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Caldeirão da Bolsa

Novos mínimos a caminho

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por joaoparker » 26/5/2009 15:07

Que monumental short squeeze! :shock:
 
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por vold » 26/5/2009 15:00

os índices estão a quebrar cunhas descendentes, no curto prazo parece que isto vai para cima. o primeiro target do spx deve ser pelos 901 (meio da cabeça do H&S)

abraço
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por Midas » 26/5/2009 14:33

elgenedy Escreveu:
Branc0 Escreveu:A crise é de excesso de crédito, enquanto não for restaurado balanço no sistema não acredito numa recuperação


Olá a todos,

Devido a minha ainda grande inexperiência, não tenho comentado este tópico, apesar de o ter lido e ser dos que mais gostei de ler. Opiniões adversas e bem argumentadas, é sempre positivo.

Pessoalmente, acredito que o grande problema é precisamente esse, Branc0. Durante vários anos, fomos vivendo numa ilusão chamada crédito. O acesso ao crédito facil e barato, levou-nos a antecipar por completo o consumo, criando níveis de dívida brutais. Até ao dia em que deixou de ser possível continuar com esses níveis de endividamento. Para mim, a prova mais directa desta ilusão é o facto de, quando a bolha rebenta, quem fica mais afectado, são os sectores mais dependentes do crédito: habitação, bancos e automóvel.

As várias medidas que estão a ser tomadas para (pseudo) resolver a crise, em vez de irem à raiz do problema, preocupam-se mais em "salvar" as empresas apanhadas pela avalanche, na ideia de que se essas empresas estiverem bem, os consumidores finais passam a pagar os seus créditos normalmente, e tudo volta ao que estava como se nada tivesse acontecido.

Para tal, cria-se moeda a troco de nada, injecta-se liquidez no sistema, alteram-se normas contabilísiticas de forma a que os vários activos possam deixar de pesar tanto nas contas das empresas, permiti-se que certas instituições façam "desaparecer" das suas contas meses problemáticos, baixam-se as taxas de juro (ainda mais, ou seja estimulando ainda mais o crédito), aumenta-se a dívida pública, entre tantas outras.

Para mim, tudo isto continua a estimular a ilusão de que tudo está (ou vai estar) bem. Isto afinal foi apenas uma "crisezeca", muito bem controlada pelos vários governos a nível mundial e o pior já passou. O problema vai ser quando, além de todos os créditos que as pessoas vão ter de pagar, possivelmente com as taxas em valores mais altos, ainda vão ter um "pequeno" extra em impostos para pagar todas estas medidas. Como alguem dizia "there 's no free lunch"....

Por estes motivos, acredito que do ponto de vista económico ainda vamos "sofrer" um bocado.

Agora, falando dos mercados. Se vamos para novos mínimos ou não, infelizmente não sei. Para mim a questão é saber se os mínimos que fizémos já tinham incorporados todas as más notícias ou não. Como referi acredito que economicamente ainda não batemos no fundo. Mas se eu, um simples entusiasta/iniciado/newbie/inexperiente acredito nisso, certamente mais uns quantos milhões acreditam, e provavelmente há muito mais tempo que eu. Por isso, os mínimos de Março, poderão ter sido precisamente a descontar tudo isto (e mais alguma coisa).

Por outro lado, toda esta subida dos últimos 2 meses, apesar de simpática, não me deu qualquer confiança pelos seguintes motivos: primeiro, a facilidade com que se passou de "É o fim do mundo" para "Estamos em Bull Market". Segundo, lembro de um post, penso que nos artigos didáticos, com um título de "30% ao mês? Não obrigado" (ou algo parecido). Aqui estamos a falar de 100% ou mais em 2 meses... sonae, sonae.com, teixeira duarte, soares da costa, barclays, fortis, dexia, dBank, bnp paribas... a lista podia continuar. Subidas de 7 a 8 % por dia em alguns títulos. Resultados maus e as cotações subiam. Parecia uma euforia tão louca como quando há 6 meses tudo caía por qualquer motivo.

