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Caldeirão da Bolsa

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Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Krupper » 3/1/2011 15:11

Cavaco Silva: Gestão do BPN é a "part-time"
03 Janeiro 2011 | 13:59
Sara Antunes - saraantunes@negocios.pt


Presidente da República rejeita ter feito críticas às pessoas que estão a gerir o BPN. Mas coloca uma questão: porque houve bancos ingleses cujas perdas foram muito mais avultadas que no BPN e recuperaram muito mais depressa?
“Fiz uma comparação com os bancos ingleses” onde “foram nomeadas administrações altamente profissionais e independentes”, afirmou Cavaco Silva, no dia em que inicia a campanha para as eleições presidenciais.

“O modelo em Portugal foi diferente. São administradores em ‘part-time’. Não há aqui nada de pessoal”, sublinhou.

“Uma coisa é um processo que decorre em tribunal. Outra é a gestão de um banco que é público”, acrescentou, considerando que o Estado tem de garantir a recuperação do BPN. “Não se queiram fazer deturpações” salientou.

“O que eu disse foi que temos de nos interrogar porque houve recuperações rápidas” em bancos ingleses cujos problemas eram de uma dimensão muito maior do que no BPN “e porque não acontece o mesmo em Portugal.”

“O que faço é uma comparação de dois factos”, disse, acrescentando que “gostaria que o BPN se recuperasse.”

Estas declarações surgiram depois de na semana passada Cavaco Silva ter feito comentários que fizeram correr já muita tinta.

No último debate antes das eleições Presidenciais, Cavaco Silva disse: “há ali um problema de administração” referindo-se à actual gestão do BPN, considerando que os actuais responsáveis não têm conseguido resolver os problemas do banco, sendo necessárias injecções de dinheiro do Estado.

O presidente do BPN e vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, disse ainda na última quinta-feira haver "total disponibilidade da CGD e da equipa de gestão do BPN para prestar qualquer informação à Presidência da República, o que até ao momento nunca foi solicitada".

No mesmo dia, o conselho de administração da CGD considerou “injustas” as críticas que Aníbal Cavaco Silva, enquanto candidato a Presidente da República, fez sobre a gestão do BPN no debate televisivo com o candidato rival Manuel Alegre.

Por esse motivo, a gestão da Caixa, liderada por Fernando Faria de Oliveira, “deliberou manifestar à Presidência da República a sua disponibilidade para prestar toda a informação necessária demonstrativa que a gestão do BPN foi correcta, adequada, rigorosa e eficaz”, referiu o banco público responsável por gerir o banco nacionalizado em Novembro de 2008 em comunicado.
 
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por charles » 2/1/2011 15:30

Estado reforça capital da CGD em 550 M€


O capital social da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi reforçado em 550 milhões de euros (M€), até aos 5 050 milhões de euros, anuncia um comunicado distribuído através da CMVM no último dia de 2010.
As novas acções (110 milhões de títulos) «foram integralmente subscritas e realizadas em numerário pelo Estado ao seu valor nominal de EUR 5 cada» informa o documento colocado no sítio da entidade de supervisão do mercado de capitais.

O aumento de capital da Caixa «tem como objectivo consolidar a solidez da instituição e assegurar o reforço e manutenção da sua solvabilidade e capitalização em níveis adequados, ao mesmo tempo que reforça as medidas de adaptação às novas exigências colocadas pelo acordo de Basileia 3, permitindo que o rácio de adequação dos fundos próprios de base (tier 1) consolidados se situe, no final do ano em curso, em valores próximos de 9%», refere a instituição de capitais públicos.


http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=149939
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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[b]Cavaco e o BPN[/b]

por Mares » 27/12/2010 17:54

Cavaco Silva terminou o debate com Defensor Moura a dizer: "tinham que nascer duas vezes para serem mais honestos do que eu".
A tirada seguiu-se às acusações de que não terá explicado bem como teve mais-valias de 140% com as acções da SLN, a holding que controlava o BPN.

