O meu olhar sobre o PSI e as suas 20 acções
Sonae.com
Até ao início deste ano, a Sonae.com era das acções portuguesas mais comentadas pelos pequenos investidores. A sua elevada volatilidade tornava bastante espectacular o seu comportamento em Bolsa, contrariando a habitual tranquilidade da maioria dos títulos da nossa praça. Diria que, em Portugal, era das acções cujo comportamento mais se assemelhava a uma acção do Nasdaq.
Magistralmente (na óptica do Engenheiro Belmiro de Azevedo) colocada em Bolsa logo a seguir à euforia bolsista do início de 2000, a Sonae.com permitiu à sua casa mãe um encaixe fantástico dado o elevado preço a que foi dispersa na OPV (Oferta Pública de Venda). Visto a esta distância, podemos ser tentados a qualificar de “escandaloso” o preço a que foi colocada a acção em Bolsa, mas na altura o preço estava em linha com o que cotavam as suas congéneres europeias. O Eng. Belmiro - uma vez mais - mostrou o seu fantástico “timing”, vendendo na altura perfeita.
Quem lhe terá rogado as maiores pragas foram os investidores que subscreveram a Oferta Pública de Venda (OPV) e que viram as acções caírem cerca de 90% no ano seguinte. Assustador. Foi preciso chegarmos a Outubro de 2002 para a Sonae.com chegar ao seu fundo e iniciar um poderoso “Bull Market” que a fez ganhar mais de 600% até ao topo desse “Bull Market”.
Toda a especulação gerada em torno da OPA lançada sobre a PT ajudaram à euforia mas quando a festa acabou (leia-se “a OPA fracassou”), o balão esvaziou-se ainda mais rapidamente do que tinha enchido, como é natural e a correcção foi brutal, estando actualmente a cotar a cerca de metade do valor do que estava em Fevereiro deste ano.
Não é por isso de estranhar que, atravessando a Sonae.com um “Bear Market”, eu conclua que neste momento os ursos dominam em todos os horizontes temporais. Há largos meses que a acção tem dado sucessivos sinais de fraqueza, quebrando suportes importantes. Mas quantos investidores ficaram agarrados a essas acções, deixando de agir pela razão e passando a viver da esperança?
Em termos de curto prazo, só uma ruptura da resistência na casa dos 3,9 euros recolocaria os touros de novo no comando. Caso isso aconteça, vestirei o meu fato de touro. Até que isso aconteça, continuo a manter todas as minhas reservas, mesmo acreditando que o estado “sobrevendido” da acção e a proximidade do suporte na zona dos 2,95 euros podem propiciar um ressalto brevemente.
Quem sabe o Eng. Belmiro daqui a uns tempos não faça mais um negócio da China, retirando a acção do mercado a preços bem baixos, depois de a ter colocado em Bolsa bem perto do pico da euforia?
Até ao início deste ano, a Sonae.com era das acções portuguesas mais comentadas pelos pequenos investidores. A sua elevada volatilidade tornava bastante espectacular o seu comportamento em Bolsa, contrariando a habitual tranquilidade da maioria dos títulos da nossa praça. Diria que, em Portugal, era das acções cujo comportamento mais se assemelhava a uma acção do Nasdaq.
Magistralmente (na óptica do Engenheiro Belmiro de Azevedo) colocada em Bolsa logo a seguir à euforia bolsista do início de 2000, a Sonae.com permitiu à sua casa mãe um encaixe fantástico dado o elevado preço a que foi dispersa na OPV (Oferta Pública de Venda). Visto a esta distância, podemos ser tentados a qualificar de “escandaloso” o preço a que foi colocada a acção em Bolsa, mas na altura o preço estava em linha com o que cotavam as suas congéneres europeias. O Eng. Belmiro - uma vez mais - mostrou o seu fantástico “timing”, vendendo na altura perfeita.
Quem lhe terá rogado as maiores pragas foram os investidores que subscreveram a Oferta Pública de Venda (OPV) e que viram as acções caírem cerca de 90% no ano seguinte. Assustador. Foi preciso chegarmos a Outubro de 2002 para a Sonae.com chegar ao seu fundo e iniciar um poderoso “Bull Market” que a fez ganhar mais de 600% até ao topo desse “Bull Market”.
Toda a especulação gerada em torno da OPA lançada sobre a PT ajudaram à euforia mas quando a festa acabou (leia-se “a OPA fracassou”), o balão esvaziou-se ainda mais rapidamente do que tinha enchido, como é natural e a correcção foi brutal, estando actualmente a cotar a cerca de metade do valor do que estava em Fevereiro deste ano.
Não é por isso de estranhar que, atravessando a Sonae.com um “Bear Market”, eu conclua que neste momento os ursos dominam em todos os horizontes temporais. Há largos meses que a acção tem dado sucessivos sinais de fraqueza, quebrando suportes importantes. Mas quantos investidores ficaram agarrados a essas acções, deixando de agir pela razão e passando a viver da esperança?
Em termos de curto prazo, só uma ruptura da resistência na casa dos 3,9 euros recolocaria os touros de novo no comando. Caso isso aconteça, vestirei o meu fato de touro. Até que isso aconteça, continuo a manter todas as minhas reservas, mesmo acreditando que o estado “sobrevendido” da acção e a proximidade do suporte na zona dos 2,95 euros podem propiciar um ressalto brevemente.
Quem sabe o Eng. Belmiro daqui a uns tempos não faça mais um negócio da China, retirando a acção do mercado a preços bem baixos, depois de a ter colocado em Bolsa bem perto do pico da euforia?
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Sonae SGPS
A Sonae é uma das empresas que dispensa apresentações. A forma como cresceu e o carisma do seu líder, o Eng. Belmiro de Azevedo, fizeram com que a Sonae seja hoje uma das marcas mais populares em Portugal, tendo diversificado a sua actividade ao longo dos anos.
Em termos do mercado de capitais, o Eng. Belmiro de Azevedo é conhecido pela sua astúcia, sendo reconhecido o seu sentido de oportunidade ao colocar no mercado algumas empresas em alturas de euforia e ao retirar do mercado algumas empresas em momentos de depressão bolsista. À posteriori, parecem movimentos evidentes, mas no próprio momento ter o discernimento necessário para se aperceber dessa situação não está ao alcance de todos. Desta forma, a Sonae SGPS tem conseguido vender os seus activos a preços fantásticos e comprá-los a preços bem atractivos. O “timing” do Engenheiro é notável.
Tecnicamente, em termos de médio e longo prazo, o aspecto da Sonae SGPS é excelente. Depois de uma correcção violenta iniciada em Março de 2000 que fez o título perder cerca de 85%, a acção construiu durante um ano – entre 2002 e 2003 – uma base sólida que lhe permitiu inverter a violenta tendência descendente em que se encontrava.
Por mais inverosímil que possa parecer, a verdade é que a Sonae SGPS valorizou-se cerca de 700% nos últimos 4 anos. Sim, 700%! A Sonae vive um fantástico “Bull Market e não há quaisquer sinais de que ele tenha chegado ao fim.
Em termos de curto prazo, a situação é menos clara. A acção parece um yo-yo e vai frustrando as expectativas dos ursos e touros que quando esperam um arranque ou um “afundanço” vêm a acção constantemente inverter e manter o actual estado de lateralização.
Para quem está fora do papel, julgo que é melhor esperar pela quebra dos máximos históricos estabelecidos há 7 anos atrás. Essa zona, entre os 1,86 e os 1,93 euros, é uma forte resistência e é esse o grande teste à acção.
A Sonae é uma das empresas que dispensa apresentações. A forma como cresceu e o carisma do seu líder, o Eng. Belmiro de Azevedo, fizeram com que a Sonae seja hoje uma das marcas mais populares em Portugal, tendo diversificado a sua actividade ao longo dos anos.
Em termos do mercado de capitais, o Eng. Belmiro de Azevedo é conhecido pela sua astúcia, sendo reconhecido o seu sentido de oportunidade ao colocar no mercado algumas empresas em alturas de euforia e ao retirar do mercado algumas empresas em momentos de depressão bolsista. À posteriori, parecem movimentos evidentes, mas no próprio momento ter o discernimento necessário para se aperceber dessa situação não está ao alcance de todos. Desta forma, a Sonae SGPS tem conseguido vender os seus activos a preços fantásticos e comprá-los a preços bem atractivos. O “timing” do Engenheiro é notável.
Tecnicamente, em termos de médio e longo prazo, o aspecto da Sonae SGPS é excelente. Depois de uma correcção violenta iniciada em Março de 2000 que fez o título perder cerca de 85%, a acção construiu durante um ano – entre 2002 e 2003 – uma base sólida que lhe permitiu inverter a violenta tendência descendente em que se encontrava.
Por mais inverosímil que possa parecer, a verdade é que a Sonae SGPS valorizou-se cerca de 700% nos últimos 4 anos. Sim, 700%! A Sonae vive um fantástico “Bull Market e não há quaisquer sinais de que ele tenha chegado ao fim.
Em termos de curto prazo, a situação é menos clara. A acção parece um yo-yo e vai frustrando as expectativas dos ursos e touros que quando esperam um arranque ou um “afundanço” vêm a acção constantemente inverter e manter o actual estado de lateralização.
Para quem está fora do papel, julgo que é melhor esperar pela quebra dos máximos históricos estabelecidos há 7 anos atrás. Essa zona, entre os 1,86 e os 1,93 euros, é uma forte resistência e é esse o grande teste à acção.
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Editado pela última vez por Ulisses Pereira em 7/1/2008 4:42, num total de 1 vez.
Sonae Indústria
Corria o ano de 2003 e a Sonae Indústria parecia condenada ao esquecimento. Depois de ter caído cerca de 90% desde o seu máximo histórico estabelecido em 1998, a Sonae Indústria arrastou-se durante um num movimento lateral, sem que praticamente ninguém a discutisse ou comentasse nos fóruns de Bolsa. “Morreu”, terão pensado alguns investidores. Puro engano. Estava a formar a base que serviria de rampa de lançamento para um fantástico “Bull Market” que a levou a atingir quase 350% de valorização.
Em termos de longo prazo, o “Bull Market” levou uma forte machadada quando, em Novembro, foi quebrada a Linha de Tendência ascendente de Longo Prazo que vinha suportando este “Bull Market”. Os touros perderam o controlo da situação e enquanto não recuperarem o território acima daquela LT, estamos em território urso.
Em termos de curto e médio prazo, a tendência é claramente descendente e a situação apenas se alterará caso a acção consiga quebrar a resistência dos 8,2, antigo bastião dos touros.
Ou seja, há sinais muito preocupantes de que o “Bull Market” da Sonae Indústria possa ter chegado ao seu fim. E quem está de fora da acção e pensa entrar no papel, aconselho a só o fazer em caso de recuperação do território acima da LT ascendente de longo prazo. Mesmo que, brevemente, a acção inicie um típico ressalto de curto prazo como parece preparar-se.