Peço desculpa pela dimensão do texto, mas gosto de argumentar as minhas opiniões. E é precisamente isso que tenho gostado neste tópico é a presença de excelentes argumentos para os vários cenários.

Já agora, Midas, os meus parabéns tanto pela pesquisa e partilha de informação e pela coerência na argumentação, mesmo perante tantas críticas :)

Cumprimentos,

./Elgenedy

Disclaimer: Actualmente a reduzir posições, preferindo liquidez em alturas onde o nível de incerteza toca no sleeping point. Ainda longo em BCP, SON e SONC.


Dou-te os parabéns pela excelente análise. É bom verificar que cada vez mais pessoas se interessam pela verdadeira economia e que entendam que há causa efeito e o efeito dos desiquilibros económicos não podem ser resolvidos desta forma leviana e inconsciente.
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por jromeira » 26/5/2009 13:15

razalas Escreveu:A argumentar dessa forma deveria aparecer mais vezes.

Assim vale a pena.

Um bem haja para si.


+1
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por razalas » 26/5/2009 11:14

A argumentar dessa forma deveria aparecer mais vezes.

Assim vale a pena.

Um bem haja para si.
 
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por Elgenedy » 26/5/2009 11:07

Branc0 Escreveu:A crise é de excesso de crédito, enquanto não for restaurado balanço no sistema não acredito numa recuperação


Olá a todos,

Devido a minha ainda grande inexperiência, não tenho comentado este tópico, apesar de o ter lido e ser dos que mais gostei de ler. Opiniões adversas e bem argumentadas, é sempre positivo.

Pessoalmente, acredito que o grande problema é precisamente esse, Branc0. Durante vários anos, fomos vivendo numa ilusão chamada crédito. O acesso ao crédito facil e barato, levou-nos a antecipar por completo o consumo, criando níveis de dívida brutais. Até ao dia em que deixou de ser possível continuar com esses níveis de endividamento. Para mim, a prova mais directa desta ilusão é o facto de, quando a bolha rebenta, quem fica mais afectado, são os sectores mais dependentes do crédito: habitação, bancos e automóvel.

As várias medidas que estão a ser tomadas para (pseudo) resolver a crise, em vez de irem à raiz do problema, preocupam-se mais em "salvar" as empresas apanhadas pela avalanche, na ideia de que se essas empresas estiverem bem, os consumidores finais passam a pagar os seus créditos normalmente, e tudo volta ao que estava como se nada tivesse acontecido.

Para tal, cria-se moeda a troco de nada, injecta-se liquidez no sistema, alteram-se normas contabilísiticas de forma a que os vários activos possam deixar de pesar tanto nas contas das empresas, permiti-se que certas instituições façam "desaparecer" das suas contas meses problemáticos, baixam-se as taxas de juro (ainda mais, ou seja estimulando ainda mais o crédito), aumenta-se a dívida pública, entre tantas outras.

Para mim, tudo isto continua a estimular a ilusão de que tudo está (ou vai estar) bem. Isto afinal foi apenas uma "crisezeca", muito bem controlada pelos vários governos a nível mundial e o pior já passou. O problema vai ser quando, além de todos os créditos que as pessoas vão ter de pagar, possivelmente com as taxas em valores mais altos, ainda vão ter um "pequeno" extra em impostos para pagar todas estas medidas. Como alguem dizia "there 's no free lunch"....

Por estes motivos, acredito que do ponto de vista económico ainda vamos "sofrer" um bocado.

