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Caldeirão da Bolsa

O corte das pensões e REformas acima de 1500 Euros

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por The Mechanic » 4/7/2011 20:39

migluso
Provavelmente se esse empresário não existisse na xislândia, o mais certo seria os trabalhadores cultivarem a terra para sobreviverem e em vez de 400 ganharem 100...

Portanto, 300 é o valor acrescentado que o empresário cria por trabalhador.


Na Xislandia, existe sempre um rico empresário e 100 trabalhadores. Funciona o Capitalismo .
Isso de só existirem 101 trabalhadores é em Efelandia e chama-se de Comunismo ( mas não se sabe muito bem o que por lá se passa, porque aquilo lá , ainda está pior ).

Dizem que bom, bom, é em Suedelandia .O sistema fiscal é progressivo e altamente distributivo,o que garante a equidade entre os seus cidadãos. Fornece subsidios elevados aos seus desempregados, elevados subsidios de doença ou maternidade. Habitaçao estatal para os sem-abrigo. Ensino Superior gratuito. Saúde gratuita. Só que em Suedelandia, vivem os Suedelandeses , que diz que tem fortes principios morais . E em Xislandia...vivem os Xislandeses , que já se sabe como são .


HU
Tenham paciência, mas se não estiverem de acordo sempre podem ir apresentar queixa no Caldeirão, que podem estar certos que por lá aperecerão uns novatos que sabem do que eu estou a falar... !


Como é que é ?!
Familia Advance e Familia Retrogada tinham fabricas de sapatos , logo , eram empresários .

Se fosse em Xislandia, estariamos então a falar de dois Manueis . Mas não é .

Numa familia reformaram-se dois e um deixou de trabalhar . Compraram máquinas e o que ficou , continuou a produzir riqueza para manter o mesmo nivel de vida , passando a sustentar os outros 3 .

Na outra, reformaram-se dois e um deixou de trabalhar . O que ficou não comprou máquinas e continuou sozinho, a dar à unha para produzir riqueza para manter o mesmo nivel de vida , passando a sustentar os outros 3 .

Resumindo , numa familia um compra máquinas e sustenta os outros 3 , porque não faz mais nada do que carregar no botão e isso faz dele um gajo porreiro , uma vez que sustenta os pais e o irmão doente. Noutra , um não compra máquinas e tem de se esfolar para sustentar os outros 3 e como só quer o dinheiro para ele, decide deixar os pais e o irmão doente morrer de fome .

Moral da história : nenhum dos filhos que fica sozinho a fazer sapatos quer pagar 14,000 Euros de reforma mensal a cada um dos pais ,mas na familia Advance, como o filho toca no botão e o dinheiro aparece, ainda se vái fazendo .



... é isso ?!

.
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por btmoreira » 4/7/2011 19:24

Fiquei confuso... julgava que o limite mensal da reforma na SS era de 12xSMN, o que fica aquém dos 12000€!

Apenas A CGA é que pagava a totalidade, qualquer que seja o valor...
 
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por migluso » 4/7/2011 19:12

Provavelmente se esse empresário não existisse na xislândia, o mais certo seria os trabalhadores cultivarem a terra para sobreviverem e em vez de 400 ganharem 100...

Portanto, 300 é o valor acrescentado que o empresário cria por trabalhador.

Tributar o capital para pagar reformas?
Não é solução. Não demoraria muito para ficarmos sem capital, sem trabalho e por fim sem reformas.

As pessoas têm que ser responsáveis para pouparem. O nosso sistema de poupança 100% público está na origem da nossa baixíssima taxa de poupança, pois funciona como um desincentivo à poupança voluntária.

Os mais velhos que tenham atenção àquilo que exigem... O desemprego jovem está perto dos 30%, pois os postos de trabalho estão blindados pelos mais velhos. Se os mais novos fizessem contas às reformas actuais e às futuras, isto já tinha descambado.

Pela definição de sistema social de poupança que já li por aqui, depreendo que os primeiros a receber nunca descontaram.
Aos últimos vai acontecer o inverso, isto é, vão ser os últimos a descontar e os primeiros a não receber... Ponzi...
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por desjma » 4/7/2011 18:57

2.500 de tecto foi só um exemplo como poderia ser os 1.500 com outros valores .

