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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 19/4/2012 14:52

Basicamente penso que o aperto agora é maior mas a crise é considerada pior porque se deu como adquirido muitas coisas que em 83 não existiam e que não são essenciais para uma vida digna. Hoje na classe média baixar o nível de vida é deixar de ter um telemóvel, por exemplo. Em 83 baixar de nível na classe média era comer pior. Só isso.

Abaixo da classe média, sim, sofrem mais hoje do que em 83 na minha opinião.
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por artista_ » 19/4/2012 14:32

AutoMech Escreveu:Tenho a mesma opinião que o lfhm.


As nossas opiniões são idênticas ou complementares, por isso também deves ter a mesma que a minha! :)

Temos estado apenas a acrescentar elementos ao debate, mas nenhuns que invalidem os defendidos anteriormente, apenas acrescentam mais qualquer coisa ao assunto!


AutoMech Escreveu:O problema é que o nível de vida hoje exige muito mais dinheiro do que nessa altura em que falas (em que porventura, mesmo com a crise severa, ainda sobrava alguma coisa para o café, para a cerveja e para um petisco). Hoje não sobra porque há coisas que são consideradas absolutamente essenciais (quando não o são).


Sim concordo... mas não sei se isso é bem um problema, ou melhor, com esse problema podemos nós bem, não me parece que seja isso o essencial!

AutoMech Escreveu:Repara que nós andámos uma vida inteira sem telemóvel. Hoje qualquer miúdo "tem" de ter telemóvel.


Mas isso também podiam dizer muitos em 83, que a TV há 30 anos só uns poucos tinham e que nessa altura já ninguém a dispensava! Os tempos evoluem, ainda bem! :wink:

AutoMech Escreveu:Antigamente eram raras as casas com 2 carros. Hoje são 2 e 3, com os custos a triplicar. No nosso tempo a TV eram 2 canais. Hoje 'temos' de ter TV Cabo e internet. Daí que esta crise pareça pior do que a de 83, quando na minha opinião não é (mera opinião pessoal).


Para mim não é pior por causa disso, é pior porque o emprego está a níveis em que nunca esteve, com tendência para piorar. Porque não vemos perspetivas de recuperação. Em 83 já os meus pais tinham o café há 2/3 anos e havia outro em frente. Nunca fechou nem isso foi sequer hipótese, hoje o da frente já fechou e o dos meus pais (que já está trespassado há uns 20 anos) também está pela primeira vez com dificuldades... os FP e pensionistas nunca tiveram os dois subsídios cortados, por dois anos, não 3, não logo se vê...é por estas coisas que acho que é muito pior do que alguma coisa que eu já tenha vivido!

A saída do Euro poderá ser a única saída, ficaremos mais fechados cá dentro, mas penso que teremos menos dificuldades. A emigração aumentará mas pelo menos será para ir ganhar muito mais e não apenas para sobreviver... eu até preferia que não saíssemos, gosto de viajar e certamente isso passará a ser um luxo bem mais difícil de suportar, algo que se tornou bastante acessível a todas as carteiras, nas últimas duas décadas!

AutoMech Escreveu:E estou a referir-me ao aperto da classe média quando comparado com o aperto da classe média em 83. Não estou a falar obviamente das pessoas com salário mínimo. Essas, coitadas, tomara dinheiro para comer, quanto mais para terem carro, telemóvel ou internet.


Não percebi, achas que o aperto é igual?

Eu acho que é muito maior, mas não conheço bem a situação de 83, embora tenha uma idéia relativamente clara dela!
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por Automech » 19/4/2012 14:12

artista Escreveu:Sim, iaso é verdade, mas a realidade é que chegámos a aqui e era disse que eu estava a falar, que acho a situação atual bem mais grave do que a de 1983... pelo menos do que eu me lembro! Era bom que fosse apenas por na altura não ter idade para me preocupar muito com estas coisas, se a diferença é apenas essa não estamos tão mal quanto isso, mas palpita-me que não!


