesmo ilegal) consegui-lo fazer sem a concordancia dos parceiros sociais, tal como aconteceu com a TSU.

Nesta questão registo a posição das associações patronais sobre ambos os temas, ser maioritáriamente contrária à posição do governo.

Das duas uma ou o governo não tem a noção da realidade das nossas empresas (ainda está "agarrado" ao nosso passado que dependia muito de mão de obra barata, mas essa industria já "voou" toda de Portugal há muito tempo) ou então os empresários não conhecem as suas empresas (como diz o António Borges são completamente ignorantes). Eu continuo a apostar nos empresários como bons da fita.

migluso Escreveu:Agora, aqueles que defendem a sua subida são uns irresponsáveis.


Há muita demagogia ao barulho é certo, mas parece-me mais uma vez que a posição do Antonio Saraiva é a mais equilibrada.

O que é certo é que contrariando a posição do governo há empresas a aumentar os seus funcionários, outras a compensar os empregadss pelos impostos suplementares.

migluso Escreveu:
Só espero que nessa altura, se o euro ainda existir, haja um enquadramento legal que limite a má gestão dos cofres do Estado.



humm..desconfio que não temos essa sorte.
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por richardj » 8/3/2013 17:53

como é que resolvem a seguinte questão:

1º - para vencer o desemprego é preciso investimento em portugal.

2º - para haver investimento, é preciso atrair os investidores, o estado ou privados.

3º - o investidor privado não anda muito entusiasmado em investir em portugal, é um pais em recessão, com impostos relativamente elevados, muita burocracia, a lei é muito inconstante.

4º - o investidor estado está altamente endividado, não tem nem dinheiro, nem quem lhe empreste a juros aceitáveis para investir em portugal. Outra hipótese seria aumentar os impostos para arrecadar algum dinheiro para investir, mas os impostos já estão tão altos, e não é claro como é que o próprio estado vai conseguir pagar as suas dividas.

Assim, como desmanchamos o nó?
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por MiamiBlue » 8/3/2013 17:48

richardj Escreveu:se aumentar o SMN não tem quase efeito nenhum no consumo (aumento das vendas) e se baixar o SMN não trás mais emprego, então, qual é a relevância do SMN para a questão do desemprego (?)


Uma pessoa que ganha 485 euros, se tiver um aumento de 5/10 euros, para onde vai o dinheiro?

- Ou vai pagar dívídas;
- ou gasta em bens de primeira necessidade

Pode ter um efeito no consumo do País, desconheço, mas sei que melhorar um pouco a vida de uns largos milhares de pessoas.
 
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por MiamiBlue » 8/3/2013 17:43

JMHP Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:
crybaby Escreveu:
Falam aqui da dificuldade das micro-empresas... No limite com 9 trabalhadores, ou seja, já com alguma dimensão, e se o salário mínimo fosse aumentado para 500 euros, estaríamos a falar de um aumento total de 135 euros num mês...

Das duas uma, ou a empresa não tem a mínima viabilidade e portanto a morte está anunciada ou 135 euros entre o volume de facturação desta empresa é à escala dum particular dar 2 gomas a um puto...

Já não falando que nem todos ganharão o ordenado mínimo, pelo que em vez de 135 euros se calhar são 60 ou 70...

Tanta teoria económica e prémios Nobel para discutir 100 euros?

E mesmo que fossem 50 trabalhadores, uma empresa desta dimensão é afectada por 400 ou 500 euros de actualizações que tivesse que fazer?

Falsas questões, é tudo uma questão de ideologia.
.


Nem mais.. estamos a falar de migalhas e mesmo assim não há consenso.

É fácil de imaginar o que aconteceria se não houvesse um valor definido para o SMN em Portugal..

Disseste e bem, é uma decisão ideológica, nada mais..


Essas contas estão erradas ou no mínimo ignoram outros números... Quando se faz um aumento salarial, está-se automaticamente a aumentar a despesa com impostos. O custo real do aumento não se resume somente ao valor atribuído ao trabalhador.


Meu caro,

Isso não estava esquecido- basta veres um comentário meu à 1 ou 2 páginas atrás.

O aumento do Salário Mínimo é para ajudar as pessoas ou o Estado arrecadar mais impostos??

O Estado pode aumentar o SMN e continuar exactamente o mesmo valor de impostos.

