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Caldeirão da Bolsa

Deputadas do PS propõem eliminar quatro feriados

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 20/6/2010 21:17

Já agora, para resumir a minha opinião, que não é totalmente coincidente com as propostas:


> Reduzir uma parte dos feriados e mover outros para junto do fim de semana.

> Reduzir tolerâncias de ponto a nada ou quase nada (abria talvez uma excepção para o Carnaval, um feriado "de facto" para meio Portugal).

> Substituir parte dessa redução por um feriado Nacional adicional (à primeira vista sugeria o dia 26 ou 24 de Dezembro).


De uma pedrada como que desapareciam os conceitos de tolerância de ponto e de ponte. É certo que haveria quem optasse por utilizar dias de férias para extender fins de semana, mas também estou certo que isso ocorreria notavelmente em menor grau.

Quem pretendesse gozar outros dias (visitas papais, extensões do periodo de ano-novo, etc) teria de recorrer a dias de férias, como agora utilizam para fazer pontes.



Com isto, conseguia-se um aumento dos níveis de produção, um ligeiro aumento dos dias de trabalho, uma redução do consumo "não produtivo" e uma melhoria da eficiência e gestão dos recursos (minimização de custos nomeadamente). Quanto isto impulsionaria no PIB? Um valor de 1% não me parece desproporcionado (e já seria óptimo/significativo/relevante). Os outros pontos percentuais teriam de ser atingidos com outras medidas igualmente agressivas (como por exemplo as que já mencionei noutros tópicos).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 21:01

Peço desculpa mas há uma incorrecção no meu post. Não são todas, falta a tolerância de ponto no Carnaval (uma espécie de feriado "de facto" para muita gente, não todos naturalmente).

Mas também essa tolerância de ponto não representa uma ponte. Deu-se (como é óbvio) numa terça-feira. Quem fez ponte teve de recorrer a dias de férias...

São duas questões distintas. É incorrecto dizer que no Estado se faz ponte com a benção do primeiro ministro que dá tolerâncias de ponto e que no privado se tem de recorrer a dias de férias. No Estado existem tolerâncias de ponto (que são quase inexistentes no privado) mas a maior parte nem são pontes!

Já as pontes propriamente ditas são quase todas gozadas com recurso a dias de férias também no Estado (para a tolerância de ponto se traduzir numa ponte é preciso o Natal ou Ano Novo ocorrer uma terça-feira, o que é relativamente raro).
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 20:53

Reforçando o meu post anterior:


Pode-se ver também ainda o exemplo do Natal/Ano Novo (de notar que isto não se aplica a toda a gente, conforme de resto se pode ler no despacho, há muitos trabalhadores do estado que não gozaram na íntegra desta tolerância de ponto):

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Prim ... Ponto.aspx

2009-12-21


Gabinete do Primeiro Ministro

Despacho

Considerando que é tradicional a deslocação de muitas pessoas para fora dos seus locais de residência no período natalício tendo em vista a realização de reuniões familiares;

Considerando a prática que tem sido seguida ao longo dos anos;

Considerando a tradição existente no sentido da concessão de tolerância de ponto nos serviços públicos não essenciais na época do Natal;

Determino, ao abrigo da alínea d) do artigo 199º da Constituição e no uso dos poderes delegados pelo nº 4 do artigo 6º da Lei Orgânica do XVIII Governo Constitucional, aprovada pelo Decreto-Lei nº 321/2009, de 11 de Dezembro, o seguinte

1 – É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas na administração central e nos institutos públicos, no dia 24 e na tarde do dia 31 de Dezembro de 2009.

2 – Exceptuam-se do disposto no número anterior os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente.

3 – Sem prejuízo da continuidade e qualidade do serviço a prestar, os dirigentes máximos dos serviços e organismos referidos no n.º 2 devem promover a equivalente dispensa do dever de assiduidade dos respectivos trabalhadores em dia ou dias a fixar oportunamente.

O Primeiro-Ministro
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa



Para os que gozaram integralmente, a tolerância do dia 24 não é uma ponte mas uma extensão do fim de semana. Na verdade, o feriado foi a uma sexta-feira, precisamente o que se quer fazer agora a todos, mais uma vez isto mostra como é importante separar as questões e como não são exactamente o mesmo problema.

A tolerância de ponto da tarde de 31, idem, cai a meio da semana extendendo ligeiramente o fim-de-semana.

