Finanças & Fundos de Investimento
VirtuaGod Escreveu: Depois há ainda a possibilidade de evoluir mais um bocadinho seja via "Risk Parity", usando "Alavancagem" ou através de beneficiarmos da "Mean Reversion" que a maioria dos activos financeiros tem.
Estava eu a pensar cá com os meus botões, que as leituras que iniciei nestas minhas mini-férias, estavam a fazer-me bem porque te estava a entender perfeitamente, até..... até ter esbarrado com este último parágrafo!


Referindo-me ao que o precede, acho que preferes jogar pelo seguro, apostando maioritariamente em Bonds com níveis de risco aceitáveis mas que apostam na diversificação pela globalidade.
Quando as coisas correm mal, quase tudo desce mas há sempre os que descem menos, sem que, com esse trade off, tu penalizes demasiado a rentabilidade das tuas apostas.
"You can sedate all the people some of the time, and some of the people all of the time, but you cannot sedate all of the people all of the time."
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
Recebi uma PM com questões interessantes. Transcrevo-as e dou a minha resposta.
Virtuagod, Continuo sem perceber o asset alocation da tua estratégia em fundos, parece-me pouco diversificada porque só vejo fundos de bonds de maior ou menor risco.
É claro que é "pouco" diversificada quando eu sei que comparas à carteira de ETFs advogada pelo LTCM. Mas é mais diversificada do que pensas. É certo que as obrigações têm uma certa correlação entre elas, devido a terem os mesmo defeitos, e que num mundo com inflação alta quase todos estes fundos vão sofrer. Afinal inflação é a kryptonite das obrigações e nem sei se mesmo as TIPS se safarão. Entretanto o objectivo e irmos fazendo dinheiro
A minha forma de investimento está longe de ser estática e de ser para a eternidade. O meu Horizonte Temporal de Investimento é de 3 a 5 anos, com uma constante análise para ver se é necessário ajustar alguma coisa. Deixo-te em baixo um post que deixei sobre diversificação e o porquê de conseguires atingir alguma diversificação dentro de obrigações. O que interessa são os activos terem baixa correlação
(numa situação normal é assim, numa má situação, como um aumento grande da inflação, a correlação entre obrigações provavelmente vai aumentar MUITO).
O Risco, a Correlação e a Diversificação
Este post vai ser mais teórico que o normal. Irei, sempre que possível, tentar indicar exemplos práticos com os fundos.
O título do post é aquele exactamente por ser a ordem que precisamos de compreender os conceitos, sendo que estão interligados. Depois de percebermos o conceito de Risco os outros são de simples explicação (claro que explicações básicas, pois há milhares de páginas sobre cada um dos conceitos).
O que é risco?
Há inúmeros tipos de riscos associados a activos financeiros, como o risco câmbial, risco de falência de uma empresa/país (Default) etc etc. Contudo o que nos interessa é "Risk is the possibility of P&L being different from what is expected or anticipated; risk is uncertainty or randomness measured by the distribution of future P&L.". P&L são "profit and losses", ou seja o resultado financeiro do investimento. Quanto mais a probabilidade de um investimento ter um resultado diferente do esperado mais risco ele tem. Ao comprarmos PIMCO T.R. e ao comprarmos o S&P 500 a probabilidade de daqui a 12 meses teremos a rentabilidade expectável (a rentabilidade média de cada um) é superior no PIMCO.
Quanto maior a probabilidade de um investimento ter a rentabilidade expectável menos risco ele tem. Por outro lado quanto maior a probabilidade de ele "falhar" a rentabilidade expectável mais risco ele tem.
Como vemos que activos financeiros têm mais ou menos probabilidade de "falhar"? Pelo Desvio Padrão. Quanto maior o desvio padrão maior a probabilidade de "falhar". Quando dei este conceito sem perceber bem o que significava "Desvio Padrão" era o nome que davam à estatistica em causa. Depois é que me apercebi que o nome diz tudo pois é o DESVIO que o activo pode ter do resultado expectável. Padrão sendo quase sinónimo de "Normal". Por isso era o desvio considerado normal que o activo teria da sua média de longo prazo. Quanto maior era aceitável o activo fugir da média menor a probabilidade de ele estar na média no curto prazo.
Este conceito é quase sinónimo de Volatilidade sendo já intuitivo a qualquer pessoa deste fórum que activos com maior volatilidade têm mais risco. Menor é a probabilidade de no curto prazo o activo ter o comportamento expectável e/ou mais difícil é prever o comportamento futuro de curto prazo.
Correlação: Significado e importância
"Financial Correlations measure the co-movement of two or more financial variables in time.". Ou seja, temos dois activos financeiros. Se ambos sobem nas mesmas alturas têm alta correlação. O Nasdaq e a S&P 500 têm uma correlação quase perfeita. Atenção ambos os activos não têm necessariamente de subir ou descer a mesma % mas apenas a direcção tem de ser a mesma. Quando o Nasdaq sobe o S&P sobe e vice versa. Exemplos visíveis de são o EUR/USD e o mercado accionista, que ultimamente têm tido boa correlação. Um exemplo de activos que tinham boa correlação mas que "quebrou" foi o S&P e o IBEX. Antes da crise europeia tinham uma correlação elevadíssima, e embora ainda tenham alta correlação diminuiu a olhos vistos.
Activos que têm correlações negativas são as obrigações americanas (treasuries) e o S&P. Quando um sobe o outro normalmente desce.
Deixo aqui um quadro com ETF's para as pessoas verem as correlações entre eles. Claro que isto deve ser aplicados aos fundos, por isso um pouco atrás deixei uma explicação dos ETF e ligação com cada fundo, o que era mais parecido.
http://www.assetcorrelation.com/bonds
Como podem ver no quadro há ETF's com boa correlação mas outros têm correlação negativa. O mercado obrigacionista é muito mais diversificado que o accionista e há obrigações que são consideradas "seguras" ou de baixo risco e outras que são consideradas "arriscadas".
Quanto maior a capacidade expectável de pagamento por parte do emitente da obrigação menos risco elas têm o que resulta num desvio padrão inferior. Através desse quadro conseguem perfeitamente ver quais são as mais arriscadas. Facilmente se percebe que os activos de risco e os activos "seguros" têm correlações baixas ou negativas.
O que nos interessa é que os activos com mais alto desvio padrão são correlacionados entre eles, os de baixo desvio padrão são correlacionados entre eles e que os de alto desvio padrão e os de baixo desvio padrão têm correlações negativas.
Ou seja activos de risco têm risco padrão mais elevados e são correlacionados entre eles mas têm correlação negativa com activos de baixo risco. É normalíssimo que assim seja, as bolsas normalmente sobem todas ou descem todas juntas, e quando o $ sai das bolsas vai para activos seguros ou vice versa.
Diversificação. Como a obter?
Agora é simples perceber o que fazer para obtermos uma carteira diversificada. Activos de risco e activos com pouco risco. Se uns activos sobem quando outros descem a nossa carteira varia menos que cada activo em si. Digamos que uns compensam outros. Será "normal" uma pessoa pensar que uns fundos a subir quando outros descem se "anulem", ora se pensarmos um pouco não é verdade pois como já disse ambos os activos não têm necessariamente de subir ou descer a mesma % mas apenas a direcção importa.
Isso é fácil de ver. Desde 2008 termos o fundo Schroder ISF US Dollar Bd B EUR Hdg provavelmente o com mais correlação com treasuries ("seguras") e o F&C Emerging Markets Bond C-Euro Hedged que tem obrigações de mercados emergentes ("arriscadas") deu-nos um lucro bem agradável. Sendo que o Schroder compensou o F&C em 2008 mas em 2009 e 2010 o F&C potenciou os resultados da nossa carteira de uma forma que o fundo "seguro" não conseguiu. Aumentamos a nossa rentabilidade com baixo risco (aumentando o rácio retorno/risco e/ou o Rácio de Sharpe). Este como sabemos e a vantagem da diversificação e o objectivo de qualquer investidor.
Assim: Diversification is synonymous with inverse correlation. The lower, preferable negative the correlation, the higher is the diversification
Bibliografia: Wikipedia, A Pratical Guide to risk Management(CFA Intitute) e Asset Correlation. Recomendo a leitura de Diversification Is Not Dead, You've Just Been Doing It Wrong
EDIT: Há alguns fundos onde o desvio padrão é baixo mas têm correlação com activos de risco como o JPM Income Opportunity devido a ser um fundo com obrigações "arriscadas" mas devido a estar apenas 50% investido o desvio padrão é metade do que devia ser
Posteriormente quando falar individualmente de cada fundo irei indicar essas pequenas excepções
EDIT 2: Para quem quiser "brincar" com rentabilidades e desvio padrão em carteiras compostas por diferentes ETF Tem aqui um bom sítio ETFReplay.com e poderão ver as diferentes combinações de rentabilidade e risco. Lembrem-se de juntar sempre é ETF's com correlações negativas como EMB com IEF, IEF com JNK etc. Claro que poderão experimentar com vários ETF's mas o uso de 2 activos apenas, um com risco e outro sem risco mostra perfeitamente as vantagens da diversificação. Assim têm números para quantificar o que eu disse no secção de diversificação. Experimentem colocar 50% IEF e 50% EMB desde janeiro de 2008 e usem IEF como benchmark e verão como o uso de um activo com "risco" (o EMB) não só aumentou a rentabilidade como diminuiu o risco
(experimentem agora com 70% IEF e 30% EMB pois o activo com maior risco deve ter um peso menor na carteira) , quase que parece contra-senso adicionarmos um activo com risco e ao mesmo tempo estarmos a diminuir o risco/desvio padrão da carteira como um todo mas é a beleza da diversificação.
EDIT 3: Recomenda-se a leitura de Diversification Beyond Stocks e de uma forma geral o uso da Investopedia
Quando a inflação começar a aumentar a carteira não terá outros activos?
Não sei. É provável. Quem sabe viro-me para as TIPS. Não planeei ainda a 100%. Já disse que o tipo de investimento que faço é substancialmente diferente do que o LTCM advoga e tentar mistura-los é errado! 90% da minha carteira são Bonds. Descorrelacionadas entre elas, mas é óbvio que a diversificação é completamente diferente entre uma carteira do meu tipo e uma carteira estilo LTCM. Talvez fizesse uma carteira semi-passiva se tivesse os instrumentos para a fazer. Entretanto vou diversificando entre obrigações e alguma exposição a acções. Este tipo de investimento não é suposto ser tão "perfeito" como o via ETFs mas sim uma forma de investimentos em fundos de baixa volatilidade com rentabilidade superior a um depósito a prazo. Simples e nada de revolucionário. O investimento em ETFs advogado pelo LTCM é uma evolução. Depois há ainda a possibilidade de evoluir mais um bocadinho seja via "Risk Parity", usando "Alavancagem" ou através de beneficiarmos da "Mean Reversion" que a maioria dos activos financeiros tem.
P.S. O Post "O Risco, a Correlação e a Diversificação" estava na página 33. Acho que vou começar a compilar os meus posts "educativos" e colocar na primeira página mas eles estão para ai perdidos no meio de mais de 100 página de tópico
Virtuagod, Continuo sem perceber o asset alocation da tua estratégia em fundos, parece-me pouco diversificada porque só vejo fundos de bonds de maior ou menor risco.
É claro que é "pouco" diversificada quando eu sei que comparas à carteira de ETFs advogada pelo LTCM. Mas é mais diversificada do que pensas. É certo que as obrigações têm uma certa correlação entre elas, devido a terem os mesmo defeitos, e que num mundo com inflação alta quase todos estes fundos vão sofrer. Afinal inflação é a kryptonite das obrigações e nem sei se mesmo as TIPS se safarão. Entretanto o objectivo e irmos fazendo dinheiro


