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Caldeirão da Bolsa

Off Topic- Deolinda - "Parva que sou"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Valete » 3/2/2011 14:41

urukai Escreveu:Fazendo de advogado do Diabo:

O que é preferível? Ser nem-nem até aos 30 e poucos (com uma vida académica de borga e pouco trabalho) ou começar a trabalhar aos 16/18 como a geração que tem agora 50/60?



Isso não é bem assim.

Os que agora tem 50/60 anos e que estão a dar cabo disto tudo, não começaram a trabalhar aos 16/18 anos. Começaram aos 22/23, muitos vezes antes de acabar o curso e estão agora com contratos vitalícios e blindados ou ainda melhor já estarão reformados com 2000€ ou mais Euros (quantos gajos a trabalhar a recibos verdes são precisos para descontar o necessário para manter um burguês destes?). Isto vi eu quando trabalhei numa escola e os via lá todo o dia refastelados e a mandar vir com a profissão, mas sair tá quieto. A discrepância entre os que começavam e os instalados era gritante, mas para os sindicatos desgraçados eram precisamente os instalados.

Depois tens os que agora tem 50/60 anos, mas nada devem ao Estado. Começaram a trabalhar não aos 16/18, mas sim aos 10/12 anos. Muitos emigraram, e de outros países recebem boas reformas que em nada prejudicam o nosso Estado, só beneficiando a economia. Outros são pequenos comerciantes ou empresários e todos os meses levam um maço de notas à ss, não para terem reformas de 2000€, mas de 500€ ou pouco mais. A esses, os que curiosamente menos se queixam, nada tenho a apontar.

Por isso, não misturemos tudo no mesmo saco.
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por Automech » 3/2/2011 14:15

RiscoCalculado Escreveu:Como dizia um quote que fiz em outro tópico - em Portugal o que existe são muitas pessoas nos lugares errados,
e quando assim é de facto torna-se dificil fazer um melhor aproveitamento dos licenciados que temos ( e depois dá-se a desculpa que existem licenciados a mais).


Mas Risco, temos de olhar também para o tecido empresarial.

Imaginemos 2 paises com 100 trabalhadores cada.

O país A precisa de 80 licenciados e 20 operários.

O país B precisa de 30 licenciados e 70 operários.

Se o país A tiver 60 licenciados tem falta de licenciados.

Se o país B tiver 40 licenciados tem excesso de licenciados.

E no entanto o país B está ainda abaixo do país A em matéria de licenciados.

Eu acho que a comparação da % do número de licenciados com outros países é falaciosa atendendo às necessidades (ainda) pouco qualificadas do tecido empresarial português quando comparado com outros paises.
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por artista1939 » 3/2/2011 14:03

Alladin Broker Escreveu:Fiz uma experiência, que gostava de partilhar com todos vocês. Durante uma semana não li jornais, não vi TV,não ouvi rádio, só entrei na internet para ver os gráficos diários. Fiquei completamente longe de "noticias" e valorizei mais o contacto pessoal.


Qual foi a conclusão que retiraste da experiência? Idêntica à do Sr. Arnaldo?

Abraço.

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disclaimer: isto é a minha opinião, se não gosta ponha na beira do prato. Se gosta e agir baseado nela, quero deixar claro que o está a fazer por sua única e exclusiva conta e risco.

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por RiscoCalculado » 3/2/2011 14:01

Dantes eramos um País sem estudos hoje parece que somos um País com estudos a mais.



não existe excesso de oferta de profissionais qualificados em Portugal. É um mito que alguns por interesse outros por cabeça dura tentam perpetuar no sentido de manter baixos os salários dos jovens licenciados que entram na vida profissional (ou "incentivar" outros a irem para outras paragens). Está mais que provado que a principal causa do atraso do país são estudos a menos ( e não estudos a mais)
Ainda há pouco tempo coloquei dados sobre a percentagem de licenciados relativamente à população total: pouco mais de 30% ( numero muito inferior ao de outros países )

pior ainda , parece que no sector privado apenas 10% da população activa tem formação superior (não tenho confirmação para este numero para alem de um post do Ricardo Arroja)


