EUR/USD - crescimento ou défice. Quem manda?
EUR/USD - crescimento ou défice. Quem manda?
Ora um bom fim de semana para todos, novamente !!
O EUR/USD teve, na semana que passou, um comportamento dentro do esperado, tendo mais uma vez fechado em alta, graças a uma puxada na sexta-feira, dia da semana que começa a ser fatídico para a moeda americana. Novamente, tivemos o USD a cair devido a números económicos menos favoráveis, pelo menos em relação ao esperado pelo mercado. Desta vez não foi só o desemprego, mas também as menores confiança do consumidor e vendas a retalho. Neste último ponto, não foram assim tão más, mas o mercado quer ser surpreendido em alta e não por defeito. Já o mercado accionista teve pouca influência, enquanto o mercado obrigacionista voltou aos ganhos, pelo que o yield baixou, provocando um duplo sentido no mercado cambial. Yield mais baixo afasta os investidores de renda fixa dos EUA, mas por outro lado é positivo porque com juros mais baixos, não há o perigo anunciado de se cortar a meio a recuperação económica. Foi também uma semana parcialmente pastosa, onde entre terça-feira e sexta de manhã, tivemos o EUR/USD a oscilar num range relativamente apertado (vide gráficos), sobretudo devido à blindagem do Banco do Japão. Um dia, este tipo de intervenções será considerado execrável num mercado que se diz livre e aberto. O MOF tudo faz para que o dólar não caia abaixo dos 115 JPY e conseguiu até fazê-lo subir acima de 117, à boleia da subida do EUR/JPY, provocando apenas uma modesta subida no nosso par favorito !! Um dia, esta política não dará resultado por via das forças que se anulam. Explico: e se o FED fizer o mesmo? E sobretudo o BCE que também anda confuso, já não sabe o que é melhor, se um Euro a 1,20 dólares, se ali próximo da paridade. Se começarem nessa guerra, todos eles ficarão a perder. Por agora, ficamos assim, este assunto dava pano para mangas...
Do referendo sobre a adesão ao Euro, na Suécia, falaremos depois, à medida que os efeitos do resultado final pesarem sobre a moeda única e os mercados.
O mais significativo da semana, que merece destaque, foi a absurda proposta de seis Senadores norte-americanos (três Dem / três Rep) com vista à adopção de uma tarifa extra sobre as importações Chinesas (27,5%), enquanto a China insistir em manter um "fixed peg" do seu Renminbi face ao USD. Felizmente, Bush nunca aceitará tal disparate, que provavelmente nem é credível para os seus proponentes, certamente mais preocupados em fazer camapanha política perante os seus eleitores, na maioria oriundos de Estados mais prejudicados pelo sector fabril Chinês.
Mas afinal, que crime cometeram os Chineses agora? Então o câmbio fixo permanece assim desde 1994 e tal nunca preocupou os Estados Unidos !!? Ou haverá quem tenha raiva da inteligência dos Chineses que nunca caíram nas armadilhas americanas, como os pobres latino-americanos que aceitaram fixar as suas moedas em paridade com o USD, com as consequências ruinosas que todos conhecemos !? Ou, perguntamos nós, será que a história não ensina nada? Querem voltar ao triste "beggar thy neighbour" dos anos trinta, onde a depressão americana foi mote para um tal proteccionismo, que acabou com o que restava das economias europeias, empurrando-as para as garras de tiranos, e o mundo para o mais sangrento conflito da história ??
Não, os Chineses não vão aceitar... eles necessitam da moeda desvalorizada enquanto podem. Precisam de continuar a exportar tudo o que conseguirem, sabendo que o superavit comercial está quase (alguns anos) a se transformar em défice por via do acelerado crescimento económico que tem provocado o aumento das importações de bens duradouros e de investimento, tendência que aumenta assustadoramente. Certamente aí, entrarão no mercado livre, aberto e os fluxos de capitais dirão de sua justiça. Nessa altura, os EUA deixarão de ter quem lhes compre facilmente a sua brutal dívida e outro galo cantará. Virá o declínio ou a responsabilidade fiscal. Por enquanto, um défice orçamental e outro da conta corrente com o exterior, em vez de "arrasarem" o dólar, suportam-no. Há interesse nos papéis norte-americanos, o que beneficia a nota verde. Há interesse no consumidor americano, mais uma vez beneficiando a nota verde. Como não há bela sem senão, o mundo inundado de dólares não augura nada de bom, por isso o Euro vai se afirmando como alternativa (não confundir com refúgio) aos investidores do mundo todo. Pela primeira vez esta semana, vi, aqui em São Paulo, Euro "black" - ou seja, o mercado parelelo, está agora a comprar Euros, além dos tradicionais Ouro e Dólar. Este mercado negro, meus amigos, sempre está do lado certo do mercado e diz-me que eles acreditam no Dólar, mas já vão tendo alternativas para os seus "negócios"... Com isto tudo, há razões para acreditar na manutenção da tendência de longo prazo do Euro. Pelo menos, até perto do final da presente década. Mas não vamos fazer futurologia. Vamos antes ver o que nos trazem os ventos da Ásia e da América. Os próximos tempos, não nos cansamos de repetir, são de incerteza e volatilidade !! Para já, se considerarmos os actuais fluxos de capital e perspectivas de crescimento, não é de crer que o dólar caia de uma forma linear, semana após semana. Agora, se as coisas correrem mal nos States...