Cavaco tem razão quando diz que está a ser alvo de uma campanha "desonesta e suja", com o intuito de o enlamear no "affaire" BPN. Mas há duas coisas a que tem de estar atento. A primeira é que, mesmo não tendo feito nada de errado (e estou convencido de que não fez!), não o terá explicado da melhor maneira quando surgiram os primeiros rumores, no início de 2009. Não por ter sonegado factos importantes para se perceber os contornos do investimento na SLN, mas porque a forma como se explicou não foi a melhor (nada que surpreenda: Cavaco sempre teve uma relação desastrada com a Imprensa...).

A segunda questão é que a forma como o Presidente se defendeu não acrescenta nada à sua inocência: ou Cavaco acha que a campanha "desonesta e suja" não merece comentário… e não diz nada; ou acha que tem de se defender… mas aí só se pode ater a factos e meter toda a carne no assador.

Como Cavaco ainda tem pela frente o opositor mais perigoso, e o BPN provavelmente vai voltar à discussão (Defensor Moura só pegou no assunto depois de ter visto o desconforto do PR ao lidar com o BPN no debate com Francisco Lopes), precisa de mudar de estratégia. Até porque Alegre é o único que ainda pode sonhar com Belém. E como a campanha não lhe tem corrido nada bem, precisa de toda a artilharia para fazer História.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=460299
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por Elias » 23/12/2010 1:32

BPN. Quem paga os cinco mil milhões?
por Carlos Ferreira Madeira, Publicado em 22 de Dezembro de 2010 | Actualizado há 1 dias
ionline.pt

O Banco Português de Negócios, que o Estado nacionalizou em Novembro de 2008 e que quis reprivatizar em 2010, é um buraco sem fundo, um caso de polícia e um exemplo acabado de irresponsabilidade política. O preço vem na etiqueta: 5 mil milhões de euros, mais coisa menos coisa. Não há no BPN o efeito colateral de uma bolha imobiliária, ou uma qualquer crise de subprime que explique o caos. Há, aparentemente, uma sucessão de crimes financeiros que envolveu contratos atípicos, compras de terrenos e viaturas de luxo que nunca existiram, transferências massivas de dinheiro para offshores. É assinalável que um dos homens do BPN tenha sido constituído arguido por dois dias, pelo Ministério Público, por alegadamente ter ordenado que se procedesse à migração dos saldos de uma correctora para a conta bancária do Banco Insular, em Março de 2002. Em 48 horas, o homem deixou de ser arguido ou de constar da lista de testemunhas. Porquê? Podemos apenas especular. Será que avisou as entidades de supervisão sobre o que se passava no banco? Será que, constituído arguido ou chamado a depor como testemunha, iria identificar publicamente a pessoa a quem deu o alerta ?

Vale a pena recuar nesta história. Em Junho de 2008, Miguel Cadilhe assumiu a presidência do banco por via da holding SLN (detentora do BPN) da qual era o Chairman. Pediu auditorias externas à Deloitte e denunciou no Ministério Público crimes financeiros praticados no BPN. Já em Maio de 2008, outros quadros do banco haviam denunciado no Banco de Portugal, na Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e no Ministério Público crimes financeiros. No início de Novembro, o Estado nacionaliza o BPN, que contava com imparidades de 1,7 mil milhões de euros. A 21 de Novembro de 2008, o ex-presidente do Banco, Oliveira Costa, é detido e pronunciado por sete crimes. É claro que, nesta fase, muitos dos clientes do BPN já tinham posto o seu dinheiro a salvo. Só a Segurança Social levantou 300 milhões de euros do banco (e bem) entre Junho e Agosto de 2008. Miguel Cadilhe chegou a apresentar um plano para reequilibrar o balanço do BPN, que passava pela injecção de 600 milhões de euros por parte do Estado. Nada feito. O ministro Teixeira dos Santos justificou em Junho de 2009: "O valor do capital a injectar pelo Estado seria duas vezes mais, ou seja, pelo menos 1,5 mil milhões de euros. Teríamos um problema maior se não tivéssemos nacionalizado". Agora, que estamos a falar de 5 mil milhões de euros, Teixeira dos Santos mantém a opinião?

Como pode o Estado garantir hoje que o BPN não vai à falência? E não foi para impedir a falência que se nacionalizou?