Portanto, nenhuma das tolerâncias de ponto dos últimos meses (que não foram gozadas por todos os trabalhadores do estado sequer) cai em situação de ponte!

Haverá certamente quem fez realmente pontes neste período no Estado. Fê-lo com recurso a dias de férias!



Tudo bem que se discutam as duas coisas (já disse n vezes que na minha opinião se devem reduzir tolerâncias de ponto e parte dessa redução deve ser substituida por um feriado nacional adicional, tipo o dia 26 de Dezembro por exemplo).

Mas são duas questões, ainda que algo interligadas, distintas. A mistura das duas questões como aqui tem sido feita é inadequada, não descreve correctamente a realidade e subverte o problema.
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por Elias » 20/6/2010 20:47

Eu continuo a achar que isto de alterar os feriados é uma tentativa de mudar qualquer coisa (o menos possível) para que tudo fique na mesma. Quem é que no seu perfeito juízo acredita que por se eliminar duas ou três pontes o país vai resolver o seu problema de produtividade?

Aliás, toda a gente se mostra muito preocupada com o facto de o país parar quando há uma ponte mas sobre isto eu gostaria de lembrar o seguinte:

Primeiro, o país como que pára em Agosto. Marcha tudo para a praia e quem fica a bulir já sabe que é um mês para trabalhar a meio gás. Segundo, o país praticamente encerra entre o Natal e o Ano Novo. E aí não estamos a falar de um dia mas sim de uma semana inteira.

Se queremos realmente aumentar a nossa produtividade, então é melhor mexer a sério no calendário das férias, incluindo as escolares (pois são as férias escolares que mais condicionam a escolha das férias laborais). Porque não nos inspiramos na Alemanha que é um dos países mais produtivos da Europa, para rever o nosso calendário de férias? Na Alemanha, as datas férias são diferentes de província para província, o que uma dupla vantagem: evita congestões em todo o país no dia de partida para férias e evita que o país pare todo ao mesmo tempo.

A título de exemplo deixo aqui o calendário das férias escolares de Verão para 2010, nas várias regiões (os outros períodos de férias também têm desfasamentos):

• Bremen, Niedersachsen, Sachsen-Anhalt, Thüringen: Quinta-feira, 24 de Junho 2010 – Quarta-feira, 4 de Agosto 2010
• Sachsen: Segunda-feira, 28 de Junho 2010 – Sexta-feira, 6 de Agosto 2010
• Rheinland-Pfalz: Segunda-feira, 5 de Julho 2010 – Sexta-feira, 13 de Agosto 2010
• Hessen, Saarland: Quinta-feira, 8 de Julho 2010 – Sábado, 14 de Agosto 2010
• Berlin: Quarta-feira, 7 de Julho 2010 – Sábado, 21 de Agosto 2010
• Brandenburg: Quinta-feira, 8 de Julho 2010 – Sábado, 21 de Agosto 2010
• Hamburg: Quinta-feira, 8 de Julho 2010 – Quarta-feira, 18 de Agosto 2010
• Schleswig-Holstein, Mecklenburg-Vorpommern: Segunda-feira, 12 de Julho 2010 – Sábado, 21 de Agosto 2010
• Nordrhein-Westfalen: Quinta-feira, 15 de Julho 2010 – Sexta-feira, 27 de Agosto 2010
• Baden-Württemberg: Quinta-feira, 29 de Julho 2010 – Sábado, 11 de Setembro 2010
• Bayern: Terça-feira, 2 de Agosto 2010 – Segunda-feira, 13 de Setembro 2010
 
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 20:42

tonirai Escreveu:Bem sei que, com férias ou sem férias, é sempre uma "ponte" entre 2 períodos de descanso (daí o nome), mas penso que a crítica maior se dirigia às que acontecem sem uso de férias (cujo nome técnico é de facto "tolerância de ponto").


Tolerâncias de ponto são tolerâncias de ponto.

Pontes são pontes.