O Risco, a Correlação e a Diversificação
Este post vai ser mais teórico que o normal. Irei, sempre que possível, tentar indicar exemplos práticos com os fundos.
O título do post é aquele exactamente por ser a ordem que precisamos de compreender os conceitos, sendo que estão interligados. Depois de percebermos o conceito de Risco os outros são de simples explicação (claro que explicações básicas, pois há milhares de páginas sobre cada um dos conceitos).
O que é risco?
Há inúmeros tipos de riscos associados a activos financeiros, como o risco câmbial, risco de falência de uma empresa/país (Default) etc etc. Contudo o que nos interessa é "Risk is the possibility of P&L being different from what is expected or anticipated; risk is uncertainty or randomness measured by the distribution of future P&L.". P&L são "profit and losses", ou seja o resultado financeiro do investimento. Quanto mais a probabilidade de um investimento ter um resultado diferente do esperado mais risco ele tem. Ao comprarmos PIMCO T.R. e ao comprarmos o S&P 500 a probabilidade de daqui a 12 meses teremos a rentabilidade expectável (a rentabilidade média de cada um) é superior no PIMCO.
Quanto maior a probabilidade de um investimento ter a rentabilidade expectável menos risco ele tem. Por outro lado quanto maior a probabilidade de ele "falhar" a rentabilidade expectável mais risco ele tem.
Como vemos que activos financeiros têm mais ou menos probabilidade de "falhar"? Pelo Desvio Padrão. Quanto maior o desvio padrão maior a probabilidade de "falhar". Quando dei este conceito sem perceber bem o que significava "Desvio Padrão" era o nome que davam à estatistica em causa. Depois é que me apercebi que o nome diz tudo pois é o DESVIO que o activo pode ter do resultado expectável. Padrão sendo quase sinónimo de "Normal". Por isso era o desvio considerado normal que o activo teria da sua média de longo prazo. Quanto maior era aceitável o activo fugir da média menor a probabilidade de ele estar na média no curto prazo.
Este conceito é quase sinónimo de Volatilidade sendo já intuitivo a qualquer pessoa deste fórum que activos com maior volatilidade têm mais risco. Menor é a probabilidade de no curto prazo o activo ter o comportamento expectável e/ou mais difícil é prever o comportamento futuro de curto prazo.
Correlação: Significado e importância
"Financial Correlations measure the co-movement of two or more financial variables in time.". Ou seja, temos dois activos financeiros. Se ambos sobem nas mesmas alturas têm alta correlação. O Nasdaq e a S&P 500 têm uma correlação quase perfeita. Atenção ambos os activos não têm necessariamente de subir ou descer a mesma % mas apenas a direcção tem de ser a mesma. Quando o Nasdaq sobe o S&P sobe e vice versa. Exemplos visíveis de são o EUR/USD e o mercado accionista, que ultimamente têm tido boa correlação. Um exemplo de activos que tinham boa correlação mas que "quebrou" foi o S&P e o IBEX. Antes da crise europeia tinham uma correlação elevadíssima, e embora ainda tenham alta correlação diminuiu a olhos vistos.
Activos que têm correlações negativas são as obrigações americanas (treasuries) e o S&P. Quando um sobe o outro normalmente desce.
Deixo aqui um quadro com ETF's para as pessoas verem as correlações entre eles. Claro que isto deve ser aplicados aos fundos, por isso um pouco atrás deixei uma explicação dos ETF e ligação com cada fundo, o que era mais parecido.
http://www.assetcorrelation.com/bonds
Como podem ver no quadro há ETF's com boa correlação mas outros têm correlação negativa. O mercado obrigacionista é muito mais diversificado que o accionista e há obrigações que são consideradas "seguras" ou de baixo risco e outras que são consideradas "arriscadas".
Quanto maior a capacidade expectável de pagamento por parte do emitente da obrigação menos risco elas têm o que resulta num desvio padrão inferior. Através desse quadro conseguem perfeitamente ver quais são as mais arriscadas. Facilmente se percebe que os activos de risco e os activos "seguros" têm correlações baixas ou negativas.
O que nos interessa é que os activos com mais alto desvio padrão são correlacionados entre eles, os de baixo desvio padrão são correlacionados entre eles e que os de alto desvio padrão e os de baixo desvio padrão têm correlações negativas.
Ou seja activos de risco têm risco padrão mais elevados e são correlacionados entre eles mas têm correlação negativa com activos de baixo risco. É normalíssimo que assim seja, as bolsas normalmente sobem todas ou descem todas juntas, e quando o $ sai das bolsas vai para activos seguros ou vice versa.
Diversificação. Como a obter?
Agora é simples perceber o que fazer para obtermos uma carteira diversificada. Activos de risco e activos com pouco risco. Se uns activos sobem quando outros descem a nossa carteira varia menos que cada activo em si. Digamos que uns compensam outros. Será "normal" uma pessoa pensar que uns fundos a subir quando outros descem se "anulem", ora se pensarmos um pouco não é verdade pois como já disse ambos os activos não têm necessariamente de subir ou descer a mesma % mas apenas a direcção importa.
Isso é fácil de ver. Desde 2008 termos o fundo Schroder ISF US Dollar Bd B EUR Hdg provavelmente o com mais correlação com treasuries ("seguras") e o F&C Emerging Markets Bond C-Euro Hedged que tem obrigações de mercados emergentes ("arriscadas") deu-nos um lucro bem agradável. Sendo que o Schroder compensou o F&C em 2008 mas em 2009 e 2010 o F&C potenciou os resultados da nossa carteira de uma forma que o fundo "seguro" não conseguiu. Aumentamos a nossa rentabilidade com baixo risco (aumentando o rácio retorno/risco e/ou o Rácio de Sharpe). Este como sabemos e a vantagem da diversificação e o objectivo de qualquer investidor.
Assim: Diversification is synonymous with inverse correlation. The lower, preferable negative the correlation, the higher is the diversification
Bibliografia: Wikipedia, A Pratical Guide to risk Management(CFA Intitute) e Asset Correlation. Recomendo a leitura de Diversification Is Not Dead, You've Just Been Doing It Wrong
EDIT: Há alguns fundos onde o desvio padrão é baixo mas têm correlação com activos de risco como o JPM Income Opportunity devido a ser um fundo com obrigações "arriscadas" mas devido a estar apenas 50% investido o desvio padrão é metade do que devia ser