Se os accionistas da SLN recusaram a proposta de compra do BPN pela Caixa Geral de Depósitos (carta de 23 de Outubro de 2008) é porque acreditavam na recuperação do banco. Outros bancos deste país apresentaram lucros zero quando tiveram de limpar a casa. O Estado não deixou limpar o BPN. E decidiu intervir para "evitar o risco sistémico". Agora, com a criança nas mãos, convocou os privados para lhes entregar o menino doente. Os privados, claro, rejeitaram. Este banco tem um buraco de 50 milhões de euros só numa agência e perto de mil milhões de euros, que foram contabilizados com activos, parqueados em offshore (BPN Cayman). Ou seja, podem não valer um cêntimo.

Que o Estado coloque um banco à venda, nestas condiçõe,s é lamentável. Que peça aos privados para resolver o problema, que criou com a nacionalização, é surreal.

A nacionalização transferiu para o Estado a responsabilidade pelas dívidas do banco. Mas se desapareceu dinheiro do BPN, é óbvio que alguém ficou ele. Quem vai pagar a factura? Suspeito que sejam os suspeitos do costume: todos nós.
 
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BPN reduz prejuízos para metade

por kanes » 11/11/2010 0:33

Foram hoje revelados os resultados do banco nacionalizado entre Janeiro e Setembro deste ano.

O BPN registou prejuízos nos primeiros nove meses do ano de 42,2 milhões de euros, cerca de metade dos obtidos em igual período do ano passado, que foram de 87 milhões.

As receitas continuam estagnadas e foi nos custos que o banco conseguiu melhorar os resultados, tendo os gastos caído 15%.

O buraco financeiro do banco atingiu, em Setembro, os dois mil milhões de euros.

Os recursos de clientes caíram 19,2% e no crédito houve uma estagnação.

Os números aparecem numa altura em que está em curso a reprivatização do banco nacionalizado no final de 2008. O valor mínimo de oferta são 180 milhões de euros e o prazo termina a 30 de Novembro, tendo sido adiado já por uma vez por falta de propostas.


http://economico.sapo.pt/noticias/bpn-r ... 03990.html
 
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por Mcmad » 10/11/2010 23:58

eu acho que se gastaria á vontade 100 000 000 :mrgreen:
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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por Elias » 10/11/2010 22:46

Ah, bom, estou mais descansado. Por momentos pensei que estávamos entregues aos especuladores...
 
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por Pata-Hari » 10/11/2010 22:40

nannn, apenas sonhador e divagador...
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Re: Nacionalização do BPN evitou crise de 20 mil milhões

por Elias » 10/11/2010 22:38

AutoMech Escreveu:
Elias Escreveu:
É impressão minha ou isto são contas de merceeiro?


É, no mínimo, especulativo estar a dizer qual seria o custo duma hipotética crise.


Estarás a acusar o ministro de ser um especulador? :mrgreen:
 
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Re: Nacionalização do BPN evitou crise de 20 mil milhões

por Automech » 10/11/2010 18:49

Elias Escreveu:
É impressão minha ou isto são contas de merceeiro?


É, no mínimo, especulativo estar a dizer qual seria o custo duma hipotética crise.
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Re: Nacionalização do BPN evitou crise de 20 mil milhões

por Elias » 10/11/2010 18:05

kanes Escreveu:Teixeira dos Santos defendeu hoje a nacionalização do BPN, afirmando que evitou uma crise bancária que poderia custar mais de 20 mil milhões.

"Ainda bem que nacionalizámos o BPN". A frase é de Teixeira dos Santos e foi proferida em resposta a uma questão colocada pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Gusmão, sobre os custos da nacionalização deste banco, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2011, no Parlamento.

O ministro das Finanças defendeu que a decisão tomada, há exactamente dois anos, evitou "uma crise bancária e o pânico bancário em Portugal" que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), teria "um custo para os contribuintes da ordem dos 13 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)". Ou seja, um custo que seria superior a 20 mil milhões de euros.

Teixeira dos Santos admitiu que ter nacionalizado o BPN "vai custar dinheiro", mas "vai ficar muito barato em comparação com o custo" dessa possível crise, defendeu.


É impressão minha ou isto são contas de merceeiro?
 