Depois, as tolerâncias de ponto podem coincidir com pontes ou não. A última dada a título da visita papal por exemplo deu-se a meio da semana e nem estava a associada a um feriado... depois, além da tolerância de ponto funcionários do estado podem ter decidido fazer ponte... para isso tiveram de utilizar dias de férias!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Automech » 20/6/2010 19:57

tonirai Escreveu:De referir que, na semana inteira que lá estive, nunca vi ninguém abrir a web que não fosse para consulta do webmail da empresa... enquanto que cá, estou habituadíssimo a ver pessoas "surfando a web" :lol:

Outro exemplo é que, no jogo da Alemanha, eles vibraram imenso... porém, uma vez acabado e de volta ao trabalho, nunca mais se falou no assunto - cá, creio que seria tema de conversa para o resto do dia :mrgreen:


Penso que os latinos vêm o trabalho como uma extensão da vida pessoal, muito mais do que os nórdicos ou do que os povos do Norte da Europa (esta é a minha experiência nos contactos profissionais que tenho tido com esses paises - não conheço os de leste).

Isso leva a esse tipo de comportamento que descreves.
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por tonirai » 20/6/2010 19:44

JLMF Escreveu:Não sei onde é que foram buscar a idiotice de que os funcionários públicos fazem pontes sem utilizar dias de férias.

Quanto ás tolerâncias de ponto, completamente de acordo, são uma afronta, tanto no funcionalismo público estatal e autárquico como empresarial público.

JLMF, eu penso que quem se referiu a essas pontes referia-se justamente às tolerâncias de ponto... eu pelo menos assim o entendi.

Bem sei que, com férias ou sem férias, é sempre uma "ponte" entre 2 períodos de descanso (daí o nome), mas penso que a crítica maior se dirigia às que acontecem sem uso de férias (cujo nome técnico é de facto "tolerância de ponto").
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por jlmf » 20/6/2010 19:34

Não sei onde é que foram buscar a idiotice de que os funcionários públicos fazem pontes sem utilizar dias de férias. Só mesmo os papalvos do costume que lançam bitaites acerca do que não sabem, cegados pela mediocridade do seu status quo que os leva a disparar em todo o sentido, mesmo para os próprios pés, confirmando o ditado popular que serve para qualificar os falhados convictos que a galinha da vizinha é sempre melhor que a própria projectando a culpa do seu estado medíocre ao sucesso de outrem mesmo que tenham de inventar e mentir para justificar a sua própria incapacidade a sair da referida mediocridade toldados pela inveja de tudo e de todos, até dos que menos tem, incapazes de superar a sua frustração.

Se as pontes são prejudiciais para a economia, um dos casos em que o serão mais, é no privado, nas pequenas empresas, com um até 3/4 colaboradores que acabam por fechar nesses dias e por arrasto para as grandes empresas, que se vêem perante uma redução de actividade a esse nível, com reduzida produtividade, porque precisamente os clientes ou fornecedores estão ausentes ou a meio gás.

Em abono da verdade, em alguns serviços públicos, muito menos actualmente que há uns anos, felizmente, o facto de alguns funcionários utilizarem dias de ferias para usufruírem pontes, é até um factor positivo que permite melhor escalonar os períodos de ferias, por varias razões e também porque precisamente nesses dias, nos serviços que implicam atendimento ao publico, por exemplo, a afluência diminui correspondentemente.

Quanto ás tolerâncias de ponto, completamente de acordo, são uma afronta, tanto no funcionalismo público estatal e autárquico como empresarial público.
 
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por tonirai » 20/6/2010 19:33

AutoMech Escreveu:A questão é que muitos dos que gostam de apontar exemplos desses que trouxeste - tipo fechar mais cedo, etc (atenção que iso não é para ti), são os mesmos que passam horas a navegar na internet e a actualizar o facebook e recusam-se aprender a trabalhar em Excel porque já estão habituados a fazer tabelas no Word há mais de 5 anos e é 'muito mais prático'.
A legislação laboral tem muita culpa disto mas isso já foi algo que escrevi noutro post e dá pano para mangas.

Não assumi que fosse para mim :) - aliás, eu estava justamente a dar um curioso possível exemplo de como, mesmo tendo horários mais flexibilizados, conseguem no geral ser mais produtivos, entre outras pelas razões que apresentas.

De referir que, na semana inteira que lá estive, nunca vi ninguém abrir a web que não fosse para consulta do webmail da empresa... enquanto que cá, estou habituadíssimo a ver pessoas "surfando a web" :lol:

Outro exemplo é que, no jogo da Alemanha, eles vibraram imenso... porém, uma vez acabado e de volta ao trabalho, nunca mais se falou no assunto - cá, creio que seria tema de conversa para o resto do dia :mrgreen:
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por Automech » 20/6/2010 19:33

Elias Escreveu:Não sei se isso é um problema ou não. As pessoas têm direito aos seus dias de férias. Se os gastam numa ponte, ficam com menos um dia para o Verão. O que muita gente toda não entende é que se retiram um dia de férias a uma ponte, ele vai ter de ser colocado noutro lado qualquer. Na verdade, esta história de mexer nas datas nos feriados em nada vai alterar o número efectivo de dias de trabalho.


