Re: crise chinesa
Enviado: 7/7/2015 16:23
A China sofreu uma queda de 30% em bolsa desde o pico em 12 de Junho, após um período crescimento recorde de oito meses. As piores três semanas desde 1992 varreram 3 biliões de dólares da bolsa de Xangai - contas da Bloomberg. É como se a economia grega não produzisse nada durante 12 anos consecutivos.
O que se passa com a China, que os analistas dizem estar a aplicar medidas semelhantes à que os EUA introduziram no crash de 1929 - também este provocado por uma queda desenfreada da bolsa?
A queda a pique, que está acabar com as fortunas no mercado de acções numa escala sem precedentes, é vista como a explosão de uma bolha especulativa. E nem as medidas tomadas pelo Governo, o Bank of China e o regulador da bolsa para evitar uma crise financeira impediram o mercado de voltar a cair esta terça-feira quase 2% depois de estar a afundar mais de 5% ao longo da sessão.
Um grupo de 21 corretoras chinesas comprometeu-se a constituir um fundo de acções de grande capitalização de 17,45 mil milhões de euros (19,3 mil milhões de dólares) para estabilizar o mercado. Apenas a mais recente de uma enxurrada de medidas que incluíram a suspensão de ofertas públicas iniciais, desencorajamento das vendas a descoberto (proibição do short-selling) e a flexibilização e injecção de fundos nas margin calls (a margem de segurança numa conta de títulos alavancada com empréstimos da corretora).
Empresas como a Haitong Securities (em processo de compra do BESI), serão chamadas a investir capital para estabilizar o mercado de capitais.
Contudo, com um volume diário próximo dos 293 mil milhões de euros, o fundo de apoio pode ser muito pequeno para ter um impacto significativo a longo prazo ou para aumentar a confiança nas acções de pequena capitalização, que foram algumas das maiores perdedoras durante a derrocada de títulos.
Os agentes do mercado acreditam que esse fundo contribui pouco para aumentar a confiança nas acções de pequena capitalização. "O estoiro da bolha em acções small-cap / tecnológicas é provável que continue", diz um analista.
Para tentar travar a queda dos mercados, e para além das medidas já descritas, foram ainda adoptadas outras iniciativas tais como pôr corretoras e fundos mutualistas e de pensões a comprar acções, ou pôr o Banco da China a suportar a liquidez do mercado.
O que é que salva a economia da China do contágio da crise financeira?
Uma delas é que a economia da China continua a ser relativamente competitiva e tem superávits governamentais, na contabilidade corrente, em vez de déficits. Outra é que a China tem um elevado "grau de flexibilidade monetária e fiscal", isso significa que à China ainda lhe resta muito poder de fogo para lubrificar seus mercados financeiros e sua economia em geral. Mas, no longo prazo, a China - assim como a Grécia e Porto Rico - terá que pensar em reformas estruturais.
Em primeiro lugar, os economistas citados pela imprensa norte-americana argumentam há algum tempo que há um crescente excesso de capacidade em todas as faces da indústria e da economia chinesa, o que pede uma rápida redução das taxas de juros. Actualmente, a China é a única grande economia que opera com taxas de juros reais significativamente altas. Depois o [Banco Popular da China] tem de aceitar que a desalavancagem já não é possível de forma natural e deve embarcar numa operação agressiva de quantitative easing (incluindo a aquisição de instrumentos do sector privado). A desalavancagem requer um custo inicial significativo que a maioria das sociedades não estão dispostos a suportar. Embora mover a política monetária em ponto morto, permitindo o ajuste natural do ciclo económico seja a melhor estratégia, na realidade, qualquer reforma estrutural e de desalavancagem exige lubrificantes de política monetária e fiscais significativos para assegurar a aceitação social dos impactos dessa desalavancagem. No entanto, a experiência tem dito que os lubrificantes monetários, em vez de acelerar as mudanças estruturais, tendem a atrasá-los. A questão para a China, portanto, não é se o BoC vai estimular (isso é um dado, e é apenas uma questão de tamanho), mas se conseguirá prosseguir simultaneamente com reformas económicas estruturais.
No fim de semana, o China Securities Regulatory Commission disse que o banco central do país iria procurar manter a estabilidade do mercado.