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por Krupper » 10/11/2010 18:02

Oliveira Costa está em liberdade

Ex-presidente e fundador do BPN está em liberdade, impedido de sair do País e obrigado a apresentação semanal no tribunal, segundo o "Expresso".
De acordo com o site do jornal, Oliveira Costa está em liberdade desde hoje, condicionado a não poder sair do país e a ter de se apresentar à secretaria do tribunal todas as terças-feiras de manhã.

O julgamento do responsável, acusado de crimes relacionados com o Banco Português de Negócios (BPN) e com a Sociedade Lusa de Negócios (SLN), está agendado para o próximo dia 15 de Dezembro.

Até hoje, Oliveira Costa estava em prisão domiciliária.
 
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Nacionalização do BPN evitou crise de 20 mil milhões

por kanes » 2/11/2010 23:25

Teixeira dos Santos defendeu hoje a nacionalização do BPN, afirmando que evitou uma crise bancária que poderia custar mais de 20 mil milhões.

"Ainda bem que nacionalizámos o BPN". A frase é de Teixeira dos Santos e foi proferida em resposta a uma questão colocada pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Gusmão, sobre os custos da nacionalização deste banco, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2011, no Parlamento.

O ministro das Finanças defendeu que a decisão tomada, há exactamente dois anos, evitou "uma crise bancária e o pânico bancário em Portugal" que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), teria "um custo para os contribuintes da ordem dos 13 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)". Ou seja, um custo que seria superior a 20 mil milhões de euros.

Teixeira dos Santos admitiu que ter nacionalizado o BPN "vai custar dinheiro", mas "vai ficar muito barato em comparação com o custo" dessa possível crise, defendeu.
 
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por fatimafaria » 27/10/2010 11:15

CerealKiler Escreveu:
Elias Escreveu:Fazendo umas contas de merceeiro...

O governo meteu 4500 milhões no BPN.
O défice é de 13900 milhões de euros.
O défice é de 9,4%
O dinheiro metido no BPN vale 3,0% do défice.

Conclusão: se o governo não tivesse metido aquela massa toda no BPN o nosso défice estava em 6,4% (igual ao que havia em 2005) e não seria necessário estar a tomar estas medidas drásticas para reduzir o défice.


ou seja para safar as poupanças de alguns amigalhaços dos politicos, pagamos todos.
Ou seja mais uma vez chegamos á conclusao que o governo nao tem os melhoes conselheiros financeiros, e quando toma decisoes como a que tomou na intervencao do BPN fá-lo completamente ás escuras.
 
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por CerealKiler » 27/10/2010 10:23

Elias Escreveu:Fazendo umas contas de merceeiro...

O governo meteu 4500 milhões no BPN.
O défice é de 13900 milhões de euros.
O défice é de 9,4%
O dinheiro metido no BPN vale 3,0% do défice.

Conclusão: se o governo não tivesse metido aquela massa toda no BPN o nosso défice estava em 6,4% (igual ao que havia em 2005) e não seria necessário estar a tomar estas medidas drásticas para reduzir o défice.


ou seja para safar as poupanças de alguns amigalhaços dos politicos, pagamos todos.
 
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por Elias » 27/10/2010 10:09

Banco de Portugal admite liquidação do BPN se a privatização falhar

27.10.2010 - 07:27 Por Cristina Ferreira
publico.pt

O Banco de Portugal (BdP) está a "pressionar" o Governo a encerrar o mais rapidamente possível o dossier Banco Português de Negócios (BPN), alegando que a instituição não pode funcionar com uma situação líquida negativa.

Sem comprador à vista, e dada a complexidade do dossier, há quem no banco central defenda a liquidação do BPN, o que poderia evitar a injecção imediata de fundos públicos, operação com impacto no défice orçamental. Caso falhe a privatização, outro caminho que agrada aos sindicatos é a integração na CGD.