Evidentemente que os incapazes se tentam proteger uns aos outros tentando difundir a ideia que mais conhecimentos não levam a mais progresso, que os recem licenciados não sabem nada (não é q nalguns casos não seja verdade) ... e outros que tais.
Como dizia um quote que fiz em outro tópico - em Portugal o que existe são muitas pessoas nos lugares errados,
e quando assim é de facto torna-se dificil fazer um melhor aproveitamento dos licenciados que temos ( e depois dá-se a desculpa que existem licenciados a mais).


já agora deixo ficar um post que toca tb neste assunto:
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2010/01/em-queda-livre.html

Ontem à noite, estive em Lisboa num jantar de ex-alumni portugueses da Columbia University, presidido por uma alta individualidade de um organismo público, e onde o orador convidado foi um destacado executivo do sector privado. Tratou-se de um encontro informal, que permitiu um aceso debate acerca dos problemas estruturais do país. A principal conclusão a que chegámos foi a de que as pessoas - cidadãos e empresas - respondem a sistemas de incentivos, e que aqueles que existem em Portugal não estimulam a criação de riqueza.

Um dos pontos mais quentes foi a discussão em redor da falta de preparação, e competitividade, dos recursos humanos em Portugal. Por exemplo, no sector privado somente 10% da população activa tem formação superior. Ora, isso representa, sem dúvida, um obstáculo à modernização do país,
porém - ao contrário do que senti em alguns presentes -, não deve servir de motivo que justifique a adopção de um certo paternalismo estatal que se vê entre nós, ou seja, uma certa arrogância intelectual com que os decisores políticos tratam o povo. Porque, na minha opinião, o povo não é estúpido e não precisa de ser conduzido; precisa apenas de ser incentivado, não sendo esse fim atingido através de uma cultura de subsídios. Estes até podem ter o seu lugar na estrutura de incentivos, mas apenas na margem e não no seu todo.

Infelizmente, todos concluímos, é difícil antever qual será o agente indutor da mudança e como se concretizará essa mudança. Na tertúlia de ontem, a maioria dos presentes inclinou-se para soluções que eu considero, meramente, incrementais. Ao invés, eu tentei expôr o argumento no sentido de se adoptarem medidas "out of the box", partindo, também, do pressuposto de que o agente indutor da mudança será externo. Mas, enfim, eu estou profundamente pessimista acerca do meu país, daí que sinta que o incentivo à "revolução" seja cada vez maior. E, outra nota importante, no país dual, que todos concordaram termos, eu era o único proveniente da metade "menos dual" de Portugal. Esse é outro aspecto que talvez intensifique o meu desconforto e que agudiza uma certa raiva que, progressivamente, vou sentindo face aos poderes e intelectuais instalados em Lisboa. É sinal de que, provavelmente, está na altura de eu desligar um bocadinho de tudo isto e pensar noutras coisas. Sendo certo, que os Portugueses, espalhados por todo o país, merecem mais e melhor.

Publicada por Ricardo Arroja




p.s.: com isto não quero dizer que não exista desadequamento de alguns cursos face às necessidades do pais ...
Editado pela última vez por RiscoCalculado em 3/2/2011 14:04, num total de 1 vez.
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por Alladin Broker » 3/2/2011 13:54

Fiz uma experiência, que gostava de partilhar com todos vocês. Durante uma semana não li jornais, não vi TV,não ouvi rádio, só entrei na internet para ver os gráficos diários. Fiquei completamente longe de "noticias" e valorizei mais o contacto pessoal.

Quando não queremos ver algo que nos é adverso, fechamos os olhos por instinto, mas o mesmo já não conseguimos fazer quando algo violento entra pelos nossos ouvidos. O nosso ouvido é bombardeado diariamente por muitas coisas que fazem mal ao próprio ser humano, porque por mais que uma pessoa queira esquecer algo de mau que ouviu, não o consegue e sempre vem à memória esse som.
O som traduz-se num pensamento, o pensamento numa ação e uma ação numa reação.

