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Caldeirão da Bolsa

Off Topic- Deolinda - "Parva que sou"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Mares » 16/2/2011 0:04

Os novos anarquistas

Nestes últimos dias, a propósito de uma música dos Deolinda, gerou-se a ideia de que os jovens de hoje são passivos e incapazes de construir a sua história.
Compreende-se. Para a minha geração, que viveu o Maio de 68 e o 25 de Abril, revolução significa manifestações, barricadas, alguma violência e sobretudo organizar a revolta. Nessa perspetiva os jovens de agora surgem como demasiado acomodados a um sistema e uma economia que lhes é bastante desfavorável. Ficam-se pela casa dos pais, submetem-se a baixos e precários salários, resignam-se ao desemprego. Aparentam estar dispersos e desorganizados. A própria música em questão é um lamento mas não uma revolta. No "nosso tempo" o protesto exprimia-se em múltiplos atos de resistência ao fascismo e à guerra colonial, nas escolas, nas universidades, por vezes nas ruas e sobretudo na deserção em massa e fuga para o estrangeiro, facto que está por estudar e tem sido bastante ignorado. Ou seja, a vida nunca é fácil e a da minha geração não o foi certamente.

Sucede que os contextos vão mudando e ser irreverente ou revolucionário não significa sempre a mesma coisa. Os jovens de hoje são ativos na mudança do mundo de maneiras distintas da juventude de outrora. Nascidos no tempo da internet e da globalização funcionam num complexo sistema de redes que excede em muito o pequeno núcleo de amizades, as conversas de café, as tertúlias, a militância. Podem não ter muito dinheiro no bolso, mas na rede são senhores. Comunicam, criam, protestam, mobilizam-se e, sem que o mundo "adulto" e instalado se dê bem conta, vão alterando radicalmente as coisas. Foram eles que inventaram o Twitter, o Facebook, o WikiLeaks e também a insurreição árabe. São eles que abalam constantemente a velha política, a velha oposição e a velha economia com as suas ações "blitzkrieg" contra ditadores, capitalistas, corruptos e uma democracia incapaz de se renovar. Nunca o mundo esteve tão atento às falcatruas dos ricos e poderosos. Nunca a exigência ética foi tão manifesta. Nunca a inovação social e económica foi tão acelerada e determinante.

Para usar velhas terminologias, os jovens de hoje são fundamentalmente anarquistas pacifistas, o que pode parecer uma contradição dos termos, mas não é. Embora a violência possa surgir, vide manifestações anticapitalistas um pouco por toda a parte ou as rebeliões na Tunísia e Egito, não se trata aqui do anarquismo dos atentados, da desordem e da má fama dos discursos ligeiros. Mas aquele que deriva do apelo da liberdade, do ser libertário, do não apreciar chefes e hierarquias. E sobretudo aquele que valoriza ao máximo a autonomia individual e o tomar o destino nas próprias mãos. Um anarquismo que nasce da própria lógica da Internet e das redes sociais, onde não existem chefes nem mandantes e cada um dá e partilha o seu contributo próprio. Um anarquismo que emerge em determinadas situações, muito à maneira das ideias e práticas do bando pioneiro de Guy Debord.

É neste contexto que o argumento do desinteresse dos jovens pela política revela ser tão desajustado. É um facto que a maioria dos jovens não aprecia a política que ainda hoje se pratica, herdada do século passado, e tanta do século 19, diga-se de passagem, e seu sistema de partidos, retórica parlamentar, defesa de interesses e corrupção. E ainda bem. Pela formação e condição preferem a construção da vida mais do que o jogo da política. Preferem a criatividade, a generosidade, a dedicação e, porque não, a ambição. Todos os dias surgem novas descobertas e novas soluções para velhos e recentes problemas. E isso, mais do que tanta coisa, é mesmo mudar o mundo.

Os jovens, como lhes compete, estão a criar uma nova sociedade. Uma sociedade mais livre, socialmente mais exigente e justa, com indivíduos mais autónomos e novos meios de interação interpessoal e global. Como sempre, não são compreendidos pelo "status quo" que vive na ilusão do imutável. Mas o processo está em andamento e não há nada a fazer. Não são os jovens que têm de se ajustar ao vigente. Somos todos nós que temos de nos adaptar ao que já está em marcha. Não são os jovens que têm de se interessar mais pela política, é esta que tem de mudar radicalmente.

fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=468055
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Voila !

por bboniek33 » 15/2/2011 23:35

pvg80713 Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:Parvos são mesmo os licenciados que são pacíficos e educados e que aceitam andar a ser explorados para suportar as regalias de alguns..


não tinha percebido que o problema do Egipto e o da Geração Parva, são o mesmo.

toda a gente fala do Mubarak e da Democracia e do Islão... mas o que despoletou tudo foi um rapaz licenciado que não suportou as má condições e se ateou fogo.