A questão é que o casal b, tendo na soma de rendimentos os mesmos que o casal a e tendo efectuado o mesmo valor de descontos será beneficiado em termos de reforma em comparação com o A.
 
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por Laribau » 4/7/2011 18:50

Prometi que não voltava a este tópico mas não resisto.

A família Advance, era composta de 4 elementos (Pai, Mãe e dois filhos). Faziam sapatos e vendiam os mesmos, 2000 pares por ano. Um dia, o Pai já com 64 anos decidiu que no ano seguinte era tempo de deixar de trabalhar. Compraram uma nova máquina, mais moderna, e quando o Pai se reformou, continuaram a produzir os mesmos 2000 sapatos, Mãe e dois Filhos. Continuaram a viver todos com o mesmo nível de vida.
Passado algum tempo, a Mãe, pensou que já chegava, e que como tinham comprado mais uma das novas máquinas, os filhos poderiam continuar a produzir os 2000 sapatos e assim, com o mesmo nível de "riqueza" poderiam manter-se os 4 com o mesmo nível de vida, assim, foi viver um pouco mais a vida junto do marido.
Um dia, o fabricante das máquinas, apareceu com a novidade de uma nova máquina que apenas com um operador podia fazer 2000 (ou mais ) sapatos. por uma infeliz coincidência, um dos filhos adoeceu gravemente e o outro não perdeu tempo, encomendou a nova máquina e continuou a produção de 2000 sapatos por ano. A família Advance, tinha agora 1 trabalhador activo, dois reformados e um doente. Mas com a produção de 2000 sapatos, continuava a poder sustentar razoávelmente os seus 4 elementos.

Não muito lonje, vivia a família Retrógada, por coincidência tinha o mesmo tipo de composição e estava no mesmo negócio. Por extrema coincidência, foi acontecendo o mesmo a esta família. Quando o Pai se reformou, decidiram que uma vez que já não trabalhava, seria justo que lhe retirassem 20% da sua parte da riqueza criada no seio da família.
Quando mais tarde a Mãe se juntou ao Pai, começaram as vozes dos filhos dizendo que agora eram só dois e tinham que sustentar 4, não era justo. Bom, mais tarde com a doença do irmão, ficou um activo para três dependentes, e muito embora continuasse a usufruir de um negócio de 2000 sapatos foi junto dos restantes e disse: Sou só um a trabalhar para 4, como querem vocês continuar com o nível de vida e assistência médica que têm ? Vamos ter de cortar na vossa pensão e no subsídio de doença do"mano". É que antes eramos 4 a trabalhar e cada um levava a sua parte, agora sou só eu e tenho que tirar da minha parte (os 2000 sapatos)para vos pagar. Tenham paciência, mas se não estiverem de acordo sempre podem ir apresentar queixa no Caldeirão, que podem estar certos que por lá aperecerão uns novatos que sabem do que eu estou a falar... ! :evil: :oops:
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por The Mechanic » 4/7/2011 18:39

desjma ,

Antes de mais , Benvindo a Xislandia . Um gajo cuja primeira mensagem é para tentar vir para a Xislandia , só prestigia este país .

Segundo , em termos de justiça em relação ao gajo do Casal A , podemos dizer que ele vái ficar todo lixado com o tal tecto.

Em compensação , os 100 gajos que ganham 400 de reforma vão achar que há mais justiça social ( e quem sabe , até passam a ganhar 420 !! Euros por mês ). Bom, 100 gajos ,não ... 99 . Porque a 100ª é a mulher do gajo que ganha 4,500 e essa, há-de achar que não é nada justo , porque mais 2,000 Euros/mês na reforma do marido, davam para uma data de sapatos, vestidos e idas ao cabeleireiro , tudo coisas de primeirissima necessidade .

E aqui entre nós , entre 100 estarem melhor ou 1 poder compra mais sapatos para a mulher...pá , que se lixe o gajo dos sapatos, tás a ver !?