Tenho a mesma opinião que o lfhm. O problema é que o nível de vida hoje exige muito mais dinheiro do que nessa altura em que falas (em que porventura, mesmo com a crise severa, ainda sobrava alguma coisa para o café, para a cerveja e para um petisco). Hoje não sobra porque há coisas que são consideradas absolutamente essenciais (quando não o são). Repara que nós andámos uma vida inteira sem telemóvel. Hoje qualquer miúdo "tem" de ter telemóvel. Antigamente eram raras as casas com 2 carros. Hoje são 2 e 3, com os custos a triplicar. No nosso tempo a TV eram 2 canais. Hoje 'temos' de ter TV Cabo e internet. Daí que esta crise pareça pior do que a de 83, quando na minha opinião não é (mera opinião pessoal).

E estou a referir-me ao aperto da classe média quando comparado com o aperto da classe média em 83. Não estou a falar obviamente das pessoas com salário mínimo. Essas, coitadas, tomara dinheiro para comer, quanto mais para terem carro, telemóvel ou internet.
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por artista_ » 19/4/2012 14:10

MiamiBlueHeart Escreveu:Citigroup: PIB português deverá recuar 5,4% este ano e 3% em 2013


Se isto se vier a verificar, confirma-se que um tipo sozinho, sem formação adequada (eu), consegue fazer uma previsão mais realista da evolução económica do país tendo em conta as medidas de austeridade definidas, do que toda uma equipa governativa, supostamente constituída por muitos especialistas na matéria... no mínimo preocupante!
Editado pela última vez por artista_ em 19/4/2012 14:12, num total de 1 vez.
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por MiamiBlue » 19/4/2012 14:05

mapaman Escreveu:Eu até sou adepto da mudança mas era se fosse feita por gente com conhecimento do que é a economia real,com experiencia no "saber fazer" e não por tipos que nem para guardar cabras num monte servem.

Este Primeiro Ministro vao ficar na história pelos piores motivos,só espero estar muito enganado e ter de engolir tudo o que escrevo.


Faço minhas as tuas palavras.

100% de acordo.

E eu votei nestes tipos (bem me enganaram).. se o arrependimento paga-se imposto, o Estado já tinha o défice controlado. :lol:
 
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por MiamiBlue » 19/4/2012 14:02

Citigroup: PIB português deverá recuar 5,4% este ano e 3% em 2013

Banco de investimento mantém previsão que Portugal vai pedir um segundo pacote de ajuda este ano e reestruturar a dívida, com o envolvimento dos privados, em 2013. O resultado será uma forte recessão, devido às novas medidas de austeridade que terá que implementar.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=552047

Esperemos bem que não se concretize..


[/i]
 
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por BearManBull » 19/4/2012 13:11

artista Escreveu:
lfhm Escreveu:Artista a diferença é que em 1983 as pessoas gastavam dinheiro naquilo que precisavam e não se davam a grandes luxurias.

Hoje em dia quando vejo pessoal com ordenados que não chegam aos 1000 euros gastar 600 e tal euros (120 contos) num tlm só para o meterem em cima da mesa quando vão tomar café só temos o que merecemos.

Nesse tempo o acesso ao crédito era muito interdito ninguém se punha a comprar carros e casas que simplesmente não têm capacidade para pagar. Quem tinha um Mercedes era alguém com alto status hoje em dia qualquer marmanjo se põe a comprar um carro de 25000€ são 25 salários para muitos que se metem nessa aventura e depois querem o quê?

O governo teve muito culpa mas a nossa sociedade é uma autêntica Gomorra, andam 10% da população a sustentar os restantes 90% não pode ser...


Sim, iaso é verdade, mas a realidade é que chegámos a aqui e era disse que eu estava a falar, que acho a situação atual bem mais grave do que a de 1983... pelo menos do que eu me lembro! Era bom que fosse apenas por na altura não ter idade para me preocupar muito com estas coisas, se a diferença é apenas essa não estamos tão mal quanto isso, mas palpita-me que não!


Bem temos algumas vantagens relativamente a 83 (embora concorde que a crise é bem pior, pelo que me têm dito que nessa altura ainda mal abria os olhos :D).

Em termos de infra-estruturas temos tudo e mais alguma coisa, a balança comercial está bem melhor e o nível de vida não tem comparação.

O problema é o Euro e a crise internacional, se fossemos só nós isto resolvia-se num instante o pessoa ia trabalhar para Espanha, França, UK e estava a coisa encaminhada. Além disso como disseste tínhamos escudos.

Agora o remédio santo é mesmo o pessoal mudar de estilo de vida se continuam a importar como importão esquece lá isso...
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por artista_ » 19/4/2012 12:59

lfhm Escreveu:Artista a diferença é que em 1983 as pessoas gastavam dinheiro naquilo que precisavam e não se davam a grandes luxurias.