Quando um "parvo" fizer alguma coisa... vamos ter problemas graves cá !
Quando um "parvo" francês fizer uma verdadeira "parvoice", o circo vai pegar fogo.

Eu ? estou dos dois lados... estou do lado "bem", mas tenho dois "parvos" cá em casa ! e estou preocupado.


Aqui em Portugal uma boa parte dos "parvos" vivem aa conta dos "parvos" que os sustentam: os pais, os avoos.

Bares cheiosde Terca a Domingo, meninos a ir de carro para a faculdade, teleles 4G...

Que parvos que noos somos ! :roll:
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por Camisa Roxa » 15/2/2011 23:25

MiamiBlueHeart Escreveu:Parvos são mesmo os licenciados que são pacíficos e educados e que aceitam andar a ser explorados para suportar as regalias de alguns..


parvos são os que pensam que uma licenciatura é a chave para tudo na vida...

parvos são os que votam há 35 anos na manutenção de um pseudo-Estado Social que não existe porque o seu verdadeiro custo foi escondido de todos e a factura está agora a aparecer em todo o seu esplendor...

parvos são os que sustentam a geração dos direitos adquiridos à custa das gerações posteriores...
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por pvg80713 » 15/2/2011 22:31

MiamiBlueHeart Escreveu:Parvos são mesmo os licenciados que são pacíficos e educados e que aceitam andar a ser explorados para suportar as regalias de alguns..


não tinha percebido que o problema do Egipto e o da Geração Parva, são o mesmo.

toda a gente fala do Mubarak e da Democracia e do Islão... mas o que despoletou tudo foi um rapaz licenciado que não suportou as má condições e se ateou fogo.

Quando um "parvo" fizer alguma coisa... vamos ter problemas graves cá !
Quando um "parvo" francês fizer uma verdadeira "parvoice", o circo vai pegar fogo.

Eu ? estou dos dois lados... estou do lado "bem", mas tenho dois "parvos" cá em casa ! e estou preocupado.
 
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por MiamiBlue » 13/2/2011 17:36

Décadas e décadas de péssimas políticas educacionais, económicas e estratégicas levaram-nos à presente situação.

Actualmente trabalha-se para quê?? Para pagar impostos!! Quer-se a tanto custo manter as regalias e mordomias de alguns que nem vale a pena trabalhar.. A recibos verdes, em cada 100 que se ganha, 45 vão para impostos.. vale a pena trabalhar??

Se uma pessoa tem um emprego, arranja um part-time a recibos verdes, está somente a trabalhar para aquecer.. os impostos levam tudo..
Conclusão, premiamos quem vive dependente dos subsidios, de actos ilícitos e fuga aos impostos.

De resto, nos cafés, restaurantes, barbeiros, médicos, advogados, quantos passam facturas?? Alguém faz algo para combater estes problemas? Não!!!

No outro dia vinha uma noticia que uma Aministia fiscal tinha possibilitado reaver 83Milhões de euros. Sabem qual o montante que vieram de paraisos fiscais? mais de 1000Milhões!!!

Vale a pena ser honesto neste país?

Licenciados a ganhar 600, 700 euros, são aos milhares e milhares.Que direitos têm?? Horas extraordinárias? Não.. Regalias na área da saúde? Não.. Hora de saída do emprego? Não.. Culpa?? Obviamente dos licenciados..

Temos casos em que 2 pessoas desempenham exactamente as mesmas funções e uma ganha 3mil e o outro 700 euros.. Justo, não!!!

Os reformados descontaram 35 anos e recebem 30 anos ao valor do seu melhor salário. Quem paga isso??

Parvos são mesmo os licenciados que são pacíficos e educados e que aceitam andar a ser explorados para suportar as regalias de alguns..
 
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por rmachado » 9/2/2011 14:50

Exacto Risco

Criou-se durante muito tempo a imagem de que com canudo ganhas mais e com canudo és mais respeitado.
Mas eu até costumo dizer que hoje em dia qq parvo chega a engenheiro (até temos um em primeiro... lol) e acho muito mal que se chamem as pessoas pelo titulo educacional (se é que se pode dizer assim).
 
