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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por gorgo » 2/7/2012 12:41

MiamiBlueHeart Escreveu:Gorgol,

Percebo, mas então porque motivo os bancos que estão a pagar os depósitos a 4/4,5%, não estão a adquirir obrigações das empresas que são remuneradas a 6,5/7%??



Os bancos até podem estar a comprar. Não sabemos.

Em todo o caso, cada banco tem a sua gestão de risco, pois as obrigações no mercado secuntário do Estado até têm melhor taxas.

As obrigações emitidas pelas empresas são sempre um by pass aos bancos que deixam de ter spreads para terem apenas comissões de emissão e despesas de carteira.
 
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por MiamiBlue » 2/7/2012 9:21

gorgol Escreveu:O meu conhecimento de Miami ou de Portugal não é a partir de séries de TV. Não percebi!

Estas empresas continuam saudáveis. Sempre emitiram obrigações. Algumas estão a antecipar financiamentos para 2015. É uma estratégia ir ao Retalho. Não aumentam os compromissos nos bancos e assim ficam com folga para futuras eventualidades. É o sucesso das emissões que levou outras empresas a copiarem . A Semapa foi a primeira, que ao ver a procura, decidiu logo aumentar a emissão para o dobro. Os particulares vêm um bom negócio comparado com os depósitos a prazo. O sucesso é demonstrativo que o mercado não vê risco do emitente, logo saudável.
´
Todos os bancos têm linhas de crédito por esgotar para as PME, todavia têm de passar pela análise do risco de crédito. As que não passam queixam-se. Estavam habituadas ao crédito fácil e agora acabou-se.


Gorgol,

Percebo, mas então porque motivo os bancos que estão a pagar os depósitos a 4/4,5%, não estão a adquirir obrigações das empresas que são remuneradas a 6,5/7%??

As empresas sempre emitiram obrigações, sem dúvidas, o problema está no juro a que de momento estão a remunerar essas obrigações.

Quanto aos planos de austeridade, o que eu referi, é que para mim, o ataque em força, de forma dura resulta é nas séries da tv.. Só isso.

P.S. Com todos os defeitos, em muitos aspectos Portugal é melhor que os EUA, se não for mais, por tratarmos as pessoas mesmo quando estas não têm dinheiro para pagar os tratamentos médicos e não as deixarmos morrer por falta de a assistência média.
 
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por mais_um » 1/7/2012 19:40

artista Escreveu:
mais_um Escreveu:Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.


A ideia que tenho é que as novas indemnizações só se aplicam a quem for contratado depois da entrada em vigor da nova lei, os que já estavam empregados mantêm as condições anteriores, estarei enganado?!


Até ver sim, mas isso pode ser alterado...

O que mudou em Abril foi o valor e a duração do subsidio de desemprego. Os trabalhadores no activo mantinham o duração do subsidio de desemprego, mas o valor máximo penso que reduziu.
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por mais_um » 1/7/2012 19:14

gorgol Escreveu:
mais_um Escreveu:Gorgol,

Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.


Ai está. Antecipação. Quanto tempo não sei. Devem ganhar os dois contratantes:

Um paga menos agora. O outro recebe menos no futuro. No ponto médio ganham os dois. Gosto deste pragmatismo.


Não altera nada a questão da taxa de desemprego, até porque situações dessas são reduzidas devido ao nº de máximo de empregados que podem ser despedidos pelas empresas, por negociação.

As empresas despedem porque não tem trabalho para os empregados, porque conseguem encontrar no mercado mão de obra mais barata e compensa despedir, porque fecham, etc... E poderá ter havido alguma antecipação do 2º trimestre para o 1º trimestre por causa disso, mas imputar a esse factor a subida do desemprego de 12% para quase 16% é tentar fazer dos outros parvos.