Enquanto isso, as maiores empresas de corretagem da China disseram que iam manter as compras de acções até o Shanghai Composite atingir os 4.500 pontos. Na última sessão fechou nos 3.727,12 pontos.
O que se passa com a China, que os analistas dizem estar a aplicar medidas semelhantes à que os EUA introduziram no crash de 1929 - também este provocado por uma queda desenfreada da bolsa?
A queda a pique, que está acabar com as fortunas no mercado de acções numa escala sem precedentes, é vista como a explosão de uma bolha especulativa. E nem as medidas tomadas pelo Governo, o Bank of China e o regulador da bolsa para evitar uma crise financeira impediram o mercado de voltar a cair esta terça-feira quase 2% depois de estar a afundar mais de 5% ao longo da sessão.
Um grupo de 21 corretoras chinesas comprometeu-se a constituir um fundo de acções de grande capitalização de 17,45 mil milhões de euros (19,3 mil milhões de dólares) para estabilizar o mercado. Apenas a mais recente de uma enxurrada de medidas que incluíram a suspensão de ofertas públicas iniciais, desencorajamento das vendas a descoberto (proibição do short-selling) e a flexibilização e injecção de fundos nas margin calls (a margem de segurança numa conta de títulos alavancada com empréstimos da corretora).
Empresas como a Haitong Securities (em processo de compra do BESI), serão chamadas a investir capital para estabilizar o mercado de capitais.
Contudo, com um volume diário próximo dos 293 mil milhões de euros, o fundo de apoio pode ser muito pequeno para ter um impacto significativo a longo prazo ou para aumentar a confiança nas acções de pequena capitalização, que foram algumas das maiores perdedoras durante a derrocada de títulos.
Os agentes do mercado acreditam que esse fundo contribui pouco para aumentar a confiança nas acções de pequena capitalização. "O estoiro da bolha em acções small-cap / tecnológicas é provável que continue", diz um analista.
Para tentar travar a queda dos mercados, e para além das medidas já descritas, foram ainda adoptadas outras iniciativas tais como pôr corretoras e fundos mutualistas e de pensões a comprar acções, ou pôr o Banco da China a suportar a liquidez do mercado.
O que é que salva a economia da China do contágio da crise financeira?
Uma delas é que a economia da China continua a ser relativamente competitiva e tem superávits governamentais, na contabilidade corrente, em vez de déficits. Outra é que a China tem um elevado "grau de flexibilidade monetária e fiscal", isso significa que à China ainda lhe resta muito poder de fogo para lubrificar seus mercados financeiros e sua economia em geral. Mas, no longo prazo, a China - assim como a Grécia e Porto Rico - terá que pensar em reformas estruturais.
Em primeiro lugar, os economistas citados pela imprensa norte-americana argumentam há algum tempo que há um crescente excesso de capacidade em todas as faces da indústria e da economia chinesa, o que pede uma rápida redução das taxas de juros. Actualmente, a China é a única grande economia que opera com taxas de juros reais significativamente altas. Depois o [Banco Popular da China] tem de aceitar que a desalavancagem já não é possível de forma natural e deve embarcar numa operação agressiva de quantitative easing (incluindo a aquisição de instrumentos do sector privado). A desalavancagem requer um custo inicial significativo que a maioria das sociedades não estão dispostos a suportar. Embora mover a política monetária em ponto morto, permitindo o ajuste natural do ciclo económico seja a melhor estratégia, na realidade, qualquer reforma estrutural e de desalavancagem exige lubrificantes de política monetária e fiscais significativos para assegurar a aceitação social dos impactos dessa desalavancagem. No entanto, a experiência tem dito que os lubrificantes monetários, em vez de acelerar as mudanças estruturais, tendem a atrasá-los. A questão para a China, portanto, não é se o BoC vai estimular (isso é um dado, e é apenas uma questão de tamanho), mas se conseguirá prosseguir simultaneamente com reformas económicas estruturais.
No fim de semana, o China Securities Regulatory Commission disse que o banco central do país iria procurar manter a estabilidade do mercado.
Enquanto isso, as maiores empresas de corretagem da China disseram que iam manter as compras de acções até o Shanghai Composite atingir os 4.500 pontos. Na última sessão fechou nos 3.727,12 pontos.