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por RiscoCalculado » 9/2/2011 14:38

Não nos basta ter muitos licenciados (e cada vez temos mais licenciados e doutorados, muito bons, e também temos cada vez mais licenciados da treta, sobretudo pós-bolonha). Somos ultra-pretensioso, achamos que o titulo é a parte importante e não a competência. Olhe-se para qualquer país "de jeito" e vejam/sigam o exemplo.



sim, claro , ainda há alguns dias em outro tópico
( http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=75646&start=25 )
tinha feito um quote de um comentario do Medina Carreira :

Acho é que em Portugal nunca se deu o devido valor à preparação
e não se deu o devido valor à preparação porque nós somos um país de cunhas
As pessoas só acreditam na cunha, não acreditam no mérito
e portanto o mérito é aquele que resulta de ter um padrinho padre ou ministro
ou secretário de estado ou chefe de governo ou qualqer coisa
Os portugueses acreditam que se sobe na vida com cunha
agora quer-se fazer acreditar que se sobe na vida com diploma que é o substituto
da cunha , é para analfabetos também , mas o diploma vem junto da cunha...



o diploma, só pelo diploma, pela certificação, pelo papel em que está escrito ...
não interessa para nada.

A percentagem de licenciados "interessa" se isso tiver real correspondência em termos de "capital humano". Se não tiver, se for apenas "para a estatística" não vale a pena.
É preciso transmitir aos alunos que devem estudar para saberem mais ( e terem uma vida melhor e ajudarem a construir um país melhor) , não apenas para terem um diploma ...
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por rmachado » 9/2/2011 12:23

"Machadada" ... Chamaram?

Outra opinião interessante:
http://www.a23online.com/2011/02/07/a-h ... -deolinda/


PS - A330 enriquecimento não leva ç... não leves a mal o reparo.
 
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por artista_ » 9/2/2011 12:10

Pata-Hari Escreveu:Só agora vi o post do Djovarius com o qual concordo a 100%. E acho que todos sabem o quanto eu tenho sido uma "gritadora" pela imperiosa melhoria da educação em Portugal, pela comparação e utilização de modelos que funcionam melhor e que são casos de sucesso.


Eu não quero ser chato mas a escola pública em Portugal este ano vai levar uma grande "machadada"... sendo certo que a educação começa em casa, na família e não será só ao nível da escola que se deve intervir... sendo certo também que esta problemática não tem resolução fácil, antes pelo contrário!
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por A330-300 » 9/2/2011 9:07

Pata-Hari Escreveu:Só agora vi o post do Djovarius com o qual concordo a 100%. E acho que todos sabem o quanto eu tenho sido uma "gritadora" pela imperiosa melhoria da educação em Portugal, pela comparação e utilização de modelos que funcionam melhor e que são casos de sucesso. O que o djo descreve é exactamente o que se passa quer na Finlândia, quer na Alemanha. O que nos falta é uma cultura de excelência e de profissionalismo - e, já agora, de meritocracia/oportunidade à semelhança dos estados unidos. Não nos basta ter muitos licenciados (e cada vez temos mais licenciados e doutorados, muito bons, e também temos cada vez mais licenciados da treta, sobretudo pós-bolonha). Somos ultra-pretensioso, achamos que o titulo é a parte importante e não a competência. Olhe-se para qualquer país "de jeito" e vejam/sigam o exemplo.

Já agora (por curiosidade), pela minha profissão, trabalho com gente com elevados patrimónios. E vos garanto que o titulo não é o que distingue os muitos ricos dos menos ricos. Não existe qualquer relação entre uma coisa e outra, se calhar até encontraria uma relação inversa se tivesse que fazer uma estatística. Eu diria que o que distingue uns dos outros é o realismo, os pés na terra, a capacidade de fazer as contas mais básicas, a capacidade de tomar riscos muito medidos e muito "compreendidos" (ou seja, são pessoas que aceitam tomar riscos nas áreas que dominam muito bem e não aceitam tomar riscos nas áreas que desconhecem) e sobretudo a excelência numa área especifica que dominam perfeitamente e que é a profissão deles.