O que tem feito aumentar o desemprego é o fecho de empresas e a redução da actividade noutras.
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por Automech » 1/7/2012 17:08

Sim, queria dizer Carris e não CP. :wink:

E provavelmente a flexibilidade dos americanos não tem paralelo com a burocracia dos portugueses. Não sei se a nova lei agilizou processos mas daquilo que conheço um processo de insolvência era algo dantesco. A Electroliber, por exemplo, era uma das maiores distribuidoras de revistas e jornais em Portugal, faliu em 2002 e passados 10 anos ainda está nos tribunais. Assim é impraticável.
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por gorgo » 1/7/2012 17:01

AutoMech Escreveu:Gorgol, mas se a lei é como descreves não é similar à americana ?
Eu diria que se uma empresa tem lucro operacional pode muito bem ser beneficiada por isto (e a sociedade também).
Temos um bom exemplo que é a CP. Já chegou aos lucros operacionais, o que é excelente, mas o serviço da dívida é brutal.


Não sei se as leis são similares e se a prática dos agentes é igual. Conta muito a prática dos agentes.

o administrador de insolvência faz um plano a 5 anos e prova/prevê que a empresa é viavel. Não deixam de ser previsões, todavia leva 5 anos a provar se é viável.
Pode ganhar a Sociedade, mas os credores são muito prejudicados. Deviam receber o que lhes devem. Se é valor para a sociedade, então a Sociedade (Estado; Santa Casa) deve pagar aos credores.

Quantas empresas vão à falencia porque não recebem duma ou de várias que entrou em processo de insolvência? Há conflitos de valores e interesses. No setor da contrução este processo desenvolve-se em cascata. A Sociedade perde porque se entra no "ninguém paga a ninguém" ou na perda de confiança "ninguém dá crédito a ninguém". A liquidez está muitas veses primeiro que a solvabilidade.

A Carris parece estar a ter resultados operacionais positivos. Embora seja fácil comprar autocarros novos e passar o custo para encargos financeiros.

A CP parece-me estar com problemas, pois a CP carga está a dar muitos prejuizos. Não vai ser privatizada pois é preciso pagar para ser comprada.
 
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por gorgo » 1/7/2012 16:39

mais_um Escreveu:Gorgol,

Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.


Ai está. Antecipação. Quanto tempo não sei. Devem ganhar os dois contratantes:

Um paga menos agora. O outro recebe menos no futuro. No ponto médio ganham os dois. Gosto deste pragmatismo.
 
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por artista_ » 1/7/2012 16:38

mais_um Escreveu:Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.


A ideia que tenho é que as novas indemnizações só se aplicam a quem for contratado depois da entrada em vigor da nova lei, os que já estavam empregados mantêm as condições anteriores, estarei enganado?!
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por Automech » 1/7/2012 16:37

Gorgol, mas se a lei é como descreves não é similar à americana ?
Eu diria que se uma empresa tem lucro operacional pode muito bem ser beneficiada por isto (e a sociedade também).
Temos um bom exemplo que é a CP. Já chegou aos lucros operacionais, o que é excelente, mas o serviço da dívida é brutal.
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por Automech » 1/7/2012 16:34

mais_um Escreveu:Gorgol,

Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.


Eu conheço um caso desses de um amigo que já estava em processo de negociação e preferiu sair até ao final de Março para ter mais tempo de subsidio de desemprego. Não sei se fenómenos idênticos poderão ter antecipado para o 1º T a taxa de desemprego que se iria verificar de qualquer forma mais tarde, ao longo do ano.
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Re: Estamos aquém da Troika.

por gorgo » 1/7/2012 16:31

AutoMech Escreveu:Gorgol, excelentes posts, como sempre.

gorgol Escreveu:Ainda falta muito para fechar estas empresas e curar a ferida. A nova lei das falencias ainda os alimenta mais. Anda tudo a gerir a insolvência e nada fecha.

Podes só explicar esta parte sobre a nova lei p.f. ?


Pode ser uma avaliação minha, subjetiva. Tenho conhecimento de casos de falencias por resolver da crise de 2002/2003.

Hoje os donos duma empresa com dificuldades para não fecharem pedem a ajuda do Tribunal para se protegerem dos credores.

O Tribunal nomeia um administrador de insolvência, que congela todas as dívidas anteriores e arranca do zero. Não é bom!

O administrador da insolvência está interessado em garantir o seu chorado ordenado o mais tempo possível. Na casa dos € 6.000/Mês

Os donos da empresas que esperam não vir a pagar as dívidas anteriores também.

A empresa até pode ser viável se não pagar nada para trás.

Depois junta-se a sensibilidade de tribunal que o maior valor é preservar o emprego.