Um abraço ,

The Mechanic
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por oscar.coelho » 4/7/2011 18:34

desjma Escreveu:pergunto este tecto de reforma não seria mais justo se aplicado ao casal.??? :mrgreen:


E se eles se desquitam? :wink: :)
 
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por desjma » 4/7/2011 18:25

Suponhamos agora que nessa xilandia existem 2 casais
o casal a) ele ganha 4.500 euros e ela 500 Euros.

o casal b) ele ganha 2.500 e ela 2.500 Euros

Sendo assim ambos os casais ganham no total 5.000 Euros sendo os descontos iguais.

pela lógica de existir um tecto de reforma de 2.500
o casal A teria uma reforma de 2.500 + 500

o casal B teria uma reforma de 2.500 + 2.500

pergunto este tecto de reforma não seria mais justo se aplicado ao casal.??? :mrgreen:
 
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por The Mechanic » 4/7/2011 17:34

Hehehe...nem mais .

...ainda bem que a Xislandia é só um país imaginário :mrgreen: .


.
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por Elias » 4/7/2011 17:27

The Mechanic,

Permite-me que continue as tuas contas:

Total de descontos na Xislândia:
1 empresário = 3000 euros
100 trabalhadores = 10x50 euros = 5000 euros
Total = 8000 euros.

Total de benefícios sociais:
100 reformados x 400 euros = 40000 euros.
(os desempregados não recebem cheta).

Os descontos recolhidos não chegam. Onde vamos buscar os 32 mil euros que faltam?

Hipótese 1 - Emissão de dívida, financiada pelos "mercados"
Hipótese 2 - Aumentar impostos a toda a malta. Os trabalhadores passam a descontar 310 euros euros e o Manuel passa a descontar 9 mil. Conseguimos os 40 mil à tangente (quando se reformar mais uma alma, aumentam-se novamente os impostos).
Hipótese 3 - Penhoram-se os bens do Manuel. "Os ricos que paguem a crise".
Hipótese 4 - ...?

Ops, esqueci-me da reforma do Francisco, o tal que recebe 6 mil euros.

Moral da história: tá tudo lixado :mrgreen:
 
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por The Mechanic » 4/7/2011 17:16

" Espero ter uma reforma de 12 a 14,000 Euros / mês..."

É tão bom falar assim.


Vamos pôr as coisas assim...

No longíquo pais da Xislandia , existem 212 pessoas .


Manuel é um rico empresário que ganha 10,000 euros / mês, fora beneficios . É o unico que tem nome.

Trabalham na Xislandia mais 100 pessoas . Cada uma dessas pessoas , ganha 500 Euros / mês .

10 outras pessoas estão desempregadas .

100 são reformadas com 400 Euros por mês e Francisco ,um ex-rico empresário está reformado com 6,000 Euros / mês.

===================================================

Manuel desconta 3,000 Euros / mês , pelo que só recebe 7,000 mais beneficios . Tem uma boa casa, um bom carro, viaja , come e veste-se bem .

100 trabalhadores descontam 50 Euros , pelo que recebem 450 . Vivem em pequenos apartamentos , pagam as contas e conseguem comer de modo a subsistir .

10 desempregados vivem de apoio familiar, social ,sem apoio , etc. . São mal vistos por 100 pessoas e ignorados por outras 100. 1 Rico empresário, nem sabe que existem .

=====================================================


Quando Manuel se reformar , vái poder manter o seu estilo de vida , pois irá receber 6,000 Euros / mês .

Quando 100 trabalhadores se reformarem , vão receber 400 Euros e vão começar a lutar ainda mais para subsistir .

10 Desempregados continuam à espera de uma oportunidade para fazer algo da sua vida.

=====================================================


100 trabalhadores reclamam mais " justiça social" .

1 Rico empresário diz " tivessem estudado como eu ! "

10 Desempregados estudaram , mas não conseguem nem ser ricos empresários, nem ser 100 trabalhadores ( 60 dos quais, tambem estudaram ) e é muito cedo para se reformarem.