Pata,

Concordo a 100%.Conseguiu expressar em palavras aquilo que penso.
Se não temos a competência para criar temos que ter a coragem de copiar.
Com relação à nossa mão de obra , o problema é que os licensiados muito bons ,tem qualidades que não coadunam com a realidade do mercado de trabalho em Portugal.São pessoas que tem auto-confiança para enfrentar o desafio do novo.São empreendedores por natureza. São ambiciosos.Querem trabalhar na melhor empresa onde estão os melhores.Querem estar em par de igualdade com os reconheçidamente melhores na sua área.Como ambiciosos que são também vão em busca dos melhores salários.È este conjunto de possibilidades que motiva uma cabeça que não quer apenas ser o melhor do mau , mas o melhor entre os melhores.
È por esta razão que Portugal tem vindo a perder uma grande parte dos melhores cérebros.Acabam por ficar aqui uma pequena parte de bons profissionais e todos aqueles que realmente não tem as qualidades para fazer deste um país melhor.
Já agora , as pessoas muitas vezes referem-se aos emigras com certo desplante.Mas o próprio ato de emigrar, quando não é feito por falta de opção, é um ato de empreendorismo.È ir para um mundo desconheçido e ter auto-confiança para saber que vai ser capaz de fazer as coisas acontecerem.Costumo dizer que arranjar emprego fora é fácil , difícil é ter a coragem de ir.

Quanto ao seu segundo parágrafo ,com relação às pessoas de muito alto poder aquisitivo,milionários mesmo, que enriqueçeram pelo fruto do seu trabalho , também eu tive o privilégio de trabalhar com eles e de certa forma até privar com eles.È impressionante a quantidade de coisas que podemos aprender com estas pessoas em uma simples conversa informal.Realmente tem o que tem e chegaram onde chegaram porque são mesmo diferentes,são feitos de uma fibra que não é comum na grande maioria dos mortais. Tem as qualidades que voÇê tão bem descreveu e que estão presentes também na gestão de sua vida pessoal.

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por Pata-Hari » 9/2/2011 8:26

Só agora vi o post do Djovarius com o qual concordo a 100%. E acho que todos sabem o quanto eu tenho sido uma "gritadora" pela imperiosa melhoria da educação em Portugal, pela comparação e utilização de modelos que funcionam melhor e que são casos de sucesso. O que o djo descreve é exactamente o que se passa quer na Finlândia, quer na Alemanha. O que nos falta é uma cultura de excelência e de profissionalismo - e, já agora, de meritocracia/oportunidade à semelhança dos estados unidos. Não nos basta ter muitos licenciados (e cada vez temos mais licenciados e doutorados, muito bons, e também temos cada vez mais licenciados da treta, sobretudo pós-bolonha). Somos ultra-pretensioso, achamos que o titulo é a parte importante e não a competência. Olhe-se para qualquer país "de jeito" e vejam/sigam o exemplo.

Já agora (por curiosidade), pela minha profissão, trabalho com gente com elevados patrimónios. E vos garanto que o titulo não é o que distingue os muitos ricos dos menos ricos. Não existe qualquer relação entre uma coisa e outra, se calhar até encontraria uma relação inversa se tivesse que fazer uma estatística. Eu diria que o que distingue uns dos outros é o realismo, os pés na terra, a capacidade de fazer as contas mais básicas, a capacidade de tomar riscos muito medidos e muito "compreendidos" (ou seja, são pessoas que aceitam tomar riscos nas áreas que dominam muito bem e não aceitam tomar riscos nas áreas que desconhecem) e sobretudo a excelência numa área especifica que dominam perfeitamente e que é a profissão deles.
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por A330-300 » 9/2/2011 6:14

Já agora , toca assinar a petição contra o enriqueçimento ilícito

http://www.cmjornal.xl.pt/peticoes/enri ... to_ilicito

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por atomez » 9/2/2011 3:15

Bah!

Mas que cambada de conformados e conformistas!

Assim não vão longe, não.


São mesmo parvos, isso sim.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por Trisquel » 8/2/2011 12:40

"Para ser escravo é preciso estudar"
07 Fevereiro2011 | 11:27
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

Geração X. Geração Y. Geração Z. Geração rasca. À rasca. 2000. Geração mileurista. Deolinda. Quantas gerações de perdidos e achados cabem na nossa?
Uma música, "Parva que sou", dos Deolinda, acordou Portugal para uma verdade abandonada: o desemprego, a precariedade e os baixos salários da juventude, que se consumam na sua desesperança. Estamos a falar de economia, numa linguagem que finalmente se universaliza porque não é de economistas, nem de sindicalistas, nem de políticos. É a voz de Ana Bacalhau e de centenas de milhares de pessoas através dela.

A letra é poderosa mas só se expandiu desta maneira desenfreada pelo efeito de confirmação, por formar um pedregulho concreto do que era gravilha dispersa. Nenhum movimento pediu a música, mas todos pareciam esperá-la para se identificarem como massa gregária - mas separada do resto do País. Não faltarão agora abutres desta deolindomania, partidos a apropriar-se da causa, ideologias a imporem-se, líderes sonhados revolucionários, agentes, prestamistas, comerciantes, vendedores de t-shirts e canecas estampadas. Antes desse desmancho em "pop music", reconheçamos que medra é esta.

