Fecho do Estreito de Ormuz ameaça atirar crude acima dos 100 dólares

[Fenicio]

Foi quase, mas o índice Dow Jones voltou a fechar novamente dentro do mesmo range, repetindo uma "novela" que já dura 9 dias (ver gráfico no post acima).

Fechou hoje a ganhar 0,37%, nos 8.771 pontos.

[Fenicio]

Há 8 sessões seguidas que o Dow Jones Industrial Average segue a fechar sempre à volta dos 8.750 pontos (margem de 30 pontos para cima ou para baixo). Esta lateralização está a levar o índice directamente em rota de colisão contra a sua Linha de Tendência Ascendente de médio prazo.

Não é a primeira vez que o DJI lateraliza e, se repararem no gráfico, verão que ao longo de quase todo o mês de Maio o índice esteve a oscilar quase sempre à volta dos 8.400 pontos (oscilações muito amplas).

Apesar de tudo, os indicadores técnicos continuam bem posicionados e até o momento não houve o disparo de nenhum sinal de saída, o que não deixa de ser curioso já que em situações de lateralização é normal assistirmos a alguma deterioração dos indicadores.

Do ponto de vista técnico o índice parece disposto a seguir adiante com as suas subidas, mas estas lateralizações levantam algumas dúvidas.

O DJI segue neste momento nos 8.838 pontos. Se continuar neste ritmo, o índice fechará pela primeira vez acima do tal range citado na última análise.

A contar os minutos e a torcer por um fecho acima dos 8.800 pontos!

[Fenicio]

Há 8 sessões seguidas que o Dow Jones Industrial Average segue a fechar sempre à volta dos 8.750 pontos (margem de 30 pontos para cima ou para baixo). Esta lateralização está a levar o índice directamente em rota de colisão contra a sua Linha de Tendência Ascendente de médio prazo.

Não é a primeira vez que o DJI lateraliza e, se repararem no gráfico, verão que ao longo de quase todo o mês de Maio o índice esteve a oscilar quase sempre à volta dos 8.400 pontos (oscilações muito amplas).

Apesar de tudo, os indicadores técnicos continuam bem posicionados e até o momento não houve o disparo de nenhum sinal de saída, o que não deixa de ser curioso já que em situações de lateralização é normal assistirmos a alguma deterioração dos indicadores.

Do ponto de vista técnico o índice parece disposto a seguir adiante com as suas subidas, mas estas lateralizações levantam algumas dúvidas.

[MarcoAntonio]

Deixo aqui o meu update ao Crude Oil, que se mantém bullish e prossegue a desenhar a sua bandeira de alta. Vejo ainda algum potencial de subida e conto que o crude possa vir a visitar a zona dos 70 dolares a curto-prazo.

Entretanto o crude já praticamente tocou nos 70 dolares (hoje está pelos 69 dolares) pelo que podemos considerar a bandeira como concretizada pois para além de já estar próximo da projecção, esta é uma zona candidata a resistência. Eventualmente poderá continuar e ir um pouco mais além, pessoalmente não tenho nenhuma expectativa forte quanto ao rumo do petróleo no imediato atingidos que foram estes níveis.

Para complementar a actualização ao S&P, um breve update ao Petróleo, embora confesse de momento que tenho poucas expectativas quanto ao que vai ocorrer agora.

Contudo, vale a pena tirar o chapéu ao comportamento extremamente técnico que o Crude Oil tem tido.

Aliás, e dado o período de intensa especulação e liquidez na matéria-prima não seria de esperar outra coisa, o Crude Oil tem tido um comportamente bastante técnico. Mas nestes últimos meses aprimorou-se ainda mais, com legs, consolidações e repetição de zonas de resistência exactamente onde era expectável que ocorressem...

[Elias]

Marco, já agora acho que é de referir que o impasse poderá ainda demorar 2 ou 3 semanas a resolver-se (não seria a primeira vez...)

[MarcoAntonio]

19-05-2009

Aqui fica um novo update ao S&P500...

A escalada das últimas semanas trouxe-nos de novo para um dos níveis chave no S&P, porventura o mais importante nas proximidades. Assim, o abrangente índice americano encontra-se afinal numa situação técnica bastante semelhante a aquela que já comentei por diversas vezes aqui para o nosso PSI20.

Esta é basicamente a mesmíssima resistência que já tinha apontado no final do ano passado, a qual nunca foi claramente e consistentemente quebrada, estando agora definida de uma forma eventualmente mais evidente numa zona de resistência algures entre os 920 e os 950pts.

Uma quebra desta importante zona de resistência - que funciona como o topo do mercado nos últimos 6 meses - seria um forte e importante sinal bullish para médio/longo-prazo. A actual predominância Bull passaria a ser vista menos com um Bear Market Rally e mais como um novo Bull Market. Ainda que não ficasse totalmente claro e por certo subsistisse o (quase eterno) debate, pelo menos a balança começaria a pender pelo Bull Market. Ou isso ou estariamos perante um dos maiores Bear Market rallies da história...

Bom, mas numa perspectiva de mais curto-prazo, apontaria dois alvos caso essa quebra ocorresse: um primeiro por volta dos 1000/1010 pontos, mais coisa menos coisa e que suponho que seria rapidamente atigindo e outro, mais lá para a frente mas com bastante potencial de ser atingido a relativamente curto-prazo na zona dos 1100pts. A zona onde se iniciou para todos os efeitos o descalabro dos índices em Outubro do ano passado.

Já aquela linha ascendente a azul, que marca a tendência ascendente em vigor nos últimos dois meses deverá servir de referência para detectar o início de uma correcção mais forte que possa vir a ocorrer (até agora só se registaram pequenos downswings de tal forma tem sido imponente o domínio Bull nestes últimos dois meses no S&P).

26-05-2009

Um pequeno update actualizando o comentário anterior com as últimas sessões e alguma nova luz que vai incidindo sobre o índice e por arrasto sobre os mercados em geral: a sessão de hoje parece-me uma sessão relativamente importante, não só pela força demonstrada como pela sombra de uma forte (e em certa medida, esperada) correcção que já pairava no ar. Assim, o índice caminha mais para uma consolidação quase lateral em detrimento de uma correcção, um comportamento mais "bullish" (de notar o facto de ter estado ali quase a quebrar a LT ascendente de curto-prazo mas nunca o chegou a fazer claramente, acabando por reagir forte hoje).

A cereja em cima do bolo seria a quebra em alta daquela importante zona de resistência para a qual já tinha alertado e sinalizado, eventualmente poderia até desenvolver uma bandeira de alta.