Mexer nas datas dos feriado não aumenta os dias de trabalho, mas na minha opinião aumenta a produtividade porque uma coisa é ter 15 dias de férias seguidos, em vez de 14. Outra é ter apenas um dia de férias.

Se um trabalhador demorar um dia a ser treinado para substituir outro, esse dia de treino é rentabilizado durante 14 ou 15 dias.

Apenas para um dia de ponte esse treino pode não ser rentável (e muitas vezes não é mesmo). Ilustrei isso antes com o exemplo simples do orçamentista numa gráfica, que acarreta perda de produtividade noutra empresa.

Eu penso que o teu argumento se situa mais no número de dias trabalhados (esse é realmente igual).

Eu situo-o mais na questão da qualidade do trabalho produzido nestes dias de ponte.

Se eu tinha planeado progredir no projecto em que precisava do orçamento e não o consigo obter, se calhar vou fazer outra coisa que não era tão prioritário, nem tão rentável para a empresa, logo as minhs horas de trabalho renderam menos à empresa.
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 19:22

Elias Escreveu:...em teoria sim, mas como referi no post anterior, a proposta de passar para dia útil os feriados que calhem ao fim-de-semana anula essa redução.


Com essa parte, já não concordo naturalmente.
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por Automech » 20/6/2010 19:20

tonirai Escreveu:Estes dias tenho pensado um pouco mais nisso, pois passei a semana no sul da Alemanha, em trabalho, numa pequena empresa de produção de máquinas;

Ora tendo a noção que a Alemanha é o "motor" económico/produtivo da Europa, fiquei admirado com o facto de terem insistido em acabar o trabalho mais cedo (não a fábrica toda, claro, mas sim os 3 ou 4 directamente envolvidos no projecto que fui acompanhar) para podermos ir ver o Portugal-Costa do Marfim;
Fiquei admirado de toda a fábrica ter adiado a hora de almoço (normalmente às 12h), para almoçarem todos às 13h30 e verem todo o Alemanha-Sérvia (quase 2h no total);
Admirei-me também quando voltámos à fábrica e não havia ninguém, e me informaram que na Alemanha, à 6ª-feira à tarde já não se trabalha (fins-de-semana de 2 dias e meio)...

Sei que apenas tive acesso a uma "amostra" do tecido empresarial, mas não deixa de ser curioso.


Entre outros factores a produtividade dos trabalhadores está dependente:

1. Das 'ferramentas' que têm para trabalhar
(Um lenhador com uma motoserra corta mais arvores por dia do que um lenhador com machado.)

2. Dos processos de trabalho
(É mais fácil analisarmos as acções diariamente se tivermos as listas e os gráficos pre definidos, em vez de as criar todos os dias)

3 Da sua própria vontade e daquilo que o deixam fazer.
(Um tipo que passe meio dia no facebook e afins e nunca for corrigido, não será tão produtivo).

Nos paises mais produtivos têm melhores ferramentas, melhores processos de trabalho e a legislação permite os despedimento mais facilmente se um tipo não quiser trabalhar.

Isto são apenas algumas razões, entre outras, pelas quais se diz que os Portugueses são melhores no estrangeiro do que cá.

Outros factores existem, como as chefias, a dimensão das empresas lá fora que permitem ter custos de produção mais baixos, menos burocracia com o estado, etc.

A questão é que muitos dos que gostam de apontar exemplos desses que trouxeste - tipo fechar mais cedo, etc (atenção que iso não é para ti), são os mesmos que passam horas a navegar na internet e a actualizar o facebook e recusam-se aprender a trabalhar em Excel porque já estão habituados a fazer tabelas no Word há mais de 5 anos e é 'muito mais prático'.
A legislação laboral tem muita culpa disto mas isso já foi algo que escrevi noutro post e dá pano para mangas.
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 19:19

Elias Escreveu:Não sei se isso é um problema ou não.


Eu acredito que é um problema e já expliquei o porquê neste e noutros tópicos (existem pelo menos dois factores: a relação entre a capacidade produtiva e o consumo e questões de gestão de recursos).