Como Deus não nos deu a capacidade de fechar os ouvidos por instinto, só há uma forma de nos livrarmos de todo o ruído existente - a nossa capacidade de escolha e seleção. Experimentem usar mais vezes o OFF do vossa aparelho que emite som e verão a diferença.

Tenham mais atenção ao que permitem ouvir, porque hoje, mais do que nunca, somos aquilo que escutamos.

Abraço
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por Automech » 3/2/2011 13:51

Lion_Heart Escreveu:Os cursos de ensino ja deveriam ter sido reduzidos e muito, assim como muitos outros.


Lion, em relação a isto tenho algumas reservas.

O mercado deve funcionar livremente e em concorrência e não ser o estado a determinar que o curso de gestão deve ser fechado na universidade A, B ou C (porque os critérios seriam altamente subjectivos).

E note-se que o próprio mercado empregador faz ele próprio essa selecção, previligiando mais umas universidades em detrimento de outras (por alguma razão será).

O que seria interessante (embora difícil) era o estado publicar estudos sobre o nível de empregabilidade dos cursos / universidades e, quando possivel, qual a estimativa da necessidade de profissionais de determinado curso.

No caso dos cursos que dão acesso a professores seria relativamente fácil dizer que daqui a 5 anos serão precisos aproximadamente 500 professores de filosofia e que actualmente há 800 vagas nas universidades publicas e privadas para alertar os alunos.
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por artista_ » 3/2/2011 13:46

JMHP Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Depois temos esta malta que quer ir para f. publico pois não sabe fazer mais nada , não podem mudar de cargo, categoria e etc(em especial os que ja la estao). Mas os outros ja podem.
Qualquer pessoa pode fazer muita coisa , so não fazem porque não querem e da mais jeito é fazer barulho.


:clap: :clap: :clap:


Escrever isto, ou aplaudi-lo, poderá ser uma critica correcta para muitos, mas é também uma enorme ofensa para outros tantos (nem interessa saber de que lado estarão mais)... meter tudo no mesmo saco, generalizar, só mesmo quem está cego é que o poderá fazer!

Não sou funcionário público mas conheço muitos, dos dois lados da "barricada"!

É interessante que o que aplaude escreveu há bem pouco tempo que não pretende ofender (ou algo até menos grave) nenhum funcionário público... acho que só por ignorância em relação ao significado dos termos ou por falta de coragem em assumir o que se pensa, se pode agora aplaudir isto!
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por JMHP » 3/2/2011 13:36

rmachado Escreveu:Estamos (todos mas o pior é o Estado) a passar a ideia de que é preciso ter "muitos" estudos para ter um "bom" emprego mas muitos dos cursos superiores estão desasjustados da realidade do mercado de trabalho, por exemplo, pq razão continuamos a ter imensos cursos de linguas que permitem leccionar se não temos noção exacta do número de alunos que se vai ter daqui a 10 anos e como tal temos quase a certeza que vamos ter professores desempregados?


Porque vivemos num país controlado pelo Estado em que a mentalidade dominadora é do pleno emprego e vitalício, para além de que sempre que é necessário criam e inventam necessidades, empresas e emprego por decreto. Assim a massificação sem fundamento e critério de cursos e licenciados ganhou forma e um desígnio de desenvolvimento e modernidade na sociedade.


Lion_Heart Escreveu:Dantes eramos um País sem estudos hoje parece que somos um País com estudos a mais.

A verdade é que existe é falta de empresas.

Depois nunca se fizeram estudos, e muito menos os estudantes pensam, se o curso que tiram serve para alguma coisa.
Os cursos de ensino ja deveriam ter sido reduzidos e muito, assim como muitos outros.

Depois temos esta malta que quer ir para f. publico pois não sabe fazer mais nada , não podem mudar de cargo, categoria e etc(em especial os que ja la estao). Mas os outros ja podem.
Qualquer pessoa pode fazer muita coisa , so não fazem porque não querem e da mais jeito é fazer barulho.