09-06-2009

Os dias vão passando e o S&P não sai da zona de conflito, como que demonstrando através do impasse a tremenda importância desta zona do ponto de vista técnico. A ser quebrada em alta constituiria um sinal poderoso de que os Bulls dominam e dominam em mais do que meramente no Curto-Prazo. Constituiria um sinal de poderoso de que vivemos um Bull Market e não um Bear Market Rally...

Mas por enquanto, estamos parados, à espera de uma decisão.

A LT que coloco de suporte não é tecnicamente irreprovável mas eu creio que algo próximo daquela linha poderá ajudar a detectar o início de uma possível correcção. De notar que o movimento que sairá daqui tenderá a ser expressivo. Assim costuma ser após fases de impasse...

[rsacramento]

o nasdaq segue imparável:

[MarcoAntonio]

Sim, tem semelhanças (trata-se de um triplo-fundo em ambos os casos e depois na fase ascendente surge uma bandeira bastante bem desenhada). Mas o time-frame é um bocado diferente num caso e noutro...

Em todo o caso o padrão de comportamento é bastante semelhante, sim.

[Neckline]

Parece fotocópia.

[MarcoAntonio]

Deixo aqui o meu update ao Crude Oil, que se mantém bullish e prossegue a desenhar a sua bandeira de alta. Vejo ainda algum potencial de subida e conto que o crude possa vir a visitar a zona dos 70 dolares a curto-prazo.

Entretanto o crude já praticamente tocou nos 70 dolares (hoje está pelos 69 dolares) pelo que podemos considerar a bandeira como concretizada pois para além de já estar próximo da projecção, esta é uma zona candidata a resistência. Eventualmente poderá continuar e ir um pouco mais além, pessoalmente não tenho nenhuma expectativa forte quanto ao rumo do petróleo no imediato atingidos que foram estes níveis.

[Flying Turtle]

Olá a todos,

Hoje a análise semanal vai ser muito mais curta: Em parte por pouca disponibilidade de tempo, mas sobretudo porque pouco há a dizer, resumindo-se à manutenção da lateralização na generalidade dos mercados accionistas, sem alteração dos valores (suportes e resistências) de referência.

Pontos dignos de nota são:

- A subida da generalidade das divisas europeias ao longo da semana, ilustrada aqui no gráfico do par EUR/USD:

EUR/USD



- A continuação das subidas do Ouro e do Crude, ilustradas nos gráficos abaixo:

Ouro



Crude



Passemos então imediatamente ao nosso índice de base, o

SPX

Horizonte diário

O downswing também se ficou pelos 5 dias, com uma amplitude de 5,51%, a que se seguiu um upswing de 3 dias e 5,19%, mais curto e menos amplo portanto. Mau sinal para continuação imediata das subidas.

Neste momento temos um novo downswing com 2 ou 3 dias (a barra de sexta-feira foi uma “inside bar”), cuja amplitude levou já à anulação do anterior upswing, o que indicia uma descida mais rápida do que a subida.

No entanto, e como em outros índices ficou mostrado, não existe ainda alteração ao nível de suportes e resistências.

Continuação da lateralização dentro do (estreito) trading range anterior, o que implica uma sequência relativamente rápida de swings. Não se têm para já verificado sequer falsos breaks, os quais ajudariam provavelmente a afastar os “mãos leves”. Nada de novo portanto.

Horizonte semanal

A possibilidade de um duplo topo foi anulada no EURUSD, como vimos, mas não o foi ainda no SPX. A possibilidade de lateralização é real, embora duvide que, a existir, venha a restringir-se aos níveis imediatos de resistência e, sobretudo, de suporte.

O downswing durou apenas uma semana, tendo o índice iniciado um novo upswing semanal em virtude de ter superado o máximo da semana anterior, sem ter quebrado o respectivo mínimo.

Esta semana trouxe-nos uma inside bar no gráfico semanal. Sem novidades.

Horizonte mensal

Terminado que está mais um mês, aqui fica o gráfico respectivo:



O upswing iniciado em Abril prolongou-se para Maio: É bem visível neste gráfico a forma em “V” pronunciado deste rally sendo que, como referi anteriormente, a sua amplitude não é ainda exagerada face a situações anteriores. Não nos esqueçamos de que o downswing precedente durou 7 meses e teve uma amplitude de quase 50%, sendo portanto necessária uma recuperação de 100% para se regressar ao nível de início desse downswing.

Em conclusão

A indecisão mantém-se, isso parece mais ou menos evidente, e a semana não tem senão uma história para contar, que é a da desvalorização do USD. Esta desvalorização favorece subidas nas commodities e, pelo menos historicamente, nos índices americanos o que, por arrastamento, pode levar os demais índices accionistas também a subir. Mantenho assim as minhas perspectivas anteriores, temperadas, por um lado, com este novo factor indutor de novas subidas mas, por outro, com um aparente sinal de fraqueza acrescida nalguns índices accionistas, incluindo o SPX.

Se a semana anterior tinha pouco que contar, esta tem-no ainda menos. Esta lateralização, mais a mais junto a níveis de resistência e/ou de suporte (conforme os índices), é em si bullish como, aliás, outros participantes muito bem referiram, entre os quais o MarcoAntonio. Alguma fraqueza do USD (com a consequente continuação das subidas em commodities como o ouro e o crude), e alguma força das divisas europeias, também podem ser vistas sob este prisma. Continuo no entanto a recusar-me a entrar na discussão sobre se irão ou não ocorrer novos mínimos, preferindo limitar-me a ler e tentar interpretar o que me é dado ver a partir dos gráficos. Há sem dúvida vários sinais bullish (reacções às notícias; paragem das descidas nas taxas Euribor), mas não passam disso mesmo, isto é, de sinais. Confundir a árvore com a floresta, ou o contrário, é erro em que tento não cair. Por outro lado, a aceleração da economia e dos processos em geral ao longo da(s) última(s) década(s) dificulta acrescidamente a análise com base em situações passadas, como também já outros referiram, entre os quais o JAS.

Resumindo, esta semana pouco ou nada acrescentou à indefinição anterior. Há que saber viver com isso e não tentar forçar o andar dos acontecimentos.

“Saberr esperrar é conaturral ao Homem. Porrtanto, esperrarrei”... (*)


Tenham um bom resto de Domingo e uma semana melhor ainda se possível,
FT

(*) Esta frase aparece num já antigo livro de curso de um tio meu, já não sou capaz de dizer de que curso ou mesmo faculdade, ilustrando e ironizando o facto de um senhor, de cujo nome também não estou certo, que foi ministro nos tempos da “outra senhora”, carregar sensivelmente nos “erres”. Lembrei-me dela a propósito da situação actual e não resisti a reproduzi-la.