EDIT 2: Para quem quiser "brincar" com rentabilidades e desvio padrão em carteiras compostas por diferentes ETF Tem aqui um bom sítio ETFReplay.com e poderão ver as diferentes combinações de rentabilidade e risco. Lembrem-se de juntar sempre é ETF's com correlações negativas como EMB com IEF, IEF com JNK etc. Claro que poderão experimentar com vários ETF's mas o uso de 2 activos apenas, um com risco e outro sem risco mostra perfeitamente as vantagens da diversificação. Assim têm números para quantificar o que eu disse no secção de diversificação. Experimentem colocar 50% IEF e 50% EMB desde janeiro de 2008 e usem IEF como benchmark e verão como o uso de um activo com "risco" (o EMB) não só aumentou a rentabilidade como diminuiu o risco

EDIT 3: Recomenda-se a leitura de Diversification Beyond Stocks e de uma forma geral o uso da Investopedia

Quando a inflação começar a aumentar a carteira não terá outros activos?
Não sei. É provável. Quem sabe viro-me para as TIPS. Não planeei ainda a 100%. Já disse que o tipo de investimento que faço é substancialmente diferente do que o LTCM advoga e tentar mistura-los é errado! 90% da minha carteira são Bonds. Descorrelacionadas entre elas, mas é óbvio que a diversificação é completamente diferente entre uma carteira do meu tipo e uma carteira estilo LTCM. Talvez fizesse uma carteira semi-passiva se tivesse os instrumentos para a fazer. Entretanto vou diversificando entre obrigações e alguma exposição a acções. Este tipo de investimento não é suposto ser tão "perfeito" como o via ETFs mas sim uma forma de investimentos em fundos de baixa volatilidade com rentabilidade superior a um depósito a prazo. Simples e nada de revolucionário. O investimento em ETFs advogado pelo LTCM é uma evolução. Depois há ainda a possibilidade de evoluir mais um bocadinho seja via "Risk Parity", usando "Alavancagem" ou através de beneficiarmos da "Mean Reversion" que a maioria dos activos financeiros tem.
P.S. O Post "O Risco, a Correlação e a Diversificação" estava na página 33. Acho que vou começar a compilar os meus posts "educativos" e colocar na primeira página mas eles estão para ai perdidos no meio de mais de 100 página de tópico

Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
VirtuaGod Escreveu:KathyFish Escreveu:VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:Tu da actualização e eu do dinheiro![]()
Mas é uma queda e tanto! Nada como estas coisas para nos preparar para quedas bem maiores e continuadas.
Que queda? O $ que resulta da "queda" vai ficar à ordem. A "queda" é na UP não no nosso $(tirando os imposto que pagas da distribuição)
Isso é independente do tempo que se detém em carteira?
Quem subscreveu por exemplo em Novembro também recebe igual?
Sim. O que acontece é isto. Tens 10 UPs a 100 euros. Investiste 1000 euros certo?
No dia a seguir há distribuição. A UP vai para 90 euros (logo ficas com 900 euros investidos) e os restantes 100 euros (10 euros * 10 UPs) vão para a conta à ordem.
Isto teoricamente pois na prática o que fica à ordem são os 100 euros - imposto (tal como se tivesses vendido parte das tuas UPs). Não se ganha, pelo contrario, está-se é a antecipar o pagamento de imposto, o que é negativo para nós.
Mas em termos práticos a diferença é relativamente pouca. É a única coisa que não gosto do F&C e por vezes me faz olhar para o PIMCO emerging markets que por aí vão postando de vez em quando.
Obrigado pelo esclarecimento VG.
Por acaso estava a planear reforçar em Janeiro o F&C. Por isso vou reinvestir o que receber.
Tirando isso o F&C parece marginalmente melhor que o PIMCO Emerging Markets. (historicamente pelo menos... sendo isto dito por quem percebe pouco)

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KathyFish Escreveu:VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:Tu da actualização e eu do dinheiro![]()
Mas é uma queda e tanto! Nada como estas coisas para nos preparar para quedas bem maiores e continuadas.
Que queda? O $ que resulta da "queda" vai ficar à ordem. A "queda" é na UP não no nosso $(tirando os imposto que pagas da distribuição)
Isso é independente do tempo que se detém em carteira?
Quem subscreveu por exemplo em Novembro também recebe igual?
Sim. O que acontece é isto. Tens 10 UPs a 100 euros. Investiste 1000 euros certo?
No dia a seguir há distribuição. A UP vai para 90 euros (logo ficas com 900 euros investidos) e os restantes 100 euros (10 euros * 10 UPs) vão para a conta à ordem.
Isto teoricamente pois na prática o que fica à ordem são os 100 euros - imposto (tal como se tivesses vendido parte das tuas UPs). Não se ganha, pelo contrario, está-se é a antecipar o pagamento de imposto, o que é negativo para nós.
Mas em termos práticos a diferença é relativamente pouca. É a única coisa que não gosto do F&C e por vezes me faz olhar para o PIMCO emerging markets que por aí vão postando de vez em quando.
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VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:Tu da actualização e eu do dinheiro![]()
Mas é uma queda e tanto! Nada como estas coisas para nos preparar para quedas bem maiores e continuadas.
Que queda? O $ que resulta da "queda" vai ficar à ordem. A "queda" é na UP não no nosso $(tirando os imposto que pagas da distribuição)
Isso é independente do tempo que se detém em carteira?
Quem subscreveu por exemplo em Novembro também recebe igual?
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Manushe Escreveu:Tu da actualização e eu do dinheiro![]()
Mas é uma queda e tanto! Nada como estas coisas para nos preparar para quedas bem maiores e continuadas.
Que queda? O $ que resulta da "queda" vai ficar à ordem. A "queda" é na UP não no nosso $

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É. Mas só quando estiver no meu desktop te posso dar mais info! Só para o ano 

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VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:OUTCH!!!!
FCOMZGE:LX F&C Portfolios Fund
-2.72% -3.49
Ainda agora estava a falar disso! Devido ao dia em questão fiquei na dúvida se é a distribuição! Estou à espera da actualização do Best para ter a certeza!!
Claro que é a distribuição!!! Não cedo nem mais um chavo!!!