A poucas semanas de terminar o segundo prazo de entrega de propostas de compra do BPN, e sem que as entidades que levantaram o caderno de encargos da privatização estejam a dar sinais de interesse, no BdP aumentam as preocupações quanto ao futuro do BPN. Isto porque, segundo as regras do supervisor, um banco não pode estar no mercado com insuficiências de capital e sem cumprir os rácios. A situação líquida do BPN é negativa em dois mil milhões de euros. O PÚBLICO apurou junto de responsáveis do BdP que o supervisor já avisou o Governo de que o BPN não pode funcionar nas actuais condições, pois a "situação é insustentável". "Não há comentários a fazer", declarou ao PÚBLICO fonte oficial do BdP, quando solicitada a comentar a situação no BPN.

O caderno de encargos da privatização do BPN, nacionalizado em 2008, revela "um buraco" de cerca de 700 milhões de euros, resultante de imparidades no crédito concedido e num deficiente provisionamento de riscos (nomeadamente relacionados com empréstimos sem garantias reais). As entidades que levantaram o dossier de privatização questionam ainda uma das exigências do Governo, que quer que o comprador se comprometa a não mexer no quadro de trabalhadores. Sendo assim, a recuperação do BPN forçará o adquirente a realizar um "investimento" total de quase 880 milhões de euros, ou seja, mais 700 milhões de euros do que a verba que o Estado pede pela instituição (180 milhões de euros). Já os activos tóxicos do BPN (1,5 mil milhões de euros) foram transferidos para veículos constituídos já esta semana e que vão procurar proceder à sua recuperação no longo prazo.

É este quadro que está a afastar os potenciais interessados (Montepio Geral, BIC Angola, Barclays) que têm defendido, junto do Governo e da CGD, alterações aos termos do caderno de encargos que lhes foi apresentado (da autoria da equipa de Francisco Bandeira). Mas esta iniciativa forçaria à abertura de um novo concurso público, o que atrasaria a conclusão da operação, sem que houvesse garantias de chegar a bom termo.

Outra solução passa por reforçar o capital social do BPN em larga escala (para tapar os buracos). No entanto, isso teria reflexos negativos imediatos no défice orçamental (este ano o Governa estima que fique nos 7,3 por cento). Já os financiamentos concedidos pela CGD ao BPN, de 4,6 mil milhões de euros, e que têm evitado a falência da instituição, resultam sobretudo de emissões de dívida e não têm impacto directo nas contas públicas. O Tesouro acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser chamado a "apoiar" o maior banco português, mas esse impacto no défice orçamental poderá pelo menos não ser imediato.

É neste quadro complexo que no BdP há quem defenda, ao mais alto nível, uma solução extrema: a liquidação da instituição financeira. Isso evitaria novas injecções de fundos públicos e permitiria arrumar o dossier de uma vez por todas, ainda que com custos.

Este caminho, que já foi equacionado, permitiria à CGD ficar com os activos comerciais (depósitos) que ainda restam no BPN (pois os grandes clientes saíram ou passaram para a CGD) e com os créditos. Os credores seriam os trabalhadores do BPN e os fornecedores. E as agências seriam alienadas sem "adicionais". Mas há que ter em conta as responsabilidades que o banco, que opera há dez anos, possui.

Outro caminho passa pela integração do BPN na CGD - e que chegou a ser estudada antes da nacionalização. Neste caso, o grupo público absorvia os 2000 trabalhadores, mas também as imparidades, o que teria reflexos na sua situação líquida. E o Governo seria de novo chamado a injectar fundos próprios na CGD, que poderia depois vender a rede de retalho excedentária.

Ontem o dirigente do SNQTB, Afonso Diz, veio defender em conferência de imprensa a integração do BPN na CGD, por considerar a via que melhor defende os interesses dos colaboradores e por entender que o Estado não pode continuar a "perder" dinheiro. E lembrou que "a marca BPN vale zero".

As declarações surgem num contexto de desentendimento entre sindicato e administração do BPN, com ameaças de parte a parte. Afonso Diz defendeu que a equipa de Francisco Bandeira (que é vice-presidente da CGD) retirou do BPN os melhores clientes e transferiu-os para a CGD. Mas antes, por carta enviada às autoridades, acusou a gestão de Bandeira de "continuar a fazer as suas negociatas com a ex-SLN, agora denominada Galilei". O BPN reagiu, também por carta assinada por dois gestores, onde considera caluniosas e difamatórias as declarações do sindicalista e informa que, caso este não preste explicações no prazo de oito dias, reserva-se o direito de recorrer aos tribunais.
 