O que está a medrar é erva que já chega aos pescoços de quem não quer ver. O fenómeno nasce no baixo crescimento da economia europeia, num continente que se arrisca a ficar para museu, visitado pelos prósperos americanos, chineses, brasileiros, indianos, russos e outras emergências. Nos países periféricos, pior. Foi em Espanha que se inventou o termo "mileurista", que só por bondade se pode aplicar em Portugal, onde o problema não é ter salários paralisados de mil euros... Há quase 300 mil portugueses entre os 15 e os 34 anos à procura de emprego (nunca foram tantos). Somando-lhes os sobretributados recibos verdes e os contratos a prazo, são centenas de milhares. E mesmo nos empregos a contrato sem termo, a escassez é tão grande que se aceitam salários baixos pela promessa de estabilidade.

O curioso é que, dependendo das áreas, nunca saíram das faculdades alunos tão bem preparados como hoje. O Negócios, por exemplo, é uma redacção muito jovem, essencialmente de jornalistas entre os 20 os 40 anos e está permanentemente a entrevistar finalistas de cursos de economia, gestão e comunicação social: nunca foram tecnicamente tão bem preparados como hoje.

Os melhores têm sempre colocação e alguns (cada vez menos) com bons salários e perspectivas de carreira - na banca de investimento, nas consultoras de gestão ou nas multinacionais, por exemplo. Mas o País não é apenas para os génios. Até porque uns e outros estão a sair de Portugal à procura da não-crise. Quantos têm ou gostariam de ter os filhos em colégios estrangeiros - apenas porque isso é um passaporte?

A tese do livro espanhol dos mileuristas é de que a "nova" geração está a ser sacrificada pela "velha" geração, para manter os seus direitos adquiridos, Estado social e empregos residentes. Mas esse livro foi escrito quando Espanha crescia muito. Em Portugal, o problema é agravado pela falta de crescimento económico durante pelo menos 15 anos (dez dos quais já lá vão), o que não cria oportunidades nem empregos. Temos falta de competitividade, precisamos de exportar e, por isso, baixam-se os salários - mas há maior inimigo da competitividade que esta quantidade alarve de impostos? Somos, ademais, um pais desigual, economicamente mais desigual que o revoltoso Egipto (segundo o Índice de Gini, que mede a assimetria na distribuição de riqueza). Muitos preços são feitos para o quartil superior de rendimentos, fixando um custo de vida, sobretudo nas cidades, demasiado caro para o restante.

É estarrecedor ver esta falta de futuro num País que é liderado... por jovens. Nunca tivemos líderes de partidos, e do Governo, tão novos. Mais: os líderes dos dois maiores partidos são ex-jotas! Só que as jotas tornaram-se fábricas de corrupção moral, viveiros de arenques e de tainhas, à espera da sua vez de ser como os outros, os que já lá estão.

Os Deolinda não estão contra as propinas, não abrem trincheiras, não são sequer panfletários. Isto não é um movimento, é um não-movimento, o que já lhes deu a candura de um não agressor, resgatando dos mesmos que infamemente aniquilaram a "Geração Rasca" a simpatia dos que têm pesos na consciência. Hão-de tentar instrumentalizar isto contra o neoliberalismo ou contra o comunismo, contra a esquerda ou contra a direita, mas é mais puro: é política de há 200 anos, de Rousseau, de Tocqueville, dos vértices libertadores da Revolução Francesa: igualdade, fraternidade, liberdade. Fala-se do Maio de 68, compara-se à espontaneidade do Egipto, confirma-se a força não de um líder, mas das redes sociais. Haverá revolta? Ela será de arame farpado ou de veludo? Ficaremos pela melancolia?

Esta canção é uma carta enviada do futuro. Não é um aviso, é uma súplica. Salve, Deolinda.
Cumpts.
Trisquel

A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
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por Lion_Heart » 8/2/2011 12:27

A musica até pode ser interessante, demonstra uma realidade , mas demonstra também que os jovens não fazem nada para mudar essa realidade.

Todos dizem mal dos politicos , do estado da Nação e etc. Não fazem nem dizem nada e depois ou não aparecem para votar ou votam sempre nos mesmos. :shock:

Quando não se esta contente com algo muda-se! Mas aqui não!

Dizia o bastonario da ordem dos médicos o seguinte: os jovens hoje em dia pagam para a geração mais velha manter as regalias que não deveriam ter.