Tu da actualização e eu do dinheiro

Mas é uma queda e tanto! Nada como estas coisas para nos preparar para quedas bem maiores e continuadas.
"You can sedate all the people some of the time, and some of the people all of the time, but you cannot sedate all of the people all of the time."
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
Manushe Escreveu:OUTCH!!!!
FCOMZGE:LX F&C Portfolios Fund
-2.72% -3.49 (-17.42)
Ainda agora estava a falar disso! Devido ao dia em questão fiquei na dúvida se é a distribuição! Estou à espera da actualização do Best para ter a certeza!!
Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
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Leiam este artigo de opinião,não é para assustar, mas chamar a atenção para terem cuidado com os activos financeiros e bonds em dólares:
http://sicnoticias.sapo.pt/opinionMaker ... -ostrich4#
Fiscal Cliff – The Great American Ostrich
opinião
30.12.2012 23:35
Opinião de
José Gomes Ferreira
Subdiretor de Informação SIC
Vejo, ouço, leio… custa-me a acreditar…Como é possível que quase toda a discussão pública dentro e fora dos Estados Unidos sobre o chamado precipício orçamental – fiscal cliff – se resuma a duas ou três ideias feitas sobre o risco de a economia norte-americana cair por causa do corte de despesas e do aumento de impostos? Ideias que são repetidas até à exaustão nos EUA e reproduzidas de forma acrítica e tendenciosa em todo o Mundo, evitando a verdadeira discussão?
Como é possível que se continue a esconder da opinião pública a simples evidência de que os EUA não têm só um problema orçamental, estão sim a caminhar rapidamente para a insolvência e a arrastar o Mundo para um beco sem saída que, no limite, se pode transformar num problema generalizado para toda a economia do globo, se não para uma situação de conflito?
Porque não se diz claramente que o chamado precipício orçamental americano é apenas o princípio de um caminho inevitável de correcção dos problemas do país – que a Europa do Euro iniciou há mais de dois anos, já com atraso - e que o perigo maior não é o aumento de impostos e o corte de despesas mas sim manter o défice e aumentar a dívida americana sem parar?
Vamos por partes:
A Administração democrata está, por estes dias, a negociar com os Republicanos no Congresso (partido que detém a maioria dos lugares) um acordo que evite a entrada em vigor de cortes de despesa e de aumentos de impostos previstos na lei há vários anos por boas razões para reduzir o défice orçamental da União.
Tanto Obama como John Boehner, acham que Democratas e Republicanos se têm de entender para evitar o tal precipício orçamental porque, se assim não for, com uma redução automática de despesas e aumentos de impostos no valor estimado de 600 mil milhões de dólares por ano, a contar dia 1 de Janeiro, a economia dos EUA cai pelo menos 0,5 por cento em 2013, perdem-se pelo menos 2,1 milhões de empregos, as bolsas afundam, etc. etc.
O principal problema dos EUA neste momento, tanto para o Presidente como para o líder da oposição, parece residir no facto de os seus antecessores terem deixado sob a forma de lei a obrigação de o Estado americano aumentar os impostos e cortar as despesas para reduzir o défice.
Na última entrevista de Obama em 2012, o presidente mostrou-se, mais uma vez, muito preocupado com as consequências de um não acordo, dizendo que os mercados financeiros não iriam gostar…
A mesma formulação do problema é usada pelos muitos milhares de economistas, analistas e jornalistas americanos para consumo interno e para exportação pelo mundo fora. Não há site de informação, televisão radio ou jornal dos EUA, do Reino Unido, mas também do Brasil, da Africa do Sul, da India, da China, da Rússia e mesmo da Europa que não tenha dito que os Estados Unidos têm um problema para resolver, o Fiscal Cliff. E se o não resolverem, as consequências serão negativas para todos porque se a economia americana cai, todas as outras economias e em particular os mercados financeiros ressentem-se.
Sendo parcialmente correcta em relação a eventuais consequências imediatas do Fiscal Cliff, esta é uma leitura errada em relação às causas dos problemas da economia americana e uma leitura errónea em relação aos comportamentos dos agentes políticos e económicos, tanto americanos como do resto do mundo.
A verdadeira e útil discussão sobre os problemas reais da economia americana deve centrar-se nos seus desequilíbrios profundos, que são simples de perceber: há pelo menos 30 anos, os americanos deixaram de produzir riqueza suficiente para pagar aquilo que consomem.
Com a queda do Muro de Berlim a transformar os EUA na única superpotência dominante e com uma moeda usada para mediar a quase totalidade do crescente comercio mundial, o dólar, este grande país deixou-se ir na facilidade de gastar cada vez mais e produzir cada vez menos, financiando os défices público e externo nos mercados financeiros a um preço ou juro cada vez mais baixo mas em quantidades cada vez mais elevadas.
Os taticismos polítcos dos dois partidos que governam os EUA, a par com uma grande complexidade do sistema eleitoral americano, têm levado democratas e republicanos a defender determinada politica e a sua contrária, conforme estão no poder ou na oposição, sempre com o mesmo resultado global: um aumento consistente e crescente das despesas, uma descida imprudente e eleitoralista da cobrança de impostos, défices orçamentais galopantes e uma impotência ou uma paralisia notória do sistema politico face à necessidade urgente de resolução desta situação.
O problema dos défices gémeos, publico e externo ganhou dimensão relevante durante o mandato de Ronald Reagan, no inicio dos anos 80, com a decisão neoliberal de corte de impostos associada a uma abertura crescente da economia dos EUA a importações do Extremo Oriente, em resultado da globalização potenciada pelas negociações para a liberalização do comércio mundial.
Durante mais de uma década, o défice federal alargou-se e, em consequência, a dívida pública, cresceu de 35 para 65 por cento do PIB. Curiosamente, foi com o democrata Bill Clinton (social-democrata ou socialista moderado, para a escala portuguesa), que os EUA inverteram esta tendência a partir de 1993. O presidente decidiu cortar despesas e aumentar impostos, reequilibrando as finanças da maior potência e os indicadores fundamentais da maior economia do Mundo.
Por pouco tempo.
Com a eleição de Georges W. Bush em 2001, o Congresso decidiu cortar substancialmente os impostos, sobretudo para as empresas e a classe média e média alta, e aumentar despesas, sobretudo militares. Muito dinheiro foi gasto no combate ao terrorismo e nas chamadas guerras preventivas, no Afeganistão e no Iraque. Apesar de todos os erros de avaliação cometidos, nomeadamente no Iraque, o mundo ficou menos perigoso desde então e, em particular o Ocidente, tem uma dívida com os EUA cujo valor não é sequer monetarizável.
Mas em termos económicos e financeiros, o desequilíbrio da maior economia do Mundo agravou-se, o défice, cresceu, a dívida cresceu ainda mais e a economia cresceu sobretudo à custa de créditos concedidos por um sistema financeiro ávido de lucros e imprudente na avaliação de riscos.
Mais tarde ou mais cedo, teria de acontecer a crise financeira que deflagrou em 2007 e rebentou em 2008. Era mesmo só uma questão de tempo.
Muitos pormenores desta crise são conhecidos, recordemos apenas os planos de emergência para a salvação do sistema financeiro americano na sequência da falência do Lehman Brothers:
Um gigantesco plano de compra de créditos mal-parados da banca americana, o TARP (Troubled Assets Relief Program), um gigantesco plano de recapitalização de grande parte dos bancos do sistema e, em simetria, uma gigantesca operação de emissão de títulos de dívida pública americana de médio e longo prazo, Bonds, para pagar as operações de salvação do sistema financeiro.
Com a eleição de Obama, ao contrário do que aconteceu com Bill Clinton que também era democrata , os desequilíbrios não se corrigiram. Agravaram-se.