Basta pensares num local de trabalho que está a funcionar com metade dos funcionários em duas pontes (com metade dos funcionarios em cada uma delas). Agora, cada um deles (funcionários) só gozou um dia: os custos era menores e a eficiencia maior se simplesmente se parasse num dos dois dias e no outro dia estivessem todos a trabalhar (isto não se aplica a tudo, mas aplica-se a quase tudo o que é do estado: escolas, administração fiscal, etc, etc, etc).


Elias Escreveu:Na verdade, esta história de mexer nas datas nos feriados em nada vai alterar o número efectivo de dias de trabalho.


Não precisa de mudar para apresentar vantagens.

Para aumentar o número efectivo de dias de trabalho existiria a outra medida (a eliminação de alguns feriados). Também sou a favor dessa medida dada a relação de consumo e produção do país. Temos de pedalar mais para corrigir o nosso déficit...


Elias Escreveu:e por outro lado, também propõem criar um novo feriado a 26 de Dezembro. Contas feitas, quase nada muda.


Não tinha dado bem conta disso (ou se dei já não me recordava) mas sou favoravel a essa medida também, aliás acabei de explicar porquê.

Se faz parte do pacote de propostas, acho bem pensado.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 20/6/2010 19:21, num total de 1 vez.
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por Elias » 20/6/2010 19:14

MarcoAntonio Escreveu:O que não impede as outras medidas simultaneamente: pode-se por exemplo retirar 4 feriados, tornar móveis outros tantos e criar 1 ou 2 adicionais. Com isto, reduzia-se o número total de feriados.


...em teoria sim, mas como referi no post anterior, a proposta de passar para dia útil os feriados que calhem ao fim-de-semana anula essa redução.
 
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 19:13

Aliás, sobre essa matéria, o que eu penso que devia ser feito é acabar com as tolerâncias de ponto e criar no seu lugar feriados adicionais (por exemplo, o dia 24 ou 26 de Dezembro ser feriado nacional, na verdade isso já acontece em alguns paises inclusivamente).

O que não impede as outras medidas simultaneamente: pode-se por exemplo retirar 4 feriados, tornar móveis outros tantos e criar 1 ou 2 adicionais. Com isto, reduzia-se o número total de feriados, eliminavam-se umas quantas pontes e tornavam-se as regras mais iguais para toda a gente!

Quanto ao conceito de tolerância de ponto quase como que desaparecia...
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por Elias » 20/6/2010 19:08

MarcoAntonio Escreveu:Falando em termos gerais, as pontes ao longo do ano que são praticadas por muitas pessoas no estado ou no privado são realizadas com recurso a dias de férias.


Não sei se isso é um problema ou não. As pessoas têm direito aos seus dias de férias. Se os gastam numa ponte, ficam com menos um dia para o Verão. O que muita gente toda não entende é que se retiram um dia de férias a uma ponte, ele vai ter de ser colocado noutro lado qualquer. Na verdade, esta história de mexer nas datas nos feriados em nada vai alterar o número efectivo de dias de trabalho.

Quanto à história de eliminar feriados... bem a história está muito mal contada, porque por um lado a proposta das deputadas considera a possibilidade em passar os feriados que são ao fim-de-semana para a segunda-feira seguinte e são dias de descanso suplementares; e por outro lado, também propõem criar um novo feriado a 26 de Dezembro. Contas feitas, quase nada muda.

Como diz um velho ditado, é preciso mudar qualquer coisa para que tudo fique na mesma. :mrgreen:
 
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por canguru » 20/6/2010 19:06

Marco Martins Escreveu:
canguru Escreveu:
SMALL1969 Escreveu:Passem os feriados para o DOBRO, e INIBAM fóruns, twitters e blogs nos computadores dos empregos, bem como envio de mensagens de mail para endereços de gmail e outros do género


Nem mais, Small.

Eu acho piada aos tipos que vêm para aqui atulhar o fórum com mensagens (e gráficos todos 'trabalhados') no período 9-19h, a falar na falta de produtividade do país e que a culpa de tudo e mais alguma coisa é dos políticos.

É que me parto mesmo a rir.


Se vires a diferença da quantidade de posts durante o dia e os que apenas aparecem ao fim do dia ou ao fim de semana, se calhar apercebes-te que o pessoal está a trabalhar a essas horas.



Não captei a idea.

Acedes à sites de bolsa e forúns durante o horário de trabalho ou não?
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por Automech » 20/6/2010 19:06

Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:Claro que se pode proibir as pessoas de tirarem férias nas pontes


Claro que se pode. A lei permite que seja a entidade patronal a fixar as férias.