Enquanto os jovens não se mentalizarem que isto não é possivel as coisas não vao mudar.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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Que parva que sou

por nmfn » 8/2/2011 12:07

O título da canção não podia estar mais acertado. Que parvos que são os jovens que pensam que o mundo se vai unir para os ajudar!
Foram criados num mundo onde os pais os ajudaram em tudo e, de repende, deparam-se com um mundo que, como todos nós sabemos, nunca nos vai ajudar em nada. É como na bolsa, entramos sempre a perder e é preciso saber lidar com isso (quanto mais cedo melhor).

O meu conselho: mexam-se! Vão à procura! Saiam!

O que mais falta neste mundo todo são oportunidades. Nunca houve tantas, como li à pouco tempo num artigo "What a great time to be an entrepreneur" (http://www.businessinsider.com/seven-re ... eur-2011-1)
 
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por pvg80713 » 6/2/2011 9:05

só hoje vi este video. só agora e a esta hora da manhã, estava a ver "O eixo do mal" quando passaram um excerto.

não li os comentários para trás e não sequer seguido o tópico... porque Deolinda não faz o me género.

mas... ao ver a letra... fiquei muito surpreendido !

realmente isto está mal...... mas está mal porque... a economia está mal... penso eu...

ninguém quer os jovens "escravos"... mas vai ter que haver "uma mudança de paradigma" (nem eu sei o que quero dizer com isto).

eu estou na fase de qualquer dia ter os filhos, ainda a viver cá em casa da minha mesada... e tambem não gosto.
Mas ainda deve ser pior para eles...

o que fazer ? eu não sei... mas que isto pode dar em acontecer qualquer coisa Histórica, ai isso pode...
 
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por djovarius » 3/2/2011 19:50

Boa tarde,

Interessante discussão. Outros países da EU têm exatamente o mesmo problema. Eu dei-me conta disso através de amigos, viagens.
Já foi dito que para muitos pais, os filhos teriam de ser licenciados para ter uma vida menos dura do que eles. Como havia poucos, parecia ser um bom raciocínio.
Porém, esqueceram-se que um "canudo" numa área com pouca saída, é um desastre. Pior do que isso só um "doutor" que mal sabe escrever ou raciocinar. A verdade vem ao de cima e acabará por perder o emprego a não ser que trabalhe numa Câmara Municipal ou algo assim...

O erro foi terem acabado com o conceito de Escola Comercial e Industrial à antiga. Nem todos iriam para uma Universidade mas sim para uma Escola técnica. Portanto, o ensino secundário teria vários ramos, todos úteis para o desenvolvimento humano.

Repare-se no caso Alemão: o ensino secundário desdobra-se em três ramos diferentes. Muita gente não vai para a "Realschule" - 13 anos de secundário a antecipar o acesso à Uni.

A verdade é que as consequências práticas são boas: um bom eletricista / canalizador, etc... consegue fazer mais dinheiro do que certos licenciados. Algo que se define pela lei da oferta e da procura.

Quando eles agora pedem malta das (algumas) Engenharias / Matemáticas, etc... não é por falta de gente formada a esse nível. É porque muitos desses formados foram ganhar bem melhor para os países nórdicos, Suíça, EUA, Emiratos Árabes, etc... deixando o próprio país à míngua por falta de visão daqueles que pensaram que o aumento da massa salarial impediria que a empresa deixasse de ser competitiva.
Como se os Árabes do Qatar fossem deixar de fazer o TGV da região, encomendado à Siemens e à DB, se em vez de dez custasse onze.

Agora andam a miar.

O nosso caso é um pouco diferente. Muita malta não está preparada para trabalhos bem diferentes da área de estudo que efetuaram. Isso não ocorre nas Américas onde o pessoal já foi obrigado a fazer n coisas diferentes entre si, tendo assim uma experiência útil, válida até ao dia em que tiverem oportunidade de dar o salto para alguma coisa melhor.

Abraço

dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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por caracinha » 3/2/2011 19:47

bem pela 1ª vez me sinto enganado e nao sei como fazer ...
trabalho numa empresa a uns 15 anos desde os meus 17 ,recebo uma miseria de ordenado. Andaram la uns Engenheiros a receber uma pipa tipo 12000 euros mensais que agora despediu (para eles despensou das funçoes) cortou as horas extras ,sabados e nao sou aumentado a 5 anos e o gajo ainda quer cortar o premio de produçao ,xiça que burro que sou ,
estes patroes sao uma cambada de exploradores .Há e ainda sobrecarregou com funçoes de outros que despediu ,tudo isto pela crise ,tenho colegas com funçoes iguais mas mais tempo de casa que ganham mais que eu .por isso identifico-me com essa letra a 100%
 
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por SJR_inv » 3/2/2011 19:18

Este tipo de discussao é tao vazia quanto cansativa.
O pior é que desde 2007 que não se ve outra coisa: sao sempre os mesmos argumentos, das mesmas pessoas com as mesmas conclusoes.
Nao digo que é caso unico, basta ler as caixas de comentarios dos jornais online. Mas é caso preocupante porque afasta as pessoas que preferem fazer qualquer coisa em vez de passar o dia a falar mal dos outros.