Partindo do principio de que na Xislandia só um pode ser o rico empresário e 100 irão ser trabalhadores ( uma vez que não existe uma sociedade onde hajam 111 ricos empresários e Zero trabalhadores ) , chegamos à conclusão que o rico empresário "tem direitos" , os 100 trabalhadores tem de se conformar e 10 desempregados estão sempre lixados .

====================================================

Solução !?
Não há . As coisas são assim e é assim que têm de se manter .

=====================================================


... ou não ?!


=====================================================



Um abraço ,

The Mechanic



.
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por fooman » 4/7/2011 15:45

HU Escreveu:Mr. Fooman,

Por acaso errou. Não tenho nem nunca tive qualquer ligação ao estado ou a qualquer empresa Pública ou sequer participada pelo Estado. Para seu conhecimento, não estou nem nunca estive ligado directa ou indirectamente ligado a qualquer partido politico (nem qualquer familiar meu esteve).

Paguei as minhas duas Licenciaturas e o meu Mestrado do meu bolso e estudei como trabalhador estudante durante 13 anos para concluir os referidos estudos, ou seja durante 13 anos trabalhei das 7h 30m às 18h e saía da universidade às 23h. Ao fim de semana estudava. Fiz uma pós graduação no Estrangeiro, com licença sem vencimento e paga do meu bolso. Não sou filho nem primo nem tenho qualquer grau de parentesco com os donos ou accionistas das empresas para quem trabalhei até hoje e se me é permitido dizer, nos últimos 20 anos sempre trabalhei em empresas multinacionais e em Portugal.

Acontece é que enquanto eu gastei o meu tempo a investir na minha formação e carreira, muitos dedicaram-se a outras actividades, porventura mais interessantes ! Vindo agora reclamar quanto ao sucesso dos outros.É também por este estado de espírito de algumas pessoas que o país tem dificuldade em progredir. That's all :cry:


Meu caro, você é um privilegiado! Nem eu, a trabalhar numa Multinacional na Holanda, a descontar para três sistemas de pensões diferentes (leu bem, 3) consigo ter um nível de rendimentos que me permita ter uma reforma de 12.000€ (ou 14.000€) quando me reformar... talvez a coisa mude, mas com o wipeout que levei nos 2 sistemas privados, dificilmente conseguirei chegar aí, mas tudo bem, dou-lhe os parabéns por trabalhar numa multinacional que lhe paga tanto!

Ulisses Pereira Escreveu:fooman, devia ter vergonha porquê? Se descontou durante a sua vida. Se o fez no sistema público por opção dele, por que raio é que agora há de ser prejudicado em relação às outras pessoas? Obviamente que, quando se começa acolocar este género de coisas, as pessoas começam a pensar que o melhor é descontarem através dos sistemas privados e parece-me cada vez mais que esse vai ser o caminho.

Um abraço,
Ulisses


Isso do descontar durante a vida tem muito que se lhe diga. Sistemas sem risco, como o Português, não deveriam existir, tão simples quando isso.
 
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por Pantone » 4/7/2011 14:54

HU Escreveu:Ora cá vai,
...
3-A questão central é que os modelos existentes, com ou sem plafonamento, vêm de um tempo em que a maior parte das empresas (cá e no resto do mundo ocidental)era trabalho intensivo, não se tendo ajustado à mudança de paradigma. O problema não é só português...!


Nice! Deveria ter lido com mais atenção, as minhas desculpas.

A tributação do K para efeitos de S.S... interessante, mas não levaria à fuga crescente de fluxos financeiros?! Para além de ser visto como mais um imposto?!

nice, nice :)
 
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.....

por Sinner » 4/7/2011 14:54

-----Num Estado Social, (goste-se ou não é o que temos) nós não descontamos para a nossa reforma, mas sim para a reforma dos nossos pais e avôs.

-----Posteriormente quando chegar a nossa vez vai acontecer o mesmo com os nossos filhos e netos, que irão pagarmos uma compensação mensal vitalícia proporcional ao que nós contribuímos anteriormente.

-----A questão principal é a de ser ou não “higiénico”, pagar-se estas pensões milionárias (€12000)? :evil:

-----Na minha opinião, não, obviamente que não, ninguém precisa de um valor desta grandeza para ter um final de vida condigno com a solidariedade que teve com os outros.