[MarcoAntonio]

LOL

Aquilo deixou de dar os volumes no índice há algum tempo, não faço a mínima ideia do porquê, mas eu confesso que não me faz diferença porque realmente nos índices eu dou pouca importância ao volume.

[rsacramento]

Marco:

olhando para este teu gráfico dá a ideia que tens o pagamento dos volumes de tal maneira em atraso que tos cortaram

[MarcoAntonio]

19-05-2009

Aqui fica um novo update ao S&P500...

A escalada das últimas semanas trouxe-nos de novo para um dos níveis chave no S&P, porventura o mais importante nas proximidades. Assim, o abrangente índice americano encontra-se afinal numa situação técnica bastante semelhante a aquela que já comentei por diversas vezes aqui para o nosso PSI20.

Esta é basicamente a mesmíssima resistência que já tinha apontado no final do ano passado, a qual nunca foi claramente e consistentemente quebrada, estando agora definida de uma forma eventualmente mais evidente numa zona de resistência algures entre os 920 e os 950pts.

Uma quebra desta importante zona de resistência - que funciona como o topo do mercado nos últimos 6 meses - seria um forte e importante sinal bullish para médio/longo-prazo. A actual predominância Bull passaria a ser vista menos com um Bear Market Rally e mais como um novo Bull Market. Ainda que não ficasse totalmente claro e por certo subsistisse o (quase eterno) debate, pelo menos a balança começaria a pender pelo Bull Market. Ou isso ou estariamos perante um dos maiores Bear Market rallies da história...

Bom, mas numa perspectiva de mais curto-prazo, apontaria dois alvos caso essa quebra ocorresse: um primeiro por volta dos 1000/1010 pontos, mais coisa menos coisa e que suponho que seria rapidamente atigindo e outro, mais lá para a frente mas com bastante potencial de ser atingido a relativamente curto-prazo na zona dos 1100pts. A zona onde se iniciou para todos os efeitos o descalabro dos índices em Outubro do ano passado.

Já aquela linha ascendente a azul, que marca a tendência ascendente em vigor nos últimos dois meses deverá servir de referência para detectar o início de uma correcção mais forte que possa vir a ocorrer (até agora só se registaram pequenos downswings de tal forma tem sido imponente o domínio Bull nestes últimos dois meses no S&P).

26-05-2009

Um pequeno update actualizando o comentário anterior com as últimas sessões e alguma nova luz que vai incidindo sobre o índice e por arrasto sobre os mercados em geral: a sessão de hoje parece-me uma sessão relativamente importante, não só pela força demonstrada como pela sombra de uma forte (e em certa medida, esperada) correcção que já pairava no ar. Assim, o índice caminha mais para uma consolidação quase lateral em detrimento de uma correcção, um comportamento mais "bullish" (de notar o facto de ter estado ali quase a quebrar a LT ascendente de curto-prazo mas nunca o chegou a fazer claramente, acabando por reagir forte hoje).

A cereja em cima do bolo seria a quebra em alta daquela importante zona de resistência para a qual já tinha alertado e sinalizado, eventualmente poderia até desenvolver uma bandeira de alta.

[cannot]

Não há nada como um resumo global dos mercados, obrigado "Flying Turtle"!

[creepy]

parabens FT..

outra vez excelente...

tenho as minhas reticências em relação ao ouro... já tive muito mais bull... a mim parece-me que pode corrigir de novo e pode estar a formar uma cunha ascendente...

penso que o dollar está a dar as últimas neste downtrend.. mas pode ser ainda o catalizador para as últimas subidas dos índices e commodities se... estas já não começaram o downtrend....

no spx parece que as quedas começaram mas ainda estou muito ceptico... para mim só mesmo abaixo dos 835/833 é que que seguimos o caminho descente claramente... tenho visto pouco volume na queda apesar da imagem não favorecer o bull case... abaixo dos 875 existe o primeiro sinal mas... é ver com que volume é feito e qual o movimento..

bom fim de semana FT

apesar de ter que tar em casa de perna ao alto!!! só amanha ponho as minhas análises

Abraço

[Flying Turtle]

Boa tarde a todos,

Reiterados agradecimentos aos que comentam as minhas análises e/ou contribuem com outras, para animar o debate e melhorar o esclarecimento comum.


Correndo embora o risco (totalmente merecido, diga-se) de ser ofuscado pelos vídeos que o arnie vai postar mais logo, sigamos então sem mais delongas com a nossa costumeira análise semanal que, hoje, tem mais 3 gráficos do que o habitual. Em contrapartida, alguns comentários poderão ser muito curtos quando a ausência de factores relevantes a apontar não justifique que discorramos muito tempo sobre um assunto.

Índices bolsistas

DAX

Nesta semana de correcções, o DAX não fugiu à regra. Até ver, o suporte nos 4.670 pontos tem aguentado o índice. O canal ascendente que vinha desde o início deste rally foi quebrado em baixa. O índice encontra-se agora sensivelmente no centro da sua zona de indefinição. Tendências de curto, médio e longo prazos ainda inalteradas, com um evidente viés de baixa no curtíssimo prazo.

Não há alteração nos suporte e resistência mais imediatamente relevantes. Uma lateralização poderá estar a desenhar-se mas é cedo para o afirmar.

Dow Jones Transportation Index

A correcção no DJTI foi mais expressiva do que no DAX e o suporte nos 3.200 pontos não se mostrou relevante neste movimento. Em contrapartida, o suporte nos 3.000 pontos revelou-se suficientemente forte para suster (para já) as descidas e provocar mesmo um pequeno ressalto. Dada a inexistência de suportes relevantes abaixo dos 3.000 pontos, pode dizer-se que, caso os 3.000 pontos sejam quebrados com consistência, o DJTI poderá ter com alguma facilidade espaço para mais quedas. Tendência de curto prazo agora mais neutra, de médio prazo ainda positiva e de longo prazo também neutra, com tendência de curtíssimo prazo igualmente neutra – enquanto o suporte aguentar apenas....

Como no DAX, não há alteração nos suporte e resistência mais imediatamente relevantes. No entanto, a margem de variação entre estas duas referências no DJTI é bem menor do que no DAX, e o DJTI encontra-se mais uma vez em cima do suporte cuja eventual quebra, como afirmei anteriormente, poderá induzir uma aceleração das quedas. Caso a pressão negativa prossiga, este índice poderá assim ser o primeiro (de entre os que aqui acompanhamos, claro) a, primeiro, fechar-se aos touros e mesmo, se calhar, abrir-se aos ursos. Não esquecer que esta faixa entre os 3.000 e os 3.200 pontos é, neste índice, de enorme relevância nesta fase de indefinição que temos estado a viver.