Hoje em dia quando vejo pessoal com ordenados que não chegam aos 1000 euros gastar 600 e tal euros (120 contos) num tlm só para o meterem em cima da mesa quando vão tomar café só temos o que merecemos.

Nesse tempo o acesso ao crédito era muito interdito ninguém se punha a comprar carros e casas que simplesmente não têm capacidade para pagar. Quem tinha um Mercedes era alguém com alto status hoje em dia qualquer marmanjo se põe a comprar um carro de 25000€ são 25 salários para muitos que se metem nessa aventura e depois querem o quê?

O governo teve muito culpa mas a nossa sociedade é uma autêntica Gomorra, andam 10% da população a sustentar os restantes 90% não pode ser...


Sim, iaso é verdade, mas a realidade é que chegámos a aqui e era disse que eu estava a falar, que acho a situação atual bem mais grave do que a de 1983... pelo menos do que eu me lembro! Era bom que fosse apenas por na altura não ter idade para me preocupar muito com estas coisas, se a diferença é apenas essa não estamos tão mal quanto isso, mas palpita-me que não!
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por mapaman » 19/4/2012 12:59

JMHP Escreveu:
artista Escreveu:Esperemos que isto não chegue onde temo que chegue! :|


Isso depende só de nós, portugueses. Se quisermos resistir à mudança, não executarmos as reformas há muito adiadas e agora prometidas à Troika e a Europa nos largar... Não tenhas duvidas que vais (vamos todos) conhecer o inferno ainda antes de um dia subires aos céus.

Eu tenho hoje 40 anos e lembro-me bem do Portugal de há 20 ou 30 anos atrás, que para a juventude de agora seria um pesadelo, mas para os mais velhos parecem ter esquecido com o tempo.


Eu até sou adepto da mudança mas era se fosse feita por gente com conhecimento do que é a economia real,com experiencia no "saber fazer" e não por tipos que nem para guardar cabras num monte servem.

Diz-me lá em quem confias neste Governo?

Nem mais tempo,nem mais dinheiro! onde é que já ouvi isto?

Este Primeiro Ministro vao ficar na história pelos piores motivos,só espero estar muito enganado e ter de engolir tudo o que escrevo.

cumps
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
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por BearManBull » 19/4/2012 12:52

Artista a diferença é que em 1983 as pessoas gastavam dinheiro naquilo que precisavam e não se davam a grandes luxurias.

Hoje em dia quando vejo pessoal com ordenados que não chegam aos 1000 euros gastar 600 e tal euros (120 contos) num tlm só para o meterem em cima da mesa quando vão tomar café só temos o que merecemos.

Nesse tempo o acesso ao crédito era muito interdito ninguém se punha a comprar carros e casas que simplesmente não têm capacidade para pagar. Quem tinha um Mercedes era alguém com alto status hoje em dia qualquer marmanjo se põe a comprar um carro de 25000€ são 25 salários para muitos que se metem nessa aventura e depois querem o quê?

O governo teve muito culpa mas a nossa sociedade é uma autêntica Gomorra, andam 10% da população a sustentar os restantes 90% não pode ser...
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por artista_ » 19/4/2012 10:45

Em 1983 tinha 14/15 anos e não me lembro de uma crise deste género, aliás os meus pais tinham abrido recentemente um cafezito e o negócio era bastante rentável, em poucos anos transformou-se numa mina... eu agora vejo-os é a fechar e sem perspetivas para o futuro.

Quanto às reformas, sem dúvida que temos de as fazer, mas eu estou a ver dois problemas, pelo menos...

1- As reformas podem ser feitas mais rapido ou menos rapidamente, com mais ou menos impacto na economia. Estamos a tentar fazê-lo rapidamente e as opções que se tomaram estão a afetar muito a economia, muito mais do que seria desejável, muito mais do que o próprio governo estimou. Este aspeto pode ser decisivo para o futuro do país, porque pode inviabilizar tudo ou, como muitos dizem, pode-nos "matar com a cura"!

2- Por outro lado não estou a ver muitas das verdadeiras reformas a serem feitas. Os desequilíbrios provocados pelas reformas elevadas demorarão décadas a serem diluídas, tempo que não temos. A maioria dos interesses partidários mantêm-se, nem com o país "a dar as últimas" colocam o país à frente dos seus interesses.

