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Caldeirão da Bolsa

Manifestação anti-troika dia 15 de Setembro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 15/9/2012 14:31

Vitcosta, o problema não está no teu emprego. O problema está na tua entidade empregadora que não consegue gerir recursos de modo a tornar eficiente o que gasta para produzir o que produz. Nos países "normais", o estado gasta o que tem e produz algo com o que gasta, estado é produtivo, produz serviços públicos de valor acrescentado significativo que poupam aos contribuintes o gasto de não ter que pagar por outros. No nosso caso, se o estado fosse uma empresa, a empresa estaria fechada há muito porque não teria clientes para o preço daquilo que produz. E isto não tem a ver contigo, tem a ver com a tua entidade empregadora que não sabe gerir o que tem nem produzir que chegue para os recursos que lhe são dados.

Se nenhum de nós tivesse que pagar por escolas privadas porque a escola pública produz resultados maus, achas que haveria tanta contestação com os gastos na educação e no que representam na estrutura de custos do país? Se o sistema de pensões fosse sustentável e soubessemos que iríamos receber o mesmo que os actuais reformados (ou seja, que o sistema é sustentável), achas que contestaríamos? Se o serviço de saúde fosse fantástico e não recorrêssemos todos ao privado sempre que pudemos, achas que haveria tanta contestação com os gastos da saúde?

O problema não és tu nem o que tu ganhas. É o que o estado produz com o que gasta para produzir.

Mais, se as medidas fossem repartidas equitativamente, haveria mais calma. Olha que o desemprego não aumentou à custa dos funcionários públicos....
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por MarcoAntonio » 15/9/2012 14:31

Pata-Hari Escreveu:Aliás, mais! os salários do estado nem são o problema da economia. Afinal de contas nem desemprego há nesse sector, está todo no privado! (esta ainda não ouvimos, mas ainda vamos ouvir). O problema é no privado e nos idiotas que não gastam, não percebes!?


Isto não passam de ideias feitas, não tem substância.

O Estado está a fazer duas coisas que tu estás a descurar completamente: uma é a mandar activamente gente embora (na educação, na saúde, etc... contratados claro, porque é que fica mais barato mandar embora); a outra é não criar novos postos de trabalho não metendo praticamente ninguém.

Em qualquer país (e portugal não é excepção) o desemprego não é só formado por "despedidos" (e que também existem no estado) mas também pelos postos de trabalho que não são recriados garantindo a rotatividade geracional. Afinal, grande parte do nosso de desemprego é desemprego jovem, uma parte da qual nunca foi despedida porque... nunca teve emprego!


Dizer que não há desemprego no Estado tem a mesma validade que dizer que não há desemprego no Privado: para os que estão empregados não há desemprego, para os que foram mandados embora (seja no Estado ou no Privado) e para os que nunca arranjaram emprego (seja no Estado ou no Privado) há nos dois lados.



Quanto à insistência na questão do problema dos salários, talvez se gastares algum tempo a consultar os orçamentos de estado dos últimos anos um a um, desfaças a ideia feita...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por mfsr1980 » 15/9/2012 14:14

vitcosta Escreveu:Sou Do sector empresarial do estado, não tenho ADSE, nem CGA,
Cortaram-me os 2 subsídios.

Que temos de poupar já percebemos, que todos os meses me tiram ate 10% do ordenado ,já percebi...

Eu sou dos que estou a iniciar uma carreira para aa qual estudei e investi muito..

Como tal a minha contestação não vai para os cortes, mas pela forme como estão a ser distribuídos , ate agora quase não houve contestáção, mas pessoalmente por estas atitude arrogantes, julgo serem importantes ..

Não defendo a violência , mas defendo que o governo entenda que o povo esta alerta, e que a qualquer momento os pode colocar dali para fora..

Entendo que possa perder 2 subsídios , mas nao 3 ou 4 , enquanto outros ainda recebem mais..

Todos estas mensagens sobre a divida eu entendo, quem paga somos todos nós, a discussão será o que calha a cada um, e eu por mim estou a atingir o limite...