Antes de ser eleito, Obama tinha prometido ajudar os idosos e os pobres que não tinham protecção na doença e no desemprego . Lançou os programas de saúde para todos e reforçou a protecção social. Mas não financiou estas novas despesas com aumentos de impostos sobre a classe média e alta e sobre as empresas. Cortou ainda mais taxas de impostos e manteve as isenções concedidas por Georges W. Bush, porque não teve força política para as alterar. Os Republicanos, na oposição, não queriam que as despesas sociais aumentassem e não permitiram que se cobrasse mais em impostos para as financiar. Uns e outros sabiam que estavam a degradar as contas públicas, mas por razões diversas aumentaram despesas e diminuíram o nível de receitas.
A solução americana para os problemas trazidos pela crise financeira e económica foi atirar mais dinheiro sobre esses problemas. Dinheiro que não existia, que a União não tinha para gastar. O défice continuou a ser coberto com dívida pública sob a forma de emissões de bonds a um ritmo crescente. O gigantesco comprador desses títulos de dívida tem sido o Banco emissor das célebres notas verdes de dólar, a FED, a Reserva Federal Norte-americana, que depois as repassa aos bancos americanos e aos bancos e investidores de todo o mundo.
O sistema funciona de forma altamente complexa, mas pode resumir-se como uma gigantesca máquina impressora de dinheiro que serve para comprar divida do Estado para este, com esse dinheiro, gastar em algumas (poucas) despesas de investimento e em muita despesa não recuperável do ponto de vista económico e financeiro.
Ainda há poucos meses Obama dizia em público que queria investir mais na economia para criar empregos e que tinha planos para lançar linhas de TGV para servir 80 por cento dos americanos…com dinheiro que não tinha, não tem, nem terá nas próximas décadas….
A economia americana está cada vez mais a viver de um gigantesco balão de oxigénio que é uma política monetária expansionista. O verdadeiro Ministro da Economia dos EUA não é o Secretário de Estado da pasta oficial, é o senhor Bem Bernanke, presidente da FED.
A Ben Bernanke, tanto o presidente Obama como democratas, republicanos, banqueiros empresários, empregados, desempregados, doentes , idosos e cidadãos em geral pedem que resolva os seus problemas.
E Ben Bernanke, ao contrário do que um presidente de Banco Central devia fazer, diz sempre que sim. Diz a todos que sim, e emite cada vez mais dólares. Emitiu dólares para financiar o plano de Georges W.Bush para salvar o sistema financeiro no valor de quase um bilião, (1 trillion); emitiu dólares para financiar para financiar o plano de estímulo económico de Obama no valor de mais de 700 mil milhões… continua a imprimir notas verdes a um ritmo frenético.
O crescimento da economia americana, o combate ao desemprego e o pagamento das despesas do Estado, nomeadamente despesas sociais, está a ser feito à custa de emissão de moeda para comprar obrigações de dívida pública, que são depois revendidas nos mercados mundiais, como se de boa política económica, financeira, orçamental, fiscal e monetária se tratasse.
Por outras palavras, os americanos estão a comprar um relativo bem-estar no presente, atirando um cheque irresponsável e impagável sobre o futuro.
Os mesmos americanos, políticos, banqueiros, empresários, investidores, analistas e jornalistas que se deliciam com cada notícia sobre as dificuldades da zona Euro, com os sucessivos downgrades ou desclassificações das dívidas europeias, os mesmos editores que fazem sucessivas capas de jornais e revistas com o fim da Moeda Única, não perceberam ainda que o verdadeiro risco para o Mundo está na nota verde.
Não perceberam, são incapazes de perceber porque é que o Euro está acima dos 1,3 por dólar, contrariando todas as previsões que fizeram até agora de que o Euro ia rebentar. São incapazes de reconhecer que os verdadeiros investidores dos mercados financeiros acreditam menos no dólar que no Euro; são incapazes de perceber porque é que Vladimir Putin disse, à chegada à cimeira do G20 no México, que estava mais preocupado com o dólar que com o Euro, porque tinha muitas reservas na moeda americana e não está tranquilo sobre o seu valor futuro.
Não perceberam que, com uma quantidade astronómica de dólares nos cofres do Banco Central da China, o governador deste banco pode ameaçar o próprio Congresso dos EUA: basta começar a desfazer-se da nota verde a um ritmo mais acelerado para provocar a sua queda irreversível e obrigar a alterar a política americana de uma semana para a outra.
Não perceberam que a Europa do Euro está de facto a resolver os seus problemas, com muita dor nos países mais frágeis mas com sacrifícios para todos, mesmo para os que dizem mal dos que foram mais gastadores e estão agora mais desequilibrados.
A teoria de que ao líder tudo é permitido, neste caso ao líder do Mundo, continua a ser a mais usada pelos analistas que também não concordam com a política seguida nos EUA mas não se atrevem a prever a próxima crise financeira, tal como não previram a anterior.
A História mostra que a confiança dos investidores numa moeda nunca é ilimitada, mesmo que seja a moeda do mais forte, a moeda da Superpotência.
Quanto mais a China e os países vizinhos da Ásia fizerem acordos de comércio bilateral em Yuan ou outras moedas locais;
Quantos mais acordos de Bartering (troca por troca, normalmente de matérias-primas por produtos manufacturados, sem mediação monetária) a China fizer com países de África;
Quanto mais a América Latina negociar entre si em pesos ou reais;
Quanto mais petróleo e gás natural a Rússia e o Médio Oriente venderem à Europa em euros;
Menos peso terá o dólar no comércio mundial e mais risco terá de se desvalorizar.
Quanto mais bonds o tesouro americano emitir, maior será o risco de se desvalorizarem, subindo os juros implícitos e, consequentemente, os juros das emissões em mercado primário.
Os conceitos básicos dos livros de Economia & Finanças não podem estar certos para todo o Mundo, em todas as épocas, e errados para os Estados Unidos – a emissão de moeda tem de corresponder à criação efectiva de riqueza e os Estados, tal como as famílias e as empresas, não podem endividar-se de forma permanente e ilimitada.
Por tudo isto, a verdadeira discussão nos EUA não devia ser sobre as consequências imediatas de uma correcção dos desequilíbrios orçamentais, posta na lei por boas razões, obrigando à subida de impostos e ao corte de despesas reduzindo automaticamente o défice. Devia ser sobre a saúde de um gigante desequilibrado e endividado que tem cada vez mais pés de barro, prestes a desfazer-se.
Argumentam os analistas defensores dos estímulos orçamentais e da política monetária em curso nos UEA que a leitura sobre os riscos da economia americana é exagerada porque, se é verdade que o défice e a dívida pública são grandes, o facto é que as grandes empresas americanas estão cheias de dinheiro nos seus cofres, estão supercapitalizadas e essa realidade compensa tudo o resto.
Eis como uma aparente força de argumentação pode transformar em fraqueza num estalar de dedos: essas mesmas empresas investem muito pouco nos Estados Unidos para evitar custos, nomeadamente de mão-de-obra, não pagam os impostos que deviam, beneficiam de uma política orçamental expansionista que ajuda decisivamente a compor a sua facturação mas não pode manter-se indefinidamente e, sobretudo, não percebem que estão sentadas em cima de pilhas de notas de dólar que, de uma semana para a outra, podem perder grande parte do seu valor.
Quando esse dia ou essa semana chegar, o perdedor não será só a Grande Nação americana. Seremos todos nós. A instabilidade financeira que se seguirá não irá beneficiar uns em detrimento de outros. Será prejudicial e terrível para todos.
Por isso, melhor seria que os dirigentes políticos, ou melhor, todos os agentes que detém alguma forma de poder na América, abandonassem de vez a atitude da avestruz que mantém a cabeça enterrada na areia enquanto sente perigo por perto.
Por eles, pela América, por todos nós e pelas gerações que se seguem.
Nota final:
