BES aumenta lucros de 2007 em 44,3% (act)
O Banco Espírito Santo (BES) registou, em 2007, um crescimento de 44,3%, face ao período homólogo de 2006, no seu resultado líquido, para os 607,1 milhões de euros, um valor que saiu ligeiramente acima das estimativas dos analistas.
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Raquel Godinho
rgodinho@mediafin.pt
O Banco Espírito Santo (BES) registou, em 2007, um crescimento de 44,3%, face ao período homólogo de 2006, no seu resultado líquido, para os 607,1 milhões de euros, um valor que saiu ligeiramente acima das estimativas dos analistas.
Este valor saiu ligeiramente acima das estimativas dos analistas consultados pela agência Reuters que previam um resultado líquido de 600,8 milhões de euros.
"O resultado do exercício de 2007 totalizou 607,1 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 44,3% e um ROE de 16,6%", refere o comunicado do banco, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Este valor incluiu os resultados não-recorrentes relativos ao ganho obtido no segundo trimestre sobre as acções do Bradesco (valor líquido de impostos de 62,8 milhões de euros) e os encargos com reformas antecipadas no quatro trimestre (impacto líquido de 14,4 milhões).
A instituição liderada por Ricardo Salgado acrescenta em comunicado que excluindo os factos não recorrentes o resultado seria de 558,7 milhões de euros, o que significava um crescimento de 32,8% face a 2006.
No comunicado da apresentação dos resultados relativos ao ano terminado há pouco, o banco refere que irá submeter à aprovação na Aseembleia-Geral o pagamento de um dividendo de 0,48 euros por acção.
O produto bancário comercial subiu 12,7%, totalizando os 1597 milhões de euros, enquanto que no ano anterior havia aumentado 11,1%. Neste item, o banco destaca a evolução do resultado financeiro que avançou 15%.
Quanto à área internacional, o produto bancário comercial aumentou 32% face ao mesmo período em 2006. "A contribuição da área internacional para o resultado (23%) consolidado do Grupo foi de 141,5 milhões de euros (+51,9%), com a generalidade dos mercados em que o Grupo opera a evidenciar evoluções positivas. Em particular, destacam-se as contribuições para o resultado com origem nas unidades que operam no Reino Unido (44,4 milhões de euros), em Angola (33,5 milhões de euros), no Brasil (32,2 milhões de euros) e a expressiva melhoria no mercado espanhol", refere o comunicado.
O resultado financeiro cresceu 15% para os 953,7 milhões de euros, motivado pelo incremento da actividade, destacando-se o desempenho da área internacional que subiu 53,1%. Já a margem financeira, neste período, foi de 1,78%, o que corresponde a uma descida de 5 pontos base face à margem registada em 2006. Esta redução deveu-se à quebra da margem nos activos financeiros, que foi de 40 pontos base.
O banco refere que os custos operativos cresceram 6,7% devido à área internacional que avançou 13,4% e a encargos com reformas antecipadas no quarto trimestre no valor de 26,1 milhões de euros. O BES frisa que "ainda assim, verificaram-se novos ganhos de produtividade e eficiência com o Cost to Income a reduzir-se para 47,5% (2006: 52,3%)".
Os rácios Core TIER I e TIER I situaram-se, respectivamente, nos 6,6% e 7,4%, o que o banco considera "níveis de solvabilidade confortáveis".
Também a qualidade dos activos melhorou, em 2007, com o rácio de "Crédito Vencido há mais de 90 dias/Crédito Total" a situar-se nos 1%, enquanto que, em Dezembro de 2006 se situava nos 1,1%. O correspondente rácio de cobertura fixou-se nos 229%, sendo que em Dezembro do ano anterior se havia fixado nos 218%.
A instituição bancária acrescenta que os ganhos potenciais com as principais participações estratégicas somavam, a 31 de Dezembro de 2007, os 839 milhões de euros.