Acho que o lugar que ocupas não deveria existir.
O Estado não deveria ter sector empresarial! Isso é matéria para privados!
Abraço mfsr1980
 
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por tava3 » 15/9/2012 14:10

Não há dinheiro para tudo, ou dá para uma coisa ou para outra, eu não tenho duvidas para quem ficaria o que há. Com os credores negoceia-se, há quem goste de comparar com o orçamento de uma familia, e o que andam a fazer as familias? Negociar os empréstimos para poder continuar a pagar, parece-me sensato. Agora, com politicas recessivas nunca vamos conseguir pagar, e como dizia o passos, isto vai durar uns 20 ou 30 anos. Eu não sei se ele já estava a contar com os anos falhados dele ou não, um ano já passou e estamos pior.

P.S. Medidas concretas eu não dou, fica para os ministros ou secretários, eu é mais estratégia. :)
Editado pela última vez por Visitante em 15/9/2012 14:15, num total de 2 vezes.
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por Pata-Hari » 15/9/2012 14:08

Aliás, mais! os salários do estado nem são o problema da economia. Afinal de contas nem desemprego há nesse sector, está todo no privado! (esta ainda não ouvimos, mas ainda vamos ouvir). O problema é no privado e nos idiotas que não gastam, não percebes!?

As declarações que andamos a ouvir parecem sair da boca de gente que toma alucinogénios fortes.
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por Pata-Hari » 15/9/2012 13:41

JMHP Escreveu:
São este tipo de "intelectuais" que me metem medo, muito mais de qualquer politico..

Quer dizer então que há dinheiro em Portugal para os salários e despesas.... Azar dum caneco temos de pagar o que pedimos emprestado... E pá, então para que foi que pedimos o dinheiro emprestado!?.... :roll:


Podes crer!

Tu és um idiota e eu uma besta! não entendes! o cacau foi para pagar obrigações!!! era melhor não termos pago que a seguir deixávamos de ter problemas e não faltaria para pagar reformas, ordenados, professores, médicos, subsídios e outros. Era logo a loucura.
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por Dom_Quixote » 15/9/2012 13:16

Defender a nossa manutenção no euro ou o regresso ao escudo será sempre polémico, até porque envolve tantas e tão variadas vertentes que não é fácil chegar a uma conclusão que tenha ponderado tudo.

Ainda assim, arrisco a dizer, como que a "olho nu", que "tudo" deverá ser feito para nos mantermos no euro. Porquê?

Tendo consciência que um dos maiores entraves ao nosso desenvolvimento, que passa por algumas grandes reformas estruturais, é a mentalidade que temos enraizada e que não se muda por decreto, se voltarmos à "independência" que o regresso ao escudo nos proporciona nunca mais tais reformas serão levadas a cabo e o empobrecimento e decadência generalizados do país continuará.

Muito sucintamente, é a minha opinião...
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nao vou à manif

por wuzzu » 15/9/2012 12:09

Na realidade nao tenho opiniao completamente definida sobre a TSU. Porém aquilo que sempre pensei é que os sacrificios tb me iam tocar. Afinal o sector publico (tal como sucedeu ao meu irmao) teve 2 salarios cortados e eu nao tinha tido.
Sempre achei que nao tinha logica.

Sei que ha muito sector publico pouco produtivo, mas nao é generalizavel. Há áreas em que se se tivesse que pagar o justo por elas, qq quadro ganhava + 50 % do que ganha hoje - e realço, pelo menos 50% mais! E nao vejo assim tantas regalias que tenham a mais.
As unicas pessoas que têm regalias a mais na funcao publica sao pessoas empregadas por clientelismo e que todos os dias nao justificam o salario. Disso há bastante mais que no privado.
POREM, a realidade é que qdo falam em acabar e despedir na funcao publica, o que digo é que já ando a pagar demasiado para pessoas andarem sem fazer nada no fundo de desemprego.
Seria necessario reorientar a economia, certo. Mas como se faz essa reorientação a 100.000 pessoas?

Resumindo: acho questionavel a reducao da TSU para as empresas, mas nunca pensei que as pessoas acreditassem mesmo que o sector privado nao iria ter que contribuir.
Nesse sentido até acho que há certo egoismo. Já pensaram o que seria se vos cortassem 2 salarios? Foi o que sucedeu aos funcionarios publico. E nao vejo em que é que um funcionario da autoeuropa tem um emprego menos garantido que um funcionario publico. Alias, com os professores está-se agora a ver que nao é assim...

wuzzu

ps: resumindo: todos andaram contentes com os estadios de futebol, com anuncios de autoestradas paralelas... etc...
era nessa altura que se deviam ter manifestado...
 