:clap: :clap: :clap:
Editado pela última vez por JMHP em 3/2/2011 13:47, num total de 1 vez.
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por Automech » 3/2/2011 13:36

Helder, o problema é que passamos dum extremo a outro.

A geração anterior (dos meus pais), como tinha poucos licenciados, achou que o ideal era os filhos serem licenciados (e não critico esse raciocínio).

O problema é que levaram isso ao extremo e passaram a preferir que o filho fosse o Dr. com um curso de saída profissional difícil e duvidosa, do que ser um bom carpinteiro ou mecânico.

A ajudar à festa as escolas falharam redondamente a incentivar os jovens a seguir cursos profissionais.
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por helderjsm » 3/2/2011 13:31

Lion_Heart Escreveu:Dantes eramos um País sem estudos hoje parece que somos um País com estudos a mais.

A verdade é que existe é falta de empresas.

Depois nunca se fizeram estudos, e muito menos os estudantes pensam, se o curso que tiram serve para alguma coisa.
Os cursos de ensino ja deveriam ter sido reduzidos e muito, assim como muitos outros.

Depois temos esta malta que quer ir para f. publico pois não sabe fazer mais nada , não podem mudar de cargo, categoria e etc(em especial os que ja la estao). Mas os outros ja podem.
Qualquer pessoa pode fazer muita coisa , so não fazem porque não querem e da mais jeito é fazer barulho.


Talvez tenhas razão quanto a haver cursos a mais. Mas continuo a defender que a especialização é meio caminho andado para a evolução do país.

De qualquer forma também acho que devia haver reformulações no sistema de ensino e principalmente nos conteúdos ensinados. A maior parte dos alunos sai dos cursos e já esqueceu metade do que aprendeu (quando não é mais de metade).
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
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por Camisa Roxa » 3/2/2011 13:30

Existem outras 2 grandes diferenças entre as 2 gerações:

1- imobiliário: na altura quem tivesse algum dinheiro bastava comprar um terreno e aquilo era muito melhor que a bolsa, era só multiplicar; hoje já não há essa fonte de investimento "fácil"

2- desde o 25 de Abril até há 15 anos atrás quem fosse desenrascado o suficiente para abrir uma empresa ganhava dinheiro sem sequer existir muito planeamento; hoje em dia o grau de sobrevivência de novas empresas, mesmo as muito bem pensadas estrategicamente, é muito mais baixo
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por helderjsm » 3/2/2011 13:24

rmachado Escreveu:Desculpa a minha estupefacção...

Mas Engenheiro Publicitário? Mas o que é isto?

Esta história de estudar muito para depois não se ter emprego é uma discusão inquinada.
Eu acho que a gestão das expectativas é que é muito errada.
Estamos (todos mas o pior é o Estado) a passar a ideia de que é preciso ter "muitos" estudos para ter um "bom" emprego mas muitos dos cursos superiores estão desasjustados da realidade do mercado de trabalho, por exemplo, pq razão continuamos a ter imensos cursos de linguas que permitem leccionar se não temos noção exacta do número de alunos que se vai ter daqui a 10 anos e como tal temos quase a certeza que vamos ter professores desempregados?


Eu acho que nunca disse que era Engenheiro Publicitário. O nome do curso era Engenharia Publicitária... De qualquer forma era estúpido porque ninguém saía de lá engenheiro.

De qualquer forma então achas que não se deve promover os estudos? Se a população for atrasada culturalmente estamos um passo mais a frente de evoluir? Deve ter sido por isso que temos vindo a evoluir como espécie não??? Quando tiver filhos vou pô-los logo a trabalhar de pequenos a ver se evoluímos de uma vez por todas...
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
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por Automech » 3/2/2011 13:23

Azul10 Escreveu:O que me parece é que os salários baixos para pessoas com formação superior se vão manter baixos porque há excesso de oferta e os salários dos trabalhos de base vão aumentar ligeiramente para atrair as pessoas para esse tipo de trabalho


Nem mais Azul !