Agora, falando dos mercados. Se vamos para novos mínimos ou não, infelizmente não sei. Para mim a questão é saber se os mínimos que fizémos já tinham incorporados todas as más notícias ou não. Como referi acredito que economicamente ainda não batemos no fundo. Mas se eu, um simples entusiasta/iniciado/newbie/inexperiente acredito nisso, certamente mais uns quantos milhões acreditam, e provavelmente há muito mais tempo que eu. Por isso, os mínimos de Março, poderão ter sido precisamente a descontar tudo isto (e mais alguma coisa).

Por outro lado, toda esta subida dos últimos 2 meses, apesar de simpática, não me deu qualquer confiança pelos seguintes motivos: primeiro, a facilidade com que se passou de "É o fim do mundo" para "Estamos em Bull Market". Segundo, lembro de um post, penso que nos artigos didáticos, com um título de "30% ao mês? Não obrigado" (ou algo parecido). Aqui estamos a falar de 100% ou mais em 2 meses... sonae, sonae.com, teixeira duarte, soares da costa, barclays, fortis, dexia, dBank, bnp paribas... a lista podia continuar. Subidas de 7 a 8 % por dia em alguns títulos. Resultados maus e as cotações subiam. Parecia uma euforia tão louca como quando há 6 meses tudo caía por qualquer motivo.

Peço desculpa pela dimensão do texto, mas gosto de argumentar as minhas opiniões. E é precisamente isso que tenho gostado neste tópico é a presença de excelentes argumentos para os vários cenários.

Já agora, Midas, os meus parabéns tanto pela pesquisa e partilha de informação e pela coerência na argumentação, mesmo perante tantas críticas :)

Cumprimentos,

./Elgenedy

Disclaimer: Actualmente a reduzir posições, preferindo liquidez em alturas onde o nível de incerteza toca no sleeping point. Ainda longo em BCP, SON e SONC.
Editado pela última vez por Elgenedy em 26/5/2009 13:19, num total de 1 vez.
 
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por Midas » 26/5/2009 10:56

ul Escreveu:Caro Midas



Hayek não para ele a quantidade de informação que seria necessário processar para fazer as escolhas certas era demasiado elevada para a capacidade de um líder ou mesmo de uma elite de tecnocratas.


cumprimentos
ul


Esta frase é muito importante e diz muito. O governo não sabe o que é melhor para o futuro, não tem uma bola de cristal. Se estoirar $ dos contribuintes nem perde uma noite sem dormir. Enquanto os empreendedores esses sim têm motivação para fazer o melhor, pois caso não o façam vão à falência.

Obama e o compadrio pensa que sabe o que é o melhor para a economia, os sectores de futuro? Como é que eles sabem isso? E com todos os lobbies a fazer pressão e agendas políticas ainda pior.

Deviam deixar o mercado funcionar livremente e está mais que provado, através de vários países, que quanto maior o peso do estado pior.

Relativamente às questões de crédito e ajudas do estado, bailouts etc há um ponto de vista interessante da chamada The Rebel Economist.
Ela propoe que deixasse de pagar IRS durante 1 ano, o que equivaleria às ajudas do estado aos bancos, mas neste caso seriam as pessoas beneficiadas que se serviriam desse capital para pagar aos mesmos bancos. Inteligente, mas claro o FED não tem interesse nisso, já que o FED ganha $ a emprestar dinheiro ao governo, portanto esta crise ajusta-se perfeitamente aos propósitos do FED.

Estou com Ron Paul, devia-se abolir essa instituição.

Fica o vídeo, acho que vão gostar.

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por Branc0 » 26/5/2009 10:10

razalas Escreveu:É que se não, o crédito não vai ser pago.


E a solução vai passar por aí, o crédito tem de ser liquidado a bem ou a mal para que possa haver uma recuperação que é incompatível com os níveis de dívida, privada e estatal, que existe hoje em dia nas economias ocidentais.