Vamos lá então para a semana que se segue. Recuperamos um gráfico de velas diárias dos últimos 12 meses, com duas contagens de Fibonnaci juntas no mesmo gráfico. Uma, refere-se à contagem anual dos 0.96 aos 1.1930 e a outra, à contagem mais recente, de 1.1930 até 1.0770. Vemos claramente que a retracção de curto prazo no EUR/USD nem se aproximou dos 1.05 que serviriam para balizar o possível fim da tendência de longo prazo a favor do Euro (curiosamente, não aparece em nenhum gráfico aqui, mas a MMS de 40 meses está em 0,97 - número que para vários analistas é a verdadeira fronteira para se considerar mudança de tendência) ou, para pôr em causa a tendência, até certo ponto. No mesmo gráfico, vemos também que a tendência de curto prazo que favorecia o dólar começa a ser posta em causa à medida que 1.122x já foram e já vemos perto os 1.1350 e 1.15 !! Não nos deixemos enganar. O longo prazo a favor do Euro está seguro, mas o curto prazo também a favor do Euro ainda não está assegurado. Queremos ver primeiro "cairem" as barreiras a partir de agora até 1.15 - caso contrário, o dólar terá força para voltar a 1.10 ou até abaixo, o que poderia completar o tal "head and shoulders" que muitos insistem que está em formação. Reparem agora no gráfico seguinte, o diário de seis meses. Tudo vai se virando a favor do Euro. O RSI está bom, o MACD vai ficando positivo. A MME 5 dias já cruzou em alta as de 10 e 25 dias e enconstou às de 50 e 100 dias que estão coladas como há muito não se via. A cotação de fecho da semana ficou acima destas médias, o que é bullish. Por outro lado, queremos ver as MME de 10 e 25 dias a cruzarem em alta as MME 50 e 100. Isto poderá acontecer em breve, com a subida do Euro até 1.15 reforçando o fim da tendência de curto prazo a favor do dólar de que falávamos acima, podendo ser motivo para entradas longas com vista a 1.20 ou mais, num prazo de negociação mais alargado.
Porém, se nada disso acontecer, temos que manter a abertura mental a todos os cenários, podemos ter vários ataques mal sucedidos aos 1.13, 1.14 e 1.15 que nos deixarão noutro range apertado (lembram-se dos 1.1220?) e na incerteza. Finalmente, ainda temos a possibilidade do EUR/USD cair abaixo de 1.12, levando-o a 1.1150. Nesse caso, podemos de novo testar esse valor e os 1.1050 e 1.10, tendo a MME 200 dias que suportar a parada. Esta média está agora em 1.096x !!! Tudo é possível, pois o Euro sobe há 3 semanas, podendo agora acontecer o inverso. Cuidado !!
Finalmente, um olhar pelo gráfico horário de 5 dias, como habitual. Reparem como deu sono entre terça-feira à tarde e sexta de manhã, com um range de cerca de 100 pips, óptimo para explodir os stops de longos e curtos. Também aqui tivemos uma tendência ligeiramente favorável ao Euro !!
Terminamos, referindo que vamos ter números económicos importantes nos EUA entre segunda e quinta, a que se seguirá uma semana inteira sem dados novos. Veremos o que mexe os mercados e o que será apenas ruído...
Esta semana o mercado terá a tendência para gravitar entre 1.1050 e 1.14, e numa banda mais estreita, entre 1.1150 e 1350. Estes valores poderão, como sempre, ser actualizados ao longo da semana. Na que passou, tudo decorreu dentro da banda normal de "gravidade"...