Antigamente havia poucos licenciados e a licenciatura era um passaporte para um ordenado acima da média. Com a proliferação de cursos superiores começou-se a ver o fenómeno contrário.

Mas hoje a malta prefere dizer que é engenheiro, economista ou arquitecto e ganhar 700 euros do que dizer que é canalizador e ganhar 1500.

Eu nunca percebi essa mentalidade. Até nas empresas as pessoas têm fobia com os títulos que designam a sua função, mesmo que não representem mais salário nem mais desafios.

Para mim metam no cartão de visita Automech - empregado de limpeza e paguem-me 10.000 euros por mês a ver se eu me importo.
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por urukai » 3/2/2011 13:20

A culpa também é. em parte, dos tachos universitários.

Os Srs. Professores agarram-se ao poleiro e depois não querem sair. Ou seja, mantém-se abertos cursos com saída profissionais praticamente nulas...
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por Lion_Heart » 3/2/2011 13:16

Dantes eramos um País sem estudos hoje parece que somos um País com estudos a mais.

A verdade é que existe é falta de empresas.

Depois nunca se fizeram estudos, e muito menos os estudantes pensam, se o curso que tiram serve para alguma coisa.
Os cursos de ensino ja deveriam ter sido reduzidos e muito, assim como muitos outros.

Depois temos esta malta que quer ir para f. publico pois não sabe fazer mais nada , não podem mudar de cargo, categoria e etc(em especial os que ja la estao). Mas os outros ja podem.
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por rmachado » 3/2/2011 13:08

Desculpa a minha estupefacção...

Mas Engenheiro Publicitário? Mas o que é isto?

Esta história de estudar muito para depois não se ter emprego é uma discusão inquinada.
Eu acho que a gestão das expectativas é que é muito errada.
Estamos (todos mas o pior é o Estado) a passar a ideia de que é preciso ter "muitos" estudos para ter um "bom" emprego mas muitos dos cursos superiores estão desasjustados da realidade do mercado de trabalho, por exemplo, pq razão continuamos a ter imensos cursos de linguas que permitem leccionar se não temos noção exacta do número de alunos que se vai ter daqui a 10 anos e como tal temos quase a certeza que vamos ter professores desempregados?
 
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por helderjsm » 3/2/2011 12:57

Claro, é preciso ver que o aumento da cultura da população faz parte do crescimento e amadurecimento da mesma. Infelizmente nem todos podem ser advogados, médicos, engenheiros, arquitectos e economistas.

Claro que viste muitos amigos teus (tal como eu vi) que não ficaram a trabalhar naquilo que estudaram. Mas as razões são as mais diversas. Os teus amigos podiam ter estudado uma coisa que até nem morriam de amores e eventualmente não deram a devida atenção à procura de trabalho na área.

Quantos de nós eventualmente não estudamos numa área e acabamos por descobrir que afinal nem era aquilo que queríamos? Eu por exemplo estudei Engenharia Publicitária e não arranjei emprego na área por não haver. Não arranjei porque me fartei daquilo. Eventualmente fui para programador onde me tornei bastante bom sem sequer ter estudado para isso.
Melhores cumprimentos,
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por Azul10 » 3/2/2011 12:48

urukai Escreveu:Fazendo de advogado do Diabo:

O que é preferível? Ser nem-nem até aos 30 e poucos (com uma vida académica de borga e pouco trabalho) ou começar a trabalhar aos 16/18 como a geração que tem agora 50/60?


Pois, eu concordo.

Neste momento facilmente se arranja uma trabalho de base em que não precisas de estudos e que os "conhecimentos da arte" adquires com a experiência. Basta fazer a escolaridade obrigatória porque agora tudo tem formação superior e (quase) ninguém se sujeita a esse tipo de trabalho para além dos estrangeiros.
O que me parece é que os salários baixos para pessoas com formação superior se vão manter baixos porque há excesso de oferta e os salários dos trabalhos de base vão aumentar ligeiramente para atrair as pessoas para esse tipo de trabalho (que diga-se a verdade hoje em dia parece trabalho indigno, se feito por nós no nosso país, porque se for noutro país a ganhar ligeiramente mais e onde os nossos vizinhos/família não nos possam ver e comentar aí já estamos dispostos a fazê-lo).