Não sei como sairemos disto, mas duvido que seja sem um perdão parcial de dívida... e também tenho algumas dúvidas que não passe por uma saída do euro!

Está a dar agora na TV, 25 casas por dia devolvidas aos bancos por incapacidade de pagamento! Os bancos não devem ter tempo para fazer mais nada! :|

Uma amiga minha bancária diz que é assustador, que antigamente estava cansada, tinha de trabalhar muito porque a agência estava sempre cheia de gente. Hoje assusta-a que só apareça uma pessoa de meia em meia hora... para depositar 100 euros! :roll:
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por Automech » 19/4/2012 1:07

JMHP Escreveu:Eu tenho hoje 40 anos e lembro-me bem do Portugal de há 20 ou 30 anos atrás, que para a juventude de agora seria um pesadelo, mas para os mais velhos parecem ter esquecido com o tempo.


A de 1983 também foi muito má. Não se notou tanto porque a moeda foi desvalorizada e os trabalhadores tiveram uma baixa dos salários sem perceberem (engana-me, que eu gosto...).

A diferença principal de 83 para agora é que no geral a população habituou-se a viver muito melhor e hoje há coisas que na altura não existiam ou que eram supérfluas e que hoje são consideradas essenciais (e algumas não são nada essenciais, mas mentalmente é dificil alguém ter um downgrade no estilo de vida).
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por JMHP » 19/4/2012 0:38

artista Escreveu:Esperemos que isto não chegue onde temo que chegue! :|


Isso depende só de nós, portugueses. Se quisermos resistir à mudança, não executarmos as reformas há muito adiadas e agora prometidas à Troika e a Europa nos largar... Não tenhas duvidas que vais (vamos todos) conhecer o inferno ainda antes de um dia subires aos céus.

Eu tenho hoje 40 anos e lembro-me bem do Portugal de há 20 ou 30 anos atrás, que para a juventude de agora seria um pesadelo, mas para os mais velhos parecem ter esquecido com o tempo.
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por artista_ » 18/4/2012 23:28

Sinceramente começo a assustar-me com o que vejo, pode ser que seja apenas por nunca ter passado por uma crise como esta. Muita gente desempregada, comércio a fechar em barda, os que ainda estão abertos estão vazios, negócios a ruir, o Algarve às moscas...e por aí fora, mas onde é que estão as pessoas?! Já nem para o combustível têm para sair de casa?! ou é do tempo que está mau?! :|

Tento manter-me otimista e pensar que não devo deixar-me influenciar muito por tudo o que se passa à minha volta (devia vir menos ao Caldeirão :) ), viver a minha vida, no fundo, felizmente, não tenho problemas financeiros, se calhar nem nunca estive tão desafogado, mesmo com os cortes dos subsídios... mas é difícil não pensar nos outros, na miséria que cada vez vai sendo mais difícil de esconder, nas perspetivas de futuro que têm de ser reformuladas, etc...

Esperemos que isto não chegue onde temo que chegue! :|
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por Dom_Quixote » 18/4/2012 22:39

MiamiBlueHeart Escreveu:

Muitas restrições no primeiro resgate, com a teoria de não havia dinheiro, não havia dinheiro em lado nenhum, e agora já estão todos a preparar-se para um potencial 2ª resgate a Portugal.

Emagrecem a "vaca" e depois esperam obter mais "leite".. de génios!!!


Pois é! Se o resgate fosse único a zona euro não estava como está. Não se falava sequer no efeito dominó. Parece que não aprendem com os erros já cometidos... e se continuam... ainda a procissão vai no adro. Esperemos que não.
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por MiamiBlue » 18/4/2012 22:24

artista Escreveu:a correção teria de ser feita de forma delicada, a margem de erro era pequena


Artista,

Muitos riam-se do conceito da austeridade excessiva, agora o FMI está preocupado com a questão.. Surreal..

Partilho exactamente da tua opinião, a correcção tinha que ser efectuada com cabeça, mas preferiu-se à bruta..

Bem, não sei o que nos espera mas mais 100mil desempregados do que o previsto no OE2012, mais umas centenas de empresas falidas também já temos!!

Sabes qual é o problema, desconhecimento completo que esses brilhantes economistas têm da economia real..