À hora a que escrevo, neste final de dia 30 de Dezembro de 2012, ainda não há acordo entre o Obama e o líder dos Republicanos para evitar o Fiscal Cliff. Poderá haver muito em breve. Mas da maneira como a questão foi posta à discussão, o eventual acordo será sempre uma panaceia para os problemas do país, ao estilo salomónico de cortar algumas despesas e subir algumas taxas de imposto reduzindo algumas isenções. Não será de facto a solução de fundo – deixar o Fiscal Cliff acontecer em toda a sua extensão, eventualmente por fases, mas até ao fim. Seria doloroso mas clarificador, garantiria o futuro da América e a estabilidade financeira e económica do Mundo.
José Gomes Ferreira
http://sicnoticias.sapo.pt/opinionMaker ... -ostrich4#
Fiscal Cliff – The Great American Ostrich
opinião
30.12.2012 23:35
Opinião de
José Gomes Ferreira
Subdiretor de Informação SIC
Vejo, ouço, leio… custa-me a acreditar…Como é possível que quase toda a discussão pública dentro e fora dos Estados Unidos sobre o chamado precipício orçamental – fiscal cliff – se resuma a duas ou três ideias feitas sobre o risco de a economia norte-americana cair por causa do corte de despesas e do aumento de impostos? Ideias que são repetidas até à exaustão nos EUA e reproduzidas de forma acrítica e tendenciosa em todo o Mundo, evitando a verdadeira discussão?
Como é possível que se continue a esconder da opinião pública a simples evidência de que os EUA não têm só um problema orçamental, estão sim a caminhar rapidamente para a insolvência e a arrastar o Mundo para um beco sem saída que, no limite, se pode transformar num problema generalizado para toda a economia do globo, se não para uma situação de conflito?
Porque não se diz claramente que o chamado precipício orçamental americano é apenas o princípio de um caminho inevitável de correcção dos problemas do país – que a Europa do Euro iniciou há mais de dois anos, já com atraso - e que o perigo maior não é o aumento de impostos e o corte de despesas mas sim manter o défice e aumentar a dívida americana sem parar?
Vamos por partes:
A Administração democrata está, por estes dias, a negociar com os Republicanos no Congresso (partido que detém a maioria dos lugares) um acordo que evite a entrada em vigor de cortes de despesa e de aumentos de impostos previstos na lei há vários anos por boas razões para reduzir o défice orçamental da União.
Tanto Obama como John Boehner, acham que Democratas e Republicanos se têm de entender para evitar o tal precipício orçamental porque, se assim não for, com uma redução automática de despesas e aumentos de impostos no valor estimado de 600 mil milhões de dólares por ano, a contar dia 1 de Janeiro, a economia dos EUA cai pelo menos 0,5 por cento em 2013, perdem-se pelo menos 2,1 milhões de empregos, as bolsas afundam, etc. etc.
O principal problema dos EUA neste momento, tanto para o Presidente como para o líder da oposição, parece residir no facto de os seus antecessores terem deixado sob a forma de lei a obrigação de o Estado americano aumentar os impostos e cortar as despesas para reduzir o défice.
Na última entrevista de Obama em 2012, o presidente mostrou-se, mais uma vez, muito preocupado com as consequências de um não acordo, dizendo que os mercados financeiros não iriam gostar…
A mesma formulação do problema é usada pelos muitos milhares de economistas, analistas e jornalistas americanos para consumo interno e para exportação pelo mundo fora. Não há site de informação, televisão radio ou jornal dos EUA, do Reino Unido, mas também do Brasil, da Africa do Sul, da India, da China, da Rússia e mesmo da Europa que não tenha dito que os Estados Unidos têm um problema para resolver, o Fiscal Cliff. E se o não resolverem, as consequências serão negativas para todos porque se a economia americana cai, todas as outras economias e em particular os mercados financeiros ressentem-se.
Sendo parcialmente correcta em relação a eventuais consequências imediatas do Fiscal Cliff, esta é uma leitura errada em relação às causas dos problemas da economia americana e uma leitura errónea em relação aos comportamentos dos agentes políticos e económicos, tanto americanos como do resto do mundo.
A verdadeira e útil discussão sobre os problemas reais da economia americana deve centrar-se nos seus desequilíbrios profundos, que são simples de perceber: há pelo menos 30 anos, os americanos deixaram de produzir riqueza suficiente para pagar aquilo que consomem.
Com a queda do Muro de Berlim a transformar os EUA na única superpotência dominante e com uma moeda usada para mediar a quase totalidade do crescente comercio mundial, o dólar, este grande país deixou-se ir na facilidade de gastar cada vez mais e produzir cada vez menos, financiando os défices público e externo nos mercados financeiros a um preço ou juro cada vez mais baixo mas em quantidades cada vez mais elevadas.
Os taticismos polítcos dos dois partidos que governam os EUA, a par com uma grande complexidade do sistema eleitoral americano, têm levado democratas e republicanos a defender determinada politica e a sua contrária, conforme estão no poder ou na oposição, sempre com o mesmo resultado global: um aumento consistente e crescente das despesas, uma descida imprudente e eleitoralista da cobrança de impostos, défices orçamentais galopantes e uma impotência ou uma paralisia notória do sistema politico face à necessidade urgente de resolução desta situação.
O problema dos défices gémeos, publico e externo ganhou dimensão relevante durante o mandato de Ronald Reagan, no inicio dos anos 80, com a decisão neoliberal de corte de impostos associada a uma abertura crescente da economia dos EUA a importações do Extremo Oriente, em resultado da globalização potenciada pelas negociações para a liberalização do comércio mundial.
Durante mais de uma década, o défice federal alargou-se e, em consequência, a dívida pública, cresceu de 35 para 65 por cento do PIB. Curiosamente, foi com o democrata Bill Clinton (social-democrata ou socialista moderado, para a escala portuguesa), que os EUA inverteram esta tendência a partir de 1993. O presidente decidiu cortar despesas e aumentar impostos, reequilibrando as finanças da maior potência e os indicadores fundamentais da maior economia do Mundo.
Por pouco tempo.
Com a eleição de Georges W. Bush em 2001, o Congresso decidiu cortar substancialmente os impostos, sobretudo para as empresas e a classe média e média alta, e aumentar despesas, sobretudo militares. Muito dinheiro foi gasto no combate ao terrorismo e nas chamadas guerras preventivas, no Afeganistão e no Iraque. Apesar de todos os erros de avaliação cometidos, nomeadamente no Iraque, o mundo ficou menos perigoso desde então e, em particular o Ocidente, tem uma dívida com os EUA cujo valor não é sequer monetarizável.
Mas em termos económicos e financeiros, o desequilíbrio da maior economia do Mundo agravou-se, o défice, cresceu, a dívida cresceu ainda mais e a economia cresceu sobretudo à custa de créditos concedidos por um sistema financeiro ávido de lucros e imprudente na avaliação de riscos.
Mais tarde ou mais cedo, teria de acontecer a crise financeira que deflagrou em 2007 e rebentou em 2008. Era mesmo só uma questão de tempo.
Muitos pormenores desta crise são conhecidos, recordemos apenas os planos de emergência para a salvação do sistema financeiro americano na sequência da falência do Lehman Brothers:
Um gigantesco plano de compra de créditos mal-parados da banca americana, o TARP (Troubled Assets Relief Program), um gigantesco plano de recapitalização de grande parte dos bancos do sistema e, em simetria, uma gigantesca operação de emissão de títulos de dívida pública americana de médio e longo prazo, Bonds, para pagar as operações de salvação do sistema financeiro.
Com a eleição de Obama, ao contrário do que aconteceu com Bill Clinton que também era democrata , os desequilíbrios não se corrigiram. Agravaram-se.
Antes de ser eleito, Obama tinha prometido ajudar os idosos e os pobres que não tinham protecção na doença e no desemprego . Lançou os programas de saúde para todos e reforçou a protecção social. Mas não financiou estas novas despesas com aumentos de impostos sobre a classe média e alta e sobre as empresas. Cortou ainda mais taxas de impostos e manteve as isenções concedidas por Georges W. Bush, porque não teve força política para as alterar. Os Republicanos, na oposição, não queriam que as despesas sociais aumentassem e não permitiram que se cobrasse mais em impostos para as financiar. Uns e outros sabiam que estavam a degradar as contas públicas, mas por razões diversas aumentaram despesas e diminuíram o nível de receitas.