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por JMHP » 15/9/2012 11:56

tavaverquenao2 Escreveu:"Dinheiro da troika «não foi para pagar salários e pensões"


"O professor de Economia José Maria Castro Caldas disse esta sexta-feira em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela troika a Portugal «não foi para pagar salários e pensões», mas para pagar a credores.

«É falso que sem aquela ajuda não havia dinheiro para pagar pensões e salários aos funcionários públicos até final do ano» de 2011, sublinhou o docente e investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Portugal não tinha dinheiro para «amortizar a dívida pública que vencia nessa altura e a ajuda da troika veio para pagar aos credores, exceto 13 mil milhões de euros» destinados a «recapitalizar a banca» portuguesa, sustentou o economista, citado pela Lusa, ele que falava, em Coimbra, num debate promovido pela Auditoria Cidadã à Dívida Pública Portuguesa (IAC).

«Existem ideias feitas sobre a dívida» de Portugal que «não correspondem à realidade», frisou Castro Caldas, considerando que «a maioria das pessoas acredita que os 78 mil milhões de euros da troika eram para pensões e salários»."


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/eco ... -1730.html


São este tipo de "intelectuais" que me metem medo, muito mais de qualquer politico..

Quer dizer então que há dinheiro em Portugal para os salários e despesas.... Azar dum caneco temos de pagar o que pedimos emprestado... E pá, então para que foi que pedimos o dinheiro emprestado!?.... :roll:
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por TRSM86 » 15/9/2012 11:38

Fico com a sensação que o medo paira nas cabeças de muitos ilustres!

Cresci num meio muito pobre, andei descalço, só comia bife uma vez por semana, não tinha tv em casa. Havia meia dúzia de ricos na minha freguesia, pessoas respeitosas. Toda a comunidade se entreajudava, etc, etc,

Hoje só vejo ostentação e ganância

Se esse tempo voltar, "no problem", venha ele, para que mais meia dúzia de cagões deste país "arreiem" as calças, porque a outra meia dúzia já "arreou"

A última manif. onde estive presente, foi logo após o 25 de Abril, hoje irei estar presente na manif do Porto, NÃO VOU GRITAR CONTRA A TROIKA, NÃO VOU GRITAR CONTRA ESTE GOVERNO. A minha presença vai apenas no sentido de fazer sentir a este governo que sou contra os 7% que pensam retirar a quem trabalha

Parece que vai haver uma outra manif. no dia 29, marcada pela centrais sindicais e por alguns partidos, NÃO CONTEM COMIGO NESSA MANIF.
uma passagem para a outra margem

http://trsm87.blogspot.pt/
 
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por vitcosta » 15/9/2012 11:19

Sou Do sector empresarial do estado, não tenho ADSE, nem CGA,
Cortaram-me os 2 subsídios.

Que temos de poupar já percebemos, que todos os meses me tiram ate 10% do ordenado ,já percebi...

Eu sou dos que estou a iniciar uma carreira para aa qual estudei e investi muito..

Como tal a minha contestação não vai para os cortes, mas pela forme como estão a ser distribuídos , ate agora quase não houve contestáção, mas pessoalmente por estas atitude arrogantes, julgo serem importantes ..

Não defendo a violência , mas defendo que o governo entenda que o povo esta alerta, e que a qualquer momento os pode colocar dali para fora..

Entendo que possa perder 2 subsídios , mas nao 3 ou 4 , enquanto outros ainda recebem mais..

Todos estas mensagens sobre a divida eu entendo, quem paga somos todos nós, a discussão será o que calha a cada um, e eu por mim estou a atingir o limite...
 
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por Texano Bill » 15/9/2012 11:15

Pata-Hari Escreveu:O problema é que nem existem manifestações que exijam isto. Não existem manifestações que representem o descontentamento pela governação dos ultimos 30 anos. O que está na rua é contra a troika!