Corria o ano de 2003 e a Sonae Indústria parecia condenada ao esquecimento. Depois de ter caído cerca de 90% desde o seu máximo histórico estabelecido em 1998, a Sonae Indústria arrastou-se durante um num movimento lateral, sem que praticamente ninguém a discutisse ou comentasse nos fóruns de Bolsa. “Morreu”, terão pensado alguns investidores. Puro engano. Estava a formar a base que serviria de rampa de lançamento para um fantástico “Bull Market” que a levou a atingir quase 350% de valorização.
Em termos de longo prazo, o “Bull Market” levou uma forte machadada quando, em Novembro, foi quebrada a Linha de Tendência ascendente de Longo Prazo que vinha suportando este “Bull Market”. Os touros perderam o controlo da situação e enquanto não recuperarem o território acima daquela LT, estamos em território urso.
Em termos de curto e médio prazo, a tendência é claramente descendente e a situação apenas se alterará caso a acção consiga quebrar a resistência dos 8,2, antigo bastião dos touros.
Ou seja, há sinais muito preocupantes de que o “Bull Market” da Sonae Indústria possa ter chegado ao seu fim. E quem está de fora da acção e pensa entrar no papel, aconselho a só o fazer em caso de recuperação do território acima da LT ascendente de longo prazo. Mesmo que, brevemente, a acção inicie um típico ressalto de curto prazo como parece preparar-se.
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Editado pela última vez por Ulisses Pereira em 7/1/2008 4:40, num total de 1 vez.
Semapa
A história da Semapa em Bolsa não era, tradicionalmente, de emoções fortes. Ao longo dos seus anos no mercado, a Semapa era uma acção sólida, com baixa volatilidade. Contudo, nos últimos tempos, a tradição alterou-se.
Em 2003, a acção iniciou um poderoso “Bull Market” que ganhou ritmo no final de 2005 e, desde aí, a Semapa abandonou o seu ritmo lento e ganhou uma volatilidade grande, imprópria para cardíacos. Para termos a verdadeira noção da força deste “Bull Market”, a Semapa multiplicou o seu valor em Bolsa por 5 em 4 anos.
Contudo, desde Julho deste ano, a acção tem caído ao mesmo ritmo acelerado com que subia e, em menos de 6 meses, a acção já perdeu quase 30%. A quebra do antigo suporte (nova resistência) na zona dos 11,3 euros colocou os ursos em completo controlo da situação. Foi um sinal de fraqueza demasiado claro para ser ignorado.
A linha de tendência descendente de médio prazo tem marcado o ritmo desta correcção acentuada. Enquanto ela não for quebrada em alta, qualquer entrada no papel parece-me ter uma relação rentabilidade/risco claramente desfavorável.
Naturalmente que, face ao estado muito “sobrevendido” da acção, é possível que um ressalto esteja para breve, mas ele não bastará para que se possa concluir que a acção inverteu a tendência. Os touros têm ainda um difícil trabalho pela frente para recuperarem o domínio perdido.
A história da Semapa em Bolsa não era, tradicionalmente, de emoções fortes. Ao longo dos seus anos no mercado, a Semapa era uma acção sólida, com baixa volatilidade. Contudo, nos últimos tempos, a tradição alterou-se.
Em 2003, a acção iniciou um poderoso “Bull Market” que ganhou ritmo no final de 2005 e, desde aí, a Semapa abandonou o seu ritmo lento e ganhou uma volatilidade grande, imprópria para cardíacos. Para termos a verdadeira noção da força deste “Bull Market”, a Semapa multiplicou o seu valor em Bolsa por 5 em 4 anos.
Contudo, desde Julho deste ano, a acção tem caído ao mesmo ritmo acelerado com que subia e, em menos de 6 meses, a acção já perdeu quase 30%. A quebra do antigo suporte (nova resistência) na zona dos 11,3 euros colocou os ursos em completo controlo da situação. Foi um sinal de fraqueza demasiado claro para ser ignorado.
A linha de tendência descendente de médio prazo tem marcado o ritmo desta correcção acentuada. Enquanto ela não for quebrada em alta, qualquer entrada no papel parece-me ter uma relação rentabilidade/risco claramente desfavorável.
Naturalmente que, face ao estado muito “sobrevendido” da acção, é possível que um ressalto esteja para breve, mas ele não bastará para que se possa concluir que a acção inverteu a tendência. Os touros têm ainda um difícil trabalho pela frente para recuperarem o domínio perdido.
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Soares da Costa
É estranho, para mim, estar a analisar a Soares da Costa já que nunca analiso “small caps” e, até à sua entrada no PSI, esta acção sempre foi uma “small cap”. Aliás, tenho sérias dúvidas que ela se mantenha por muitos anos no principal índice da nossa praça, já que a sua promoção se deveu a alguns meses de intensa luta pelo controlo da empresa, que produziu fortes volumes negociados.
Desde 1994 até 2005 a Soares da Costa viveu um violento “Bear Market”. Foram 11 anos de um lento e demolidor deslizar até a acção bater no fundo a 0,27 euros o final de 2005. A partir daí, tudo se alterou. O interesse comprador surgiu e os fortes volumes indiciaram aquilo que surgiria em Outubro de 2006: Uma OPA da Investifino sobre a Soares da Costa que acabaria por ser revista, em alta, mais tarde.
Com tudo isto, a acção viu a sua cotação no mercado multiplicada por 10 em cerca de 1 ano, atingindo o seu máximo histórico em Junho deste ano, ajudada por uma muito melhor gestão da comunicação por parte do novo CEO. Desde aí, a acção tem corrigido lentamente perdendo cerca de 30% nos últimos 6 meses.
Para quem detém acções da Soares da Costa, eu recomendaria uma atenta observação ao decisivo suporte horizontal situado entre os 1,94 e os 2,05 euros. É essa também a minha linha de fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market” neste título. Uma ruptura desta zona, é um claro aviso aos detentores de acções que, provavelmente, já estarão a mais na sua carteira.
É estranho, para mim, estar a analisar a Soares da Costa já que nunca analiso “small caps” e, até à sua entrada no PSI, esta acção sempre foi uma “small cap”. Aliás, tenho sérias dúvidas que ela se mantenha por muitos anos no principal índice da nossa praça, já que a sua promoção se deveu a alguns meses de intensa luta pelo controlo da empresa, que produziu fortes volumes negociados.
Desde 1994 até 2005 a Soares da Costa viveu um violento “Bear Market”. Foram 11 anos de um lento e demolidor deslizar até a acção bater no fundo a 0,27 euros o final de 2005. A partir daí, tudo se alterou. O interesse comprador surgiu e os fortes volumes indiciaram aquilo que surgiria em Outubro de 2006: Uma OPA da Investifino sobre a Soares da Costa que acabaria por ser revista, em alta, mais tarde.
Com tudo isto, a acção viu a sua cotação no mercado multiplicada por 10 em cerca de 1 ano, atingindo o seu máximo histórico em Junho deste ano, ajudada por uma muito melhor gestão da comunicação por parte do novo CEO. Desde aí, a acção tem corrigido lentamente perdendo cerca de 30% nos últimos 6 meses.
Para quem detém acções da Soares da Costa, eu recomendaria uma atenta observação ao decisivo suporte horizontal situado entre os 1,94 e os 2,05 euros. É essa também a minha linha de fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market” neste título. Uma ruptura desta zona, é um claro aviso aos detentores de acções que, provavelmente, já estarão a mais na sua carteira.
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REN
Este é o género de análises que não gosto de fazer. Curiosamente, é o género de pedidos que os meus amigos que percebem menos de Bolsa me fazem, porque subscrevem este género de OPV´s. E porque é que não gosto? Porque a acção é muito recente, tem pouco histórico de preço e volume para análise e os seus padrões de comportamentos são praticamente imperceptíveis nesta altura.
O que é que se pode retirar do gráfico? Sobretudo, a tendência ascendente no curto prazo. Porque se alargarmos o horizonte temporal é difícil fugirmos à ideia de indefinição de tendência.
Em termos de curto prazo, parece que foi quebrada a Linha de Tendência ascendente, o que coloca a acção numa situação algo frágil e deixa os ursos no comando da situação. Enquanto a REN não conseguir retomar esse terreno acima dessa linha, não me parece que qualquer entrada seja segura.
Há pouco a dizer.
Este é o género de análises que não gosto de fazer. Curiosamente, é o género de pedidos que os meus amigos que percebem menos de Bolsa me fazem, porque subscrevem este género de OPV´s. E porque é que não gosto? Porque a acção é muito recente, tem pouco histórico de preço e volume para análise e os seus padrões de comportamentos são praticamente imperceptíveis nesta altura.
O que é que se pode retirar do gráfico? Sobretudo, a tendência ascendente no curto prazo. Porque se alargarmos o horizonte temporal é difícil fugirmos à ideia de indefinição de tendência.
Em termos de curto prazo, parece que foi quebrada a Linha de Tendência ascendente, o que coloca a acção numa situação algo frágil e deixa os ursos no comando da situação. Enquanto a REN não conseguir retomar esse terreno acima dessa linha, não me parece que qualquer entrada seja segura.
Há pouco a dizer.
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Portucel
Durante 11 anos, a Portucel foi uma empresa muito discreta aos olhos dos pequenos investidores. Dada a sua volatilidade abaixo da média, a acção não aparecia nos destaques da Comunicação Social nem ocupava muito espaço dos fóruns de discussão dos investidores. Mas em 2006, com a quebra do anterior máximos históricos, a Portucel soltou amarras, viu o seu preço e volume dispararem.
O “Bull Market” que viveu fê-la ganhar cerca de 150% em pouco mais de dois anos, mas desde o Verão deste ano a acção tem corrigido fortemente. Olhando para o gráfico, há um sinal muito forte de inversão de tendência que foi a quebra da Linha de Tendência Ascendente de longo prazo. Não gosto de ser o mensageiro de más notícias mas, na minha opinião, há sinais claros de que os ursos dominam em todos os horizontes temporais e colocaram um letreiro “Fim do Bull Market” na testa da acção.
O que me fará mudar de ideias em relação à Portucel? Um movimento ascendente que permita à acção quebrar a resistência horizontal dos 2,57 euros. Claro que irãoacontecer ressaltos, mas só o regresso a essa zona permite a recuperação da tendência ascendente. Até lá, peço desculpa mas ando de braço dado com os ursos.
Durante 11 anos, a Portucel foi uma empresa muito discreta aos olhos dos pequenos investidores. Dada a sua volatilidade abaixo da média, a acção não aparecia nos destaques da Comunicação Social nem ocupava muito espaço dos fóruns de discussão dos investidores. Mas em 2006, com a quebra do anterior máximos históricos, a Portucel soltou amarras, viu o seu preço e volume dispararem.
O “Bull Market” que viveu fê-la ganhar cerca de 150% em pouco mais de dois anos, mas desde o Verão deste ano a acção tem corrigido fortemente. Olhando para o gráfico, há um sinal muito forte de inversão de tendência que foi a quebra da Linha de Tendência Ascendente de longo prazo. Não gosto de ser o mensageiro de más notícias mas, na minha opinião, há sinais claros de que os ursos dominam em todos os horizontes temporais e colocaram um letreiro “Fim do Bull Market” na testa da acção.