A solução americana para os problemas trazidos pela crise financeira e económica foi atirar mais dinheiro sobre esses problemas. Dinheiro que não existia, que a União não tinha para gastar. O défice continuou a ser coberto com dívida pública sob a forma de emissões de bonds a um ritmo crescente. O gigantesco comprador desses títulos de dívida tem sido o Banco emissor das célebres notas verdes de dólar, a FED, a Reserva Federal Norte-americana, que depois as repassa aos bancos americanos e aos bancos e investidores de todo o mundo.
O sistema funciona de forma altamente complexa, mas pode resumir-se como uma gigantesca máquina impressora de dinheiro que serve para comprar divida do Estado para este, com esse dinheiro, gastar em algumas (poucas) despesas de investimento e em muita despesa não recuperável do ponto de vista económico e financeiro.
Ainda há poucos meses Obama dizia em público que queria investir mais na economia para criar empregos e que tinha planos para lançar linhas de TGV para servir 80 por cento dos americanos…com dinheiro que não tinha, não tem, nem terá nas próximas décadas….
A economia americana está cada vez mais a viver de um gigantesco balão de oxigénio que é uma política monetária expansionista. O verdadeiro Ministro da Economia dos EUA não é o Secretário de Estado da pasta oficial, é o senhor Bem Bernanke, presidente da FED.
A Ben Bernanke, tanto o presidente Obama como democratas, republicanos, banqueiros empresários, empregados, desempregados, doentes , idosos e cidadãos em geral pedem que resolva os seus problemas.
E Ben Bernanke, ao contrário do que um presidente de Banco Central devia fazer, diz sempre que sim. Diz a todos que sim, e emite cada vez mais dólares. Emitiu dólares para financiar o plano de Georges W.Bush para salvar o sistema financeiro no valor de quase um bilião, (1 trillion); emitiu dólares para financiar para financiar o plano de estímulo económico de Obama no valor de mais de 700 mil milhões… continua a imprimir notas verdes a um ritmo frenético.
O crescimento da economia americana, o combate ao desemprego e o pagamento das despesas do Estado, nomeadamente despesas sociais, está a ser feito à custa de emissão de moeda para comprar obrigações de dívida pública, que são depois revendidas nos mercados mundiais, como se de boa política económica, financeira, orçamental, fiscal e monetária se tratasse.
Por outras palavras, os americanos estão a comprar um relativo bem-estar no presente, atirando um cheque irresponsável e impagável sobre o futuro.
Os mesmos americanos, políticos, banqueiros, empresários, investidores, analistas e jornalistas que se deliciam com cada notícia sobre as dificuldades da zona Euro, com os sucessivos downgrades ou desclassificações das dívidas europeias, os mesmos editores que fazem sucessivas capas de jornais e revistas com o fim da Moeda Única, não perceberam ainda que o verdadeiro risco para o Mundo está na nota verde.
Não perceberam, são incapazes de perceber porque é que o Euro está acima dos 1,3 por dólar, contrariando todas as previsões que fizeram até agora de que o Euro ia rebentar. São incapazes de reconhecer que os verdadeiros investidores dos mercados financeiros acreditam menos no dólar que no Euro; são incapazes de perceber porque é que Vladimir Putin disse, à chegada à cimeira do G20 no México, que estava mais preocupado com o dólar que com o Euro, porque tinha muitas reservas na moeda americana e não está tranquilo sobre o seu valor futuro.
Não perceberam que, com uma quantidade astronómica de dólares nos cofres do Banco Central da China, o governador deste banco pode ameaçar o próprio Congresso dos EUA: basta começar a desfazer-se da nota verde a um ritmo mais acelerado para provocar a sua queda irreversível e obrigar a alterar a política americana de uma semana para a outra.
Não perceberam que a Europa do Euro está de facto a resolver os seus problemas, com muita dor nos países mais frágeis mas com sacrifícios para todos, mesmo para os que dizem mal dos que foram mais gastadores e estão agora mais desequilibrados.
A teoria de que ao líder tudo é permitido, neste caso ao líder do Mundo, continua a ser a mais usada pelos analistas que também não concordam com a política seguida nos EUA mas não se atrevem a prever a próxima crise financeira, tal como não previram a anterior.
A História mostra que a confiança dos investidores numa moeda nunca é ilimitada, mesmo que seja a moeda do mais forte, a moeda da Superpotência.
Quanto mais a China e os países vizinhos da Ásia fizerem acordos de comércio bilateral em Yuan ou outras moedas locais;
Quantos mais acordos de Bartering (troca por troca, normalmente de matérias-primas por produtos manufacturados, sem mediação monetária) a China fizer com países de África;
Quanto mais a América Latina negociar entre si em pesos ou reais;
Quanto mais petróleo e gás natural a Rússia e o Médio Oriente venderem à Europa em euros;
Menos peso terá o dólar no comércio mundial e mais risco terá de se desvalorizar.
Quanto mais bonds o tesouro americano emitir, maior será o risco de se desvalorizarem, subindo os juros implícitos e, consequentemente, os juros das emissões em mercado primário.
Os conceitos básicos dos livros de Economia & Finanças não podem estar certos para todo o Mundo, em todas as épocas, e errados para os Estados Unidos – a emissão de moeda tem de corresponder à criação efectiva de riqueza e os Estados, tal como as famílias e as empresas, não podem endividar-se de forma permanente e ilimitada.
Por tudo isto, a verdadeira discussão nos EUA não devia ser sobre as consequências imediatas de uma correcção dos desequilíbrios orçamentais, posta na lei por boas razões, obrigando à subida de impostos e ao corte de despesas reduzindo automaticamente o défice. Devia ser sobre a saúde de um gigante desequilibrado e endividado que tem cada vez mais pés de barro, prestes a desfazer-se.
Argumentam os analistas defensores dos estímulos orçamentais e da política monetária em curso nos UEA que a leitura sobre os riscos da economia americana é exagerada porque, se é verdade que o défice e a dívida pública são grandes, o facto é que as grandes empresas americanas estão cheias de dinheiro nos seus cofres, estão supercapitalizadas e essa realidade compensa tudo o resto.
Eis como uma aparente força de argumentação pode transformar em fraqueza num estalar de dedos: essas mesmas empresas investem muito pouco nos Estados Unidos para evitar custos, nomeadamente de mão-de-obra, não pagam os impostos que deviam, beneficiam de uma política orçamental expansionista que ajuda decisivamente a compor a sua facturação mas não pode manter-se indefinidamente e, sobretudo, não percebem que estão sentadas em cima de pilhas de notas de dólar que, de uma semana para a outra, podem perder grande parte do seu valor.
Quando esse dia ou essa semana chegar, o perdedor não será só a Grande Nação americana. Seremos todos nós. A instabilidade financeira que se seguirá não irá beneficiar uns em detrimento de outros. Será prejudicial e terrível para todos.
Por isso, melhor seria que os dirigentes políticos, ou melhor, todos os agentes que detém alguma forma de poder na América, abandonassem de vez a atitude da avestruz que mantém a cabeça enterrada na areia enquanto sente perigo por perto.
Por eles, pela América, por todos nós e pelas gerações que se seguem.
Nota final:
À hora a que escrevo, neste final de dia 30 de Dezembro de 2012, ainda não há acordo entre o Obama e o líder dos Republicanos para evitar o Fiscal Cliff. Poderá haver muito em breve. Mas da maneira como a questão foi posta à discussão, o eventual acordo será sempre uma panaceia para os problemas do país, ao estilo salomónico de cortar algumas despesas e subir algumas taxas de imposto reduzindo algumas isenções. Não será de facto a solução de fundo – deixar o Fiscal Cliff acontecer em toda a sua extensão, eventualmente por fases, mas até ao fim. Seria doloroso mas clarificador, garantiria o futuro da América e a estabilidade financeira e económica do Mundo.
José Gomes Ferreira
REFIDUR Escreveu:e já agora o artigo original, US made...
8 Lazy ETF Portfolios
Refidur és o maior.