Por isso, os valores do comentário estão correcto e são mínimos.. E por isso , esta questão é puramente ideológica..
 
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por migluso » 8/3/2013 17:06

mais_um Escreveu:
migluso Escreveu:
mais_um Escreveu:
Não vejo nada de especial, mas podes explicar.


Não tenho nada a explicar...

Podes ir directamente para a pág. 25
http://oefp.iefp.pt/admin/upload/Confer ... b8fc8a.pdf



Alguma coisa está a escapar-me, o aumento real não é igual ao aumento nominal menos a taxa de inflação?


Creio que sim, basicamente.
A fonte (IEFP) parece-me insuspeita.

Bom, mas não interessa.
Acho bem que o governo não baixe o SMN.

Agora, aqueles que defendem a sua subida são uns irresponsáveis.

A sua teoria económica de pôr a carroça à frente dos bois, que é como quem diz, o consumo à frente da produção, o aumento salarial à frente da produtividade, trouxe-nos até aqui. Não aprenderam nada com esta crise. Zero.

Só sabem governar a iludir a sociedade, com grandes aumentos nominais que não passam de pequenas reduções reais.

O pior é que serão governo um dia (PS, PSD, CDS, tanto faz, são a mesma porcaria)...

Só espero que nessa altura, se o euro ainda existir, haja um enquadramento legal que limite a má gestão dos cofres do Estado.
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por JMHP » 8/3/2013 17:04

carf2007 Escreveu:Muito bom discurso. (Na falta de tópico mais apropriado deixo aqui)

<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/t3bwfURSztA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>


Deseja um Portugal igual a França... Compreende-se que queria viver num país que pague subvenção enquanto desempregada. Será que o Estado também tem de pagar a falta de talento?!

Por falar em França....

França vai cortar 5 mil milhões para cumprir défice em 2014

Jean-Marc Ayrault, primeiro-ministro francês, enviou uma carta aos membros do Governo pedindo-lhes um esforço para levarem a cabo um corte de 5 mil milhões de euros, tendo em vista a meta da redução do défice orçamental para 2014.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... _2014.html
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por carf2007 » 8/3/2013 16:57

Muito bom discurso. (Na falta de tópico mais apropriado deixo aqui)

<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/t3bwfURSztA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
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por alexandre7ias » 8/3/2013 16:40

Borges ganhou 225 mil € livres de impostos
Consultor do Governo defendeu redução dos salários

António Borges, o consultor do Governo que defendeu esta semana a redução urgente dos salários, ganhou, em 2011, 225 mil euros livres de impostos, apurou o CM. Como director do FMI para a Europa no ano passado, António Borges ganhou cerca de 306 mil dólares (quase 225 mil euros ao câmbio da altura) isentos de impostos, porque tinha, como todos os funcionários do FMI, um estatuto de funcionário de organização internacional (semelhante àquele de que beneficiam os funcionários das Nações Unidas), o que implica o pagamento de salário líquido.
Borges trabalhou, até Novembro de 2010, como administrador da empresa Galeno Participações SGPS. E auferiu um rendimento anual da ordem dos 350 mil euros, acumulando ainda a presidência de um fundo de investimento - o Standards Board - em Londres.
O actual consultor do Governo para as privatizações e parcerias público-privadas (PPP) foi nomeado director do departamento do FMI para a Europa em Novembro de 2010 pelo então director-geral, Dominique Strauss-Kahn, substituindo o polaco Marek Belka, que se tornou governador do Banco Central da Polónia. Borges iniciou funções no FMI no final de Novembro de 2010 e desempenhou o cargo até meados de Novembro de 2011, quando apresentou a sua demissão à directora-geral, Christine Lagarde, alegando razões pessoais.
Não tendo residência em Portugal há vários anos, Borges apenas tem de entregar a declaração de rendimentos no nosso país se obtiver rendimentos em Portugal da categoria G, relativa a rendas, ou F, referente a mais-valias, mas não declara o rendimento do trabalho como funcionário do FMI, justamente porque está isento de impostos. Contactado pelo Correio da Manhã, António Borges escusou-se a fazer comentários.
TRABALHO DE BORGES É "UM MISTÉRIO"
Marc Roche, autor de um livro sobre os bastidores do banco Goldman Sachs e jornalista do ‘Le Monde', considera o trabalho de António Borges no banco "um mistério". O economista foi vice-presidente da instituição em Londres entre 2000 e 2008, tendo depois passado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "Sei que ele esteve no Goldman Sachs mas não sei o que é que ele fez ou em que secção trabalhou", afirmou Roche.
GOVERNO NÃO REVELA ORDENADO
O Governo não revelou ainda o salário de António Borges como consultor para a área das privatizações, das parcerias público--privadas (PPP) e para a reestruturação do sector empresarial do Estado. A única informação conhecida é que a equipa de cinco economistas liderada por Borges custa 25 mil euros por mês.
A nomeação de António Borges para consultor do Executivo foi anunciada pelo próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em Fevereiro deste ano. A acção do ex-director do FMI na Europa como consultor do Governo tem gerado polémica, a ponto de ter sido ouvido em Maio na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas por causa da oferta pública de aquisição (OPA) da brasileira Camargo Corrêa sobre a Cimpor. E os próprios banqueiros não terão ficado muito satisfeitos com a sua intervenção no processo de recapitalização da Banca.
Na sexta-feira dia 1 de Junho, o CM questionou a Parpública sobre o montante do salário de António Borges como consultor, mas, até ao final desta edição, não obteve resposta.
Borges, recorde-se, foi vice--presidente do PSD na liderança de Manuela Ferreira Leite até Fevereiro de 2010.