O que me fará mudar de ideias em relação à Portucel? Um movimento ascendente que permita à acção quebrar a resistência horizontal dos 2,57 euros. Claro que irãoacontecer ressaltos, mas só o regresso a essa zona permite a recuperação da tendência ascendente. Até lá, peço desculpa mas ando de braço dado com os ursos.
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PTM
A PTM foi o símbolo do anterior “Bull Market”. A OPV (Oferta Pública de Venda) da acção decorreu no final de 1999 e os pequenos investidores subscreveram acções a 27 euros. Logo no seu primeiro dia de negociação em Bolsa, a acção abriu a cotar nos 40 euros, proporcionando logo um ganho de quase 50% a quem acorreu à OPV.
O que se seguiu foi um dos movimentos que fica na história da Bolsa portuguesa, com a PTM a voar rumo ao céu, propulsionada pela brisa da euforia que se vivia na altura em que os investidores compravam acções tecnológicas a qualquer preço. Em Março de 2000, a PTM atingiu os 146 euros numa altura em que várias casas de investimento apontavam os 200 euros como o preço alvo da acção!
O “Bear Market” chegou logo a seguir, com uma correcção de mais de 96% e que levou a acção até à casa dos 5 euros. Em 2002 e 2003 ninguém queria ouvir falar em acções tecnológicas em Portugal, face às enormes perdas que tinham tido. Foi durante esse período que, discretamente, a PTM construiu uma belíssima base que permitiu inverter a sua tendência descendente de longo prazo e iniciar um novo ciclo ascendente. Entretanto, a acção fez um split de 2 para 1, o que fez com que todos aqueles valores que enunciei fossem corrigidos no gráfico para metade, o seu real valor actualmente.
O recente “spinn-off” que a veio separar da casa mãe PT trouxe uma correcção ao papel e novos dados para os analistas se debruçarem. Foi interessante ver Rodrigo Costa, o presidente da PTM apresentar um plano estratégico muito ambicioso para os próximos 3 anos. Se vai ou não conseguir cumpri-lo é outra discussão, mas confesso que gosto de ver a ambição de uma empresa que quer renascer com o seu novo estatuto de independência face ao colosso PT.
Olhando para os gráficos, diria que quem está de fora deverá esperar por uma demonstração de força da acção antes de entrar no papel. E como observar essa demonstração de força? Se a acção quebrar a resistência na casa dos 9,83 euros, será um primeiro sinal de força, encorajador para os touros. Até que isso aconteça, há que ter cautela, sendo que é preferível perder-se algum bocado da subida mas entrar com mais segurança.
Olhar para o gráfico da PTM deixa-me nostálgico. Mas também deve servir de lição a todos os que dizem que o investimento em Bolsa, no longo prazo, é sempre seguro. E deve servir também de ensinamento a todos aqueles que acham que a perder dinheiro nunca se deve vender…
A PTM foi o símbolo do anterior “Bull Market”. A OPV (Oferta Pública de Venda) da acção decorreu no final de 1999 e os pequenos investidores subscreveram acções a 27 euros. Logo no seu primeiro dia de negociação em Bolsa, a acção abriu a cotar nos 40 euros, proporcionando logo um ganho de quase 50% a quem acorreu à OPV.
O que se seguiu foi um dos movimentos que fica na história da Bolsa portuguesa, com a PTM a voar rumo ao céu, propulsionada pela brisa da euforia que se vivia na altura em que os investidores compravam acções tecnológicas a qualquer preço. Em Março de 2000, a PTM atingiu os 146 euros numa altura em que várias casas de investimento apontavam os 200 euros como o preço alvo da acção!
O “Bear Market” chegou logo a seguir, com uma correcção de mais de 96% e que levou a acção até à casa dos 5 euros. Em 2002 e 2003 ninguém queria ouvir falar em acções tecnológicas em Portugal, face às enormes perdas que tinham tido. Foi durante esse período que, discretamente, a PTM construiu uma belíssima base que permitiu inverter a sua tendência descendente de longo prazo e iniciar um novo ciclo ascendente. Entretanto, a acção fez um split de 2 para 1, o que fez com que todos aqueles valores que enunciei fossem corrigidos no gráfico para metade, o seu real valor actualmente.
O recente “spinn-off” que a veio separar da casa mãe PT trouxe uma correcção ao papel e novos dados para os analistas se debruçarem. Foi interessante ver Rodrigo Costa, o presidente da PTM apresentar um plano estratégico muito ambicioso para os próximos 3 anos. Se vai ou não conseguir cumpri-lo é outra discussão, mas confesso que gosto de ver a ambição de uma empresa que quer renascer com o seu novo estatuto de independência face ao colosso PT.
Olhando para os gráficos, diria que quem está de fora deverá esperar por uma demonstração de força da acção antes de entrar no papel. E como observar essa demonstração de força? Se a acção quebrar a resistência na casa dos 9,83 euros, será um primeiro sinal de força, encorajador para os touros. Até que isso aconteça, há que ter cautela, sendo que é preferível perder-se algum bocado da subida mas entrar com mais segurança.
Olhar para o gráfico da PTM deixa-me nostálgico. Mas também deve servir de lição a todos os que dizem que o investimento em Bolsa, no longo prazo, é sempre seguro. E deve servir também de ensinamento a todos aqueles que acham que a perder dinheiro nunca se deve vender…
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Portugal Telecom
Se está a ler esta análise na esperança de encontrar algo que lhe permita ter uma melhor ideia sobre o futuro da acção ou bons locais para comprar e vender, desengane-se. Pare de ler e vá ler outra coisa qualquer.
O gráfico de longo prazo da PT é praticamente igual ao gráfico do PSI. Os que acompanham os meus escritos há muitos anos sabem que apelidei a PT de “locomotiva do mercado”. Não era apenas o seu forte peso no índice que a fazia puxar pelo índice. Parecia quase um líder, com força para contagiar todas as outras acções e antecipava os movimentos dos incides, rebocando quase todas as outras acções.
Por isso, a PT foi a acção que mais vezes analisei na minha vida. Durante quase 2 anos apenas negociava futuros da PT, com a convicção de que a conhecia quase como a palma das minhas mãos. Fui alargando horizontes, sobretudo no estrangeiro, mas a PT sempre foi a minha rainha.
Inesperadamente, o clã Belmiro teve a coragem de lançar uma surpreendente OPA sobre a PT. Como seria de esperar, a cotação voou após o anúncio mas, após esse dia, a PT (como acção) perdeu toda a sua identidade, todas as suas características técnicas e a sua capacidade de liderança face às outras acções da nossa praça.
Talvez pudesse tentar identificar uns suportes, resistências e linhas de tendência no gráfico mas, sinceramente, não o consigo fazer neste momento. A acção parece-me errática e parece que os investidores ainda estão a tentar perceber o que vale a PT neste momento e a reencontrar o seu caminho.
Ou, provavelmente, sou eu que terei que me readaptar à nova PT. Saudades da locomotiva do mercado….
Se está a ler esta análise na esperança de encontrar algo que lhe permita ter uma melhor ideia sobre o futuro da acção ou bons locais para comprar e vender, desengane-se. Pare de ler e vá ler outra coisa qualquer.
O gráfico de longo prazo da PT é praticamente igual ao gráfico do PSI. Os que acompanham os meus escritos há muitos anos sabem que apelidei a PT de “locomotiva do mercado”. Não era apenas o seu forte peso no índice que a fazia puxar pelo índice. Parecia quase um líder, com força para contagiar todas as outras acções e antecipava os movimentos dos incides, rebocando quase todas as outras acções.
Por isso, a PT foi a acção que mais vezes analisei na minha vida. Durante quase 2 anos apenas negociava futuros da PT, com a convicção de que a conhecia quase como a palma das minhas mãos. Fui alargando horizontes, sobretudo no estrangeiro, mas a PT sempre foi a minha rainha.
Inesperadamente, o clã Belmiro teve a coragem de lançar uma surpreendente OPA sobre a PT. Como seria de esperar, a cotação voou após o anúncio mas, após esse dia, a PT (como acção) perdeu toda a sua identidade, todas as suas características técnicas e a sua capacidade de liderança face às outras acções da nossa praça.
Talvez pudesse tentar identificar uns suportes, resistências e linhas de tendência no gráfico mas, sinceramente, não o consigo fazer neste momento. A acção parece-me errática e parece que os investidores ainda estão a tentar perceber o que vale a PT neste momento e a reencontrar o seu caminho.
Ou, provavelmente, sou eu que terei que me readaptar à nova PT. Saudades da locomotiva do mercado….
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Mota
Ao longo dos seus primeiros anos na Bolsa portuguesa, a Mota esteve longe de ser uma acção mediática. Os seus baixos volumes relegavam-na para segundo plano e eram poucos os investidores que olhavam com atenção para uma das empresas construtoras cotadas na nossa praça. Contudo, a partir de 2005, quando a acção quebrou o seu máximo histórico, tudo se alterou. Os volumes cresceram e a quebra dessa importante resistência abriu caminho para valorizações muito fortes.
Depois de atingir um máximo histórico no Verão deste ano, a Mota iniciou uma correcção que já a levou a perder mais de 40%. A grande questão que se coloca é: Estará a Mota a viver ainda o seu “Bull Market” ou esta correcção já a colocou em território de “Bear Market”?
Confesso que esta é uma pergunta muito difícil de responder. Mas, olhando detalhadamente para o gráfico numa perspectiva de longo prazo, caso a acção quebre o suporte na zona dos 4,95 euros poderemos estar perante uma decisiva vitória dos ursos em todos os horizontes temporais. Para mim, é essa a fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market” na Mota.
Em termos de curto e médio prazo, a situação é bem diferente. A tendência é claramente descendente e os ursos têm o controlo da situação. Enquanto não for quebrada, em alta, a Linha de Tendência descendente de médio prazo, desaconselham-se quaisquer entradas longas na acção.
Penso que os gráficos são tão claros que quase falam por si.
Ao longo dos seus primeiros anos na Bolsa portuguesa, a Mota esteve longe de ser uma acção mediática. Os seus baixos volumes relegavam-na para segundo plano e eram poucos os investidores que olhavam com atenção para uma das empresas construtoras cotadas na nossa praça. Contudo, a partir de 2005, quando a acção quebrou o seu máximo histórico, tudo se alterou. Os volumes cresceram e a quebra dessa importante resistência abriu caminho para valorizações muito fortes.
Depois de atingir um máximo histórico no Verão deste ano, a Mota iniciou uma correcção que já a levou a perder mais de 40%. A grande questão que se coloca é: Estará a Mota a viver ainda o seu “Bull Market” ou esta correcção já a colocou em território de “Bear Market”?
Confesso que esta é uma pergunta muito difícil de responder. Mas, olhando detalhadamente para o gráfico numa perspectiva de longo prazo, caso a acção quebre o suporte na zona dos 4,95 euros poderemos estar perante uma decisiva vitória dos ursos em todos os horizontes temporais. Para mim, é essa a fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market” na Mota.