Um abraço e até breve
djovarius
O EUR/USD teve, na semana que passou, um comportamento dentro do esperado, tendo mais uma vez fechado em alta, graças a uma puxada na sexta-feira, dia da semana que começa a ser fatídico para a moeda americana. Novamente, tivemos o USD a cair devido a números económicos menos favoráveis, pelo menos em relação ao esperado pelo mercado. Desta vez não foi só o desemprego, mas também as menores confiança do consumidor e vendas a retalho. Neste último ponto, não foram assim tão más, mas o mercado quer ser surpreendido em alta e não por defeito. Já o mercado accionista teve pouca influência, enquanto o mercado obrigacionista voltou aos ganhos, pelo que o yield baixou, provocando um duplo sentido no mercado cambial. Yield mais baixo afasta os investidores de renda fixa dos EUA, mas por outro lado é positivo porque com juros mais baixos, não há o perigo anunciado de se cortar a meio a recuperação económica. Foi também uma semana parcialmente pastosa, onde entre terça-feira e sexta de manhã, tivemos o EUR/USD a oscilar num range relativamente apertado (vide gráficos), sobretudo devido à blindagem do Banco do Japão. Um dia, este tipo de intervenções será considerado execrável num mercado que se diz livre e aberto. O MOF tudo faz para que o dólar não caia abaixo dos 115 JPY e conseguiu até fazê-lo subir acima de 117, à boleia da subida do EUR/JPY, provocando apenas uma modesta subida no nosso par favorito !! Um dia, esta política não dará resultado por via das forças que se anulam. Explico: e se o FED fizer o mesmo? E sobretudo o BCE que também anda confuso, já não sabe o que é melhor, se um Euro a 1,20 dólares, se ali próximo da paridade. Se começarem nessa guerra, todos eles ficarão a perder. Por agora, ficamos assim, este assunto dava pano para mangas...
Do referendo sobre a adesão ao Euro, na Suécia, falaremos depois, à medida que os efeitos do resultado final pesarem sobre a moeda única e os mercados.
O mais significativo da semana, que merece destaque, foi a absurda proposta de seis Senadores norte-americanos (três Dem / três Rep) com vista à adopção de uma tarifa extra sobre as importações Chinesas (27,5%), enquanto a China insistir em manter um "fixed peg" do seu Renminbi face ao USD. Felizmente, Bush nunca aceitará tal disparate, que provavelmente nem é credível para os seus proponentes, certamente mais preocupados em fazer camapanha política perante os seus eleitores, na maioria oriundos de Estados mais prejudicados pelo sector fabril Chinês.
Mas afinal, que crime cometeram os Chineses agora? Então o câmbio fixo permanece assim desde 1994 e tal nunca preocupou os Estados Unidos !!? Ou haverá quem tenha raiva da inteligência dos Chineses que nunca caíram nas armadilhas americanas, como os pobres latino-americanos que aceitaram fixar as suas moedas em paridade com o USD, com as consequências ruinosas que todos conhecemos !? Ou, perguntamos nós, será que a história não ensina nada? Querem voltar ao triste "beggar thy neighbour" dos anos trinta, onde a depressão americana foi mote para um tal proteccionismo, que acabou com o que restava das economias europeias, empurrando-as para as garras de tiranos, e o mundo para o mais sangrento conflito da história ??

Não, os Chineses não vão aceitar... eles necessitam da moeda desvalorizada enquanto podem. Precisam de continuar a exportar tudo o que conseguirem, sabendo que o superavit comercial está quase (alguns anos) a se transformar em défice por via do acelerado crescimento económico que tem provocado o aumento das importações de bens duradouros e de investimento, tendência que aumenta assustadoramente. Certamente aí, entrarão no mercado livre, aberto e os fluxos de capitais dirão de sua justiça. Nessa altura, os EUA deixarão de ter quem lhes compre facilmente a sua brutal dívida e outro galo cantará. Virá o declínio ou a responsabilidade fiscal. Por enquanto, um défice orçamental e outro da conta corrente com o exterior, em vez de "arrasarem" o dólar, suportam-no. Há interesse nos papéis norte-americanos, o que beneficia a nota verde. Há interesse no consumidor americano, mais uma vez beneficiando a nota verde. Como não há bela sem senão, o mundo inundado de dólares não augura nada de bom, por isso o Euro vai se afirmando como alternativa (não confundir com refúgio) aos investidores do mundo todo. Pela primeira vez esta semana, vi, aqui em São Paulo, Euro "black" - ou seja, o mercado parelelo, está agora a comprar Euros, além dos tradicionais Ouro e Dólar. Este mercado negro, meus amigos, sempre está do lado certo do mercado e diz-me que eles acreditam no Dólar, mas já vão tendo alternativas para os seus "negócios"... Com isto tudo, há razões para acreditar na manutenção da tendência de longo prazo do Euro. Pelo menos, até perto do final da presente década. Mas não vamos fazer futurologia. Vamos antes ver o que nos trazem os ventos da Ásia e da América. Os próximos tempos, não nos cansamos de repetir, são de incerteza e volatilidade !! Para já, se considerarmos os actuais fluxos de capital e perspectivas de crescimento, não é de crer que o dólar caia de uma forma linear, semana após semana. Agora, se as coisas correrem mal nos States...

