Artista Romeno Escreveu:Dr Tretas Escreveu:Estive a investigar, e houve os casos da Cires, da Grão-Pará e da Fisipe. Já aconteceu o auditor avançar um primeiro valor e depois voltar atrás, geralmente para um valor inferior. Não sei, veremos como a coisa avança nos próximos episódios.
Duvido muito que um auditor tenha capacidades para fazer uma avaliação de uma empresa farmaceutica, como de uma tecnologica, ... esta empresa teve 4milhões de lucro e tem cp de 7,5m, quanto valerá 80m milhoes, um per de 20 possivel perfeitamente numa farmaceutica, ou um per de 10, 40 milhões? ou só 2x o book value leia-se 15m, ou entao o book value 7,5m, eu não iria chamar um auditor, mas sim alguem que fosse especialista no setor e que trabalhase em m&a na industria farmaceutica!ou será um multiplo pelo FCF o que daria no maximo 20m!, enfim um sem fim de possibilidades. Mas
como auditor há uma coisa que lhe deveria chamar logo a atenção é isto de um ano po outro ter uma margem muito superior e essencialmente de repente receber mais do que vende dos clientes, e pagar menos 1m em fornecedores, enfim , estamos aqui na presença de 2 alertas
Por acaso tenho dúvidas que haja uma grande limitação em ser um auditor a fazer a avaliação. Não há aqui uma avaliação de patentes nem nada de muito específico da indústria farmacêutica.
Quanto aos pontos que colocar:
A) "receber mais do que vende dos clientes": vendas e serviços prestados=16,2M (o valor é diferente do da página anterior porque aí aparece 13,1M de vendas e 3,3M de rendimentos suplementares, que são essencialmente recebimentos por contract manufactoring); recebimentos de clientes: 16,8M. Há de facto uma diferença de 0,6M, que no entanto não me parece significativa, basta que tenham sido regularizados alguns pagamentos em atraso do ano anterior, é normal desde que se limite a valores assim baixos
B) pagar menos 1M a fornecedores: mas já agora para além de pagar menos 1M ainda acaba o ano a dever menos 1M a fornecedores do que quando começou. O que poderá estar relacionado com a questão das margens (ver abaixo)
C) Quanto às margens serem muito superiores, as principais diferenças foram:
1) Receitas suplementares: subiram de 1,6M para 3,14M
2) restantes vendas cairam 1,4M
3) Custo das vendas caiu 4,2M
4) Gastos com pessoal desceram 1,9M com uma subida dos serviços externos de apenas 0,4M
1) São receitas de contract manufacturing: não tenho bem a certeza em como isto altera as margens mas seguramente que tem algum impacto
2) Vendas caíram porque o comparativo no ano anterior incluía a venda de matéria prima que tinham em stock (25% das vendas em 2014), ou seja eram vendas que não faziam parte da actividade normal da empresa
3) Custo das vendas cai: o mix de vendas passou de fermentação 48% síntese química 27% e matérias primas 25% para 98% ,2% e 0%. O custo das vendas naturalmente tem que alterar: por um lado se se vende matéria prima não processada então essa venda não apresenta qualquer valor acrescentado e as margens brutas têm que ser mais baixas (custo das vendas maior); por outro lado o próprio mix fermentação vs síntese química pode significar margens diferentes.
4) Em 2014 houve gastos com indemnizações (1,2M) e uma redução de 150 para 100 funcionários (final 2013 para final de 2014) que foi parcialmente revertida ao longo de 2015 (subida para 114) sendo que essa subida terá sido ao longo do ano e portanto não impacta nos custos a totalidade do ano. Assim a queda foi de apenas 0,7M o que pode ser justificado exclusivamente pela redução do número de funcionários
Ou seja, as contas a mim (no que a esta parte diz respeito pelo menos) parecem-me coerentes.