FTSE 100

Correcção também no FTSE, menos expressiva no entanto do que nos índices já visitados. O suporte nos 4.300 pontos segurou também para já o índice, provocando um ressalto de curtíssimo prazo como no DJTI. O FTSE encontra-se ainda na metade superior da sua faixa de indecisão. Tendências de curto e médio prazo ainda positivas e de longo prazo neutra. No curtíssimo prazo também neutra, enquanto o suporte aguentar.

O FTSE segue um percurso semelhante aos índices vistos acima, embora aqui a resistência surja mais afastada e ainda nem sequer tentada. Um eventual cenário de lateralização começa aqui a ser mais evidente, com o índice neste momento não muito longínquo do seu suporte imediato.

NIKKEI

O nível que apelidei de “Fronteira do Bull” manifestou-se na contenção do forte movimento altista do índice japonês, o qual corrigiu durante esta semana como os demais. Na sexta-feira no entanto, e sem que algum suporte o tivesse induzido, o índice mostrou alguns sinais de não querer descer demasiado depressa. O NIKKEI encontra-se claramente no quarto superior da sua zona de indefinição. Tendência neutra nos curto e longo prazos e ainda positiva no médio prazo. Neutro também no curtíssimo prazo.

Mais um índice dando os primeiros sinais de uma eventual lateralização, mas, ao contrário do FTSE 100, junto à zona de resistência. No entanto, o último máximo foi inferior ao precedente, havendo assim um progressivo afastamento do índice do seu nível de resistência.

Nasdaq 100

Esta semana de correcções levou o NDX de novo para baixo da “Fronteira do Bull”, pelo que a incursão da semana anterior não passou por enquanto de um falso break. Assim se mostra a necessidade de confirmar as quebras antes de mudar de fato. De todas as formas, o Nasdaq 100 permanece encostado à sua resistência, parecendo não querer desistir facilmente de se declarar em “Bull Mode”. Tal como no NIKKEI, tendência neutra nos curto e longo prazos e ainda positiva no médio prazo. Neutro também no curtíssimo prazo.

O NDX, para não variar, poderá também estar a indiciar uma lateralização, neste caso em permanente “flirt” com a sua “fronteira do BULL”. Tal como o Nikkei, fez um “lower high”. Tem um suporte relevante nos 1280 pontos (o anterior triplo topo).

Commodities

Ouro

Apesar de uma tendência de subida no curtíssimo prazo, com uma quebra dos 920USD, não altero para já a minha perspectiva sobre o ouro, face às várias resistências que tem pela frente caso queira afirmar-se em subida mais sustentada. Neutro em todos os horizontes temporais, com uma tendência de subida no curtíssimo prazo.

Face à evolução da última semana, vejo-me obrigado a abandonar a minha neutralidade no Ouro, declarando-me agora claramente bull no curto prazo. Existe uma relativa relação inversa entre a cotação do ouro e a do USD, como poderemos aperceber-nos mais abaixo quando olharmos para o comportamento desta divisa face às suas principais congéneres. Existem no Ouro algumas resistências relevantes que poderão travar ou moderar as suas subidas, mas creio que, mais do que tudo, será o comportamento do USD que irá determinar a evolução da cotação deste metal. Talvez o Dwer nos queira brindar um destes dias com um gráfico recente do Ouro em Euros.

Crude

Correcção também no crude, com o suporte nos 56USD por enquanto a segurar a cotação. Tendências de curto e longo prazo neutras, assim como de curtíssimo prazo. Positivo no médio prazo.

O Crude continua a subir, aproximando-se pouco a pouco do seu objectivo de curto/médio prazo nos 70USD. Também aqui, a fraqueza do USD ajuda.

Câmbios

EUR/USD

A zona de resistência susteve até agora as investidas do EUR contra o USD e pode estar em formação um duplo topo. Neutro em todos os horizontes temporais. Não será demais realçar que uma eventual incapacidade em quebrar os actuais níveis de resistência no EURUSD deverá pôr-nos de sobreaviso relativamente a possíveis novas quedas nos índices accionistas e provavelmente também no crude.

A resistência acabou sendo quebrada e o par “voou” até aos 1,40. Esta subida no cross não se ficou no entanto a dever tanto à fortaleza do Euro como à fraqueza do USD, como procuro evidenciar nos gráficos seguintes.

EUR/GBP


EUR/JPY


Como podemos ver, e apesar de existirem algumas variações, o Euro tem andado mais ou menos a lateralizar face às mais importantes divisas salvo o USD.

GBP/USD


USD/JPY


USD/CHF


Em contrapartida, é evidente a perda de força do USD face às demais divisas.

Depois da nossa ronda, olhemos finalmente para o nosso índice de base, o

SPX

Horizonte diário

O upswing ficou-se mesmo pelos 5 dias, com uma amplitude de 7,40%, tendo levado o índice ao nível que poderíamos apelidar da “Fronteira do pré-Bull” (ver mais abaixo o gráfico semanal), o qual susteve o forte ímpeto das subidas das duas últimas semanas. Os 45 dias do arnie funcionaram com perfeição matemática, “chapeau”!

Neste momento temos um downswing com já 5 dias também, o mais longo – mas ainda não o mais amplo – desde que se iniciou este rally. A cotação está agora já bem próxima do suporte dos 875 pontos que, quando era resistência ainda há bem pouco tempo, não foi ultrapassado sem luta, pelo que a sua eventual quebra poderá induzir uma aceleração das descidas. O índice encontra-se ainda na metade superior da sua zona de indefinição.

O downswing também se ficou pelos 5 dias, com uma amplitude de 5,51%, a que se seguiu um upswing de 3 dias e 5,19%, mais curto e menos amplo portanto. Mau sinal para continuação imediata das subidas.

Neste momento temos um novo downswing com 2 ou 3 dias (a barra de sexta-feira foi uma “inside bar”), cuja amplitude levou já à anulação do anterior upswing, o que indicia uma descida mais rápida do que a subida.

No entanto, e como em outros índices ficou mostrado, não existe ainda alteração ao nível de suportes e resistências.

Horizonte semanal

A exemplo do que fiz nos demais índices, marquei também no gráfico do SPX os níveis que considero de fronteiras do Bull Market e do Bear Market. Dada a amplitude do espaço entre os dois, estabeleci dois outros níveis intermédios, que apelidei de “Pré-Bull” e de “Pré-Bear”. Fi-lo no gráfico semanal porque o diário está muito carregado, com os swings e respectivos valores, até porque o ProRealTime reproduz num determinado horizonte temporal as linhas traçadas em horizontes superiores. Muito útil sob um ponto de vista, mas dificultando sobremaneira uma leitura desafogada nos gráficos de maior detalhe. Aqui é mais fácil de visualizar a situação do índice. Como afirmei acima, este encontra-se ainda na metade superior da sua faixa de indecisão, quase em cima do suporte que poderemos considerar como o pivot de toda esta zona.