Fica-se com a sensação que a popularizaçao do forum trouxe uma enxurrada de membros que salivam com este tipo de conversa.
 
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por RiscoCalculado » 3/2/2011 18:55

Será?

Quais foram os sitios onde veio essa informação?

E mais uma vez estamos a meter tudo no mesmo saco.

É óbvio que quando se dia que temos licenciados deviamos dizer temos licenciados a mais em determinadas áreas e a menos noutras.
Dois rápidos exemplos:
A mais:
Professores de Linguas, filosofia, história, psicologia.
A menos:
Médicos e alguns ramos de engenharia.

No entanto daqui a 10 15 anos vamos ter médicos a mais garantidamente...

Mais uma vez o problema é a relação curso/mercado de trabalho.

(na "minha" empresa os licenciados devem rondar os 90%)


Em relação aos 30% de licenciados citei de memória e até errei por excesso

Imagem

http://theportugueseeconomy.blogspot.com/2010/10/portuguese-higher-education-in-british.html

e http://hereview.independent.gov.uk/hereview/report/


Contrary to a contemporary current of opinion, there may not be “too many graduates” looking for inexistent jobs, but too few.



Em relação aos 10% no sector privado como disse não tenho confirmação para alem do post do Ricardo Arroja.
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por rmachado » 3/2/2011 18:01

RiscoCalculado Escreveu:
Dantes eramos um País sem estudos hoje parece que somos um País com estudos a mais.



não existe excesso de oferta de profissionais qualificados em Portugal. É um mito que alguns por interesse outros por cabeça dura tentam perpetuar no sentido de manter baixos os salários dos jovens licenciados que entram na vida profissional (ou "incentivar" outros a irem para outras paragens). Está mais que provado que a principal causa do atraso do país são estudos a menos ( e não estudos a mais)
Ainda há pouco tempo coloquei dados sobre a percentagem de licenciados relativamente à população total: pouco mais de 30% ( numero muito inferior ao de outros países )

pior ainda , parece que no sector privado apenas 10% da população activa tem formação superior (não tenho confirmação para este numero para alem de um post do Ricardo Arroja)


Evidentemente que os incapazes se tentam proteger uns aos outros tentando difundir a ideia que mais conhecimentos não levam a mais progresso, que os recem licenciados não sabem nada (não é q nalguns casos não seja verdade) ... e outros que tais.
Como dizia um quote que fiz em outro tópico - em Portugal o que existe são muitas pessoas nos lugares errados,
e quando assim é de facto torna-se dificil fazer um melhor aproveitamento dos licenciados que temos ( e depois dá-se a desculpa que existem licenciados a mais).


já agora deixo ficar um post que toca tb neste assunto:
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2010/01/em-queda-livre.html

Ontem à noite, estive em Lisboa num jantar de ex-alumni portugueses da Columbia University, presidido por uma alta individualidade de um organismo público, e onde o orador convidado foi um destacado executivo do sector privado. Tratou-se de um encontro informal, que permitiu um aceso debate acerca dos problemas estruturais do país. A principal conclusão a que chegámos foi a de que as pessoas - cidadãos e empresas - respondem a sistemas de incentivos, e que aqueles que existem em Portugal não estimulam a criação de riqueza.

Um dos pontos mais quentes foi a discussão em redor da falta de preparação, e competitividade, dos recursos humanos em Portugal. Por exemplo, no sector privado somente 10% da população activa tem formação superior. Ora, isso representa, sem dúvida, um obstáculo à modernização do país,
porém - ao contrário do que senti em alguns presentes -, não deve servir de motivo que justifique a adopção de um certo paternalismo estatal que se vê entre nós, ou seja, uma certa arrogância intelectual com que os decisores políticos tratam o povo. Porque, na minha opinião, o povo não é estúpido e não precisa de ser conduzido; precisa apenas de ser incentivado, não sendo esse fim atingido através de uma cultura de subsídios. Estes até podem ter o seu lugar na estrutura de incentivos, mas apenas na margem e não no seu todo.