O problema é que nos tempos em que se gastou mal e o governo acumulava dívida ninguém se manifestou contra isso. Vêm agora, que o mal está feito e há dívidas para pagar. Esta gente deve achar que os compromissos, que foram feito em nome de todos os portugueses e com o aval destes (vide eleições dos últimos 40 anos), não são para cumprir :roll:
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por JMHP » 15/9/2012 11:06

Pata-Hari Escreveu:vou colar uma opinião que descreve exactamente o que penso:

Manuel Puerta da Costa

Custa-me a acreditar que as manifestações deste fim de semana possam pagar os mais de 700.000 salários mensais, aos professores, aos médicos e enfermeiros, aos militares de carreira sejam aposentados ou não, e aos juízes e funcionários do tribunal.

E que também paguem os medicamentos e tratamentos dos hospitais públicos, a electricidade e edifícios da Ensino Superior ou repartições publicas ou a alimentação das cantinas.

E que ainda chegue o dinheiro para pagar os RSI, os subsídios de desemprego e pensões (de quem não pôs um cêntimo no sistema) e mil outras prestações sociais que, ainda bem que na maioria dos casos o nosso erário publico paga. Esse dinheiro, na verdade, vem na maior parte dos casos dos impostos que pagamos, mas desde que assinamos com a Troika, há 60 mil milhões que vieram ou virão de Estados e Instituições que nos estão a ajudar e quererão o seu dinheiro de volta.

Talvez ajudasse saber quanto dinheiro é preciso para tudo isso (mais os juros) que foi acumulado em 20 anos de desvario público em que o Povo aceitou tudo a troco de um consumo imediato de satisfação duvidosa.

Eu não sei o que quer o Povo hoje, mas se é poder voltar a comprar +250.000 carros (ao estrangeiro) por ano, os 500.000 LCDs e telemoveis de ultima geração, passar o dia em centros comerciais a comprar roupa de marca e construir estradas e pontes como se não houvesse amanha, então estes sacrifícios, TODOS os actuais e os que estão por vir, não chegarão pois não geramos recursos para isso enquanto o nosso Estado quiser ser o "pai & mae" do país.

Ter uma ideia de um futuro diferente da do passado, de uma luta diferente da mera luta de classes por um Portugal, que fosse inspirada noutra lógica ajudava-nos a todos e ajudava em especial a quem mais sofre, que são os que se vão manifestar "as cegas", sem saberem que de uma forma ou de outra tudo se paga ... Seremos sempre o alvo fácil de quem governa hoje ou amanha, sejam de esquerda ou direita... mas o que eu gostava mesmo, é que alguém me explicasse como se pagam os mais de 200mil milhões de Euros que devemos, ou será que a divida não é para pagar e queremos ser caloteiros?

Ser contestatário é uma obrigação e um direito inalienável de todos os que não concordam, mas não vejo propostas concretas, alternativas plausiveis, de como é que pagamos as nossas contas e pomos este pais a sair do "buraco" : as manifestações, se, como antecipo forem usadas para exaltar ânimos e mostrar clima de violência nas ruas pelas TVs internacionais, vão ter repercussões negativas para Portugal e será o mexilhão a sofrer nesta espiral e cadeia de acontecimentos em que os nossos políticos apostam em nos fazer passar por títeres de segunda classe


:clap: :clap: :clap:
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Realidades...

por brentyman » 15/9/2012 10:52

A realidade é esta a representada nos gráficos.
Não havia nada a fazer?

RDO
...
http://triplov.com/triplo2/2011/02/25/p ... ca-actual/
Anexos
dívidaP.JPG
dívidaP.JPG (37.97 KiB) Visualizado 2372 vezes
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por Pata-Hari » 15/9/2012 9:34

Está implicito o que é pedido ao estado/governo: que termine de imediato o desvario dos custos, o desvario dos gastos mal-gastos (bolas, o pleonasmo aplica-se!). Tornem-se o serviço do do estado eficiente agora por mudança estrutural e reorganização. O tempo que têm de governo já chega para se ter feito muito e se ver muitos resultados. Se o estado estivesse a produzir mais, notar-se-ia no PIB! mude-se a lei que permite o não despedimento dos funcionários públicos por modo a permitir isso mesmo.

E cobrem-se impostos de modo igual, paguem-se prestações sociais de modo a que o esforço seja dividido por todos. Eu não quero um país onde se gasta dinheiro a formar engenheiros e a unica população que me sobra são os velhos reformados ou analfabetos porque os com capacidade produtiva vão para onde são pagos ao seu valor de mercado - e que não é aqui!