Em termos de curto e médio prazo, a situação é bem diferente. A tendência é claramente descendente e os ursos têm o controlo da situação. Enquanto não for quebrada, em alta, a Linha de Tendência descendente de médio prazo, desaconselham-se quaisquer entradas longas na acção.
Penso que os gráficos são tão claros que quase falam por si.
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Jerónimo Martins
O percurso da Jerónimo Martins na Bolsa portuguesa nos últimos 15 anos mostra bem porque é que o mercado accionista é o palco de investimentos de alto risco e entusiasma milhões de investidores pelo mundo fora.
Em 1991 a Jerónimo Martins estava cotada abaixo dos 1,2 euros e no início de 1999, chegou a cotar acima dos 37 vezes. Para quem acreditou na empresa em 1991 e manteve as suas acções, isso significou uma valorização de cerca de 3000% numa década! A seguir a esse máximo histórico, o título iniciou uma violenta correcção, um ano antes dos mercados accionistas ruírem como autênticos baralhos de cartas. Em 2 anos, a Jerónimo Martins caía cerca de 85% negociando perto dos 5 euros! Do céu ao inferno foi um passo bem curto.
Foi uma altura de descrença em relação á Jerónimo Martins. Durante anos, a empresa era vista como um modelo de perfeição ao nível da gestão mas o autêntico fiasco da sua entrada na Polónia – fazendo com que a sua apresentação de resultados em 2000 provocasse uma das suas quedas mais fortes numa só sessão – fez com que o êxodo dos investidores fosse uma realidade. Durante cerca de 2 anos, a acção lateralizou num movimento muito monótono. Ninguém parecia querer saber mais da Jerónimo Martins mas, discretamente, algumas “mãos fortes” foram acumulando acções.
Desde aí, a acção tem construindo uma tendência ascendente muito sólida e discreta, sem subidas muito repentinas e, quando elas acontecem, alguém se encarrega de lançar logo “água fria”, fazendo a cotação corrigir. Parece quase uma “mão invisível” que vai dominando a Jerónimo Martins e fazendo-a seguir o seu caminho ascendente a um ritmo bem compassado.
Não há nenhum sinal que este poderoso “Bull Market” que vive a Jerónimo Martins tenha chegado ao fim. Só ponderarei esse cenário caso a acção quebre o suporte na zona dos 4 euros. Alguns de vós estarão a pensar que aí já é muito tarde e que já se deixou escapar uma grande percentagem da correcção. É verdade. Mas todos aqueles que têm vendido nas correcções mais marginais saltaram cedo de mais do grande comboio. No fundo, quem tem uma perspectiva de longo prazo, não pode te a ambição de querer comprar as acções exactamente no fundo e vendê-las exactamente no topo. Porque quem tem essa ambição geralmente deita tudo a perder…
Em termos de curto e médio prazo, só a quebra da zona de suporte entre os 4,5 e os 4,6 euros colocaria os ursos no comando da situação. Até que isso aconteça, as correcções são oportunidades para os touros que se perderam pelo caminho voltar a apanhar o comboio.
Adoro olhar para o gráfico de longo prazo da Jerónimo Martins. Nele encontramos claramente, ao longo do tempo, a ganância, o medo, a euforia, a depressão. E ainda há quem diga que as pessoas e os mercados mudam…
O percurso da Jerónimo Martins na Bolsa portuguesa nos últimos 15 anos mostra bem porque é que o mercado accionista é o palco de investimentos de alto risco e entusiasma milhões de investidores pelo mundo fora.
Em 1991 a Jerónimo Martins estava cotada abaixo dos 1,2 euros e no início de 1999, chegou a cotar acima dos 37 vezes. Para quem acreditou na empresa em 1991 e manteve as suas acções, isso significou uma valorização de cerca de 3000% numa década! A seguir a esse máximo histórico, o título iniciou uma violenta correcção, um ano antes dos mercados accionistas ruírem como autênticos baralhos de cartas. Em 2 anos, a Jerónimo Martins caía cerca de 85% negociando perto dos 5 euros! Do céu ao inferno foi um passo bem curto.
Foi uma altura de descrença em relação á Jerónimo Martins. Durante anos, a empresa era vista como um modelo de perfeição ao nível da gestão mas o autêntico fiasco da sua entrada na Polónia – fazendo com que a sua apresentação de resultados em 2000 provocasse uma das suas quedas mais fortes numa só sessão – fez com que o êxodo dos investidores fosse uma realidade. Durante cerca de 2 anos, a acção lateralizou num movimento muito monótono. Ninguém parecia querer saber mais da Jerónimo Martins mas, discretamente, algumas “mãos fortes” foram acumulando acções.
Desde aí, a acção tem construindo uma tendência ascendente muito sólida e discreta, sem subidas muito repentinas e, quando elas acontecem, alguém se encarrega de lançar logo “água fria”, fazendo a cotação corrigir. Parece quase uma “mão invisível” que vai dominando a Jerónimo Martins e fazendo-a seguir o seu caminho ascendente a um ritmo bem compassado.
Não há nenhum sinal que este poderoso “Bull Market” que vive a Jerónimo Martins tenha chegado ao fim. Só ponderarei esse cenário caso a acção quebre o suporte na zona dos 4 euros. Alguns de vós estarão a pensar que aí já é muito tarde e que já se deixou escapar uma grande percentagem da correcção. É verdade. Mas todos aqueles que têm vendido nas correcções mais marginais saltaram cedo de mais do grande comboio. No fundo, quem tem uma perspectiva de longo prazo, não pode te a ambição de querer comprar as acções exactamente no fundo e vendê-las exactamente no topo. Porque quem tem essa ambição geralmente deita tudo a perder…
Em termos de curto e médio prazo, só a quebra da zona de suporte entre os 4,5 e os 4,6 euros colocaria os ursos no comando da situação. Até que isso aconteça, as correcções são oportunidades para os touros que se perderam pelo caminho voltar a apanhar o comboio.
Adoro olhar para o gráfico de longo prazo da Jerónimo Martins. Nele encontramos claramente, ao longo do tempo, a ganância, o medo, a euforia, a depressão. E ainda há quem diga que as pessoas e os mercados mudam…
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Impresa
A OPV da Imprensa ocorreu 3 meses apenas o topo da “bolha” especulativa do ano 2000. Foram muitos os investidores que subscreveram essa operação, ainda no meio da euforia vivida nessa altura. Naturalmente que, face à correcção violenta que viveram os mercados internacionais nos meses que seguiram, a Impresa afundou-se, perdendo mais de 80% do seu valor.
Depois da acção ter efectuado um duplo fundo quase perfeito, um ano depois de ter atingido o seu mínimo histórico, conseguiu finalmente inverter a tendência de quedas e iniciar um novo “Bull Market” que fez a acção ganhar mais de 400% desde os seus mínimos até ao inicio de 2005.
Contudo, em 2005, enquanto a generalidade das acções portuguesas continuava a sua escalada altista, a Impresa iniciava uma longa tendência descendente. A SIC continuava sem conseguir reconquistar o primeiro lugar das audiências e Francisco Pinto Balsemão confiou a Francisco Penim o cargo de Director de Programas na esperança que ele guindasse a SIC ao sucesso de outrora. Se com orçamentos tão reduzidos Francisco Penim teve tanto sucesso na Sic Radical porque não poderia ele fazer muito melhor com outros meios?
A verdade é que o resultado foi desastroso e, em vez de recuperar telespectadores, a SIC perdeu ainda mais. Face a isto, na semana passada, é tomada a decisão da substituição de Francisco Penim por Nuno Santos, até aí na RTP.
No curto prazo, a Impresa tem sido muito castigada. A decisão do Governo em atribuir mais uma licença para um canal generalista torna ainda mais complicada a rentabilidade da SIC e isso trouxe muitos vendedores ao papel. Penso que é, por isso, uma excelente altura para analisar tecnicamente o papel.
Em todos os horizontes temporais, a tendência é claramente descendente. Até que a linha de tendência de médio prazo não seja quebrada em alta, os ursos continuam a mostrar a sua força e qualquer entrada continua a ter uma péssima relação rentabilidade/risco.
Ao longo dos últimos 6 meses em que a acção perdeu quase metade do seu valor em Bolsa, estou certo que muitos foram aqueles que estiveram tentados em comprar a acção. Mas a verdade é que todos os ressaltos têm esbarrado na força daquela linha de tendência e essas subidas não têm passado de ser meros ressaltos. Para quê contrariar a força do mercado? Eu só voltarei a tê-la debaixo do meu raio de acção para posições longas quando essa linha for quebrada. Mesmo sabendo que, pelo meio terá alguns ressaltos e a acção está a ficar tão “sobrevendida” que não faltará muito para esse movimento.
Conseguirá Nuno Santos parar o “monstro” (Leia-se “RTP”) que ele próprio criou?
A OPV da Imprensa ocorreu 3 meses apenas o topo da “bolha” especulativa do ano 2000. Foram muitos os investidores que subscreveram essa operação, ainda no meio da euforia vivida nessa altura. Naturalmente que, face à correcção violenta que viveram os mercados internacionais nos meses que seguiram, a Impresa afundou-se, perdendo mais de 80% do seu valor.
Depois da acção ter efectuado um duplo fundo quase perfeito, um ano depois de ter atingido o seu mínimo histórico, conseguiu finalmente inverter a tendência de quedas e iniciar um novo “Bull Market” que fez a acção ganhar mais de 400% desde os seus mínimos até ao inicio de 2005.
Contudo, em 2005, enquanto a generalidade das acções portuguesas continuava a sua escalada altista, a Impresa iniciava uma longa tendência descendente. A SIC continuava sem conseguir reconquistar o primeiro lugar das audiências e Francisco Pinto Balsemão confiou a Francisco Penim o cargo de Director de Programas na esperança que ele guindasse a SIC ao sucesso de outrora. Se com orçamentos tão reduzidos Francisco Penim teve tanto sucesso na Sic Radical porque não poderia ele fazer muito melhor com outros meios?
A verdade é que o resultado foi desastroso e, em vez de recuperar telespectadores, a SIC perdeu ainda mais. Face a isto, na semana passada, é tomada a decisão da substituição de Francisco Penim por Nuno Santos, até aí na RTP.
No curto prazo, a Impresa tem sido muito castigada. A decisão do Governo em atribuir mais uma licença para um canal generalista torna ainda mais complicada a rentabilidade da SIC e isso trouxe muitos vendedores ao papel. Penso que é, por isso, uma excelente altura para analisar tecnicamente o papel.
Em todos os horizontes temporais, a tendência é claramente descendente. Até que a linha de tendência de médio prazo não seja quebrada em alta, os ursos continuam a mostrar a sua força e qualquer entrada continua a ter uma péssima relação rentabilidade/risco.
Ao longo dos últimos 6 meses em que a acção perdeu quase metade do seu valor em Bolsa, estou certo que muitos foram aqueles que estiveram tentados em comprar a acção. Mas a verdade é que todos os ressaltos têm esbarrado na força daquela linha de tendência e essas subidas não têm passado de ser meros ressaltos. Para quê contrariar a força do mercado? Eu só voltarei a tê-la debaixo do meu raio de acção para posições longas quando essa linha for quebrada. Mesmo sabendo que, pelo meio terá alguns ressaltos e a acção está a ficar tão “sobrevendida” que não faltará muito para esse movimento.