-----Quanto à questão de passar a descontar sobre um valor menor por ir receber menos, penso que também é um absurdo, porque isso é uma tentativa de subverter todos os princípios do estado social e bloquear a sua sustentabilidade, prejudicando todos, em nome do bem estar de uma boa meia dúzia de pessoas. :?

-----Se depois de pagarem as suas obrigações sociais, quiserem ainda investir no privado, façam favor que ninguém os impede. :mrgreen:
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
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por Pantone » 4/7/2011 14:28

HU Escreveu:Compreendo o seu ponto de vista,mas gostava de acrescentar apenas o seguinte:
Dei o meu exemplo apenas para ilustrar que o sistema de financiamento da SS tal como se encontra não dá resposta às necesidades futuras das pensões, mesmo com plafonamento (veja como países que têm plafonamento, como por exemplo a Alemanha , a Espanha, etc - se vêm na necessidade de aumentar a idade de reforma, muito embora tenham plafonamento na pensão também o têm nos descontos, o que não tem sido o nosso caso). O que está em causa é que o modelo não pode ser exclusivamente financiado pelos descontos da população activa, a menos que se paguem apenas pensões simbólicas no futuro.

Perfeitamente de acordo...
HU Escreveu:Quanto à minha hipotética pensão, quer a venha a receber ou não, prefiro a modalidade por si sugerida (valor acual liquido dos descontos acumulados transformados em pensão). Os calculos actuariais para uma esperança média de vida de 82 anos, caso mantenha o meu rendimento (sem aumentos) até à idade da reforma e mantendo os descontos para a SS ao nível de hoje, dariam uma pensão de derca de € 14 000. O que acontece, é que como muito bem disse o Ulisses, pelo andar da carruagem, vou saltar fora do combóio. Não vou pagar mais hoje para quem não quer pagar para mim amanhã. Os fundos de pensões privados ficarão muito mais gratos e não renunciam aos seus compromissos. Felizmente ainda tenho 10 anos para recuperar. 8-)

Nada tenho contra o valor final que viesse a receber, embora desconfie dos valores que aponta (18anosx12mesesx14000€=3.024.000€ - deixe-me dizer-lhe que, se tinha previsto descontar até aos 65 anos 3 milhões de euros, mesmo em valores actualizados, e apenas para a S.S. - só lhe posso dar os parabéns e desejar uma vida muito mais longa que os seus previstos 82 anos ;)

Vamos a ver como isto acaba, mas infelizmente, nestes temas, como atrás disse, ninguém sai a ganhar.

Pode ser que a situação se equlibre, que os privilégios de antes sejam corrigidos ou que por exemplo tenhamos um dia um P.R a ganhar mais com o seu salário que como pensionista.
 
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por Laribau » 4/7/2011 14:09

Oscar,

Não é por ter uma (meia) solução para mim que deixo de pensar o que penso. O sistema de financiamento está errado e o Estado tem o dever de o corrigir salvaguardando a sua integridade e não defraudando a estabilidade dos seus compromissos. Um estado que não respeita os seus compromissos, sobretudo em relação a quem já não está em posição de "mudar de vida" e ir viver e trabalhar para um país mais cumpridor não é um estado respeitável e por isso não só os seus cidadãos dele desconfiam, como também os investidores o fazem.
Dou por finda a minha intervenção neste tópico,verificando, não sem mágoa...(não digo o resto para não ser mal interpretado...!) :(
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por quimboio » 4/7/2011 14:01

Atenção que quem acha que os sistemas privados garantem tudo podem estar muito enganados.As companhias de seguros mudam de mãos com uma facilidade enorme e depois desta crise financeira todos vimos o que pode acontecer...
 
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por oscar.coelho » 4/7/2011 13:52

HU Escreveu:Felizmente ainda tenho 10 anos para recuperar. 8-)


Pois ainda bem para si. E para quem já não tem?
 