Esta lei, visto o contexto vai no mesmo sentido: Objetivo - recuperação de empresas, que é mais ou menos dar ar para respirar, mas morrem porque lhes falta a água e comida - (mercado, competitividade). Quando morrem já destruiram todo o património acumulado e os credores recebem talvez 10%, sem juros.

Vejamos o exemplo oposto dum caso concreto no Estrangeiro:

O Patrão contacta a dizer que o negócio se alterou, que deixou de dar lucro, não vai destruir os capitais próprios mas fechar a empresa em 3 meses e pagar tudo o que deve. Se for necessário venderá o património até pagar tudo.

Assim aconteceu, pagou tudo, recuperou os seus capitais próprios. Ajudou os bons empregados a serem colocados nas empresas similares.
 
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por mais_um » 1/7/2012 16:03

Gorgol,

Só mais uma nota sobre os despedimentos, conheço casos de pessoas que foram pressionadas pelas empresas a aceitar valores mais baixos de indemnização para saírem antes da entrada em vigor das novas regras de subsidio de desemprego mas isso apenas reduziu o custo das empresas, de uma forma ou de outra as pessoas iam sempre ser despedidas.
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por gorgo » 1/7/2012 15:58

MiamiBlueHeart Escreveu:
gorgol Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:
Gorgol,

Quanto à realidade portuguesa, o mau, feio e duro funciona na tv, Gorgol..É bonito ver essas séries mas são tv..

Quanto à tua opinião das empresas saudáveis, Gorgol, com todo o respeito, é mesmo só a tua opinião.

Porque por essa teoria, a Brisa, a Sonae, a Zon, a EDP não são saudáveis.. basta ver a que preço colocam obrigações do mercado e porque colocam obrigações no mercado??

Porque não conseguem financiamento da banca. E olha que são das maiores empresas portuguesas..

Agora as pequenas e médias empresas não têm essas facilidades. E Governo, neste último ano, em vez de não as sobrecarregar, tem aumentado tudo o que é imposto.. E depois vem com a conversa de baixar os custos do trabalho mas aumenta todos os outros factores. Não foi nisto que votei e sinto-me profundamente enganado.



O meu conhecimento de Miami ou de Portugal não é a partir de séries de TV. Não percebi!

Estas empresas continuam saudáveis. Sempre emitiram obrigações. Algumas estão a antecipar financiamentos para 2015. É uma estratégia ir ao Retalho. Não aumentam os compromissos nos bancos e assim ficam com folga para futuras eventualidades. É o sucesso das emissões que levou outras empresas a copiarem . A Semapa foi a primeira, que ao ver a procura, decidiu logo aumentar a emissão para o dobro. Os particulares vêm um bom negócio comparado com os depósitos a prazo. O sucesso é demonstrativo que o mercado não vê risco do emitente, logo saudável.
´
Todos os bancos têm linhas de crédito por esgotar para as PME, todavia têm de passar pela análise do risco de crédito. As que não passam queixam-se. Estavam habituadas ao crédito fácil e agora acabou-se.
 
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Re: Estamos aquém da Troika.

por mais_um » 1/7/2012 15:54

gorgol Escreveu:
Eu explico:

A empresa paga mais, mas não suporta o trabalhador mais 6 meses ou um ano.

Este que aceita, pois já tem uma saida para o emprego informal.

As empresas como as pessoas antecipam a entradas das leis e suas consequências. Antecipam as decisões de despedimento, que poderiam fazer dali a 6 meses ou um ano.Li algures, que se verificou essa prática, como se verificaram nas reformas antecipadas. Nas reformas antecipadas, conheço pelo menos uma empresas que se antecipou à entrada da Lei em 2011. Claro que está a haver outros fatores e até podem ser mais importantes. Estamos aqui a escrever como livres pensadores e avançando com abordagens. Não podemos estar fechados ao politicamente correto.