Conseguirá Nuno Santos parar o “monstro” (Leia-se “RTP”) que ele próprio criou?
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Galp
A OPV da Galp, no final de 2006, foi extremamente positiva para o mercado português. Depois de vermos desaparecer da Bolsa portuguesa algumas acções por força de OPA`s (como a Vodafone), o aparecimento de uma empresa da dimensão da Galp veio abrir o leque de oportunidades na nossa praça, num sector “virgem” no nosso mercado.
Uma multidão de pequenos investidores subscreveu acções, numa operação que foi um verdadeiro sucesso. E desde o início que a Galp tem tido um óptimo comportamento no mercado. É verdade que as notícias dos últimos tempos sobre descobertas de novos poços de petróleo tem feito a cotação disparar, mas desde o início que a acção construiu uma tendência ascendente.
Do ponto de vista técnico, a Galp tem estado simplesmente perfeita. Cada resistência quebrada, cada novo máximo histórico dão um novo impulso à acção
Para quem detém acções da Galp (os que resistiram à tentação de vender) devem procurar seguir a velha máxima do mercado de “Deixar correr os lucros”. Na maior parte das vezes, os investidores não resistem à tentação de vender as acções em que estão a ganhar dinheiro e manter em carteira as acções que lhe estão a dar prejuízo. Nada mais errado. Se o mercado lhes está a dar razão e a mostrar força, há que “surfar” a onda e nunca remar contra ela.
É, no entanto, importante sublinhar que há que proteger os ganhos. As tendências não duram para sempre e há que nos defender dessas situações. Como? Por exemplo, através da colocação de um “stop” abaixo do novo suporte da acção (antiga resistência) dos 15,4. Se a acção fraquejar, a posição é fechada e as mais valias vão para a conta.
Penso que é também curioso sublinhar, neste caso, mais um dos erros dos pequenos investidores. Eles costumam comprar mais vezes acções em mínimos históricos do que em máximos históricos. “Ah… já está muito cara, não compro” ou “Está baratinha, vou comprar”, são muito comuns neste caso. Mas, uma vez mais, estão a ir contra o mercado. E as ondas às vezes são grandes…
A OPV da Galp, no final de 2006, foi extremamente positiva para o mercado português. Depois de vermos desaparecer da Bolsa portuguesa algumas acções por força de OPA`s (como a Vodafone), o aparecimento de uma empresa da dimensão da Galp veio abrir o leque de oportunidades na nossa praça, num sector “virgem” no nosso mercado.
Uma multidão de pequenos investidores subscreveu acções, numa operação que foi um verdadeiro sucesso. E desde o início que a Galp tem tido um óptimo comportamento no mercado. É verdade que as notícias dos últimos tempos sobre descobertas de novos poços de petróleo tem feito a cotação disparar, mas desde o início que a acção construiu uma tendência ascendente.
Do ponto de vista técnico, a Galp tem estado simplesmente perfeita. Cada resistência quebrada, cada novo máximo histórico dão um novo impulso à acção
Para quem detém acções da Galp (os que resistiram à tentação de vender) devem procurar seguir a velha máxima do mercado de “Deixar correr os lucros”. Na maior parte das vezes, os investidores não resistem à tentação de vender as acções em que estão a ganhar dinheiro e manter em carteira as acções que lhe estão a dar prejuízo. Nada mais errado. Se o mercado lhes está a dar razão e a mostrar força, há que “surfar” a onda e nunca remar contra ela.
É, no entanto, importante sublinhar que há que proteger os ganhos. As tendências não duram para sempre e há que nos defender dessas situações. Como? Por exemplo, através da colocação de um “stop” abaixo do novo suporte da acção (antiga resistência) dos 15,4. Se a acção fraquejar, a posição é fechada e as mais valias vão para a conta.

Penso que é também curioso sublinhar, neste caso, mais um dos erros dos pequenos investidores. Eles costumam comprar mais vezes acções em mínimos históricos do que em máximos históricos. “Ah… já está muito cara, não compro” ou “Está baratinha, vou comprar”, são muito comuns neste caso. Mas, uma vez mais, estão a ir contra o mercado. E as ondas às vezes são grandes…
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EDP
A colocação em Bolsa da EDP, em 1997, foi o baptismo de muitos investidores no mercado de capitais e revitalizou a Bolsa portuguesa.
Durante alguns anos, milhares de pequenos investidores seguiam apaixonadamente a evolução das cotações da EDP. As quedas que marcaram o percurso da acção durante alguns anos, fizeram com que muitos desses pequenos investidores vendessem as suas acções e o entusiasmo em torno da EDP se desvanecesse. Apesar disso, a acção continua a ser das mais detidas pelos investidores portugueses e a inversão que se deu no papel nos últimos anos voltou a atrair o interesse dos pequenos investidores.
Tecnicamente, em termos de longo prazo, mantenho o optimismo que venho defendendo desde que a EDP formou uma base muito sólida entre meados de 2002 e 2003, o que lhe permitiu inverter a tendência descendente em que se encontrava. Continuo, por isso, sem vislumbrar qualquer razão que me faça deixar de acreditar no actual “Bull Market” da EDP. Claro que nas correcções todos nos questionamos se não será desta que a acção vai inverter definitivamente mas, até hoje, não houve nenhum sinal claro nesse sentido.
Em termos de curto prazo, depois de ter quebrado a resistência na casa dos 3,35 euros, a acção voou e estabeleceu um novo máximo histórico. Depois disso seguiu-se uma retracção que temos que considerar como normal e que não retira os touros do comando da acção. Apenas uma quebra do suporte dos 3,35 euros colocaria os ursos no poder, em termos de curto prazo. Mas, para já, o reinado dos touros prossegue, mesmo que muitos pequenos investidores já tenham ficado pelo caminho…
O grande desafio da EDP é a linha de tendência descendente de curto prazo que tem marcado o ritmo das quedas do papel nos últimos 2 meses. Quem quer entrar no papel, deve esperar pela ruptura em alta dessa linha que seria um sinal de força encorajador para os touros. Aí acende-se uma nova luz…
A colocação em Bolsa da EDP, em 1997, foi o baptismo de muitos investidores no mercado de capitais e revitalizou a Bolsa portuguesa.
Durante alguns anos, milhares de pequenos investidores seguiam apaixonadamente a evolução das cotações da EDP. As quedas que marcaram o percurso da acção durante alguns anos, fizeram com que muitos desses pequenos investidores vendessem as suas acções e o entusiasmo em torno da EDP se desvanecesse. Apesar disso, a acção continua a ser das mais detidas pelos investidores portugueses e a inversão que se deu no papel nos últimos anos voltou a atrair o interesse dos pequenos investidores.
Tecnicamente, em termos de longo prazo, mantenho o optimismo que venho defendendo desde que a EDP formou uma base muito sólida entre meados de 2002 e 2003, o que lhe permitiu inverter a tendência descendente em que se encontrava. Continuo, por isso, sem vislumbrar qualquer razão que me faça deixar de acreditar no actual “Bull Market” da EDP. Claro que nas correcções todos nos questionamos se não será desta que a acção vai inverter definitivamente mas, até hoje, não houve nenhum sinal claro nesse sentido.
Em termos de curto prazo, depois de ter quebrado a resistência na casa dos 3,35 euros, a acção voou e estabeleceu um novo máximo histórico. Depois disso seguiu-se uma retracção que temos que considerar como normal e que não retira os touros do comando da acção. Apenas uma quebra do suporte dos 3,35 euros colocaria os ursos no poder, em termos de curto prazo. Mas, para já, o reinado dos touros prossegue, mesmo que muitos pequenos investidores já tenham ficado pelo caminho…
O grande desafio da EDP é a linha de tendência descendente de curto prazo que tem marcado o ritmo das quedas do papel nos últimos 2 meses. Quem quer entrar no papel, deve esperar pela ruptura em alta dessa linha que seria um sinal de força encorajador para os touros. Aí acende-se uma nova luz…
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Cimpor
Ao contrário da generalidade das acções da Bolsa portuguesa, a Cimpor começou a viver o seu momento de euforia a partir de Abril de 2000, numa altura em que os mercados mundiais iniciavam uma das maiores correcções de que há memória. Contudo, o início da luta pelo controlo da empresa, fez com que os grandes grupos interessados no controlo da Cimpor exercessem uma enorme pressão de compra, que fez a acção ganhar 150% no período de um ano. Este valor é ainda mais significativo se tomarmos em linha de conta que, durante o mesmo período, o PSI perdeu cerca de 30%.
O auge desse movimento de alta foi atingido em Abril de 2001, escassos dias após uma Assembleia Geral de contornos decisivos quanto ao posicionamento estratégico dos diferentes grupos no controlo da Cimpor. A partir daí, a queda foi rápida e, passado algum tempo, construiu uma base durante cerca de um ano que lhe permitiu construir os alicerces para o início do seu “Bull Market”.
No Verão deste ano, a Cimpor estabeleceu um novo máximo histórico mas acabou por perder força e, depois de quebrar a Linha de Tendência descendente de longo prazo, a acção colocou em causa o “Bull Market” em que se encontrava.
Em termos de curto e médio prazo, a acção tem estado a lateralizar, num equilíbrio de forças entre ursos e touros. A grande barreira à subida da Cimpor tem sido a resistência horizontal na zona entre os 6,36 e os 6,4 euros. Até que essa resistência seja quebrada, não creio que a relação rentabilidade/risco seja atractiva para uma entrada no papel. Caso essa resistência seja quebrada, o caminho fica aberto para mais 10% de subida. Mas, até lá, há que ir esperando por esse sinal. Para quê a pressa?
Ao contrário da generalidade das acções da Bolsa portuguesa, a Cimpor começou a viver o seu momento de euforia a partir de Abril de 2000, numa altura em que os mercados mundiais iniciavam uma das maiores correcções de que há memória. Contudo, o início da luta pelo controlo da empresa, fez com que os grandes grupos interessados no controlo da Cimpor exercessem uma enorme pressão de compra, que fez a acção ganhar 150% no período de um ano. Este valor é ainda mais significativo se tomarmos em linha de conta que, durante o mesmo período, o PSI perdeu cerca de 30%.
O auge desse movimento de alta foi atingido em Abril de 2001, escassos dias após uma Assembleia Geral de contornos decisivos quanto ao posicionamento estratégico dos diferentes grupos no controlo da Cimpor. A partir daí, a queda foi rápida e, passado algum tempo, construiu uma base durante cerca de um ano que lhe permitiu construir os alicerces para o início do seu “Bull Market”.
No Verão deste ano, a Cimpor estabeleceu um novo máximo histórico mas acabou por perder força e, depois de quebrar a Linha de Tendência descendente de longo prazo, a acção colocou em causa o “Bull Market” em que se encontrava.