Se estou a produzir um país exportador de cabeças (porque o que estou a criar é mesmo isso), que se deixe já de pagar pela formação dos mesmos, não? é a poupança de todos os lados, sejamos então consequentes com as escolhas que fazemos.

O problema é que nem existem manifestações que exijam isto. Não existem manifestações que representem o descontentamento pela governação dos ultimos 30 anos. O que está na rua é contra a troika!
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por artista_ » 15/9/2012 1:08

Pata-Hari Escreveu:vou colar uma opinião que descreve exactamente o que penso:

Manuel Puerta da Costa

Custa-me a acreditar que as manifestações deste fim de semana possam pagar os mais de 700.000 salários mensais, aos professores, aos médicos e enfermeiros, aos militares de carreira sejam aposentados ou não, e aos juízes e funcionários do tribunal.

E que também paguem os medicamentos e tratamentos dos hospitais públicos, a electricidade e edifícios da Ensino Superior ou repartições publicas ou a alimentação das cantinas.

E que ainda chegue o dinheiro para pagar os RSI, os subsídios de desemprego e pensões (de quem não pôs um cêntimo no sistema) e mil outras prestações sociais que, ainda bem que na maioria dos casos o nosso erário publico paga. Esse dinheiro, na verdade, vem na maior parte dos casos dos impostos que pagamos, mas desde que assinamos com a Troika, há 60 mil milhões que vieram ou virão de Estados e Instituições que nos estão a ajudar e quererão o seu dinheiro de volta.

Talvez ajudasse saber quanto dinheiro é preciso para tudo isso (mais os juros) que foi acumulado em 20 anos de desvario público em que o Povo aceitou tudo a troco de um consumo imediato de satisfação duvidosa.

Eu não sei o que quer o Povo hoje, mas se é poder voltar a comprar +250.000 carros (ao estrangeiro) por ano, os 500.000 LCDs e telemoveis de ultima geração, passar o dia em centros comerciais a comprar roupa de marca e construir estradas e pontes como se não houvesse amanha, então estes sacrifícios, TODOS os actuais e os que estão por vir, não chegarão pois não geramos recursos para isso enquanto o nosso Estado quiser ser o "pai & mae" do país.

Ter uma ideia de um futuro diferente da do passado, de uma luta diferente da mera luta de classes por um Portugal, que fosse inspirada noutra lógica ajudava-nos a todos e ajudava em especial a quem mais sofre, que são os que se vão manifestar "as cegas", sem saberem que de uma forma ou de outra tudo se paga ... Seremos sempre o alvo fácil de quem governa hoje ou amanha, sejam de esquerda ou direita... mas o que eu gostava mesmo, é que alguém me explicasse como se pagam os mais de 200mil milhões de Euros que devemos, ou será que a divida não é para pagar e queremos ser caloteiros?

Ser contestatário é uma obrigação e um direito inalienável de todos os que não concordam, mas não vejo propostas concretas, alternativas plausiveis, de como é que pagamos as nossas contas e pomos este pais a sair do "buraco" : as manifestações, se, como antecipo forem usadas para exaltar ânimos e mostrar clima de violência nas ruas pelas TVs internacionais, vão ter repercussões negativas para Portugal e será o mexilhão a sofrer nesta espiral e cadeia de acontecimentos em que os nossos políticos apostam em nos fazer passar por títeres de segunda classe


Também concordo, mas parece um texto incompleto, faltou ele próprio indicar alternativas, dizer o que devem exigir os manifestantes, porque certamente há muito que exigir, a começar por os políticos serem mais exemplares numa altura em que estão a pedir tantos sacrifícios ao povo... já nem sei se ria ou se chore quando oiço um político dizer "estamos todos a viver momentos difíceis, a fazer sacrifícios"! :roll:
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Tudo ao contrário

por oscar.coelho » 15/9/2012 1:04

As pessoas até estão disponíveis para colaborar com o objectivo de corrigir as coisas, como se tem visto. Mas se depois de três anos a aguentar (isto já vem dos PECs), os resultados são sempre ao contrário do que lhes prometeram que ia acontecer é natural que se manifestem pois não têm razão nenhuma para supor que "agora é que vai ser". É só isso que vai acontecer, e olhem que num país de acomodados não é coisa de somenos, antes pelo contrário, é um óptimo sinal.