Gostava de saber se o dele já desceu ou se já sabem quanto ganha, ou ainda quanto é que os Portugueses estão disponíveis a pagar a este super trabalhador que tem uma rentabilidade magnifica face ao que ganha!
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por mais_um » 8/3/2013 16:20

migluso Escreveu:
mais_um Escreveu:
Não vejo nada de especial, mas podes explicar.


Não tenho nada a explicar...

Podes ir directamente para a pág. 25
http://oefp.iefp.pt/admin/upload/Confer ... b8fc8a.pdf



Alguma coisa está a escapar-me, o aumento real não é igual ao aumento nominal menos a taxa de inflação?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por JMHP » 8/3/2013 16:06

richardj Escreveu:se aumentar o SMN não tem quase efeito nenhum no consumo (aumento das vendas) e se baixar o SMN não trás mais emprego, então, qual é a relevância do SMN para a questão do desemprego (?)


Nenhuma. Dai que num post acima citei esse facto. Esta discussão publica que tem ocorrido na imprensa e concertação social é estéril.
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por richardj » 8/3/2013 15:59

se aumentar o SMN não tem quase efeito nenhum no consumo (aumento das vendas) e se baixar o SMN não trás mais emprego, então, qual é a relevância do SMN para a questão do desemprego (?)
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por JMHP » 8/3/2013 15:21

MiamiBlueHeart Escreveu:
crybaby Escreveu:
Falam aqui da dificuldade das micro-empresas... No limite com 9 trabalhadores, ou seja, já com alguma dimensão, e se o salário mínimo fosse aumentado para 500 euros, estaríamos a falar de um aumento total de 135 euros num mês...

Das duas uma, ou a empresa não tem a mínima viabilidade e portanto a morte está anunciada ou 135 euros entre o volume de facturação desta empresa é à escala dum particular dar 2 gomas a um puto...

Já não falando que nem todos ganharão o ordenado mínimo, pelo que em vez de 135 euros se calhar são 60 ou 70...

Tanta teoria económica e prémios Nobel para discutir 100 euros?

E mesmo que fossem 50 trabalhadores, uma empresa desta dimensão é afectada por 400 ou 500 euros de actualizações que tivesse que fazer?

Falsas questões, é tudo uma questão de ideologia.
.


Nem mais.. estamos a falar de migalhas e mesmo assim não há consenso.

É fácil de imaginar o que aconteceria se não houvesse um valor definido para o SMN em Portugal..

Disseste e bem, é uma decisão ideológica, nada mais..


Essas contas estão erradas ou no mínimo ignoram outros números... Quando se faz um aumento salarial, está-se automaticamente a aumentar a despesa com impostos. O custo real do aumento não se resume somente ao valor atribuído ao trabalhador.
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por JMHP » 8/3/2013 15:17

richardj Escreveu:os patrões e os sindicatos querem aumentar porque o consumo está a sofrer, e os patrões querem vender e os trabalhador ganhar mais.

porque a maioria dos salarios minimos estão mas grandes empresas:

- trabalhadores de caixa continente/pingo doce --» sonae/JMT

- portageiros da brisa

- call center da PT, sonaecom etc


Isso é uma utopia. Num pais onde as famílias e empresas estão extremamente endividadas não será pelo aumento do SMN que o consumo aumentará. Mesmo que se aumente o SMN o consumo interno não aumentará face á dimensão da divida privada.