Em termos de curto e médio prazo, a acção tem estado a lateralizar, num equilíbrio de forças entre ursos e touros. A grande barreira à subida da Cimpor tem sido a resistência horizontal na zona entre os 6,36 e os 6,4 euros. Até que essa resistência seja quebrada, não creio que a relação rentabilidade/risco seja atractiva para uma entrada no papel. Caso essa resistência seja quebrada, o caminho fica aberto para mais 10% de subida. Mas, até lá, há que ir esperando por esse sinal. Para quê a pressa?
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Brisa
Em 2002, quando os investidores assistiam ao desmoronar dos mercados - com as principais Bolsas mundiais a registarem mínimos dos últimos anos – em Portugal uma acção registava máximos históricos: A Brisa.
A Brisa foi colocada no mercado nos finais de 1997, uns meses depois da OPV (Oferta Pública de Venda) da EDP que voltou a atrair os pequenos investidores portugueses ao mercado de capitais e a recolocar a Bolsa como tema de conversa entre os portugueses. O primeiro ano da Brisa no mercado foi excelente com a acção a ganhar mais de 75%.
Contudo, em 1999 o entusiasmo pela acção arrefeceu. As Bolsas mundiais começaram a viver uma euforia desmedida e a praça portuguesa não fugiu à regra, mas a Brisa era considerada uma acção defensiva e os investidores estavam sobretudo interessados nas acções tecnológicas. Por isso, em 1999 e no início de 2000, os investidores que detinham Brisa viam as suas acções a caírem enquanto os restantes títulos voavam num clima de euforia generalizado.
A Brisa tinha deixado de estar na moda. A empresa que um dia apelidei de “Máquina de fazer dinheiro” deixou de ser atractiva para os investidores que, nessa altura, estavam menos interessados nos resultados palpáveis e colocavam os olhos nas expectativas futuras que as empresas tecnológicas apregoavam.
O que se seguiu foi o final da euforia nos mercados e o início de um dos mais violentos “Bear Markets” que há memória. Contudo, o trajecto da Brisa era uma vez mais o oposto e enquanto a maioria das acções se afundava, a empresa concessionária das auto-estradas ia subindo e já este ano atingiu o seu máximo histórico, perante a indiferença dos investidores que quase se esqueceram que existia uma acção chamada Brisa na nossa Bolsa.
Em termos de longo prazo, a beleza da acção impressiona-me. Quase que podemos dizer que a Brisa vive um autêntico “Bull Market” desde que entrou em Bolsa. Não há qualquer sinal de inversão desta poderosa tendência ascendente, pelo que os ursos terão muito trabalho pela frente para destruir uma tendência tão sólida.
Em termos de curto e médio prazo, a situação já é bem menos clara. A Brisa tem estado a lateralizar, há cerca de um ano, pelo que nem ursos nem touros podem cantar vitória. Quem acompanha as minhas análises, sabe que costumo considerar positivo uma consolidação junto aos máximos históricos e este caso não é excepção. Os ursos argumentarão que se trata de um movimento de distribuição antes de quedas fortes e os touros defenderão que se trata de um movimento de acumulação antes de disparar. É sempre esta a questão que se coloca e cuja resposta é tão difícil: Acumulação ou distribuição?
Com uma tendência ascendente de longo prazo tão poderosa a proteger os touros, acredito que a maior probabilidade é de estarmos perante um reagrupar dos touros antes do assalto final ao máximo histórico, essa poderosa resistência na casa dos 10,45 euros. Contudo, em termos de rentabilidade/risco talvez só compensa entrar no papel em caso de ruptura dessa resistência.
A Brisa continua a não ser uma acção espectacular. Muitos continuam a considerá-la mais uma obrigação do que uma acção. Mas continua a ser uma “máquina de fazer dinheiro”. Em Bolsa e fora dela.
Em 2002, quando os investidores assistiam ao desmoronar dos mercados - com as principais Bolsas mundiais a registarem mínimos dos últimos anos – em Portugal uma acção registava máximos históricos: A Brisa.
A Brisa foi colocada no mercado nos finais de 1997, uns meses depois da OPV (Oferta Pública de Venda) da EDP que voltou a atrair os pequenos investidores portugueses ao mercado de capitais e a recolocar a Bolsa como tema de conversa entre os portugueses. O primeiro ano da Brisa no mercado foi excelente com a acção a ganhar mais de 75%.
Contudo, em 1999 o entusiasmo pela acção arrefeceu. As Bolsas mundiais começaram a viver uma euforia desmedida e a praça portuguesa não fugiu à regra, mas a Brisa era considerada uma acção defensiva e os investidores estavam sobretudo interessados nas acções tecnológicas. Por isso, em 1999 e no início de 2000, os investidores que detinham Brisa viam as suas acções a caírem enquanto os restantes títulos voavam num clima de euforia generalizado.
A Brisa tinha deixado de estar na moda. A empresa que um dia apelidei de “Máquina de fazer dinheiro” deixou de ser atractiva para os investidores que, nessa altura, estavam menos interessados nos resultados palpáveis e colocavam os olhos nas expectativas futuras que as empresas tecnológicas apregoavam.
O que se seguiu foi o final da euforia nos mercados e o início de um dos mais violentos “Bear Markets” que há memória. Contudo, o trajecto da Brisa era uma vez mais o oposto e enquanto a maioria das acções se afundava, a empresa concessionária das auto-estradas ia subindo e já este ano atingiu o seu máximo histórico, perante a indiferença dos investidores que quase se esqueceram que existia uma acção chamada Brisa na nossa Bolsa.
Em termos de longo prazo, a beleza da acção impressiona-me. Quase que podemos dizer que a Brisa vive um autêntico “Bull Market” desde que entrou em Bolsa. Não há qualquer sinal de inversão desta poderosa tendência ascendente, pelo que os ursos terão muito trabalho pela frente para destruir uma tendência tão sólida.
Em termos de curto e médio prazo, a situação já é bem menos clara. A Brisa tem estado a lateralizar, há cerca de um ano, pelo que nem ursos nem touros podem cantar vitória. Quem acompanha as minhas análises, sabe que costumo considerar positivo uma consolidação junto aos máximos históricos e este caso não é excepção. Os ursos argumentarão que se trata de um movimento de distribuição antes de quedas fortes e os touros defenderão que se trata de um movimento de acumulação antes de disparar. É sempre esta a questão que se coloca e cuja resposta é tão difícil: Acumulação ou distribuição?
Com uma tendência ascendente de longo prazo tão poderosa a proteger os touros, acredito que a maior probabilidade é de estarmos perante um reagrupar dos touros antes do assalto final ao máximo histórico, essa poderosa resistência na casa dos 10,45 euros. Contudo, em termos de rentabilidade/risco talvez só compensa entrar no papel em caso de ruptura dessa resistência.
A Brisa continua a não ser uma acção espectacular. Muitos continuam a considerá-la mais uma obrigação do que uma acção. Mas continua a ser uma “máquina de fazer dinheiro”. Em Bolsa e fora dela.
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BPI
Durante anos, o BPI era das acções que eu mais gostava da nossa Bolsa. Tecnicamente era perfeito, produzia movimentos muito consistentes, nunca atraiu as multidões e as suas tendências duradouras. A OPA lançada do BCP sobre o BPI fez com que o papel disparasse e andasse ao sabor das notícias.
Os três últimos trimestres de 2006 trouxeram-nos um autêntico marasmo em torno desta acção, fruto do impasse em torno da OPA. Várias vezes mostrei o meu descontentamento sobre as dificuldades legais que operações deste género enfrentam no nosso país. É incompreensível que um processo destes se arraste tanto tempo, paralisando as empresas em questão, impossibilidades de tomar decisões estratégicas.
A proposta de fusão com o BCP lançada pelo BPI veio trazer alguma volatilidade ao papel, mas o seu fracasso fez a acção corrigir fortemente e quebrar alguns importantes suportes.
Neste momento, recomendaria entrar no BPI? Não. Dada a subida vertiginosa que ocorreu quando do lançamento da OPA do BCP, o BPI não conseguiu criar suportes fiáveis, pelo que o único suporte relevante que encontro se situa na zona dos 4,6 euros.
Isto quer dizer que o BPI vai cair até aí? Não. Mas permite-me elaborar um plano de acção que apenas me permite considerar entrar no papel caso volte a quebrar, em alta, a resistência na casa dos 5,7 euros. Até que isso aconteça, os ursos jogam em casa e eu sempre preferi estar longo no próprio estádio dos touros.
Há umas semanas atrás, quando escrevi pela primeira vez esta análise nos “Discos Pedidos” aqui no fórum, recebi algumas mensagens privadas a dizer que era irresponsável da minha parte dizer que o BPI poderia cair até aos 4,6 euros. Hoje, algumas semanas depois, afinal essa hipótese é bem mais real do que aparentava.
Durante anos, o BPI era das acções que eu mais gostava da nossa Bolsa. Tecnicamente era perfeito, produzia movimentos muito consistentes, nunca atraiu as multidões e as suas tendências duradouras. A OPA lançada do BCP sobre o BPI fez com que o papel disparasse e andasse ao sabor das notícias.
Os três últimos trimestres de 2006 trouxeram-nos um autêntico marasmo em torno desta acção, fruto do impasse em torno da OPA. Várias vezes mostrei o meu descontentamento sobre as dificuldades legais que operações deste género enfrentam no nosso país. É incompreensível que um processo destes se arraste tanto tempo, paralisando as empresas em questão, impossibilidades de tomar decisões estratégicas.
A proposta de fusão com o BCP lançada pelo BPI veio trazer alguma volatilidade ao papel, mas o seu fracasso fez a acção corrigir fortemente e quebrar alguns importantes suportes.
Neste momento, recomendaria entrar no BPI? Não. Dada a subida vertiginosa que ocorreu quando do lançamento da OPA do BCP, o BPI não conseguiu criar suportes fiáveis, pelo que o único suporte relevante que encontro se situa na zona dos 4,6 euros.
Isto quer dizer que o BPI vai cair até aí? Não. Mas permite-me elaborar um plano de acção que apenas me permite considerar entrar no papel caso volte a quebrar, em alta, a resistência na casa dos 5,7 euros. Até que isso aconteça, os ursos jogam em casa e eu sempre preferi estar longo no próprio estádio dos touros.
Há umas semanas atrás, quando escrevi pela primeira vez esta análise nos “Discos Pedidos” aqui no fórum, recebi algumas mensagens privadas a dizer que era irresponsável da minha parte dizer que o BPI poderia cair até aos 4,6 euros. Hoje, algumas semanas depois, afinal essa hipótese é bem mais real do que aparentava.
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BES
Entre 1995 e 1999, o BES era das acções mais espectaculares da Bolsa portuguesa. Durante esse período, a acção tinha uma grande volatilidade e fazia as delícias dos investidores portugueses. Curiosamente, a partir de 1999, a acção perdeu o seu ritmo vertiginoso e passou completamente ao lado da euforia que se viveu nas principais Bolsas mundiais até Março de 2000.
Entre 2002 e 2005, o BES parecia uma acção morta. Passavam-se meses consecutivos de total apatia, em que o título parecia completamente esquecido. Para terem noção daquilo que vos estou a relatar, em 2005, a amplitude entre o máximo e o mínimo do ano foi de apenas 6%.