Há regras para despedir, essas regras eram mais restritivas antes que depois e a indemnização também era maior antes do que depois, por isso se uma empresa está a precisar de despedir funcionários, tanto vai despedir antes como depois da entrada em vigor da nova lei, não é isso que vai alterar a taxa de desemprego no presente ano já que essas pessoas iam sempre parar ao desemprego num futuro muito próximo, independentemente da lei.

gorgol Escreveu:Sobre a questão dos 0,5%, podem não concordar mas está na mesma página do Expresso. Como as previsões se alteram todos os meses também não dou muita importancia a este ponto. A realidade tem provado que as previsões são um erro de todos os países, setores, empresas, etc. O melhor era não as fazer.


Que eu saiba ainda não é o Expresso que faz o orçamento de Estado e para mim são os números das entidades oficiais que contam.
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Re: Estamos aquém da Troika.

por gorgo » 1/7/2012 15:42

mais_um Escreveu:
gorgol Escreveu:
O desemprego afinal só está 0,5% (30.000 pessoas)acima das previsões, explicado pelas rescisões amidáveis a mais a antecipar a mudança da Lei.



Queres dizer que as empresas decidiram despedir pessoas (que de outra forma não iriam despedir) para aproveitar a lei actual? que é menos favorável?

Ainda não percebi quem queres enganar.


Eu explico:

A empresa paga mais, mas não suporta o trabalhador mais 6 meses ou um ano.

Este que aceita, pois já tem uma saida para o emprego informal.

As empresas como as pessoas antecipam a entradas das leis e suas consequências. Antecipam as decisões de despedimento, que poderiam fazer dali a 6 meses ou um ano.Li algures, que se verificou essa prática, como se verificaram nas reformas antecipadas. Nas reformas antecipadas, conheço pelo menos uma empresas que se antecipou à entrada da Lei em 2011. Claro que está a haver outros fatores e até podem ser mais importantes. Estamos aqui a escrever como livres pensadores e avançando com abordagens. Não podemos estar fechados ao politicamente correto.

Sobre a questão dos 0,5%, podem não concordar mas está na mesma página do Expresso. Como as previsões se alteram todos os meses também não dou muita importancia a este ponto. A realidade tem provado que as previsões são um erro de todos os países, setores, empresas, etc. O melhor era não as fazer.
 
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Re: Estamos aquém da Troika.

por mais_um » 1/7/2012 13:19

gorgol Escreveu:
O desemprego afinal só está 0,5% (30.000 pessoas)acima das previsões


Gorgol,

Só mais um "detalhe", a previsão do actual governo para a taxa de desemprego para este ano era de 13,4%.

Quanto ao desemprego, o OE 2012 prevê uma taxa de 12,5 Por cento, para 2011 e 13,4 por cento para 2012, o que representa um ligeiro agravamento face aos números do DEO, que apontavam para uma taxa de 12,5 por cento para este ano e de 13,2 por cento no próximo ano

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=31294




Mas....


"Taxa de desemprego em Portugal atinge 15,2% em abril e é a segunda pior da OCDE"

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/201 ... or-da-ocde



Como é que consegues afirmar que a taxa de desemprego só está 0,5% acima das previsões?

:roll: :roll:

Já agora, a desorganização é tão grande que um documento de estratégia orçamental até 2016, do ministério das finanças actualizado em Abril deste ano, ainda diz isto:

a taxa de desemprego deverá aumentar para 10.9% em 2012 (10.1% em 2011) e manter-se próxima deste valor em 2013.

http://www.dgo.pt/politicaorcamental/Pa ... anual.aspx

pag. 8



É legitimo questionar o que é que eles andam ali a fazer...
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Re: Estamos aquém da Troika.

por artista_ » 1/7/2012 12:20

mais_um Escreveu:
gorgol Escreveu:
O desemprego afinal só está 0,5% (30.000 pessoas)acima das previsões, explicado pelas rescisões amidáveis a mais a antecipar a mudança da Lei.



Queres dizer que as empresas decidiram despedir pessoas (que de outra forma não iriam despedir) para aproveitar a lei actual? que é menos favorável?

Ainda não percebi quem queres enganar.


Pois, não faz sentido...

Como me parece extremamente otimista todo o raciocínio de avaliação das medidas implementadas... na minha opinião podíamos claramente estar a fazer uma aterragem mais suave. Aliás as próprias previsões do governo apontavam para isso, agora terão de assumir os desvios colossais... e estes já não os podem imputar ao anterior governo!