Tivemos então um upswing de 2 semanas, tendo-se iniciado (por meros 0,17 pontos, é certo), um novo swing de baixa.

Tal como no EURUSD, podemos estar perante uma situação de duplo topo, sendo também plenamente possível a hipótese do H&S invertido que sugeri na semana anterior. Mas ambos os cenários (um bearish e o outro bullish) são apenas meras hipóteses de trabalho por enquanto, muito longe de qualquer confirmação.

A possibilidade de um duplo topo foi anulada no EURUSD, como vimos, mas não o foi ainda no SPX. A possibilidade de lateralização é real, embora duvide que, a existir, venha a restringir-se aos níveis imediatos de resistência e, sobretudo, de suporte.

O downswing durou apenas uma semana, tendo o índice iniciado um novo upswing semanal em virtude de ter superado o máximo da semana anterior, sem ter quebrado o respectivo mínimo.


Em conclusão

Ora muito bem, cá temos a tão esperada retracção, quanto a isso penso que ninguém tem dúvidas. A questão agora é qual a sua dimensão. Temos vários índices cujos suportes para já resistiram, mas temos outros que se mostraram incapazes de ultrapassar as respectivas resistências. Com a única excepção do crude, regressámos a uma situação em que nenhum índice se mantém na sua zona “Bull”, embora alguns se encontrem lá bem perto. Como se vê no gráfico semanal do SPX e como, aliás, tenho vindo a afirmar, é perfeitamente admissível uma descida do SPX aos 800 pontos sem pôr em causa um cenário bull de médio e longo prazos. Abaixo desse nível, no entanto, as coisas mudarão mais seriamente de figura.

Vamos assim estar atentos ao suporte nos 875 pontos e, caso o mesmo venha a ser quebrado, se o índice ganha ou não ímpeto na descida. Este pode ser um primeiro indicador relativamente à possível amplitude desta retracção. Se entretanto nos aproximarmos dos 800 pontos, creio que os touros não desistirão sem alguma luta. Mas veremos isso a seu tempo.

Tinha em tempos sugerido que o SPX não iria ter vida fácil, chegado que foi à sua zona de indefinição. Para já, esta retracção é saudável num quadro de prosseguimento das subidas, não o sendo menos naturalmente numa hipótese de regresso às descidas. Isto é, estamos mesmo numa zona de indecisão...

A indecisão mantém-se, isso parece mais ou menos evidente, e a semana não tem senão uma história para contar, que é a da desvalorização do USD. Esta desvalorização favorece subidas nas commodities e, pelo menos historicamente, nos índices americanos o que, por arrastamento, pode levar os demais índices accionistas também a subir. Mantenho assim as minhas perspectivas anteriores, temperadas, por um lado, com este novo factor indutor de novas subidas mas, por outro, com um aparente sinal de fraqueza acrescida nalguns índices accionistas, incluindo o SPX.


Tenham um bom resto de fim-de-semana e uma semana melhor ainda se possível,
FT

[MarcoAntonio]

19-05-2009

Aqui fica um novo update ao S&P500...

A escalada das últimas semanas trouxe-nos de novo para um dos níveis chave no S&P, porventura o mais importante nas proximidades. Assim, o abrangente índice americano encontra-se afinal numa situação técnica bastante semelhante a aquela que já comentei por diversas vezes aqui para o nosso PSI20.

Esta é basicamente a mesmíssima resistência que já tinha apontado no final do ano passado, a qual nunca foi claramente e consistentemente quebrada, estando agora definida de uma forma eventualmente mais evidente numa zona de resistência algures entre os 920 e os 950pts.

Uma quebra desta importante zona de resistência - que funciona como o topo do mercado nos últimos 6 meses - seria um forte e importante sinal bullish para médio/longo-prazo. A actual predominância Bull passaria a ser vista menos com um Bear Market Rally e mais como um novo Bull Market. Ainda que não ficasse totalmente claro e por certo subsistisse o (quase eterno) debate, pelo menos a balança começaria a pender pelo Bull Market. Ou isso ou estariamos perante um dos maiores Bear Market rallies da história...

Bom, mas numa perspectiva de mais curto-prazo, apontaria dois alvos caso essa quebra ocorresse: um primeiro por volta dos 1000/1010 pontos, mais coisa menos coisa e que suponho que seria rapidamente atigindo e outro, mais lá para a frente mas com bastante potencial de ser atingido a relativamente curto-prazo na zona dos 1100pts. A zona onde se iniciou para todos os efeitos o descalabro dos índices em Outubro do ano passado.

Já aquela linha ascendente a azul, que marca a tendência ascendente em vigor nos últimos dois meses deverá servir de referência para detectar o início de uma correcção mais forte que possa vir a ocorrer (até agora só se registaram pequenos downswings de tal forma tem sido imponente o domínio Bull nestes últimos dois meses no S&P).

[Flying Turtle]

Bom Dia,

FT as tuas análises são sempre claras como água e completas. Obrigada desde já.
Tenho apenas uma troca de ideias a fazer contigo sobre os padrões que observas no gráfico do SP500. Escreveste:

podemos estar perante uma situação de duplo topo, sendo também plenamente possível a hipótese do H&S invertido que sugeri na semana anterior. Mas ambos os cenários (um bearish e o outro bullish) são apenas meras hipóteses de trabalho por enquanto, muito longe de qualquer confirmação

Eu penso que os dois padrões de inversão se costuma verificar em situações opostas. O duplo topo é um padrão de inversão de tendência bull para bear, e o H&S invertido é um padrão de inversão de bear para bull. Portanto penso que podes estar a falar de time frames diferentes.
Eu também estava a tentada ver um H&S invertido no SP mas parece-me que acabou por não se formar um ombro direito porque as subidas desde Março foram muito esticadas. No entanto, no gráfico com velas semanais parece que ainda estamos na neckline e que ainda podemos vir a formar o tal ombro em falta.
Se assim for, espera-nos uma correcção para depois termos um rallie até ao Verão. (Isto num ano normal já seria considerado Verão mas o São Pedro não tem ajudado). A título de experiência já tentaste fazer uma projecção do target desse H&S se ele se vier a verificar? Não sou especialista nessas contas mas parece-me que é precisamente a grande resistência acima dos 1200 pontos.
Bem, isto é tudo especulação mas é para isso que cá andamos não?
Jokas e continua com o excelente trabalho.

R.P.

Olá R.P., obrigado pelos teus comentários.