Mas, em 2006, o título acorda e arranca para excelentes valorizações, batendo o máximo histórico no Verão deste ano. Desde aí tem corrigido, deixando algumas dúvidas sobre o seu comportamento nos próximos tempos.
Tecnicamente, acredito que a zona chave desta acção é o suporte situado entre os 14,8 e os 15 euros. É fundamental que esta zona aguente para que os touros se mantenham no comando da situação em termos de longo prazo. Uma quebra dessa zona colocaria, na minha opinião, em causa o actual “Bull Market” do BES. Na passada Sexta-feira a acção fechou abaixo desta zona, veremos se nesta semana se confirma a consistência desta quebra ou se foi apenas um falso “breakout”.
Em termos de curto e médio prazo, a acção está com uma tendência ligeiramente descendente. Para quem quer entrar no título, penso ser aconselhável esperar por uma ruptura da resistência situada entre os 16,2 e os 16,5 euros. Se o BES conseguir quebrar, consistentemente, essa zona, terá caminho aberto rumo aos máximos históricos. Até lá, não vale a pena forçar entradas.
No meio de todos estes escândalos em torno do BCP, estará o BES a ganhar credibilidade e terreno ou a deixar-se contagiar pela crise do sector?
Entre 1995 e 1999, o BES era das acções mais espectaculares da Bolsa portuguesa. Durante esse período, a acção tinha uma grande volatilidade e fazia as delícias dos investidores portugueses. Curiosamente, a partir de 1999, a acção perdeu o seu ritmo vertiginoso e passou completamente ao lado da euforia que se viveu nas principais Bolsas mundiais até Março de 2000.
Entre 2002 e 2005, o BES parecia uma acção morta. Passavam-se meses consecutivos de total apatia, em que o título parecia completamente esquecido. Para terem noção daquilo que vos estou a relatar, em 2005, a amplitude entre o máximo e o mínimo do ano foi de apenas 6%.
Mas, em 2006, o título acorda e arranca para excelentes valorizações, batendo o máximo histórico no Verão deste ano. Desde aí tem corrigido, deixando algumas dúvidas sobre o seu comportamento nos próximos tempos.
Tecnicamente, acredito que a zona chave desta acção é o suporte situado entre os 14,8 e os 15 euros. É fundamental que esta zona aguente para que os touros se mantenham no comando da situação em termos de longo prazo. Uma quebra dessa zona colocaria, na minha opinião, em causa o actual “Bull Market” do BES. Na passada Sexta-feira a acção fechou abaixo desta zona, veremos se nesta semana se confirma a consistência desta quebra ou se foi apenas um falso “breakout”.
Em termos de curto e médio prazo, a acção está com uma tendência ligeiramente descendente. Para quem quer entrar no título, penso ser aconselhável esperar por uma ruptura da resistência situada entre os 16,2 e os 16,5 euros. Se o BES conseguir quebrar, consistentemente, essa zona, terá caminho aberto rumo aos máximos históricos. Até lá, não vale a pena forçar entradas.
No meio de todos estes escândalos em torno do BCP, estará o BES a ganhar credibilidade e terreno ou a deixar-se contagiar pela crise do sector?
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BCP
A história do BCP em Bolsa confunde-se com a história do mercado das últimas duas décadas da Bolsa portuguesa. A dimensão que este grupo atingiu no mercado, a liquidez que lhe garantia e a presença em momentos cruciais da nossa Bolsa, fizeram com que este passasse a ser um dos símbolos da praça portuguesa.
Naturalmente que isso foi cativando os pequenos investidores para a acção e se a isso juntarmos a política de concessão de benefícios (além de empréstimos) aos clientes que sejam seus accionistas– uma política altamente controversa – facilmente percebemos a razão das acções do BCP serem das mais detidas pelos portugueses.
A novela em torno da sucessão no BCP ultrapassa a esfera económica, movendo-se para os tabuleiros políticos. Seja qual for a solução encontrada, há danos de imagem e de confiança que demorarão bastante tempo até serem ultrapassados. Na proposta de fusão apresentada pelo BPI ao BCP, mais do que o rácio de troca, a questão de caber ao BPI a liderança executiva da nova instituição fez com que o BCP rejeitasse a proposta. Mas, face as provas dadas ao longo dos anos, não estaria a actual liderança do BPI em melhores condições para gerir o novo Banco do que os actuais responsáveis do BCP? Parece-me claramente que sim e que o BCP perdeu uma excelente oportunidade para fugir à situação que vive hoje.
O gráfico de longo prazo mostra o sucesso do BCP em Bolsa, mas mostra também bem as crises da Bolsa portuguesa e da própria instituição. A tendência de longo prazo continua ascendente, mas a acção não se encontra muito longe da sua Linha de Tendência Ascendente de longo prazo que marca a fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market”. Será esta linha que os touros têm que defender com unhas e dentes se não quiserem ver o seu reinado dos últimos anos chegar ao fim.
Em termos de curto prazo, a acção encontra-se perto da sua forte zona de suporte entre os 2,77 e os 2,93 euros que tem sustido as quedas nos últimos tempos. Contudo, sublinho que o grande teste desta acção vai ser a sua Linha de Tendência Ascendente de longo prazo. Abaixo desta linha que actualmente se situa na zona dos 2,6 euros, a situação técnica deteriora-se ainda mais e abre espaço para quedas ainda mais acentuadas.
Vender agora será uma boa opção? Ao longo dos últimos meses, houve inúmeros sinais técnicos de fraqueza e oportunidades para os investidores saírem do papel. Mas quem ainda está no papel, se vender agora estará a fazê-lo na pior altura já que a acção está junto a 2 suportes muito importantes. Faz muito mais sentido esperar para ver se esses suportes são quebrados e, se o forem, aí sim tomar essa decisão. É verdade que se perde um pouco mais mas dá-se oportunidade à acção de reagir em alta onde há mais probabilidades de o fazer. Negociar é gerir a relação rentabilidade/risco numa óptica probabilística.
O BCP está longe de ter resolvido por completo os seus problemas internos e o facto da banca internacional continuar a mostrar uma fraqueza assinalável torna a situação ainda mais difícil em termos de cotações. Que saudades do tempo em que quando se ouvia falar em BCP a primeira palavra que nos vinha à cabeça era: Credibilidade.
A história do BCP em Bolsa confunde-se com a história do mercado das últimas duas décadas da Bolsa portuguesa. A dimensão que este grupo atingiu no mercado, a liquidez que lhe garantia e a presença em momentos cruciais da nossa Bolsa, fizeram com que este passasse a ser um dos símbolos da praça portuguesa.
Naturalmente que isso foi cativando os pequenos investidores para a acção e se a isso juntarmos a política de concessão de benefícios (além de empréstimos) aos clientes que sejam seus accionistas– uma política altamente controversa – facilmente percebemos a razão das acções do BCP serem das mais detidas pelos portugueses.
A novela em torno da sucessão no BCP ultrapassa a esfera económica, movendo-se para os tabuleiros políticos. Seja qual for a solução encontrada, há danos de imagem e de confiança que demorarão bastante tempo até serem ultrapassados. Na proposta de fusão apresentada pelo BPI ao BCP, mais do que o rácio de troca, a questão de caber ao BPI a liderança executiva da nova instituição fez com que o BCP rejeitasse a proposta. Mas, face as provas dadas ao longo dos anos, não estaria a actual liderança do BPI em melhores condições para gerir o novo Banco do que os actuais responsáveis do BCP? Parece-me claramente que sim e que o BCP perdeu uma excelente oportunidade para fugir à situação que vive hoje.
O gráfico de longo prazo mostra o sucesso do BCP em Bolsa, mas mostra também bem as crises da Bolsa portuguesa e da própria instituição. A tendência de longo prazo continua ascendente, mas a acção não se encontra muito longe da sua Linha de Tendência Ascendente de longo prazo que marca a fronteira entre o “Bull” e o “Bear Market”. Será esta linha que os touros têm que defender com unhas e dentes se não quiserem ver o seu reinado dos últimos anos chegar ao fim.
Em termos de curto prazo, a acção encontra-se perto da sua forte zona de suporte entre os 2,77 e os 2,93 euros que tem sustido as quedas nos últimos tempos. Contudo, sublinho que o grande teste desta acção vai ser a sua Linha de Tendência Ascendente de longo prazo. Abaixo desta linha que actualmente se situa na zona dos 2,6 euros, a situação técnica deteriora-se ainda mais e abre espaço para quedas ainda mais acentuadas.
Vender agora será uma boa opção? Ao longo dos últimos meses, houve inúmeros sinais técnicos de fraqueza e oportunidades para os investidores saírem do papel. Mas quem ainda está no papel, se vender agora estará a fazê-lo na pior altura já que a acção está junto a 2 suportes muito importantes. Faz muito mais sentido esperar para ver se esses suportes são quebrados e, se o forem, aí sim tomar essa decisão. É verdade que se perde um pouco mais mas dá-se oportunidade à acção de reagir em alta onde há mais probabilidades de o fazer. Negociar é gerir a relação rentabilidade/risco numa óptica probabilística.
O BCP está longe de ter resolvido por completo os seus problemas internos e o facto da banca internacional continuar a mostrar uma fraqueza assinalável torna a situação ainda mais difícil em termos de cotações. Que saudades do tempo em que quando se ouvia falar em BCP a primeira palavra que nos vinha à cabeça era: Credibilidade.
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Altri
Lançada no mercado no início de 2005, a Altri foi a estrela da Bolsa portuguesa nos últimos anos. A empresa resultou de um “spin off” da Cofina que separou os negócios ligados aos “media” dos industriais, tendo ficado estes últimos na Altri. Uma vez mais, Paulo Fernandes provou ser um dos mestres em se movimentar no mercado de capitais, providenciando visibilidade a uma área de negócios ofuscada pelo mediatismo das participações na Comunicação Social.
A Altri foi colocada em Bolsa em Março de 2005 e valorizou-se cerca de 1700% em pouco mais de dois anos. Sim, leram bem… 1700%! Números assombrosos para um mercado tão pouco dado a este tipo de fenómenos como o nosso.
Para mim, a zona chave da Altri situa-se na casa dos 5 euros. A zona entre os 5 e os 5,5 euros tem servido como suporte às correcções recentes do papel e tem sido aí que os touros reorganizam forças para voltar a empurrar a acção para cima.
Em jeito de confissão, gostaria de dizer que não acredito que a Altri valha o preço a que está cotada. Mas também nunca foi isso que me fez negociar já que sou, sobretudo, um analista técnico. Mas não tenciono entrar longo no papel. Apenas negociarei Altri se quebrar esse tal suporte decisivo nos 5 euros porque, face à total ausência de suportes a partir daí, poderemos ter uma oportunidade fantástica do lado curto. Mas até que isso aconteça, seria imprudente tentar vencer os touros em seu próprio território. E se há coisa que eles têm mostrado deste que a Altri em Bolsa é que têm castigado todos aqueles que tentam dar o braço aos ursos.