Dando o exemplo das casas quanto mais depressa forem liquidados os empréstimos mal parados mais depressa baixam os preços das casas e mais facilmente se comprará uma casa sem recurso a crédito ou com uma alavancagem menor (maior entrada inicial). As tentativas do Estado segurar este mercado só vão adiar a resolução do problema pois mantém as casas artificialmente altas o que impede as pessoas de adquirirem as habitações. O mesmo se passa noutros sectores da economia que seriam reajustados não fosse o Estado andar a salvar tudo o que tem mais de 300 trabalhadores impossibilitando o reajustamento dos recursos.

A crise é de excesso de crédito, enquanto não for restaurado balanço no sistema não acredito numa recuperação, com ou sem minimos a caminho (e acredito que eles estão a caminho tal como acredito que o mercado vai arranjar forma de frustrar o maior número de participantes, bulls e bears - sou um short cauteloso).
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por salvadorveiga » 26/5/2009 10:04

razalas Escreveu:Uma coisa que eu não entendo e perdoem-me a ignorância, mas...

...se o consumidor nos EUA representa 70% da economia, aumentando o desemprego se aumenta o incumprimento bancário como pode aumentar o consumo?

E se tudo começou por aí como pode melhorar sem ser por aí?

O circuito não está invertido? Afinal onde vai parar o dinheiro injectado na banca? Creio que vai tapar buracos.

O dinheiro deveria ir do consumidor para as empresas e das empresas e dos consumidores para a banca. Terão sido feitas as medidas adequadas a fim de estimular o consumo sem recorrer ao crédito? É que se não, o crédito não vai ser pago.

Não entendo. :roll:


é o q eu acho tambem...

para que os bailouts desmesurados aos bancos?

nao funcionaria melhor ter dado o $$ aos consumidores, este com o $ pagavam as cenas que tinham a pagar como hipotecas e credtios, e não so' o consumidor ficava desafogado como o capital entrava nos bancos...
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por razalas » 26/5/2009 9:55

Uma coisa que eu não entendo e perdoem-me a ignorância, mas...

...se o consumidor nos EUA representa 70% da economia, aumentando o desemprego se aumenta o incumprimento bancário como pode aumentar o consumo?

E se tudo começou por aí como pode melhorar sem ser por aí?

O circuito não está invertido? Afinal onde vai parar o dinheiro injectado na banca? Creio que vai tapar buracos.

O dinheiro deveria ir do consumidor para as empresas e das empresas e dos consumidores para a banca. Terão sido feitas as medidas adequadas a fim de estimular o consumo sem recorrer ao crédito? É que se não, o crédito não vai ser pago.

Não entendo. :roll:
 
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por Onorio » 26/5/2009 9:44

A unica coisa que eu tenho reparado é que toda a gente diz que o pior ja passou, se de facto houver uma nova vaga de foreclosures o pior ainda esta para vir.

Temos pessoas que pagavam casa, e que nao pagam por terem perdido o emprego. Eu continuo com a minha conviçao que todo este desemprego que esta a ser gerado, ainda nao teve impacto na economia real.

E ainda temos as ALT-A mortages a vencer durante este ano.
Abraço
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por whitebala » 26/5/2009 9:30

Onorio Escreveu:Job Losses Push Safer Mortgages to Foreclosure

http://www.nytimes.com/2009/05/25/business/economy/25foreclose.html?_r=1


E isso não seria previsível? Não me parece que essa situação possa provocar qualquer alteração de sentimento nem de expectativas a medio prazo.
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por Onorio » 25/5/2009 20:21

Abraço
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por Opcard » 25/5/2009 19:11

Caro Midas

Hayek defendia que uma das causas para os mercados não funcionarem bem residia no facto de, com frequência, existir demasiado dinheiro em circulação.

Pelo contrario Keynes acreditava que o Estado, podiam e deviam intervir na economia não apenas para a regular mas para a desenvolver e planear .

Hayek não para ele a quantidade de informação que seria necessário processar para fazer as escolhas certas era demasiado elevada para a capacidade de um líder ou mesmo de uma elite de tecnocratas.