Alguém disse aqui, assim que foram anunciadas as drásticas medidas de austeridade, "estão a criar condições para o que um novo governo PS se coloque no poder durante mais alguns anos"... infelizmente concordei com essa visão e parece-me cada vez mais provável que isso venha a acontecer!
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...

por andraderui » 1/7/2012 11:37

Para mim só existe UM aspeto positivo no orçamento 2012 e foi uma imposição da troika: tirar o lixo debaixo do tapete e colocá-lo no orçamento. Exemplo claro desta situação: Os vários déficits das empresas públicas (transportes) que estavam fora do orçamento passaram a estar no orçamento.... E POR ISSO ... os últimos orçamentos não têm uma base comparável. Agora passado um ano e depois de tantas novidades na fusão dessas empresas, qual foi a única coisa que já avançou... o aumento dos preços e reduções de alguns serviços.
TUDO O RESTO foi: roubo aos funcionários públicos e aos reformados e aumento dos impostos para TODOS e não só para os privados.

Ainda um dia acabam com os funcionários públicos TODOS e vão descobrir que ainda têm um défice brutal ... devido às SCTUS, à ENERGIA, aos TRANSPORTES, ETC, ETC...

Não estou a defender os funcionários públicos/reformados, ESTOU A DEFENDER A EQUIDADE E A PRISÃO PARA OS VIGARISTAS!
 
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por MiamiBlue » 1/7/2012 11:35

As primeiras tarifas transitórias, para o mercado residencial, entram neste domingo em vigor com uma subida de 7,4% no gás natural e de 2% na electricidade.


Mais uma medida para ajudar a competitividade do país!!!!

As famílias e empresas que aguentem!!

Medida que só vai criar mais algumas centenas de desempregados neste país. Caso para dizer, Bravo!!!
 
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Re: Estamos aquém da Troika.

por mais_um » 1/7/2012 11:07

gorgol Escreveu:
O desemprego afinal só está 0,5% (30.000 pessoas)acima das previsões, explicado pelas rescisões amidáveis a mais a antecipar a mudança da Lei.



Queres dizer que as empresas decidiram despedir pessoas (que de outra forma não iriam despedir) para aproveitar a lei actual? que é menos favorável?

Ainda não percebi quem queres enganar.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Re: Estamos aquém da Troika.

por Automech » 1/7/2012 2:39

Gorgol, excelentes posts, como sempre.

gorgol Escreveu:Ainda falta muito para fechar estas empresas e curar a ferida. A nova lei das falencias ainda os alimenta mais. Anda tudo a gerir a insolvência e nada fecha.

Podes só explicar esta parte sobre a nova lei p.f. ?
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por MiamiBlue » 30/6/2012 23:41

gorgol Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:Temos que ter austeridade, temos que nos endireitar, mas não esta austeridade e não com políticas que só estrangulam a economia e atacando as pessoas.


Miami é um bom sítio para se ver como funciona a economia. Não há nada gratis. Pagas tudo. Economia eficiente.

O desemprego vai ter que aumentar mais, visto todo o setor da construção e dos serviços terem uma bolha.

Depois o desemprego é o último a recuperar numa economia, mas o facto de subir, também quer dizer que os agentes estão a fazer o ajustamento.

Temos de ser pragmáticos, não vamos lá com aspirinas, mas com desalavancagem das empresas, familias, Estado e bancos.

As empresas saudáveis que não aguentam um corte de crédito ou este ajustamento para mim não eram saudáveis.


Gorgol,


Miami é um local fantástico, partilho completamente a tua opinião. Mas é um local que se ficas doente, e não tiveres dinheiro, morres em pouco tempo.

A pobreza abunda em vários bairros mesmo no centro da cidade.

Alguns locais, à noite, não é aconselhável visitar..

E o desemprego, também não é pequeno.

Quanto à realidade portuguesa, o mau, feio e duro funciona na tv, Gorgol..É bonito ver essas séries mas são tv..

Quanto à tua opinião das empresas saudáveis, Gorgol, com todo o respeito, é mesmo só a tua opinião.

Porque por essa teoria, a Brisa, a Sonae, a Zon, a EDP não são saudáveis.. basta ver a que preço colocam obrigações do mercado e porque colocam obrigações no mercado??

