Re: CoronaVirus, panico justificado...?
Enviado: 6/4/2020 21:12
Coloquei este artigo, porque parece-me importante, tendo em conta os pontos que aborda.
Não é um recado para ninguém, aprecio os dados e gráficos que são colocados aqui, por vezes não preciso algumas conclusões precipitadas que algumas pessoas tiram, só isso.
Não é um recado para ninguém, aprecio os dados e gráficos que são colocados aqui, por vezes não preciso algumas conclusões precipitadas que algumas pessoas tiram, só isso.
Os epidemiologistas “de bancada” e a obsessão pelos dados
Com a situação social criada pelo novo coronavírus, surgiram “peritos” em epidemiologia e saúde pública, um pouco por todo o lado, que de forma gratuita colocam em causa e desconsideram o trabalho dos verdadeiros especialistas.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, fomos inundados por gráficos e curvas exponenciais e logarítmicas, que observamos e analisamos, traçando previsões e tendências. Porém, quando o fazemos, por sermos quase todos leigos na matéria, criamos cenários adequados às nossas expectativas, mais do que à realidade que nos é apresentada. Todos nós. Mais ou menos competentes em matemática e estatística, tentamos compreender a evolução da curva epidemiológica para percebermos até quando esta pandemia nos irá afectar.
É, contudo, com o aparecimento de epidemiologistas “de bancada”, que têm surgido os maiores focos de desinformação neste período. Com a suspensão do futebol e de toda a discussão nos programas e conteúdos que dominam o espaço televisivo e as redes sociais, assistimos ao desaparecimento dos especialistas em esquemas e sistemas tácticos futebolísticos, para o surgimento de peritos em previsão de curvas epidemiológicas e recomendações sobre a utilização de medicamentos que poderão curar a doença.
Nunca antes a desinformação foi tão grande como neste período em que vivemos. Para além das tradicionais fake news e conteúdos baseados em suposições infundadas, assistimos diariamente a recomendações e a previsões, de pessoas que não estão habilitadas para o efeito. Todos os dias, surgem informações contraditórias um pouco por toda a parte. Desde recomendações de equipamento de protecção a profissionais de saúde, passando pelo número de testes que devem ser feitos na população, aos períodos de contágio do vírus e às distâncias de segurança.
De repente, existem “peritos” em epidemiologia e saúde pública um pouco por todo o lado, que de forma gratuita colocam em causa e desconsideram o trabalho dos verdadeiros especialistas da Direcção-Geral da Saúde. Esta desinformação tem obrigado a uma comunicação mais atenta por parte das entidades responsáveis, que diariamente se têm esforçado para cuidadosamente desmistificar algumas das desinformações que se propagam tão rapidamente como este vírus.
A obsessão pelos dados
O confinamento social e a constante informação que é divulgada sobre o número de casos, mortes e estatísticas relacionadas, tem também levado a que muitas pessoas estejam a ficar obcecadas e ansiosas por estes dados, acompanhando ao detalhe a evolução da situação pandémica.
Nos resultados preliminares de um estudo recente da Universidade de Oregon nos Estados Unidos, que analisa como as pessoas compreendem o risco do novo coronavírus, e como isso afecta a sua tomada de decisão, mostrou-se que 38% das pessoas que acompanham permanentemente as estatísticas de novos casos ficam ansiosas e preocupadas com a doença, contra 18% das que não acompanham com tanta atenção. Segundo uma investigadora do estudo, este tipo de comportamento e obsessão pode ser comparado ao que se assiste no mercado bolsista. Os investidores de intraday, que compram e vendem as acções no mesmo dia, e que analisam ao detalhe os dados e informação relacionada permanentemente, são os que mais vezes perdem dinheiro, pois qualquer informação ligeiramente mais relevante os leva a comprar ou vender.
https://www.publico.pt/2020/04/06/opini ... os-1911183