A alternativa é estudar perto de 20 anos e depois ficar no desemprego como muitos, ou pior não estudar e ainda ficar em casa a viver dos pais.

Felizmente tenho um emprego estável mas não faltam exemplos de colegas meus com o mesmo curso que eu, tirado no mesmo ano e alguns com média superior que estão a trabalhar no mesmo trabalho que tinham quando entraram na universidade, cinemas, bares, part-times etc.

E mesmo em colegas do mestrado que estou a tirar, a média de idades é anormalmente baixa (do ano passado para este ano ainda baixou mais) para um mestrado e porquê? Ninguém arranja emprego então continuam a estudar metem bolsa e tentam ter mais conhecimentos, conhecimentos que ninguém no mercado de trabalho vai valorizar, pelo menos aqui.

A frase em que mais gente revi foi a dos estágios. Alguns colegas meus só trabalham na área que têm estudos em estágios, suspiram mesmo por eles porque "assim durante 1 ano (agora 9 meses) ainda tiro 900 € e dá para folgar um bocado nos gastos".
 
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por helderjsm » 3/2/2011 12:29

Ainda gostava que me explicassem até que ponto isso é verdade... Há uns anos atrás a maior parte dos jovens que se casavam iam morar na casa dos sogros (ou então num barracão a cair aos bocados até terem dinheiro para reformar a casa).

Hoje em dia todos querem sair dos estudos e ter logo casa, carro e dinheiro para umas bejecas. E depois queixam-se que este mundo está pior...

Antigamente quem não tinha dinheiro ou passava fome ou era explorado. Sim já pouco nos lembramos da exploração de crianças e do trabalho infantil. Hoje em dia se há uma crise são todos alimentados pelos subsídios e ainda se queixam...

É engraçado que as pessoas têm uma forte capacidade de se esquecer daquilo que não lhes interessa.
Melhores cumprimentos,
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por urukai » 3/2/2011 12:28

Fazendo de advogado do Diabo:

O que é preferível? Ser nem-nem até aos 30 e poucos (com uma vida académica de borga e pouco trabalho) ou começar a trabalhar aos 16/18 como a geração que tem agora 50/60?
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por Camisa Roxa » 3/2/2011 12:28

o conflito entre a geração dos direitos adquiridos e a geração explorada por aquela está ao rubro...
Editado pela última vez por Camisa Roxa em 3/2/2011 12:28, num total de 1 vez.
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Re: Off Topic- Deolinda - "Parva que sou"

por rmachado » 3/2/2011 12:01

tugatuga11 Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Para ser escravo é preciso estudar

O grupo Deolinda pôs o Coliseu do Porto de pé. Numa só música resumiu a revolta de uma geração adiada. "Que Mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar".



Infelizmente é verdade! Pelo menos em Portugal! :cry:


E olha que lá fora não parece melhor...

esta é uma das razões que a Tunisia implodiu...

E vê a quantidade de nem-nem que existe por esse mundo ocidental.
 
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Re: Off Topic- Deolinda - "Parva que sou"

por tugatuga11 » 3/2/2011 11:58

Lion_Heart Escreveu:Para ser escravo é preciso estudar

O grupo Deolinda pôs o Coliseu do Porto de pé. Numa só música resumiu a revolta de uma geração adiada. "Que Mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar".



Infelizmente é verdade! Pelo menos em Portugal! :cry:
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por artista_ » 3/2/2011 11:51

Estavam agora a falar dessa música na Sic Notícias... citaram a letra da música e tudo!
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por defst0ned » 3/2/2011 11:40

offtopic? isto devia era ser o primeiro post do caldeirão e inamovivel!

o mundo está parvo. grande verdade.
 
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