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Revolta tardia

por brentyman » 15/9/2012 0:57

"Será que ainda não percebemos que não estamos a crescer, não produzimos o suficiente, não temos capacidade futura de pagamento e continuamos sentados no sofá ou a passear no Centro Comercial ?"
(2010/2011)
...
"Face a tudo isto e alimentando a paranóia colectiva, vemos a quase totalidade da comunicação social contemporizar com as mais diversas verborreias dos políticos que mais não fazem que entreter este povo de apalermados e imbecis. Eles se calhar até têm razão. Que me desculpem mas é isto que sinto.
Já era tempo de sairmos à rua e "expressarmos" de forma violenta e incontida a nossa indignação !
Está em causa a nossa sanidade mental e o futuro dos nossos filhos. Não podemos continuar a ser "civilizados" e "passivos", quando temos que lidar com a escumalha politica que tomou conta do País. E essa luta terá de ser travada."
(2010/2011)
...
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saida do euro e manifestacoes

por wuzzu » 15/9/2012 0:56

eu prefiro cortes durissimos, pessoal a refilar e ficar no euro. Pelo menos tentamos mudar de vida, reformar, pôr os miudos a estudar mais a sério etc.
Sair do euro é trazer de volta politicos como o soares, paleio, falinhas mansas, desvalorizacoes cambiais sucessivas para ir resolvendo a competitividade sempre a reduzir-se.Nao vi nesse periodo grandes melhorias nem reformas necessarias.

Isto está pessimo, mas a realidade é que tal como está todos estao a chegar à conclusao que nao haverá muito mais por onde cortar. Saindo do euro seria desvalorizar e inflacionar todos os dias. Seria mesmo dar espaço à mediocridade, que infelizmente mesmo assim tem tendencia a persistir na nossa politica...

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por brentyman » 15/9/2012 0:34

pedrom Escreveu:Só espero que me deixem passar para ir trabalhar!!!!

Quando houver uma manifestação contra a economia paralela ou contra uma serie de coisas.... estou lá batido, agora contra a troika???

99% do manisfestantes de amanhã são pessoas que, ou não declaram tudo o que ganham ou quando compram tentam fugir aos impostos, ou permitem que isso aconteça... só a redução/eliminação da economia paralela resolviamos todos os nossos problemas monetários!!!!

...

"Quando houver uma manifestação contra a economia paralela ou contra uma serie de coisas.... estou lá batido, agora contra a troika???"

*Conte comigo!
RDO
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por Quico » 14/9/2012 23:39

Depois da entrevista de ontem fiquei com a sensação que o PPC (com todos os defeitos e virtudes que possa, eventualmente, ter) foi daqueles que esteve "no bordo do precipício e viu o abismo"!

A maioria dos "inteligentes" falam p'raí sem fazerem ideia de nada...

Como disse algures um respeitável membro do fórum: "Quer-me parecer que os portugueses em geral são mais espertos que ele (PPC)..."
Está tudo dito. :roll:

P.S. - Não estou a dizer que concorde com tudo o que o governo tem feito ou proposto; muito pelo contrário...
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por capbr » 14/9/2012 23:07

LFA1 Escreveu:Marco António escreveu:

Há cá quem defenda a saida do Euro (eu não tenho uma posição definida, tem alguns contornos assustadores mas também dava-nos mecanismos de ajuste de que agora não dispomos)...


Esta parece-me ser uma posição muito mais sensata do que as habituais posições extremadas do "euro nunca mais" ou do "escudo=bancarrota".
Eu também não tenho uma posição definida sobre a matéria (embora deva dizer que já estive mais convencido das vantagens do euro para Portugal), mas penso que seria importante as pessoas encararem com a mente aberta os dois cenários. Assim como também seria importante que surgissem estudos rigorosos e idenpendentes que elencassem as vantagens e desvantagens do euro e do escudo, para que se pudesse gerar uma discussão fundamentada acerca do tema.