O facto da legislação permitrir e poucas empresas o fazerem mostra que é uma área em que haveria vantagens em haver uma alteração legislativa no sentido d emudar os feriados. Uma empresa porvavelmente não sente grande diferença (embora alguns se queixem) mas enquanto economia haveria ganhos razoáveis (pelas rzões que expliquei antes).
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Re: Deputadas do PS propõem eliminar quatro feriados

por Elias » 20/6/2010 19:01

A notícia que serviu de abertura a este tópico diz o seguinte:

Elias Escreveu:Assim, os portugueses veriam os actuais 14 feriados nacionais reduzidos a 11


Contudo de acordo com este link
http://edition.cnn.com/SPECIALS/2007/wo ... nce/chart/
Portugal tem apenas 12 feriados.

Estive a contar e de facto são 12 a saber:
- 1 de Janeiro
- sexta-feira santa
- 25 de Abril
- 1 de Maio
- Corpo de Deus
- 15 de Agosto
- 5 de Outubro
- 1 de Novembro
- 1 de Dezembro
- 8 de Dezembro
- 25 de Dezembro

A contagem dos 14 resulta provavelmente da inclusão do Carnaval e da Páscoa. Contudo estes dois dias não devem ser contados: o Carnaval não é um feriado e a Páscoa, sendo a um domingo, não conta como sendo um feriado em termos práticos.

Por isso vamos lá a fazer as contas como deve ser. :P
 
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 18:58

Elias Escreveu:Pelo contrário, é uma prática comum.


Tu dizes que sim, eu digo que não. Como tenho pessoas muito chegadas que estão nessa situação, sei que não é verdade...


Elias Escreveu:Para além da situação que citei e das já muito faladas tolerâncias pela visita do Papa, (...)


Estamos (é sobre o que o tópico discute) a falar de feriados e respectivas pontes. É o que eu estou a discutir e é a que opus argumentação às duas frases tuas que citei no post anterior.

Pessoalmente, não concordo com outras tolerâncias de ponte esporádicas (como o caso da visita papal e que de resto me mostrei contra quando ocorreu).

O facto de ocorrerem essas situações, não faz com que aquelas duas tuas frases sejam uma boa descrição da realidade. Estamos a falar de feriados e pontes em geral e da possibilidade de tornar esses feriados móveis para acabar com essa situação. Curiosamente, os feriados anexos a tolerâncias de ponto que são mais frequentes são precisamente aqueles que é menos provável que passem a ser móveis (ano novo e natal) o que como que ainda separa mais as questões.

Falando em termos gerais, as pontes ao longo do ano que são praticadas por muitas pessoas no estado ou no privado são realizadas com recurso a dias de férias.



Também há algumas tolerâncias de ponto no privado, embora admtia que são muito menos frequentes (por exemplo, o comércio não tem interesse nenhum nessas tolerâncias de ponto porque são inclusivamente períodos de maior procura, nos serviços talvez exista mais, em todo o caso não é generalizado). E seja como for, não é o tema (sobre o qual eu também tenho a opinião de que há tolerâncias de ponto a mais).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 20/6/2010 18:55

MarcoAntonio Escreveu:
AutoMech Escreveu:Dada a natureza do feriado é o único que não flexibilizaria.


Bem, o dia de Ano Novo também não.


Upss, que gaffe. :oops: Claro que também não flexibilizaria este, pelas mesmas razões. :wink:
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por Elias » 20/6/2010 18:55

AutoMech Escreveu:Claro que se pode proibir as pessoas de tirarem férias nas pontes


Claro que se pode. A lei permite que seja a entidade patronal a fixar as férias.
 
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por Automech » 20/6/2010 18:52

Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:Não está escrito mas é extremamente dificil de combater. As pessoas têm direito a férias e aproveitam para utilizar alguns desses dias de férias nas pontes (e penso que é um comportamente legítimo e normal).


Isso não são pontes. São férias.

Pontes é "tirar o dia" sem fazer férias. Que éo acontece amiúde na função pública.

Mas o verdadeiro problema nem sequer é esse na minha opinião. O problema é não haver instruções para assegurar os serviços necessários. Ou seja, ligas para um sítio e ouves "ah fulano hoje não está, só na segunda-feira", deverias ouvir "olhe fulano hoje não está por isso sou eu que trato dos assuntos dele". Isto é, deveria haver instruções claras em todos os serviços públicos para que alguém só poderia tirar o dia se a sua função fosse assegurado por um colega. Se calhar essas indicações até existem, mas nem sempre funcionam...