Muitas restrições no primeiro resgate, com a teoria de não havia dinheiro, não havia dinheiro em lado nenhum, e agora já estão todos a preparar-se para um potencial 2ª resgate a Portugal.

Emagrecem a "vaca" e depois esperam obter mais "leite".. de génios!!!
 
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por artista_ » 17/4/2012 23:30

MiamiBlueHeart Escreveu:Esperemos que definitivamente se faça luz ao Governo e à Troika..

Basta pegar nas palavras deles..


Mais ao governo que à troika... de qualquer forma acho que já não evitaremos um perdão parcial da dívida, a coisa já não estava boa, a correção teria de ser feita de forma delicada, a margem de erro era pequena, as medidas deste governo parece-me que vão acabar por nos dizer que as opções estiveram longe de ser as corretas!
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por MiamiBlue » 17/4/2012 23:17

O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de divulgar o seu novo relatório Fiscal Monitor, onde avalia os progressos dos vários países mundiais em matéria orçamental. E chega à conclusão de que a consolidação orçamental, que, à partida, tem sempre um impacto no crescimento de curto prazo, pode ser ainda mais prejudicial no actual contexto económico.

A instituição realizou um novo estudo sobre a dimensão dos multiplicadores orçamentais em períodos de fraca actividade económica. Os multiplicadores orçamentais são um conceito económico que define o rácio entre uma variação do Produto Interno Bruto (PIB) de um país e uma variação dos gastos públicos que está na origem daquela variação do PIB.

Com base neste estudo, o FMI revela que, neste momento, os multiplicadores orçamentais parecem estar acima dos níveis médios identificados em estudos anteriores. Ou seja, o impacto que as medidas de austeridade está a ter sobre a economia é maior do que o previsto.

O FMI conclui, por isso, que uma consolidação orçamental implementada gradualmente tem um impacto negativo mais pequeno sobre o crescimento do que uma redução do défice feita de uma só assentada. “Isto sugere que, quando tal for viável, uma consolidação orçamental mais gradual será provavelmente preferível a uma abordagem que tem por objectivo fazer tudo rapidamente”, avisa o fundo.

De acordo com o relatório, o efeito é tanto mais negativo se uma economia tiver iniciado a consolidação orçamental com a economia já em terreno negativo ou em forte abrandamento. Além disso, as simulações conduzidas pelo FMI mostram que, quando os multiplicadores orçamentais são elevados e os níveis iniciais de dívida pública são grandes, o ajustamento orçamental pode afectar os rácios da dívida e pode mesmo revelar-se contraproducente no curto prazo.

Estas conclusões levam a instituição a defender que os países com margem de manobra orçamental devem diminuir a velocidade do seu ajustamento de curto prazo e focar-se em políticas de médio prazo para garantir a sustentabilidade das finanças públicas. É o caso da Alemanha.

Além disso, o FMI defende, sem referir nomes, que “várias outras economias da zona euro devem deixar permitir que os estabilizadores automáticos actuem livremente”. Ou seja, não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.


Esperemos que definitivamente se faça luz ao Governo e à Troika..

Basta pegar nas palavras deles..
 
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por Automech » 17/4/2012 22:05

Pensionistas da banca ganham mais uma excepção
17 Abril 2012 | 21:35

Os pensionistas da banca que foram integrados na Caixa Geral de Aposentações vão poder acumular o valor da reforma com um salário no Estado, de acordo com a proposta dos partidos da maioria para alterar o Orçamento Rectificativo.
Os pensionistas da banca que foram integrados na Caixa Geral de Aposentações vão poder acumular o valor da reforma com um salário no Estado. Esta excepção à regra é consagrada numa proposta de alteração ao Orçamento Rectificativo, do PSD e do CDS, que argumentam que o objectivo é “salvaguardar as expectativas legítimas dos aposentados beneficiários dos fundos de pensões”.

Os dois partidos dizem ainda que, com esta solução o Estado poderá ainda "beneficiar da prestação da actividade de aposentados daquele universo sempre que o interesse público o justifique".

Estes pensionistas já tinham sido isentados dos cortes de subsídios de férias e Natal.
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por BearManBull » 15/4/2012 21:27

Pois continuo a dizer em Portugal as pessoas queixam-se de tudo e mais alguma coisa excepto daquilo que se deviam queixar. Quantos euros se faziam com a despesa que estes gaijos fazem. 300 milhões em material novo em tempo de crise!!! Isto é mesmo gozar com os pobres... Se ao menos apagassem fogos no verão... é que nem para isso servem.