Um excelente ponto de partida sobretudo porque é baseado em indexes/etfs do lado de cá!!!!
Posso, em termos práticos, não avançar para lado nenhum mas ao menos aprendo

Muito obrigada.
"You can sedate all the people some of the time, and some of the people all of the time, but you cannot sedate all of the people all of the time."
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
frugal Escreveu:VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:frugal Escreveu: Talvez a entrada de Stocks Europeias ou Stocks US, mas neste último é o problema do câmbio.
Aguarda que o VG prometeu umas lições de Forex e alavancagem!
Mas para isso nem é preciso. Há bons fundos acções US com cobertura câmbial. Já discutidos aqui no tópico e tudo. De momento não tenho os links nem sei que fundos mas facilmente procuro e os ponho aqui!!
P.S. Em relação ao F&C não chove dinheiro não lol. Distribuição de capital é das coisas que mais detesto. A cotação do fundo simplesmente vai descer uns 20 euros e esse valor é colocado na conta à ordem. Quem quiser vai ter de reinvestir. O problema é que paga impostos sobre esse valor e assim o que vai ser reinvestido é inferior à redistribuição.
Virtuagod
Com que fundos farias uma carteira deste tipo?
cumprimentos
penso que vai ao encontro do que procuras...
propostas de carteiras que incluem etfs europeus...
9 carteras de ETFs para españoles vagos
frugal Escreveu:Virtuagod
Com que fundos farias uma carteira deste tipo?
cumprimentos
Preciso do meu desktop por causa dos favoritos do browser (estou de portátil) e já te digo

Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
VirtuaGod Escreveu:Manushe Escreveu:frugal Escreveu: Talvez a entrada de Stocks Europeias ou Stocks US, mas neste último é o problema do câmbio.
Aguarda que o VG prometeu umas lições de Forex e alavancagem!
Mas para isso nem é preciso. Há bons fundos acções US com cobertura câmbial. Já discutidos aqui no tópico e tudo. De momento não tenho os links nem sei que fundos mas facilmente procuro e os ponho aqui!!
P.S. Em relação ao F&C não chove dinheiro não lol. Distribuição de capital é das coisas que mais detesto. A cotação do fundo simplesmente vai descer uns 20 euros e esse valor é colocado na conta à ordem. Quem quiser vai ter de reinvestir. O problema é que paga impostos sobre esse valor e assim o que vai ser reinvestido é inferior à redistribuição.
Virtuagod
Com que fundos farias uma carteira deste tipo?
cumprimentos
You Say Potatoe, I Say Potato
No primeiro dia útil do ano abre com uma valor inferior na UP e distribuição feita.
Pode-se dar logo ordem no dia 1 pois ela é processada com o fecho do dia útil seguinte, quando o valor da UP já está actualizado!
Em anos anteriores:
30-12-2011 114.79
02-01-2012 109.31
31-12-2010 112.50
03-01-2011 107.22
31-12-2009 116.60
04-01-2010 101.81
No primeiro dia útil do ano abre com uma valor inferior na UP e distribuição feita.
Pode-se dar logo ordem no dia 1 pois ela é processada com o fecho do dia útil seguinte, quando o valor da UP já está actualizado!
Em anos anteriores:
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Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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Em relação a distribuição do dividendo do F&C, possivelmente será no dia 2 de Janeiro (1 de Janeiro é feriado e a última distribuição foi também no dia 2 de Janeiro). O melhor será subscrever apartir de dia 3 de Janeiro (após a distribuição).
http://www.bloomberg.com/quote/FCOMZGE:LX
Bloomberg Escreveu:Dividends for FCOMZGE
Dividend Type.....Income
Dividend Frequency.....Annual
Last Dividend Net.....(on 2012-01-02) 5.52
Dividend Yield (ttm).....4.30
http://www.bloomberg.com/quote/FCOMZGE:LX
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Asset Allocation, Risk Management, Portfolio Management, Wealth Management, Money Management






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Manushe Escreveu:ps: costuma ser ao dia 31?
Todos os anos

Pessoalmente tb só daria a ordem dia 1 se tivesse na tua posição

Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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VirtuaGod Escreveu:P.S. Em relação ao F&C não chove dinheiro não lol. Distribuição de capital é das coisas que mais detesto. A cotação do fundo simplesmente vai descer uns 20 euros e esse valor é colocado na conta à ordem. Quem quiser vai ter de reinvestir. O problema é que paga impostos sobre esse valor e assim o que vai ser reinvestido é inferior à redistribuição.
Estava eu a pensar que parecias os meteorologistas a anunciar um alerta vermelho quando leio "vai descer uns 20 euros"... 20 euros???????



Sendo como tu dizes, serve os propósitos deles e não os nossos. Então, como vou reforçar os meus fundos na próxima 2ª feira, é melhor fazer stand-bye com o F&C e aguardar que este faça a distribuição. Ao menos, tiro algum partido da situação: compro mais barato e reinvisto esse valor juntamente com o reforço.
Obrigada pelo alerta vermelho!!!
ps: costuma ser ao dia 31?
"You can sedate all the people some of the time, and some of the people all of the time, but you cannot sedate all of the people all of the time."
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
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William Shakespeare
Manushe Escreveu:frugal Escreveu: Talvez a entrada de Stocks Europeias ou Stocks US, mas neste último é o problema do câmbio.
Aguarda que o VG prometeu umas lições de Forex e alavancagem!
Mas para isso nem é preciso. Há bons fundos acções US com cobertura câmbial. Já discutidos aqui no tópico e tudo. De momento não tenho os links nem sei que fundos mas facilmente procuro e os ponho aqui!!
P.S. Em relação ao F&C não chove dinheiro não lol. Distribuição de capital é das coisas que mais detesto. A cotação do fundo simplesmente vai descer uns 20 euros e esse valor é colocado na conta à ordem. Quem quiser vai ter de reinvestir. O problema é que paga impostos sobre esse valor e assim o que vai ser reinvestido é inferior à redistribuição.
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