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por Laribau » 4/7/2011 13:33

Compreendo o seu ponto de vista,mas gostava de acrescentar apenas o seguinte:
Dei o meu exemplo apenas para ilustrar que o sistema de financiamento da SS tal como se encontra não dá resposta às necesidades futuras das pensões, mesmo com plafonamento (veja como países que têm plafonamento, como por exemplo a Alemanha , a Espanha, etc - se vêm na necessidade de aumentar a idade de reforma, muito embora tenham plafonamento na pensão também o têm nos descontos, o que não tem sido o nosso caso). O que está em causa é que o modelo não pode ser exclusivamente financiado pelos descontos da população activa, a menos que se paguem apenas pensões simbólicas no futuro.

Quanto à minha hipotética pensão, quer a venha a receber ou não, prefiro a modalidade por si sugerida (valor acual liquido dos descontos acumulados transformados em pensão). Os calculos actuariais para uma esperança média de vida de 82 anos, caso mantenha o meu rendimento (sem aumentos) até à idade da reforma e mantendo os descontos para a SS ao nível de hoje, dariam uma pensão de derca de € 14 000. O que acontece, é que como muito bem disse o Ulisses, pelo andar da carruagem, vou saltar fora do combóio. Não vou pagar mais hoje para quem não quer pagar para mim amanhã. Os fundos de pensões privados ficarão muito mais gratos e não renunciam aos seus compromissos. Felizmente ainda tenho 10 anos para recuperar. 8-)
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por Pantone » 4/7/2011 13:17

Ulisses Pereira Escreveu:fooman, devia ter vergonha porquê? Se descontou durante a sua vida. Se o fez no sistema público por opção dele, por que raio é que agora há de ser prejudicado em relação às outras pessoas? Obviamente que, quando se começa acolocar este género de coisas, as pessoas começam a pensar que o melhor é descontarem através dos sistemas privados e parece-me cada vez mais que esse vai ser o caminho.
Um abraço,
Ulisses


Ulisses, quem desconta pelo privado, recebe o que descontou (mais valorização). Quem desconta pelo público recebe muito acima do que descontou...

Penso ser esse o motivo que torna insustentável o sistema público, se não fôrem colocados limites.
 
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por Pantone » 4/7/2011 13:05

HU Escreveu:Mr. Fooman,
Por acaso errou. Não tenho nem nunca tive qualquer ligação ao estado ou a qualquer empresa Pública ou sequer participada pelo Estado. ... ...É também por este estado de espírito de algumas pessoas que o país tem dificuldade em progredir. That's all :cry:


Caro Hu,

Deixe-me dizer-lhe que sou a favor de um limite máximo do valor das reforma, como vemos aliás em muitos países da europa (há uns tempos adiantaram-se dados para a Suiça, creio).

Também não me parece do todo correcto misturar dois temas, impostos e descontos para a Reforma, sendo que o tema em discussão versa apenas os descontos para a S.S. ou dito de outra forma, para a Reforma.

Compreendo a sua angústia, e a sua revolta, mas, tenho a dizer-lhe que infelizmente, o enganaram.

Não foram contudo os actuais políticos que o fizeram, nem todos os que hoje advogam um tecto máximo para a sua pensão. Quem o enganou foi quem o governou nas últimas décadas e lhe disse que estava a descontar para a SUA reforma, enquanto pegava no seu dinheiro e o utilizava para pagar as reformas dos seus pais e dos pais dos seus amigos. Apesar de tudo o que descontou, quem vai pagar a SUA reforma são os seus filhos e netos, e os amigos destes.

Você poderá achar justo que eles o façam, mas eles não vão concorda. Você poderá sentir-se enganado, mas eles dirão que foi você que elegeu quem cuidou do seu dinheiro. Você poderá reclamar justiça, e eles também o farão.

Este é um jogo em que ninguém pode sair a ganhar, e se todos passarem o dia a olhar para o seu umbigo sairão todos a perder.

Mas não é complicado resolver este dilema para pensões acima de x valor para quem descontou toda uma vida.

Existem dados sobre as contribuições que cada um fez na sua vida contributiva. Actualizem-se todos os valores (ajustados à taxa de inflação) e recalculem-se as pensões com base ao valor actualizado (para 20/25/30 anos?!).