Se perguntarmos a um economista qual o bom investimento, que indústrias têm mais futuro ou que tipo de diversificação vai ocorrer, por regra este engane-se.

Numa coisa Keynes tinha razão isso dá-me esperanças

“A longo prazo, todos estaremos mortos”
Keynes


cumprimentos
ul
 
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por StRuTcH » 25/5/2009 18:53

Midas,

Com uma visão tão negativa do futuro dos U.S. e sabendo à partida do seu potencial bélico acreditas que isto vai acabar como?!?!

A manter-se esse cenário tão negro.. Só vejo uma solução... :shock:
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por Nyk » 25/5/2009 18:41

Elena Salgado ao La Vanguardia
"O pior da crise já passou"
Em entrevista ao La Vanguardia, a ministra espanhola diz que a economia tocou no fundo no primeiro trimestre deste ano, que já começam a notar-se sinais positivos e recusa as previsões que apontam para os cinco milhões de desempregados em 2010. Também não avança com mais planos de estímulo à economia.

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Filomena Lança
filomenalanca@negocios.pt


Em entrevista ao La Vanguardia, a ministra espanhola diz que a economia tocou no fundo no primeiro trimestre deste ano, que já começam a notar-se sinais positivos e recusa as previsões que apontam para os cinco milhões de desempregados em 2010. Também não avança com mais planos de estímulo à economia.

O pior da crise já passou. Tocou-se no fundo no primeiro trimestre do ano, mas agora os dados irão melhorar. A convicção é de Elena Salgado, a ministra espanhola da Economia, em entrevista hoje ao jornal catalão La Vanguardia, a primeira que dá desde que sucedeu a Pedro Solbes na última remodelação governamental de Zapatero.

Salgado salienta, contudo, que os pequenos sinais de recuperação que se começam a vislumbrar - como a melhoria da confiança dos consumidores, a redução do crédito mal parado e os melhores resultados das bolsas - não significam que “a recuperação seja já uma realidade” e sublinha que “para começar a crescer, é preciso, primeiro não continuar a cair”, algo que só agora “deverá começar a acontecer”.

A primeira mulher em Espanha com a pasta da Economia, recusa as previsões que apontam para um número de cinco milhões de desempregados em 2010, mas recusa avançar com mais planos de estímulo à economia, muito embora tenha ainda “uma margem técnica superior a 150.000 milhões de euros”.

“Dado que a nossa dívida está em torno dos 45% e que cada ponto do PIB de estima em 10 mil milhões, a nossa margem seria superior aos 150 mil milhões”, salientou. O Governo prevê que os vários pacotes de estímulos já em curso para tirar a Espanha da crise colocarão a dívida pública nos 60% do PIB no final de 2010.

“É o que recomenda o Pacto de Estabilidade e Crescimento, mas, ainda assim, continuaremos 23 pontos abaixo da média europeia. Esta diferença já está a valorizar o mercado. O nosso diferencial face às obrigações alemãs, que até há pouco tempo era de 130 pontos, já se reduziu em 60 pontos base. Esta semana o Banco de Espanha colocou 4 mil milhões abaixo de 1%. Temos uma clara margem para nos endividarmos”, explicou a governante.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
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por Midas » 25/5/2009 18:16

ul Escreveu:Krugman acha que não estamos longe do ponto de inflexão
Nobel da Economia admite que EUA e Europa cresçam este ano
25.05.2009 - 17h14
Por : Daniela Teles Fernandes
Paul Krugman, vencedor do Prémio Nobel da economia em Outubro de 2008, disse hoje que não ficará surpreendido se os países industrializados crescerem na segunda metade deste ano e se o comércio mundial estabilizar, noticia a Reuters.

“Não ficarei surpreendido se o produto interno bruto norte-americano e mesmo europeu registarem um crescimento positivo”, disse, num seminário, nos Emirados Árabes Unidos.