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por Automech » 26/10/2010 18:54

BPN: PJ e MP fazem dezenas de buscas pelo país

A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) têm em curso uma mega operação, com dezenas de buscas em todo o país relacionadas com o Banco Português de Negócios (BPN) e uma gigantesca burla que pode ascender aos 80 milhões de euros, avança a SIC Notícias.

Segundo a estação de Carnaxide, três advogados já foram detidos.

A SIC refere que a investigação incide sobre a obtenção de créditos bancários com garantias fictícias, com a alegada conivência da antiga administração do banco.

Um dos detidos é um advogado de Lisboa que os investigadores acreditam ser o testa de ferro de Oliveira Costa, o antigo presidente do BPN.

Além dos detidos, outras pessoas já foram notificadas para comparecer a interrogatório judicial, um deles é Luís Duque, antigo dirigente do Sporting e vereador da Câmara de Sintra, com o pelouro das obras municipais.

Fernando Seara, presidente da autarquia confirmou já à SIC que também foi abordado esta manhã pela PJ, no âmbito desta investigação, tendo lhe sido solicitados documentos relacionados com o alvará de bombas de gasolina.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=475459
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por Automech » 18/10/2010 23:20

Elias Escreveu:Fazendo umas contas de merceeiro...

O governo meteu 4500 milhões no BPN.
O défice é de 13900 milhões de euros.
O défice é de 9,4%
O dinheiro metido no BPN vale 3,0% do défice.

Conclusão: se o governo não tivesse metido aquela massa toda no BPN o nosso défice estava em 6,4% (igual ao que havia em 2005) e não seria necessário estar a tomar estas medidas drásticas para reduzir o défice.


http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... B7CD03A0DE

Sim, a avaliar pela noticia o estado só teria lá 375 milhões (em 2004 - não sei em 2009), logo o prejuízo em termos meramente de depósitos era mínimo, quando comparado com o resgate.

Resta saber se haveria mesmo o tal risco sistémico. Isso nunca teremos a certeza.
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por Elias » 18/10/2010 20:41

Fazendo umas contas de merceeiro...

O governo meteu 4500 milhões no BPN.
O défice é de 13900 milhões de euros.
O défice é de 9,4%
O dinheiro metido no BPN vale 3,0% do défice.

Conclusão: se o governo não tivesse metido aquela massa toda no BPN o nosso défice estava em 6,4% (igual ao que havia em 2005) e não seria necessário estar a tomar estas medidas drásticas para reduzir o défice.
 
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por Pantone » 30/9/2010 10:20

A dúvida se calhar é básica e já foi respondida mas alguém pode informar de que forma o resgate do BPN se reflectiu no défice/dívida ública deste ano ou do ano passado?
 
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por Elias » 30/9/2010 9:03

AutoMech Escreveu:As obrigações do Benfica e do Porto também pagavam 6%...


O Sporting chegou a fazer uma emissão com 7% e na altura houve quem perguntasse "com taxas destas qual o risco de incumprimento"
 
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por Automech » 30/9/2010 8:16

As obrigações do Benfica e do Porto também pagavam 6%...
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por Pata-Hari » 30/9/2010 7:16

Curiosamente o que me traz à cabeça sempre é: pois, a taxa era muito boa.... notem que eventualmente, houve relativamente poucos estouros no mercado. Mas quem colocou este tipo de papel nas mãos dos clientes? A parte a reter é sempre a mesma: não há retorno sem acréscimo de risco. Ponto.
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por moppie85 » 30/9/2010 5:30

joao bravo Escreveu:Se bem entendi a questão são obrigações relativamente à cimenteira, no qual o banco seria intermediário, mas não tinha que reter as obrigações vencidas.


Se bem entendi, a CNE nao as pagou, pelo q a responsabilidade n é do banco.
 
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por joao bravo » 30/9/2010 1:39

Se bem entendi a questão são obrigações relativamente à cimenteira, no qual o banco seria intermediário, mas não tinha que reter as obrigações vencidas.
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