Vamos lá então para a semana que se segue. Recuperamos um gráfico de velas diárias dos últimos 12 meses, com duas contagens de Fibonnaci juntas no mesmo gráfico. Uma, refere-se à contagem anual dos 0.96 aos 1.1930 e a outra, à contagem mais recente, de 1.1930 até 1.0770. Vemos claramente que a retracção de curto prazo no EUR/USD nem se aproximou dos 1.05 que serviriam para balizar o possível fim da tendência de longo prazo a favor do Euro (curiosamente, não aparece em nenhum gráfico aqui, mas a MMS de 40 meses está em 0,97 - número que para vários analistas é a verdadeira fronteira para se considerar mudança de tendência) ou, para pôr em causa a tendência, até certo ponto. No mesmo gráfico, vemos também que a tendência de curto prazo que favorecia o dólar começa a ser posta em causa à medida que 1.122x já foram e já vemos perto os 1.1350 e 1.15 !! Não nos deixemos enganar. O longo prazo a favor do Euro está seguro, mas o curto prazo também a favor do Euro ainda não está assegurado. Queremos ver primeiro "cairem" as barreiras a partir de agora até 1.15 - caso contrário, o dólar terá força para voltar a 1.10 ou até abaixo, o que poderia completar o tal "head and shoulders" que muitos insistem que está em formação. Reparem agora no gráfico seguinte, o diário de seis meses. Tudo vai se virando a favor do Euro. O RSI está bom, o MACD vai ficando positivo. A MME 5 dias já cruzou em alta as de 10 e 25 dias e enconstou às de 50 e 100 dias que estão coladas como há muito não se via. A cotação de fecho da semana ficou acima destas médias, o que é bullish. Por outro lado, queremos ver as MME de 10 e 25 dias a cruzarem em alta as MME 50 e 100. Isto poderá acontecer em breve, com a subida do Euro até 1.15 reforçando o fim da tendência de curto prazo a favor do dólar de que falávamos acima, podendo ser motivo para entradas longas com vista a 1.20 ou mais, num prazo de negociação mais alargado.
Porém, se nada disso acontecer, temos que manter a abertura mental a todos os cenários, podemos ter vários ataques mal sucedidos aos 1.13, 1.14 e 1.15 que nos deixarão noutro range apertado (lembram-se dos 1.1220?) e na incerteza. Finalmente, ainda temos a possibilidade do EUR/USD cair abaixo de 1.12, levando-o a 1.1150. Nesse caso, podemos de novo testar esse valor e os 1.1050 e 1.10, tendo a MME 200 dias que suportar a parada. Esta média está agora em 1.096x !!! Tudo é possível, pois o Euro sobe há 3 semanas, podendo agora acontecer o inverso. Cuidado !!
Finalmente, um olhar pelo gráfico horário de 5 dias, como habitual. Reparem como deu sono entre terça-feira à tarde e sexta de manhã, com um range de cerca de 100 pips, óptimo para explodir os stops de longos e curtos. Também aqui tivemos uma tendência ligeiramente favorável ao Euro !!
Terminamos, referindo que vamos ter números económicos importantes nos EUA entre segunda e quinta, a que se seguirá uma semana inteira sem dados novos. Veremos o que mexe os mercados e o que será apenas ruído...
Esta semana o mercado terá a tendência para gravitar entre 1.1050 e 1.14, e numa banda mais estreita, entre 1.1150 e 1350. Estes valores poderão, como sempre, ser actualizados ao longo da semana. Na que passou, tudo decorreu dentro da banda normal de "gravidade"...

Um abraço e até breve
djovarius
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Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.