No caso do Japão, Krugman defende que a solução baseada no aumento das exportações não será a mais viável para a recuperação da economia japonesa, porque a recessão tem sido global. “Nós não podemos todos exportar para recuperar, pois não existe outro planeta com quem efectuar trocas comerciais. Portanto, o caminho que o Japão tomou não funciona para todos nós”.

O Nobel da economia afirma que, na sua opinião, a recuperação global pode ser feita a partir de mais investimento por parte das grandes corporações, mais inovação nas tecnologias da informação e introdução de mudanças governamentais para combater as alterações climáticas.

De acordo com a Bloomberg, Krugman esteve na passada quinta-feira num seminário no Vietname onde afirmou que o pior que podia afectar o sistema económico, “em termos de choque”, já aconteceu. “Todos os indicadores dizem o mesmo. As coisas continuam a piorar, mas pioram a um ritmo mais lento”.

Paul Krugman ganhou o prémio Nobel da economia dia 13 de Outubro de 2009, é professor na Universidade de Princeton, em New Jersey, e colunista no jornal “New York Times”. Na sua opinião, a economia ainda não atingiu o ponto de inflexão, mas também não está tão longe de o alcançar.

O Fundo Monetário Internacional previu em Abril que a economia mundial se contraia 1,3 por cento este ano.


O Krugman é basicamente um Keynesiano (teoria que vai provar novamente falhada) que diz que os Americanos só pecam de andar a colocar pouco dinheiro na economia. Segundo ele quanto mais dinheiro se colocar na economia melhor.

Qualquer pessoa se pensar um bocado vê que se fosse tão fácil não havia pobreza no mundo. É natural que ele pense e diga isso. O problema é que isso não irá acontecer, já que o reactivar de uma bolha como os americanos querem, não é sinónimo de crescimento, é sinónimo isso sim de outra bolha, esta ainda maior.

Tenham um bom resto de dia, esta semana promete ser animada.
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por Opcard » 25/5/2009 18:10

Krugman acha que não estamos longe do ponto de inflexão
Nobel da Economia admite que EUA e Europa cresçam este ano
25.05.2009 - 17h14
Por : Daniela Teles Fernandes
Paul Krugman, vencedor do Prémio Nobel da economia em Outubro de 2008, disse hoje que não ficará surpreendido se os países industrializados crescerem na segunda metade deste ano e se o comércio mundial estabilizar, noticia a Reuters.

“Não ficarei surpreendido se o produto interno bruto norte-americano e mesmo europeu registarem um crescimento positivo”, disse, num seminário, nos Emirados Árabes Unidos.

No caso do Japão, Krugman defende que a solução baseada no aumento das exportações não será a mais viável para a recuperação da economia japonesa, porque a recessão tem sido global. “Nós não podemos todos exportar para recuperar, pois não existe outro planeta com quem efectuar trocas comerciais. Portanto, o caminho que o Japão tomou não funciona para todos nós”.

O Nobel da economia afirma que, na sua opinião, a recuperação global pode ser feita a partir de mais investimento por parte das grandes corporações, mais inovação nas tecnologias da informação e introdução de mudanças governamentais para combater as alterações climáticas.

De acordo com a Bloomberg, Krugman esteve na passada quinta-feira num seminário no Vietname onde afirmou que o pior que podia afectar o sistema económico, “em termos de choque”, já aconteceu. “Todos os indicadores dizem o mesmo. As coisas continuam a piorar, mas pioram a um ritmo mais lento”.

Paul Krugman ganhou o prémio Nobel da economia dia 13 de Outubro de 2009, é professor na Universidade de Princeton, em New Jersey, e colunista no jornal “New York Times”. Na sua opinião, a economia ainda não atingiu o ponto de inflexão, mas também não está tão longe de o alcançar.

O Fundo Monetário Internacional previu em Abril que a economia mundial se contraia 1,3 por cento este ano.
 