Eu tenho um problema de fundo nestas coisas: Sou um bocado "calão" no que respeita ao estudo aprofundado das figuras e padrões técnicos. Fico-me normalmente pelos suportes, resistências e linhas de tendência, a que acrescento a análise dos swings para ter uma melhor noção do ritmo e da força dos movimentos. Mas é tudo...

Tentando no entanto corresponder ao teu desafio, sob reserva do que disse acima:

Quanto ao duplo topo:

Double Top

The price action of a security or market average where it has advanced two times to the same approximate level, indicating the existence of a resistance level and a possibility that the upward trend has ended. The pattern occurs when prices rise to a resistance level on significant volume, retreat to a support level, and subsequently return to the resistance level on decreased volume. Prices then decline and break through the support level, marking the beginning of a new downtrend in the price of the stock.

( http://www.traders.com/Documentation/RE ... ry_DF.html )

Temos então duas condições (ainda) não verificadas para que a figura seja válida:

- Menor volume no rally de Março a Maio do que no de Novembro a Janeiro - isso não se verifica, como mostro no gráfico abaixo (linhas laranja ponteadas);

- Quebra do mínimo interno à figura - será preciso que novos mínimos venham a ser feitos, o que está longe de estar ainda verificado. Mas não falta aqui quem o defenda

Ou seja, poderemos vir a ter "de facto" um duplo topo, embora tecnicamente não perfeito, desde que novo mínimo venha a ser feito nos próximos tempos.

Quanto ao Head & Shoulders invertido:

The head and shoulders pattern can sometimes be inverted. The inverted head and shoulders is typically seen in downtrends. (What's noteworthy about the inverted head and shoulders is the volume aspect. The inverted left shoulder should be accompanied by an increase in volume. The inverted head should be made on lighter volume. The rally from the head however, should show greater volume than the rally from the left shoulder. Ultimately, the inverted right shoulder should register the lightest volume of all. When the market then rallies through the neckline, a big increase in volume should be seen.)

(ver figura exemplificativa abaixo e http://www.chartpatterns.com/headandshoulders.htm )

A questão do volume parece aqui determinante. Na realidade, temos para já um incremento de volume no segundo rally relativamente ao primeiro, o que é consistente com a figura (ver as já referidas linhas laranja ponteadas no gráfico). No entanto, a descida para a formação da cabeça não foi feita com um volume significativamente menor que o do ombro esquerdo, tendo mesmo havido volumes elevados nas duas últimas barras semanais, eventualmente indiciadores de algum pânico (e de um agudizar da percentagem dos bears, como o Ulisses muito oportunamente salientou na altura). Por outro lado, o ombro esquerdo não foi feito com volumes particularmente significativos.

Falta-nos agora ver como o volume se irá comportar nos próximos tempos para podermos vir a estar perante uma figura razoavelmente aceitável do ponto de vista técnico, o que implicaria uma redução de volume durante as próximas semanas.

Caso a figura venha a formar-se, creio que poderiamos chegar perto dos 800 pontos dentro de 1 mês e regressar à neckline em pleno verão (Agosto, como sugeres). A projecção da figura, tal como ela agora se pode imaginar, atiraria de facto o índice para acima dos 1200 pontos, lá para os 1275 - 1300 pontos, nível que é de facto muito relevante no gráfico semanal (ver linhas azuis no gráfico abaixo).

Espero ter estado à altura das expectativas...

Bjs
FT

EDITADO: Substituição do gráfico do SPX, por ter a cabeça mal assinalada

[Razao_Pura]

Bom Dia,

FT as tuas análises são sempre claras como água e completas. Obrigada desde já.
Tenho apenas uma troca de ideias a fazer contigo sobre os padrões que observas no gráfico do SP500. Escreveste:

podemos estar perante uma situação de duplo topo, sendo também plenamente possível a hipótese do H&S invertido que sugeri na semana anterior. Mas ambos os cenários (um bearish e o outro bullish) são apenas meras hipóteses de trabalho por enquanto, muito longe de qualquer confirmação

Eu penso que os dois padrões de inversão se costuma verificar em situações opostas. O duplo topo é um padrão de inversão de tendência bull para bear, e o H&S invertido é um padrão de inversão de bear para bull. Portanto penso que podes estar a falar de time frames diferentes.
Eu também estava a tentada ver um H&S invertido no SP mas parece-me que acabou por não se formar um ombro direito porque as subidas desde Março foram muito esticadas. No entanto, no gráfico com velas semanais parece que ainda estamos na neckline e que ainda podemos vir a formar o tal ombro em falta.
Se assim for, espera-nos uma correcção para depois termos um rallie até ao Verão. (Isto num ano normal já seria considerado Verão mas o São Pedro não tem ajudado). A título de experiência já tentaste fazer uma projecção do target desse H&S se ele se vier a verificar? Não sou especialista nessas contas mas parece-me que é precisamente a grande resistência acima dos 1200 pontos.
Bem, isto é tudo especulação mas é para isso que cá andamos não?
Jokas e continua com o excelente trabalho.

R.P.

[Flying Turtle]

Obrigado ao corvo47, ao Tojo e ao creepy pelas vossas observações e complementos.

O que achas deste padrão que o VIX está a desenvolver?

Isto é uma bandeira de baixa. Padrão muito bearish.

Exacto. Um pendão descendente é um sinal bullish, particularmente quando entendido como uma figura de continuação de uma tendência anterior ascendente. Uma vez que se associam normalmente subidas do VIX a períodoas mais bearish no índice, deverá ser interpretado como um potencial sinal de novas quedas nos mercados ou, pelo menos, de próximo aumento da volatilidade.

Dito isto:

- Eu não sou de modo algum um seguidor do VIX e como tal não lhe dou (mal ou bem, não discuto) muita importância.

- Por outro lado, parece-me um padrão demasiado desproporcionado (grande) em relação à tendência que pretende continuar.

- Finalmente, quer-me parecer assim a olhómetro que já ultrapassou os 2/3 da extensão o que, tecnicamente, invalida a figura.

Resumindo, será interessante ver como reage a essa LTA e se, nesse quadro, quebra o pendão para cima, situação em que temos dois factores, um mais forte e outro menos, a apontar para possíveis subidas no VIX.

FT

[creepy]

FT mais uma vez excelente..

próximas 2-3 semanas vão ser muito interessantes...

volatilidade vem aí...

abraço

[Tojo]

Isto é uma bandeira de baixa. Padrão muito bearish.

Associado a cunhas nos indices, parece ser um padrão explosivo.

[corvo47]

Flying Turtle!


Mai uma vez obrigado pela partilha das análises.

Gostaria entretanto de te colocar uma questão.