Penso que resolveria o seu caso, e de muitos outros, em que efectivamente recberia o que descontou, mas nem mais nem menos. Talvez os seus filhos e os seus amigos aceitem esta espinha como um dever à geração anterior, porque já levam alguns ossos difíceis de roer.

Se o valor final não corresponder aos 12,000/mês que espera não se surpreenda pois a diferença que encontrar corresponde à indignação de quem hoje trabalha.
Editado pela última vez por Visitante em 4/7/2011 13:19, num total de 1 vez.
 
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por Ulisses Pereira » 4/7/2011 12:22

fooman, devia ter vergonha porquê? Se descontou durante a sua vida. Se o fez no sistema público por opção dele, por que raio é que agora há de ser prejudicado em relação às outras pessoas? Obviamente que, quando se começa acolocar este género de coisas, as pessoas começam a pensar que o melhor é descontarem através dos sistemas privados e parece-me cada vez mais que esse vai ser o caminho.

Um abraço,
Ulisses
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por Laribau » 4/7/2011 12:19

Mr. Fooman,

Por acaso errou. Não tenho nem nunca tive qualquer ligação ao estado ou a qualquer empresa Pública ou sequer participada pelo Estado. Para seu conhecimento, não estou nem nunca estive ligado directa ou indirectamente ligado a qualquer partido politico (nem qualquer familiar meu esteve).

Paguei as minhas duas Licenciaturas e o meu Mestrado do meu bolso e estudei como trabalhador estudante durante 13 anos para concluir os referidos estudos, ou seja durante 13 anos trabalhei das 7h 30m às 18h e saía da universidade às 23h. Ao fim de semana estudava. Fiz uma pós graduação no Estrangeiro, com licença sem vencimento e paga do meu bolso. Não sou filho nem primo nem tenho qualquer grau de parentesco com os donos ou accionistas das empresas para quem trabalhei até hoje e se me é permitido dizer, nos últimos 20 anos sempre trabalhei em empresas multinacionais e em Portugal.

Acontece é que enquanto eu gastei o meu tempo a investir na minha formação e carreira, muitos dedicaram-se a outras actividades, porventura mais interessantes ! Vindo agora reclamar quanto ao sucesso dos outros.É também por este estado de espírito de algumas pessoas que o país tem dificuldade em progredir. That's all :cry:
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por fooman » 4/7/2011 11:51

HU Escreveu:Caros amigos,

Vamos lá ver se percebi bem...!
Tenho 54 anos, durante 34 anos descontei (eu e as minhas entidades patronais) centenas de milhares de euros para a SS e milhões de euros de Impostos sobre o rendimento. Se nada mudar, a minha carreira contributiva de 45 anos total, à data da reforma, deverá atribuir-me uma pensão de +/- 12000 € /Mês. Alguns (Sobretudo os mais novos) pensam então que não deverão ter que suportar tal nível de pensão. De acordo ! Que tal então, começarem por pagar de volta o custo que os meus impostos e descontos tiveram com a vossa educação e a vossa saúde desde que nasceram (parto incluído ), mais as baixas que eventualmente tenham tido (eu nunca tive !). Nos últimos anos, como membro de um orgão social de uma empresa, poderia ter optado por descontar apenas sobre € 5000 e o resto depositar num fundo de pensões. Não o fiz, e durante os últimos 15 anos optei por descontar para a SS sobre todo o meu rendimento e assim continuará, mas pelos vistos há quem entenda que a minha contribuição para os actuais reformados e Jovens ainda não trabalhadores, não deve ter correspondência por parte dos que agora ou mais tarde entrem no mercado de trabalho.

Bom, foi só a minha opinião :( :oops:


Não me ocorre mais nada do que uma grande risada após ler este comentário, peço desculpa aos outros colegas do fórum, mas tinha que dizer alguma coisa! Este comentador "HU" devia era ter vergonha... Só faltou dizer que as "entidades patronais" eram todas empresas públicas ou ligadas ao estado, só pode!
 
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por Laribau » 4/7/2011 11:41

O Oscar respondeu por mim. Para bom entendedor meia palavra basta...!

:?
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