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Re: Uma dúvida simples

por Midas » 25/5/2009 18:06

madoff Escreveu:Qual a origem de toda a desgraça ?:
Inflação, que fez com que as taxas de juro subissem, e com isso os empréstimos deixaram de ser pagos.

O que se passou ?

As taxas de juro baixaram MAS os spreeds já agora muito altos

E MAIS ?
Devido ao aumento do custo do petróleo, e da mania dos biocombustiveis, a inflação disparou, tendo inclusive havido uma valorização catastrófica nos alimentos.

Resumo:
O que aconteceu:

crude alto -> inflação elevado -> taxas juros altos ->dificuldades no pagamento de créditos

E agora como estão as coisas ?
Crude desceu de preço (mas já está a subir) -> inflação desceu -> taxas de juro desceram MAS SPREDS são muito altos

O que vai acontecer nos próximos meses ?

crude alto -> inflação elevado -> taxas juros altos ->dificuldades no pagamento de créditos (e para quem tem spreeds de 1 2 ou 3%, vai ser quase IMPOSSIVEL conseguir pagar)


Deixo esta questão:
Como é possível haver retoma, se este ciclo infernal irá repetir-se ?

Não estará a economia mundial num beco sem saída ?


Resumidamente o que aconteceu nos States foi que desde os anos 80 estão a viver uma economia "falsa" baseada na especulação do mercado imobiliário e o FED a patrocinar esta macacada toda. Antes dos anos 80 a economia deles produzia, era forte, mas a partir dos anos 80 ficou uma economia preguiçosa, onde se tornou mais cómodo pedir emprestado e consumir, tornar o crédito barato e acessível a toda a gente e po-las a comprar casa.

Basicamente o que se irá passar é que com a inflação que irão gerar, terão de aumentar os juros já para o ano, e como o consumo é 70% do GDP, e esse mesmo consumo é o problema, a economia vai estagnar no negativo e o aumento de juros terá de ser feito.

Para os States é um cheque mate, para o resto do mundo penso que é uma oportunidade de se livrar do peso morto que se tornou a economia americana.

Mas outras intervenientes que discutam este tema que é bastante interessante. Vou ter de sair e só voltarei amanhã.

Tens uns artigos interessantes no www.mises.com
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Uma dúvida simples

por madoff » 25/5/2009 18:00

Qual a origem de toda a desgraça ?:
Inflação, que fez com que as taxas de juro subissem, e com isso os empréstimos deixaram de ser pagos.

O que se passou ?

As taxas de juro baixaram MAS os spreeds já agora muito altos

E MAIS ?
Devido ao aumento do custo do petróleo, e da mania dos biocombustiveis, a inflação disparou, tendo inclusive havido uma valorização catastrófica nos alimentos.

Resumo:
O que aconteceu:

crude alto -> inflação elevado -> taxas juros altos ->dificuldades no pagamento de créditos

E agora como estão as coisas ?
Crude desceu de preço (mas já está a subir) -> inflação desceu -> taxas de juro desceram MAS SPREDS são muito altos

O que vai acontecer nos próximos meses ?

crude alto -> inflação elevado -> taxas juros altos ->dificuldades no pagamento de créditos (e para quem tem spreeds de 1 2 ou 3%, vai ser quase IMPOSSIVEL conseguir pagar)


Deixo esta questão:
Como é possível haver retoma, se este ciclo infernal irá repetir-se ?

Não estará a economia mundial num beco sem saída ?
 
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por whitebala » 25/5/2009 17:52

Em termos de sentimento noto que a falta de credibilidade de produtos derivados e da banca em geral associada ao facto das baixas taxas de juro dos depositos a prazo, e sobretudo falta de atracção pelo mercado imobiliario em termos mundiais, estar a começar uma onda de investimentos por parte de pequenos investidores.

Não sei se alguem tem um indicador de que este rally foi provocado por uma composição tipica de investidores ou não.