Perante a actual situaçao, e tendo em conta o que se passa na grecia, irlanda e portugal, tendo em conta o caminho que leva espanha e italia, nao tenho duvidas que o ideal sera sairmos do EURO.
Conservar o que nos resta de bom e rentavel, utilizar a moeda propria para fazer o reajuste e alterar radicalmente a forma de governaçao deste pais.

Nao temos como pagar a divida se nos mantermos no euro, é de todo impossivel garantidamente, ainda para mais com a forma de governar existente neste pais
 
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por Hramos3 » 14/9/2012 22:45

E à dívida em €, fazes-lhe o quê?
 
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por Pata-Hari » 14/9/2012 22:43

vou colar uma opinião que descreve exactamente o que penso:

Manuel Puerta da Costa

Custa-me a acreditar que as manifestações deste fim de semana possam pagar os mais de 700.000 salários mensais, aos professores, aos médicos e enfermeiros, aos militares de carreira sejam aposentados ou não, e aos juízes e funcionários do tribunal.

E que também paguem os medicamentos e tratamentos dos hospitais públicos, a electricidade e edifícios da Ensino Superior ou repartições publicas ou a alimentação das cantinas.

E que ainda chegue o dinheiro para pagar os RSI, os subsídios de desemprego e pensões (de quem não pôs um cêntimo no sistema) e mil outras prestações sociais que, ainda bem que na maioria dos casos o nosso erário publico paga. Esse dinheiro, na verdade, vem na maior parte dos casos dos impostos que pagamos, mas desde que assinamos com a Troika, há 60 mil milhões que vieram ou virão de Estados e Instituições que nos estão a ajudar e quererão o seu dinheiro de volta.

Talvez ajudasse saber quanto dinheiro é preciso para tudo isso (mais os juros) que foi acumulado em 20 anos de desvario público em que o Povo aceitou tudo a troco de um consumo imediato de satisfação duvidosa.

Eu não sei o que quer o Povo hoje, mas se é poder voltar a comprar +250.000 carros (ao estrangeiro) por ano, os 500.000 LCDs e telemoveis de ultima geração, passar o dia em centros comerciais a comprar roupa de marca e construir estradas e pontes como se não houvesse amanha, então estes sacrifícios, TODOS os actuais e os que estão por vir, não chegarão pois não geramos recursos para isso enquanto o nosso Estado quiser ser o "pai & mae" do país.

Ter uma ideia de um futuro diferente da do passado, de uma luta diferente da mera luta de classes por um Portugal, que fosse inspirada noutra lógica ajudava-nos a todos e ajudava em especial a quem mais sofre, que são os que se vão manifestar "as cegas", sem saberem que de uma forma ou de outra tudo se paga ... Seremos sempre o alvo fácil de quem governa hoje ou amanha, sejam de esquerda ou direita... mas o que eu gostava mesmo, é que alguém me explicasse como se pagam os mais de 200mil milhões de Euros que devemos, ou será que a divida não é para pagar e queremos ser caloteiros?

Ser contestatário é uma obrigação e um direito inalienável de todos os que não concordam, mas não vejo propostas concretas, alternativas plausiveis, de como é que pagamos as nossas contas e pomos este pais a sair do "buraco" : as manifestações, se, como antecipo forem usadas para exaltar ânimos e mostrar clima de violência nas ruas pelas TVs internacionais, vão ter repercussões negativas para Portugal e será o mexilhão a sofrer nesta espiral e cadeia de acontecimentos em que os nossos políticos apostam em nos fazer passar por títeres de segunda classe
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por LFA1 » 14/9/2012 22:34

Marco António escreveu:

Há cá quem defenda a saida do Euro (eu não tenho uma posição definida, tem alguns contornos assustadores mas também dava-nos mecanismos de ajuste de que agora não dispomos)...


Esta parece-me ser uma posição muito mais sensata do que as habituais posições extremadas do "euro nunca mais" ou do "escudo=bancarrota".
Eu também não tenho uma posição definida sobre a matéria (embora deva dizer que já estive mais convencido das vantagens do euro para Portugal), mas penso que seria importante as pessoas encararem com a mente aberta os dois cenários. Assim como também seria importante que surgissem estudos rigorosos e idenpendentes que elencassem as vantagens e desvantagens do euro e do escudo, para que se pudesse gerar uma discussão fundamentada acerca do tema.
 
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