Para mim pontes são periodos em que há um feriado à 3a ou à 5a e em que as pessoas podem ficar sem trabalhar na 2a ou na 6a, utilizando um dia de férias ou tendo tolerãncia de ponto.

Quanto ao dia de férias, embora legitimo, o país ganhava mais em mudar o feriado, pelas razões que já invoquei.
Quanto às tolerãncias de ponto isso nem vou comentar porque sou totalmente contra.

Entendi mal o teu conceito de ponte e daí a diferença de argumentação. Tudo bem Elias.

Mas em relação ao teu ultimo parágrafo deixa-me só acrescentar o seguinte. Não sei se te estás a referir apenas ao sector publico ou se também ao privado, mas se também for ao privado... numa ponte (ou seja numa 6a ou numa 2a), mesmo que se tente organizar bem o trabalho para alguem nos ficar a substituir, há funções em que isso é dificil, dada a natureza do nosso tecido empresarial, com estruturas muito pequenas.

Uma gráfica pequena, que tenha 2 máquinas e 2 impressores, pode ter dificuldae em adaptar alguém de outra área para essa função, quando o impressor não está (até nas férias isso acontece em muitas empresas).

Claro que se pode proibir as pessoas de tirarem férias nas pontes, mas então penso que a economia ganharia mais se esse feriado for mudado para todos e o problema nem sequer se põe (além de se evitarem muitos conflitos entre colegas quando todos querem as mesmas pontes, mas isso são outros quinhentos e não é a razão principal pela qual defendo a mudança).
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por Elias » 20/6/2010 18:51

MarcoAntonio Escreveu:Isso é uma excepção, não é amiude (não é o meu conceito de amiude). Actualmente o Estado faz isso uma vez por ano (aliás se bem creio nos últimos anos os trabalhadores tinham de escolher entre uma associada ao Natal ou ao Ano Novo)...

Nem tão pouco eu disse que não existia. Não é uma prática comum.


Pelo contrário, é uma prática comum.
Para além da situação que citei e das já muito faladas tolerâncias pela visita do Papa, tens ainda as tolerâncias do Carnaval (que não é feriado) e do 24 de Dezembro e as duas meias tolerâncias da quinta-feira-santa e do 31 de Dezembro. Faz lá as contas a quantos dias de descanso é que isto corresponde.

MarcoAntonio Escreveu:Mas fora isso, a situação é muito semelhante no Estado ou no Privado


Também não é verdade. Eu já trabalhei numa empresa que não dava o dia de Carnaval e tive que trabalhar nesse dia durante vários anos seguidos. Além disso, já em diversos anos tive de trabalhar na quinta-feira santa de tarde e no dia 31 de Dezembro também de tarde, ao contrário do que acontece no Estado. E é bom lembrar que no comércio (que representa uma fatia substancial dos trabalhadores) não há cá tolerâncias de ponto nesses dias.

Como referi anteriormente, penso que antes de mexer nos feriados se deve começar por abolir as tolerâncias de ponto, que além de constituírem um factor de assimetria entre público e privado não passam de feriados encapotados. Qual é a lógica de abolir feriados oficiais e continuar a dar baldas por via das tolerâncias de ponto?
 
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por MarcoAntonio » 20/6/2010 18:44

Isso é uma excepção, não é amiude (não é o meu conceito de amiude). Actualmente o Estado faz isso uma vez por ano (aliás se bem creio nos últimos anos os trabalhadores tinham de escolher entre uma associada ao Natal ou ao Ano Novo)...

Nem tão pouco eu disse que não existia. Não é uma prática comum. Há mais uma série de feriados no ano onde ocorrem "pontes" e os trabalhadores praticam pontes. Essas pontes são realizadas com recurso a dias de férias, portanto estas duas frases "Quem faz pontes são os funcionários públicos com a bênção do PM que dá a tolerância de «ponte». No sector privado tem de se usar férias." não traduzem propriamente a realidade.

De facto, como disse no meu post anterior, o Estado dá algumas tolerâncias de ponto pontuais. Mas fora isso, a situação é muito semelhante no Estado ou no Privado (todas as outras pontes são realizadas com recurso a dias de férias no Estado ou no Privado).
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