Lançada no mercado no início de 2005, a Altri foi a estrela da Bolsa portuguesa nos últimos anos. A empresa resultou de um “spin off” da Cofina que separou os negócios ligados aos “media” dos industriais, tendo ficado estes últimos na Altri. Uma vez mais, Paulo Fernandes provou ser um dos mestres em se movimentar no mercado de capitais, providenciando visibilidade a uma área de negócios ofuscada pelo mediatismo das participações na Comunicação Social.
A Altri foi colocada em Bolsa em Março de 2005 e valorizou-se cerca de 1700% em pouco mais de dois anos. Sim, leram bem… 1700%! Números assombrosos para um mercado tão pouco dado a este tipo de fenómenos como o nosso.
Para mim, a zona chave da Altri situa-se na casa dos 5 euros. A zona entre os 5 e os 5,5 euros tem servido como suporte às correcções recentes do papel e tem sido aí que os touros reorganizam forças para voltar a empurrar a acção para cima.
Em jeito de confissão, gostaria de dizer que não acredito que a Altri valha o preço a que está cotada. Mas também nunca foi isso que me fez negociar já que sou, sobretudo, um analista técnico. Mas não tenciono entrar longo no papel. Apenas negociarei Altri se quebrar esse tal suporte decisivo nos 5 euros porque, face à total ausência de suportes a partir daí, poderemos ter uma oportunidade fantástica do lado curto. Mas até que isso aconteça, seria imprudente tentar vencer os touros em seu próprio território. E se há coisa que eles têm mostrado deste que a Altri em Bolsa é que têm castigado todos aqueles que tentam dar o braço aos ursos.
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O meu olhar sobre o PSI e as suas 20 acções
Pegando em algumas análises que efectuei na rubrica do Caldeirão "Discos Pedidos" decidi actualizar algumas, refazer por completo outras e analisar as acções que ainda não tinham sido pedidas. Mas o mais curioso é que não mexi na maioria...
Aqui têm a minha análise ao PSI20 e a todas as acções que o compõem. Espero que gostem.
PSI 20
O ano de 2007 foi bastante bom para a Bolsa portuguesa. A colocação na praça portuguesa de empresas como a GALP (no final de 2006), a REN ou a Martifer veio trazer novos investidores ao mercado de capitais. Esta nova geração de investidores que descobre agora a Bolsa é também fruto de 4 anos de um “Bull Market” poderoso mas sereno que capta as atenções de quem está de fora.
Os títulos em destaque mudam, as condições de negociação em Bolsa modernizam-se, os mercados são cada vez mais globais mas há aspectos que nunca mudam ao longo das décadas e todos eles se prendem com a natureza do ser humano. Os anos passam e o medo e a ganância continuam a ser os pontos fulcrais que fazem mover os mercados. E, como sempre, apenas bastante tempo depois dos “Bull Markets” começarem, há uma série de investidores que, atraídos pelos lucros dos amigos e pelas histórias de sucesso alheias, chegam ao mercado. Há coisas que nunca mudam.
A Bolsa portuguesa viveu um dos mais violentos “Bear Markets” que há memória entre 2000 e 2002, onde a maior parte dos investidores foi esmagada pela força dos ursos e abandonou para sempre o mercado accionista. Entre 2002 e 2003 ninguém queria saber de notícias dos mercados e os fóruns de Bolsa estavam às moscas. Como sempre, com o pessimismo a atingir o seu auge, a praça portuguesa iniciou a sua trajectória ascendente. Mais uma vez, há coisas que nunca mudam…
Nos últimos 4 anos de excelentes ganhos, houve várias correcções e em todas elas apareceram analistas, jornalistas, investidores ou simples curiosos a prognosticarem o final do “Bull Market”. A verdade é que essas previsões sempre falharam e as subidas continuaram depois dessas correcções. Para mim, adivinhar topos (e fundos) pode ser uma tarefa intelectualmente muito estimulante mas costuma produzir maus resultados em termos de mercado. E, para mim, o objectivo em Bolsa deverá ser ganhar dinheiro. Sempre que há uma inversão, é preferível perder esses primeiros momentos da mesma, mas depois tomar decisões mais seguras.
Tanto se tem falado das correcções na Bolsa portuguesa, no impacto da crise do mercado hipotecário no mercado nacional que, quem não acompanhar as cotações e apenas ouvir as notícias económicas, pensará que a Bolsa portuguesa anda pelas ruas da amargura. Mas, se formos analisar com frieza o principal índice português, constatamos que ele está a cerca de 8% do máximo dos últimos anos.
O actual momento do nosso mercado é curioso. Por um lado, há uma série de investidores que nunca viveram as agruras de um “Bear Market” e que se recusam a aceitar que as correcções são normais, atribuindo todas as quedas a manipulações ou outros fenómenos do género. Este excesso de optimismo é um sinal negativo para o mercado. Mas, por outro lado, a crise do mercado hipotecário veio colocar bastante pessimismo noutros investidores ou, pelo menos, refrear os seus ânimos. E, para um mercado que está muito perto do máximo dos últimos 7 anos, seria de esperar muito mais euforia. Esta ausência de demonstrações de euforia é um sinal positivo para o mercado.
Com estes sinais contraditórios, faz ainda mais sentido analisar tecnicamente o PSI20 e determinais locais chave para podermos perceber o que pode o principal índice português fazer nos próximos tempos.
Há dois pontos chave no gráfico: O primeiro é - naturalmente - a zona do máximo dos últimos anos, na casa dos 13700 pontos. Uma ruptura, em alta, dessa zona daria um novo fôlego ao actual "Bull Market" e acredito que teríamos subidas bem violentas, trazendo de novo a Bolsa portuguesa para as aberturas dos “Telejornais” e para as primeiras páginas dos jornais.
Mas creio que a zona mais importante para o mercado português se situa, grosso modo, entre os 12554 e os 12732 pontos. Uma quebra consistente (não basta uma tupruta marginal ou de apenas uma sessão para a considerarmos consistente), em baixa, dessa zona poderá ser um dos mais fortes sinais de inversão do mercado, pelo menos no curto/médio prazo. Claro que para falarmos em sinais claros de início de "Bear Market", em termos de longo prazo, já teríamos que estar a referirmo-nos à zona de suporte nos 11400 pontos. Mas isso já é uma história que ficará para contar noutra altura.
Para já, apesar das crises e das profecias da desgraça, o mercado continua sem se despenhar. Mas, abaixo dos 12554 pontos acende-se uma luz para os ursos. Estranho mundo este da análise técnica em que se quer comprar depois das acções subirem e vender depois das acções caírem…
Aqui têm a minha análise ao PSI20 e a todas as acções que o compõem. Espero que gostem.

PSI 20
O ano de 2007 foi bastante bom para a Bolsa portuguesa. A colocação na praça portuguesa de empresas como a GALP (no final de 2006), a REN ou a Martifer veio trazer novos investidores ao mercado de capitais. Esta nova geração de investidores que descobre agora a Bolsa é também fruto de 4 anos de um “Bull Market” poderoso mas sereno que capta as atenções de quem está de fora.
Os títulos em destaque mudam, as condições de negociação em Bolsa modernizam-se, os mercados são cada vez mais globais mas há aspectos que nunca mudam ao longo das décadas e todos eles se prendem com a natureza do ser humano. Os anos passam e o medo e a ganância continuam a ser os pontos fulcrais que fazem mover os mercados. E, como sempre, apenas bastante tempo depois dos “Bull Markets” começarem, há uma série de investidores que, atraídos pelos lucros dos amigos e pelas histórias de sucesso alheias, chegam ao mercado. Há coisas que nunca mudam.
A Bolsa portuguesa viveu um dos mais violentos “Bear Markets” que há memória entre 2000 e 2002, onde a maior parte dos investidores foi esmagada pela força dos ursos e abandonou para sempre o mercado accionista. Entre 2002 e 2003 ninguém queria saber de notícias dos mercados e os fóruns de Bolsa estavam às moscas. Como sempre, com o pessimismo a atingir o seu auge, a praça portuguesa iniciou a sua trajectória ascendente. Mais uma vez, há coisas que nunca mudam…
Nos últimos 4 anos de excelentes ganhos, houve várias correcções e em todas elas apareceram analistas, jornalistas, investidores ou simples curiosos a prognosticarem o final do “Bull Market”. A verdade é que essas previsões sempre falharam e as subidas continuaram depois dessas correcções. Para mim, adivinhar topos (e fundos) pode ser uma tarefa intelectualmente muito estimulante mas costuma produzir maus resultados em termos de mercado. E, para mim, o objectivo em Bolsa deverá ser ganhar dinheiro. Sempre que há uma inversão, é preferível perder esses primeiros momentos da mesma, mas depois tomar decisões mais seguras.
Tanto se tem falado das correcções na Bolsa portuguesa, no impacto da crise do mercado hipotecário no mercado nacional que, quem não acompanhar as cotações e apenas ouvir as notícias económicas, pensará que a Bolsa portuguesa anda pelas ruas da amargura. Mas, se formos analisar com frieza o principal índice português, constatamos que ele está a cerca de 8% do máximo dos últimos anos.
O actual momento do nosso mercado é curioso. Por um lado, há uma série de investidores que nunca viveram as agruras de um “Bear Market” e que se recusam a aceitar que as correcções são normais, atribuindo todas as quedas a manipulações ou outros fenómenos do género. Este excesso de optimismo é um sinal negativo para o mercado. Mas, por outro lado, a crise do mercado hipotecário veio colocar bastante pessimismo noutros investidores ou, pelo menos, refrear os seus ânimos. E, para um mercado que está muito perto do máximo dos últimos 7 anos, seria de esperar muito mais euforia. Esta ausência de demonstrações de euforia é um sinal positivo para o mercado.
Com estes sinais contraditórios, faz ainda mais sentido analisar tecnicamente o PSI20 e determinais locais chave para podermos perceber o que pode o principal índice português fazer nos próximos tempos.
Há dois pontos chave no gráfico: O primeiro é - naturalmente - a zona do máximo dos últimos anos, na casa dos 13700 pontos. Uma ruptura, em alta, dessa zona daria um novo fôlego ao actual "Bull Market" e acredito que teríamos subidas bem violentas, trazendo de novo a Bolsa portuguesa para as aberturas dos “Telejornais” e para as primeiras páginas dos jornais.
Mas creio que a zona mais importante para o mercado português se situa, grosso modo, entre os 12554 e os 12732 pontos. Uma quebra consistente (não basta uma tupruta marginal ou de apenas uma sessão para a considerarmos consistente), em baixa, dessa zona poderá ser um dos mais fortes sinais de inversão do mercado, pelo menos no curto/médio prazo. Claro que para falarmos em sinais claros de início de "Bear Market", em termos de longo prazo, já teríamos que estar a referirmo-nos à zona de suporte nos 11400 pontos. Mas isso já é uma história que ficará para contar noutra altura.
Para já, apesar das crises e das profecias da desgraça, o mercado continua sem se despenhar. Mas, abaixo dos 12554 pontos acende-se uma luz para os ursos. Estranho mundo este da análise técnica em que se quer comprar depois das acções subirem e vender depois das acções caírem…
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Editado pela última vez por Ulisses Pereira em 7/1/2008 4:38, num total de 1 vez.