caldeirum Escreveu:Quanto à carga fiscal demasiado alta, é algo que é repetido vezes sem conta. Desconheço a realidade das pequenas e médias empresas, no entanto as que estão cotadas no PSI têm de apresentar contas. Qual é a justificação de uma empresa como BCP, Galp, EDP, entre outras, de terem nos seus quadros pessoas a receberem o salário mínimo ou perto dele, por mais simples que seja a função?
O argumento do IRC demasiado alto, na minha opinião, não é válido.
A carga fiscal não se aplica apenas às empresas, afeta também os salários dos trabalhadores, produtos e serviços consumidos pelas pessoas. Se uma pessoa descontar menos, fica com um salário líquido maior, mesmo que o salário não aumente. Se pagar menos de IVA, pode comprar os produtos a preços mais baixos etc
A carga fiscal acaba por afectar o custo de vida das pessoas.
Por exemplo, a Polónia tem um salário mínimo inferior ao nosso, mas tem impostos baixos e isso faz com que tenha o custo de vida muito inferior ao nosso e também já ultrapassou Portugal no PIB "per capita", e vi que tem previsto aumentar o salário mínimo duas vezes este ano e assim vai acabar o ano já com um salário mínimo superior ao português.
A Roménia sempre foi muito pobre, também apostou em impostos baixos, e também está previsto que nos ultrapasse este ano.
Portugal tem sido goleado por países que eram mais pobres que nós e neste momento não tem desculpa, porque desde 2020 que também anda a receber montes de dinheiro da União Europeia.
Não digo que os impostos altos sejam o único problema de Portugal, mas em comparação com os países que nos ultrapassam, parece evidente que é um dos principais, ou até mesmo o principal problema neste momento.
Sobre a tua questão específica.
Não sei dizer exatamente. Mas por acaso essas empresas são representadas pela CIP, e falou-se aqui da CIP e da proposta deles do ano passado de pagar um “15.º mês aos trabalhadores livre de impostos e contribuições até aos 4500 euros brutos mensais e de pagamento voluntário pelas empresas”.
Então, essa medida se tivesse sido aceite pelo António Costa no ano passado já podia ter aumentado alguma coisa o rendimento desses trabalhadores.
Já foi dito que o PSD adotou essa proposta sob a forma de prémio de produtividade e que o montante a atribuir é o que a empresa quiser até ao limite definido. Opiniões sobre a proposta variam, mas aumentava alguma coisa o salário anual dos trabalhadores nas empresas que adotassem a medida. E quando se discutiu a proposta pensou-se que pagar o 15.º mês era obrigatório e a medida da CIP dizia “pagamento voluntário”
Benefícios da redução da carga fiscal
1. Contribuintes Individuais: Uma carga fiscal mais baixa significa que os cidadãos têm mais rendimento disponível, o que pode ser usado para consumo, poupança ou investimento. Isso pode melhorar o padrão de vida e promover a atividade económica.
2. Empresas: Empresas geralmente beneficiam de uma carga fiscal mais baixa, pois isso pode incentivar o investimento, a expansão e a criação de empregos. Menos encargos fiscais também podem tornar as empresas mais competitivas internacionalmente.
3. Consumidores: Se os impostos sobre bens e serviços são reduzidos, os consumidores podem desfrutar de preços mais baixos e ter um maior poder de compra.
4. Investidores: Uma carga fiscal mais baixa pode tornar um país mais atrativo para investidores estrangeiros, impulsionando o crescimento económico e a criação de empregos.
5. Estímulo à Economia: Reduzir a carga fiscal pode estimular a atividade económica geral, levando a um ciclo de crescimento económico.
Desvantagens do aumento da carga fiscal podem incluir:
1. Redução do Poder de Compra: Aumentos de impostos podem diminuir o poder de compra dos consumidores, impactando negativamente o consumo.
2. Desincentivo ao Investimento: Empresas podem ser desencorajadas a investir e expandir suas operações devido a encargos fiscais mais elevados.
3. Impacto na Poupança: A carga fiscal adicional pode reduzir a poupança disponível para os indivíduos, limitando as oportunidades de investimento e crescimento económico.
4. Possível Fuga de Capitais: Empresas e investidores podem procurar ambientes fiscais mais favoráveis, levando à fuga de capitais e perda de investimento no país.
5. Diminuição da Competitividade Empresarial: Aumentos de impostos podem tornar as empresas menos competitivas internacionalmente, prejudicando a sua posição nos mercados globais.