Porque não conseguem financiamento da banca. E olha que são das maiores empresas portuguesas..

Agora as pequenas e médias empresas não têm essas facilidades. E Governo, neste último ano, em vez de não as sobrecarregar, tem aumentado tudo o que é imposto.. E depois vem com a conversa de baixar os custos do trabalho mas aumenta todos os outros factores. Não foi nisto que votei e sinto-me profundamente enganado.

O problema é um: Destruição do mercado interno.
E isso foi algo significativamente agravado pela decisão do Governo com a conversa de ir para além da Troika. E agora, em vez de decidir o que vai fazer, está a deixar a economia outra vez no limbo.. As pessoas vão gastar alguma coisa extra se não sabem se vão perder mais rendimentos? Obviamente que não, mais uma retracção e as empresas que aguentem..

E enquanto o mercado interno não melhorar, esquece qualquer recuperação.

Uma estratégia não se torna boa, simplesmente porque corta a direito armado em mau..
 
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por gorgo » 30/6/2012 21:28

MiamiBlueHeart Escreveu:Temos que ter austeridade, temos que nos endireitar, mas não esta austeridade e não com políticas que só estrangulam a economia e atacando as pessoas.


Miami é um bom sítio para se ver como funciona a economia. Não há nada gratis. Pagas tudo. Economia eficiente.

O desemprego vai ter que aumentar mais, visto todo o setor da construção e dos serviços terem uma bolha.

Depois o desemprego é o último a recuperar numa economia, mas o facto de subir, também quer dizer que os agentes estão a fazer o ajustamento.

Temos de ser pragmáticos, não vamos lá com aspirinas, mas com desalavancagem das empresas, familias, Estado e bancos.

As empresas saudáveis que não aguentam um corte de crédito ou este ajustamento para mim não eram saudáveis.
 
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por MiamiBlue » 30/6/2012 20:24

QuantMath Escreveu:golgol, com esta travagem não são apenas as más empresas que vão a vida... eu diria que este tipo de desalavancagem nem faz selecção natural, leva tudo a frente...


gorgol Escreveu:Não há ajustamento forçado sem desemprego.


Gorgol,

Toda a gente sabia que o desemprego ia aumentar.

O problema é que o desemprego aumentou muito mais porque o Governo não teve em mínima consideração a magnitude das medidas tomadas.

E enganaste, não estão a falir somente as empresas más, as maças podres, estão a falir as boas empresas.

Ou empresas boas são só as empresas que exportam uma parte significativa da sua produção?

Ou empresas boas são só as que têm fundo de maneio suficiente para fazer face à inexistência de financiamento bancário?

É que muitas empresas estavam saudáveis, tinham uma boa carteira de encomendas interna e tudo mudou radicalmente em pouquíssimos meses e estas empresas estão a fechar ou a despedir e por isso o desemprego disparou.

Muita gente se ria do conceito austeridade excessiva, bem, é facilmente comprovada pelos números dos impostos.

Outra questão, toda a gente fala em baixar os custos de trabalho, na empresa em que trabalho as alterações aos preços de energia (gás e electricidade)aumentaram o equivalente a contratar 15 pessoas (pessoas a ganhar 500 euros e pagando todos os impostos ao Estado).

E sabes enquanto tempo se deu esta alteração de preços, desde Janeiro deste ano.

Aumento equivalente a contratar 15 pessoas!!

Sabes o que provavelmente vai acontecer? Em vez de contratar 15 pessoas, provavelmente vão acontecer despedimentos porque a empresa não está a conseguir aguentar este aumento de preço da energia.

Por isso, quando ouço sistematicamente a falarem na redução salários, que também já lá aconteceu, riu-me..

Reduz-se os salários para mandar o dinheiro para a EDP e afins...

E este problema está a acontecer a muitas empresas, acredita.

Temos que ter austeridade, temos que nos endireitar, mas não esta austeridade e não com políticas que só estrangulam a economia e atacando as pessoas.
 
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por QuantMath » 30/6/2012 19:43

golgol, com esta travagem não são apenas as más empresas que vão a vida... eu diria que este tipo de desalavancagem nem faz selecção natural, leva tudo a frente...
 
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