O que achas deste padrão que o VIX está a desenvolver?


Um abraço.

[Flying Turtle]

Bom dia a todos,

Antes de mais, um obrigado a todos os que têm vindo a comentar as minhas intervenções. É sempre um prazer para mim, e mesmo em certa medida uma necessidade, fazer estas análises – embora não com a classe das versões vídeo que cada vez mais vemos por aqui – mas nem sempre o tempo abunda, como tem acontecido ultimamente e por certo continuará a acontecer nos próximos tempos, o que poderá vir eventualmente a originar mais algumas falhas de regularidade.

Vamos então fazer o nosso

olhar em redor

Vejamos como se comportaram alguns índices durante esta semana:

DAX

O índice de referência alemão tem conseguido manter intacto o canal ascendente que o tem guiado desde o início deste rally, há 2 meses. Após a arrancada da passada 2ª. feira, o resto desta última semana pode ser considerado de lateralização, mas sem pôr em causa, por enquanto, o canal referido.

O nível que considero de “fronteira do BULL” encontra-se já a menos de 8% de distância, no nível dos 5290 pontos, zona onde agora se situa aproximadamente também a LTD que vem desde Maio de 2008, sendo que esta LTD já não é tocada há muito tempo e deve portanto ser considerada com alguma reserva. As tendências de curto, médio prazo e longo prazos mantêm-se na minha perspectiva inalteradas.

Nesta semana de correcções, o DAX não fugiu à regra. Até ver, o suporte nos 4.670 pontos tem aguentado o índice. O canal ascendente que vinha desde o início deste rally foi quebrado em baixa. O índice encontra-se agora sensivelmente no centro da sua zona de indefinição. Tendências de curto, médio e longo prazos ainda inalteradas, com um evidente viés de baixa no curtíssimo prazo.

Dow Jones Transportation Index

O eventual cenário bearish de curto prazo não foi validado e a eventual cunha deixou de ter validade. O comportamento do DJTI durante esta semana foi muito semelhante ao do DAX. Tendência de curto prazo positiva, de médio prazo agora também positiva e de longo prazo neutra, a validar com a confirmação da quebra dos 3200 pontos.

A correcção no DJTI foi mais expressiva do que no DAX e o suporte nos 3.200 pontos não se mostrou relevante neste movimento. Em contrapartida, o suporte nos 3.000 pontos revelou-se suficientemente forte para suster (para já) as descidas e provocar mesmo um pequeno ressalto. Dada a inexistência de suportes relevantes abaixo dos 3.000 pontos, pode dizer-se que, caso os 3.000 pontos sejam quebrados com consistência, o DJTI poderá ter com alguma facilidade espaço para mais quedas. Tendência de curto prazo agora mais neutra, de médio prazo ainda positiva e de longo prazo também neutra, com tendência de curtíssimo prazo igualmente neutra – enquanto o suporte aguentar apenas....

FTSE 100

A aceleração do índice após a quebra das grilhetas impostas pela LTD e pelo anterior máximo de curto prazo foi impressionante: Varreu completamente a resistência seguinte e encontra-se agora apenas a cerca de 4% do nível que eu apelido de “fronteira do Bull”. Quem eventualmente tenha entrado ao sinal detectado há duas semanas terá certamente encaixado já um bom rendimento (desde que saiba quando sair, claro). Tendência de curto prazo muito positiva, de médio prazo já positiva e de longo prazo agora neutra.

Correcção também no FTSE, menos expressiva no entanto do que nos índices já visitados. O suporte nos 4.300 pontos segurou também para já o índice, provocando um ressalto de curtíssimo prazo como no DJTI. O FTSE encontra-se ainda na metade superior da sua faixa de indecisão. Tendências de curto e médio prazo ainda positivas e de longo prazo neutra. No curtíssimo prazo também neutra, enquanto o suporte aguentar.

NIKKEI

Neste índice a bandeira funcionou na perfeição e o índice disparou, encontrando-se já junto à “fronteira do BULL”, a ultrapassagem da qual permitirá aliás também, do ponto de vista técnico, a validação do duplo fundo por ultrapassagem do máximo interno respectivo. Tendência de curto prazo positiva, com atenção à aproximação da resistência, e de médio e longo prazos neutra.

O nível que apelidei de “Fronteira do Bull” manifestou-se na contenção do forte movimento altista do índice japonês, o qual corrigiu durante esta semana como os demais. Na sexta-feira no entanto, e sem que algum suporte o tivesse induzido, o índice mostrou alguns sinais de não querer descer demasiado depressa. O NIKKEI encontra-se claramente no quarto superior da sua zona de indefinição. Tendência neutra nos curto e longo prazos e ainda positiva no médio prazo. Neutro também no curtíssimo prazo.

Nasdaq 100

Como há três semanas referi (ver mais atrás neste mesmo tópico), o NDX é o primeiro índice a ultrapassar a “fronteira do BULL”, encontrando-se agora – e saudavelmente desde que a coisa funcione – a testar o agora suporte. O target do H&S invertido, há tempos tão distante, encontra-se a apenas pouco mais de 11% do fecho de sexta-feira, sem que pelo caminho existam resistências muito significativas. Caso o suporte aguente, teremos então o primeiro sinal de que o Bull estará a chegar aos mercados. Tendência de curto e médio prazos positiva e de longo prazo neutra, à espera apenas da confirmação de que o suporte aguenta para passar a positiva.

Esta semana de correcções levou o NDX de novo para baixo da “Fronteira do Bull”, pelo que a incursão da semana anterior não passou por enquanto de um falso break. Assim se mostra a necessidade de confirmar as quebras antes de mudar de fato. De todas as formas, o Nasdaq 100 permanece encostado à sua resistência, parecendo não querer desistir facilmente de se declarar em “Bull Mode”. Tal como no NIKKEI, tendência neutra nos curto e longo prazos e ainda positiva no médio prazo. Neutro também no curtíssimo prazo.

Vamos olhar agora para as duas commodities do costume e para o par EUR/USD:

Ouro

O ouro tem andado ultimamente a lateralizar entre os 870 e os 920. Neutro em todos os horizontes temporais.

Apesar de uma tendência de subida no curtíssimo prazo, com uma quebra dos 920USD, não altero para já a minha perspectiva sobre o ouro, face às várias resistências que tem pela frente caso queira afirmar-se em subida mais sustentada. Neutro em todos os horizontes temporais, com uma tendência de subida no curtíssimo prazo.

Crude

A bandeira não funcionou mas aquela lateralização durante todo o mês de Abril, igualmente bullish, funcionou na perfeição e aí temos o crude já acima da resistência dos 56USD. Caso continuem as subidas, o próximo alvo são claramente os 70USD. Tendências de curto prazo positiva e de médio e longo prazo neutras.