Quantos aos exemplos que acima citou, esses não significam nem representam a maioria dos portugueses, mas antes os casos mais visíveis á opinião publica. são utilizados como exemplo recorrente... Apenas isso.
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por MiamiBlue » 8/3/2013 15:17

crybaby Escreveu:
Falam aqui da dificuldade das micro-empresas... No limite com 9 trabalhadores, ou seja, já com alguma dimensão, e se o salário mínimo fosse aumentado para 500 euros, estaríamos a falar de um aumento total de 135 euros num mês...

Das duas uma, ou a empresa não tem a mínima viabilidade e portanto a morte está anunciada ou 135 euros entre o volume de facturação desta empresa é à escala dum particular dar 2 gomas a um puto...

Já não falando que nem todos ganharão o ordenado mínimo, pelo que em vez de 135 euros se calhar são 60 ou 70...

Tanta teoria económica e prémios Nobel para discutir 100 euros?

E mesmo que fossem 50 trabalhadores, uma empresa desta dimensão é afectada por 400 ou 500 euros de actualizações que tivesse que fazer?

Falsas questões, é tudo uma questão de ideologia.
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É fácil de imaginar o que aconteceria se não houvesse um valor definido para o SMN em Portugal..

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por richardj » 8/3/2013 14:39

os patrões e os sindicatos querem aumentar porque o consumo está a sofrer, e os patrões querem vender e os trabalhador ganhar mais.

porque a maioria dos salarios minimos estão mas grandes empresas:

- trabalhadores de caixa continente/pingo doce --» sonae/JMT

- portageiros da brisa

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por alexandre7ias » 8/3/2013 14:13

JMHP Escreveu:Uma pergunta:

Porque razão se discute tanto sobre o SMN, dado que a esmagadora maioria dos portugueses ganham acima do SMN?!

É verdade que a redução do SMN nacional não resolve o problema do desemprego, de igual modo o aumento do SMN não o faz. Então para que tanta discussão em torno de um assunto fútil?!

:roll:


Contrariamente à posição do Governo, os patrões estão disponíveis para aumentar o salário mínimo nacional, que é o mais baixo entre os países que estão sob assistência financeira.

A disponibilidade dos parceiros sociais podia mudar a vida de 600 mil portugueses que auferem o salário mínimo. E as declarações do Presidente da República, a 25 de fevereiro em Belém, mostram que Cavaco Silva considera que os baixos salários não trazem competitividade às empresas.

Desde 2011 que o valor permanece nos 485 euros, bem abaixo de outros países sob intervenção externa, que ainda assim, a mando da troika reduziram o valor. É o caso da Irlanda, com um dos salários mais altos da Europa (1462 euros) ou mesmo da Grécia, que já reduziu para 586 euros.
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http://www.tvi24.iol.pt/economia---econ ... -6377.html
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por Ulrich » 8/3/2013 14:06

migluso Escreveu:Dito isto, sou hoje mais apologista do ajustamento pela via da inflação do que era até há um tempo atrás.

No curto prazo, o "nominal" tem um poder ilusório capaz de potenciar o "real" no médio/longo prazo pelo efeito que provoca nas expectativas, e, mais importante, não é tão fracturante socialmente.


A História mostra que todas as "bebedeiras de liquidez" foram resolvidas com inflação, esta vez não será diferente...

Estamos reféns de uma Europa a duas ou três velocidades e com uma visão única: A Alemanha não quer inflação para não desvalorizar o Euro de modo a não afectar o seu poder de compra de Energia, que compra em abundância.
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por JMHP » 8/3/2013 13:58

Uma pergunta:

Porque razão se discute tanto sobre o SMN, dado que a esmagadora maioria dos portugueses ganham acima do SMN?!

É verdade que a redução do SMN nacional não resolve o problema do desemprego, de igual modo o aumento do SMN não o faz. Então para que tanta discussão em torno de um assunto fútil?!

:roll:
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