Estado gasta 296 milhões em armamento militar

Prioridades foram para Pandur, novos substitutos dos Aviocar e modernização das fragatas.

O Estado gastou, no ano passado, 296,7 milhões de euros em armas e equipamentos militares.

De acordo com o relatório de execução da Lei de Programação Militar (LPM) relativo ao ano de 2011, a que o SOLteve acesso, o Ministério da Defesa usou 85% das verbas que tinha disponíveis para esse efeito (que, por sua vez, já tinham sofrido um corte imprevisto de 40% por imposição do Orçamento do Estado).

Numa análise aos três ramos das Forças Armadas, a Força Aérea gastou 57 milhões, o Exército 70 e a Marinha 84 milhões de euros.

A verba total foi essencialmente consumida, nas capacidades conjuntas, pela compra dos helicópteros EH101 e na participação no projecto cooperativo de construção dos helicópteros NH90.

Já a Marinha gastou a maior parte do dinheiro na capacidade oceânica de superfície: modernização das fragatas Vasco da Gama, manutenção dos hélis Lynx e novas fragatas da Classe M.

O Exército, por seu lado, deu prioridade às viaturas blindadas de rodas Pandur (36 milhões de euros). O fabricante, no entanto, emitiu duas facturas de mais de 192 milhões de euros de juros de mora, que não foram ainda pagos. O Exército remeteu-as para o Ministério, que está renegociar o contrato das Pandur. Já foram entregues 166 viaturas (das 240 inicialmente previstas), sendo que 99 entraram ao serviço e 67 ainda estão em reparações finais.

A prioridade da Força Aérea são os aviões C295M, que vieram substituir os Aviocar e que obrigaram a obras em várias bases áreas.

Interessados nos F16

Se o Estado tem feito compras, também está interessado em vender equipamentos usados para juntar algum dinheiro. A lista de vendas inclui oito helicópteros Puma, 10 caças F16 e 10 aviões Aviocar – embora alguns deles já estejam desmontados, incompletos ou mesmo em estado de sucata.

Relativamente aos F16, houve vários países a pedir informações mais detalhadas ao Ministério da Defesa sobre o estado destes aviões, mas ainda não foi concretizada nenhuma proposta de compra. O Governo tenciona ainda agendar com os interessados «datas de visitas às OGMA» (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico).

Em 2011, o Estado ainda recebeu mais uma tranche de 2,2 milhões de euros pela venda de duas fragatas ao Uruguai, em 2008. O pagamento integral terminará no próximo ano.

O relatório termina alertando para que a futura revisão da LPM vai ser «um exercício de responsabilidade no contexto dos constrangimentos orçamentais que o país atravessa».



A boa noticia é que se alguém tiver interessado já pode comprar um F16. 8-)
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por MiamiBlue » 10/4/2012 8:18

Negociação para reduzir rendas da EDP aponta para corte máximo de 40 milhões


[/i]Uma equipa do Governo, liderada pelo primeiro-ministro e integrando os ministros das Finanças e da Economia e o secretário de Estado da Energia, tem estado a negociar com a EDP para cumprir o objectivo, definido pela troika, de redução de rendas excessivas. Em cima da mesa, e praticamente concluída, está a decisão de eliminar até 40 milhões de euros anuais dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), muito abaixo dos 165 milhões que o Governo chegou a identificar como remuneração excessiva neste mecanismo de compensação à EDP.

Conclusão, de 165Milhões, passamos para um corte de 40Milhões..

Menos de 25% das rendas excessivas..

Uma autêntica vergonha este Governo..

Ontem, uma Ministro deste Governo, falava em coragem deste Governo para tomar medidas íficais.

Eu chamo-lhe cobardia..

Bater nos fracos, todos o fazem, nos fortes é que é difícil..

Catroga e Mexia mandam no Governo..

Bem, para compensar corta-se mais umas reformas a uns pobres coitados que ganham 500euros ou aumenta-se um imposto sobre algum produto alimentar básico..


 
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por MiamiBlue » 5/4/2012 14:05

Vítor Bento
"A protecção do sector não transaccionável continua praticamente intocada"



Sectores não sujeitos à concorrência continuam protegidos, diz economista e conselheiro de Estado. "Se dúvidas houver, vejam-se os aumentos salariais aí praticados quando a economia está em profunda recessão e o desemprego em 15%".