No entanto se perguntarmos actualmente a 10 pessoas o que pretende fazer com o seu dinheiro nos proximos tempos a minha ideia e que teremos uma forte percentagem de que a compra directa de acções é cada vez uma hipotese a colocar.

Outro factor é que a incerteza do meu ponto de vista diminui. È mais positivo passar de muito mal a mal do que de bom a mais ou menos....

São apenas reflexões da minha parte que quis compartilhar com os (meus amigos :roll: ) ursos
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por Conquistador » 25/5/2009 17:50

Caro Midas;

[quote="Midas"]Tojo isto são artigos de economistas sérios

Estes economistas não se enganam?Presumo que estejam todos ricos...

White em 2003 o mercado já ia com 3 anos de queda, desta vez vai com 1 ano e meio.

É verdade, mas julgo que nesse periodo, 2000/2003 o Psi20 caiu 60%, em 2008 caiu 50%...


Até ver, digo e repito, isto é um bear market rallie e novos mínimos irão ser vistos.

Perfeitamente de acordo, mas quando Midas, esta semana, daqui a 10 anos???

Cumprimentos,
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por Elias » 25/5/2009 17:31

Midas Escreveu:Até ver, digo e repito, isto é um bear market rallie e novos mínimos irão ser vistos.


Olá Midas,

Em 2007 com o Dow Jones nos máximos de sempre (acima dos 14 mil) ainda havia pessoal a dizer que era um bear market rally 8-)

1 abraço,
Elias
 
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por Midas » 25/5/2009 17:28

Tojo isto são artigos de economistas sérios que não têm nada a ver com governos, por isso conseguem ser isentos. Num dia em que o mercado americano está fechado, coloquei uns artigos que li hoje a título informativo. Não tem nada a ver com isto ir para cima ou para baixo.

White em 2003 o mercado já ia com 3 anos de queda, desta vez vai com 1 ano e meio. O DAX por exemplo foi dos 8000 para os 3600 (igual a queda de 2008), depois recuperação dos 3600 (mínimo deste ano) aos 5400 (desta vez foi aos 5080) e depois caiu para os 2200, agora é uma incógnita. Na altura náo havia GDPS negativos na Europa, nem medidas suicidas que é o fabricar dívida para colocar na economia (que é o mais perfeito disparate).

Não estou só a ver um lado, mas até haver sinais claros que o bull está aí vou estar com a tendência principal. Não quer dizer que não apanhe as subidas eventuais, mas até ver isto é um bear market rallie.

Queres justificação para este rallie? Há muitas, mas posso-te dizer que no caso das financeiras nos States foi uma orquestração para os bancos poderem atrair capital privado.

Até ver, digo e repito, isto é um bear market rallie e novos mínimos irão ser vistos.

É uma opinião controversa admito, mas tudo é controverso até se verificar.

Esta semana já deverá haver um reality check nos mercados, mas claro que irá servir para o pessoal comprar. O problema vai ser quando não subir.

Ainda muita água vai rolar neste tópico :) mas desde que haja bom humor e tratamente cortÊs entre todos venham os argumentos.
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por whitebala » 25/5/2009 17:13

Midas

Estou de acordo com o panorama sombrio que poderá levar a economia mundial a um oscurantismo medieval com o SP a cheagar aos 500 ou ainda menos.

Mas aproveito para questionar qual a sensibilidade que terás para o timing da recuperação. É que aparentemente os mercados o que nos estão a dizer é que por mais que o poço seja fundo, mais tarde ou mais cedo voltaremos a ter uma situação estável.
Tambem é um facto que incertezas e ameaças são uma constante do mundo moderno, sobretudo potenciadas pela facilidade de comunicação e acesso à informação que antes não existia.

A tua posição é decalcada da que eu tive em 2003 e eu pelo menos dei-me bastante mal

Abraço
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