Infelizmente, todos concluímos, é difícil antever qual será o agente indutor da mudança e como se concretizará essa mudança. Na tertúlia de ontem, a maioria dos presentes inclinou-se para soluções que eu considero, meramente, incrementais. Ao invés, eu tentei expôr o argumento no sentido de se adoptarem medidas "out of the box", partindo, também, do pressuposto de que o agente indutor da mudança será externo. Mas, enfim, eu estou profundamente pessimista acerca do meu país, daí que sinta que o incentivo à "revolução" seja cada vez maior. E, outra nota importante, no país dual, que todos concordaram termos, eu era o único proveniente da metade "menos dual" de Portugal. Esse é outro aspecto que talvez intensifique o meu desconforto e que agudiza uma certa raiva que, progressivamente, vou sentindo face aos poderes e intelectuais instalados em Lisboa. É sinal de que, provavelmente, está na altura de eu desligar um bocadinho de tudo isto e pensar noutras coisas. Sendo certo, que os Portugueses, espalhados por todo o país, merecem mais e melhor.

Publicada por Ricardo Arroja




p.s.: com isto não quero dizer que não exista desadequamento de alguns cursos face às necessidades do pais ...


Será?

Quais foram os sitios onde veio essa informação?

E mais uma vez estamos a meter tudo no mesmo saco.

É óbvio que quando se dia que temos licenciados deviamos dizer temos licenciados a mais em determinadas áreas e a menos noutras.
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A mais:
Professores de Linguas, filosofia, história, psicologia.
A menos:
Médicos e alguns ramos de engenharia.

No entanto daqui a 10 15 anos vamos ter médicos a mais garantidamente...

Mais uma vez o problema é a relação curso/mercado de trabalho.

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por Alladin Broker » 3/2/2011 15:35

Não existe crise de forma generalizada, existe sim, uma faixa concreta da população que está a sofrer directa ou indirectamente os erros de um sistema financeiro pouco rigoroso. A comunicação social tem ampliado o problema, tomando uma parte como um todo.

Na minha opinião, como o sistema financeiro está montado, terão de existir sempre "crises", porque algo tem de provocar a oscilação dos preços(inflação) e das taxas de juro.

Algo terá de catalisar os ciclos de contração e expansão da economia. Algo, que neste momento se chama especulação, algo que infelizmente não se chama produção. Porque onde a produção existe, não existe crise, existe apenas expansão económica, para o bem comum de todos.

Os senhores jornalistas consciente ou inconscientemente, mais livres ou menos livres, estão a ser instrumentalizados, nesse processo de "sangramento" da economia. As ordens vêm de cima e quem não as cumpre, salta fora. É a regra implacável do jogo, na luta obsessiva por resultados.

Quando esta "crise" passar, como vai ficar reorganizada a sociedade?
Alguém se deu conta que neste preciso momento de "crise", estão a ser distribuídos milhões de euros através do QREN, com o argumento de se tratar de um apoio à inovação?

A questão é que Inovação, pode vir a ser ou não produção e corremos o risco de mais uma vez desperdiçarmos dinheiro em projectos inovadores sim, mas sem viabilidade económica e em breve voltaremos a uma nova "crise".

Mas antes que isso aconteça, que corram novamente os lucros e as loucuras, porque a irracionalidade é característica do ser humano. A racionalidade, além de lenta, é uma chatice!!

Uma vez um gestor disse-me, que gestão, não é mais nem menos que: bom senso. Continuo a acreditar que sim.

Abraço

http://www.youtube.com/watch?v=sGkv0wBuKzk


artista1939 Escreveu:
Alladin Broker Escreveu:Fiz uma experiência, que gostava de partilhar com todos vocês. Durante uma semana não li jornais, não vi TV,não ouvi rádio, só entrei na internet para ver os gráficos diários. Fiquei completamente longe de "noticias" e valorizei mais o contacto pessoal.


Qual foi a conclusão que retiraste da experiência? Idêntica à do Sr. Arnaldo?

Abraço.

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por Camisa Roxa » 3/2/2011 15:20

se nós não temos nem vamos ter os direitos adquiridos e ainda temos de pagar por eles porque é que existe uma geração instalada que tem direito a eles?

É ACABAR COM ISSO!
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por urukai » 3/2/2011 14:49

Valete,

mas isso do mesmo saco é válido para ambos os lados.

Ou seja, os mais novos tb não são todos nem-nem.

Eu terminei o meu curso aos 24 e comecei a trabalhar aos 24. Assim como a maioria dos meus colegas.

Quanto os 50/60 tens mts exemplos de pessoal que começou antes dos 18 e ainda trabalha.
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