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por vitcosta » 5/4/2012 13:59

Subscrevo em absoluto.

Fui dos que deu o beneficio da duvida, após o buraco a que chegamos,
Mas neste momento estou muito perto de deixar de acreditar no que esta a ser dito e muito menos feito...

Cortar os salários e a medida mais fácil, redutora e injusta das varias medidas que se podem tomar

artista Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Mentalidade tipica de f. publico : se não me prometerem aumento salario ou regresso do 13 e 14 salario nao voto neles!

O resto nao interessa!


Exactamente o que um amigo meu f. publico disse hoje a noite quando confrontado com a perda destas "benesses".

E atenção ele tem e mantem 27 dias de ferias (alguns colegas dele tem 30) e 15 salarios.


Se calhar devias voltar a ler o que escrevi com mais atenção...

Eu não critico ele tirar ou deixar de tirar os subsídios, apenas que assuma o que faz, que explique às pessoas porque o faz, só isso. Ou para ti as pessoas por trabalharem para o estado são menos respeitáveis que as outras?

Eu até disse que se calhar ele não devia voltar a dar os subsídios, mas que o devia explicar e não dizer uma coisa e depois um dia começa a dizer outra como se não houvesse nenhuma diferença entre o que disse antes e o que está a dizer agora. O que ele faz parece o que o Euroverde faz com os gráficos que apresenta, um dia faz umas linhas, a seguir faz outras, outro dia diz que afinal as que tinha feito antes era "se este cenário" acontecesse, coisa que não tinha referido inicialmente...

O que eu defendo é uma política de transparência. No momento difícil em que se encontra o país ele deve ter as pessoas o mais mobilizadas possível para a recuperação do país, é assim que ele espera conseguir? mentindo-lhes? Não lhes explicando porque é que precisa que eles ganhem menos? dizendo um dia uma coisa e no outro outra?

E, como disse antes, se ele fosse realmente sério e correto, não pagaria mais os subsídios, ou faria o que achasse que era necessário para o país, concordasse eu ou não, concordassem os portugueses ou não. Mas o que ele vai fazer é voltar a pagar os subsidios em 2015... engraçado, é o ano das próximas legislativas! :roll:

Cada vez mais parecido com o antecessor, espero que não chegue a uma possível comparação com ele, porque Portugal estará perdido...
 
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por MiamiBlue » 5/4/2012 10:47

Las_Vegas Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:
mapaman Escreveu:Eu tambem conheço uma outra mentalidade muito tipica em Portugal que é a do bronco que tanto culpa os funcionários publicos por todo o mal que existe como a seguir lhes vai atribuir uma pequena parte dos subsídios em ano de eleiçoes porque precisa deles para ser eleito.


PPP não está a fazer exactamente o que fez Sócrates??

Impressionante..


Este problema é velho.
Enquanto mais de metade da população activa viver à pala dos restantes está tudo dito.


Concordo totalmente.

Vemos facilmente o que acontece com as PPP (empresas privadas), contratos de energia (empresas privadas), muitos Funcionários Públicos, Câmaras, empresas privadas que trabalham quase em exclusivo para empresas públicas, etc..

Eu diria que 80% da população, vive à custa do Estado!!!

E diria que PPP faz o mesmo que fez Sócrates, em ano de eleições, dá-se dinheiro para ganhar !!

Medidas estruturais para resolver o problema? Nenhuma, toca a meter todos os FP no mesmo saco, quer trabalhem bem ou mal..
Todos concordarão que esta é a melhor forma de gerir um conkunto de trabalhadores.


O que fazer com as reformas? Nada, corta-se temporariamente e vai-se adiando sucessivamente. O que se fez estruturalmente?? nada..

A incompetência é a mesma, mudam só os intervenientes..
 
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por artista_ » 5/4/2012 10:33

mapaman Escreveu:A limpeza vai ser tanta que isto vai ficar a brilhar,é pena é a miseria instalada mas isso são danos colaterias,afinal de contas e custe o que custar o que interessa é agradar aos "camones".


Pelo menos acaba-se (digo eu!?) como o "bode expiatório" do funcionário público como a origem de todos os males do país... vão ter de arranjar outro! :mrgreen: :mrgreen:
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