Correcção também no crude, com o suporte nos 56USD por enquanto a segurar a cotação. Tendências de curto e longo prazo neutras, assim como de curtíssimo prazo. Positivo no médio prazo.

EUR/USD

Após a quebra da LTD o EURUSD acelerou e encontra-se agora em cima da fronteira que, para mim, faz mudar a perspectiva: A confirmação de uma eventual quebra dos máximos de Março de 2009 e de lateralização, em plena queda, de Outubro de 2008 far-me-á ficar bull no EURUSD. Para já ainda neutro, mesmo no curto prazo, por estarmos em cima de uma importante zona de resistência.

A zona de resistência susteve até agora as investidas do EUR contra o USD e pode estar em formação um duplo topo. Neutro em todos os horizontes temporais. Não será demais realçar que uma eventual incapacidade em quebrar os actuais níveis de resistência no EURUSD deverá pôr-nos de sobreaviso relativamente a possíveis novas quedas nos índices accionistas e provavelmente também no crude.


Depois da nossa ronda, olhemos finalmente para o nosso índice de base, o

SPX

Horizonte diário

A zona de resistência dos 875/880 acabou sendo vencida e vamos com um upswing já de 5 dias. O reacelerar das subidas foi evidente. O índice enfrenta agora zona de resistência dos 930/950.

Neste momento temos um downswing com já 5 dias também, o mais longo – mas ainda não o mais amplo – desde que se iniciou este rally. A cotação está agora já bem próxima do suporte dos 875 pontos que, quando era resistência ainda há bem pouco tempo, não foi ultrapassado sem luta, pelo que a sua eventual quebra poderá induzir uma aceleração das descidas. O índice encontra-se ainda na metade superior da sua zona de indefinição.

O upswing ficou-se mesmo pelos 5 dias, com uma amplitude de 7,40%, tendo levado o índice ao nível que poderíamos apelidar da “Fronteira do pré-Bull” (ver mais abaixo o gráfico semanal), o qual susteve o forte ímpeto das subidas das duas últimas semanas. Os 45 dias do arnie funcionaram com perfeição matemática, “chapeau”!

Neste momento temos um downswing com já 5 dias também, o mais longo – mas ainda não o mais amplo – desde que se iniciou este rally. A cotação está agora já bem próxima do suporte dos 875 pontos que, quando era resistência ainda há bem pouco tempo, não foi ultrapassado sem luta, pelo que a sua eventual quebra poderá induzir uma aceleração das descidas. O índice encontra-se ainda na metade superior da sua zona de indefinição.

Horizonte semanal

O downswing semanal durou apenas 1 semana e levamos já 2 neste novo upswing. Vê-se bem neste gráfico que, passada que venha eventualmente a estar a actual zona de resistência, existe todo o espaço para uma subida aos 1100/1150.

A exemplo do que fiz nos demais índices, marquei também no gráfico do SPX os níveis que considero de fronteiras do Bull Market e do Bear Market. Dada a amplitude do espaço entre os dois, estabeleci dois outros níveis intermédios, que apelidei de “Pré-Bull” e de “Pré-Bear”. Fi-lo no gráfico semanal porque o diário está muito carregado, com os swings e respectivos valores, até porque o ProRealTime reproduz num determinado horizonte temporal as linhas traçadas em horizontes superiores. Muito útil sob um ponto de vista, mas dificultando sobremaneira uma leitura desafogada nos gráficos de maior detalhe. Aqui é mais fácil de visualizar a situação do índice. Como afirmei acima, este encontra-se ainda na metade superior da sua faixa de indecisão, quase em cima do suporte que poderemos considerar como o pivot de toda esta zona.

Tivemos então um upswing de 2 semanas, tendo-se iniciado (por meros 0,17 pontos, é certo), um novo swing de baixa.

Tal como no EURUSD, podemos estar perante uma situação de duplo topo, sendo também plenamente possível a hipótese do H&S invertido que sugeri na semana anterior. Mas ambos os cenários (um bearish e o outro bullish) são apenas meras hipóteses de trabalho por enquanto, muito longe de qualquer confirmação.


Em conclusão

Tivemos nestas duas semanas vários sinais animadores, destacando-se as explosões no FTSE, no Nikkei, no EURUSD e no crude, assim como a possível entrada do NDX em “bull mode”. O DAX e o DJTI estiveram a lateralizar durante esta última semana o que, por si só, não é ainda indiciador de inversão. A história mostra-nos que existe ainda espaço para alguma continuação das subidas.

Admitindo embora, sem qualquer problema, uma retracção mais ou menos significativa a qualquer momento (com alguns índices, incluindo o SPX, o Nikkei e o EURUSD, por exemplo, encostados a importantes zonas de resistência,) não posso deixar de notar ter evoluído para uma visão menos bearish nos médio e longo prazo em vários índices.

Apesar da evolução globalmente positiva, ainda não saímos de uma zona de indefinição, pelo que a dificuldade em identificar a trend que possamos tomar como nossa friend, melhor será continuar a usar de prudência e atenção acrescidas nas posições tomadas, ou a tomar, nos mercados.

Ora muito bem, cá temos a tão esperada retracção, quanto a isso penso que ninguém tem dúvidas. A questão agora é qual a sua dimensão. Temos vários índices cujos suportes para já resistiram, mas temos outros que se mostraram incapazes de ultrapassar as respectivas resistências. Com a única excepção do crude, regressámos a uma situação em que nenhum índice se mantém na sua zona “Bull”, embora alguns se encontrem lá bem perto. Como se vê no gráfico semanal do SPX e como, aliás, tenho vindo a afirmar, é perfeitamente admissível uma descida do SPX aos 800 pontos sem pôr em causa um cenário bull de médio e longo prazos. Abaixo desse nível, no entanto, as coisas mudarão mais seriamente de figura.

Vamos assim estar atentos ao suporte nos 875 pontos e, caso o mesmo venha a ser quebrado, se o índice ganha ou não ímpeto na descida. Este pode ser um primeiro indicador relativamente à possível amplitude desta retracção. Se entretanto nos aproximarmos dos 800 pontos, creio que os touros não desistirão sem alguma luta. Mas veremos isso a seu tempo.

Tinha em tempos sugerido que o SPX não iria ter vida fácil, chegado que foi à sua zona de indefinição. Para já, esta retracção é saudável num quadro de prosseguimento das subidas, não o sendo menos naturalmente numa hipótese de regresso às descidas. Isto é, estamos mesmo numa zona de indecisão...


Tenham uma bom Domingo e uma melhor semana,
FT