TAP - Tópico Geral
A-330,
Bom post. Verdadeiramente informativo e de refutação que pressuponho bastante difícil por parte do autor do texto.
Por acaso o autor devia-se ter esforçado mais para deixar claro que a responsabilidade desta situação é, acima de tudo, dos anteriores governos. E não dos trabalhadores da TAP, que apenas se limitaram a apresentar um contrato assinado no passado.
Só é difícil acreditar que os pilotos estejam há 10 anos sem receber aumentos... mas tu estás mais bem informado...
Na tua opinião, esses 2 negócios ruinosos (a VEM e os 340), explicam por si só os prejuízos crónicos da companhia?
Bom post. Verdadeiramente informativo e de refutação que pressuponho bastante difícil por parte do autor do texto.
Por acaso o autor devia-se ter esforçado mais para deixar claro que a responsabilidade desta situação é, acima de tudo, dos anteriores governos. E não dos trabalhadores da TAP, que apenas se limitaram a apresentar um contrato assinado no passado.
Só é difícil acreditar que os pilotos estejam há 10 anos sem receber aumentos... mas tu estás mais bem informado...
Na tua opinião, esses 2 negócios ruinosos (a VEM e os 340), explicam por si só os prejuízos crónicos da companhia?
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
AutoMech Escreveu:A-330 Escreveu:As pessoas não entendem que a TAP é ouro.A-330 Escreveu:Mas tem um peso gigante neste momento que é a VEM , que consome quase tudo o que ela ganha.A-330 Escreveu:Eu achei mal saber que o ministro ou sei lá quem começou a contactar os possíveis interessados. Mostra logo o desespero em que se está para vender a TAP.E isso vai ter um custo.Está claro que vai.
A-330, a TAP pode ser ouro mas não é certamente em mãos públicas, sujeita a todo tipo de pressões e negociatas.
A TAP é aliás o melhor exemplo para mostrar aos crentes que boa gestão pública é coisa que não existe (ou muito raramente existe). Temos um tipo (FP) que parece bom mas que nem isso salvou a TAP porque não teve a força para impedir os negócios obscuros, como tu e o PIKAS já alertaram, nem as 'bolas' para se demitir por o obrigarem a cometer actos de má gestão.
Para terminar, digo apenas que uma coisa que vale ouro não tem dificuldade em ser vendida. Não vale ouro provavelmente pelas razões que invocaste. Nem latão vale. Tinha sido uma bênção se a tivéssemos deixado falir quando faliu a Swissair.
Quase 100% de acordo.
1.Realmente concordo consigo quando diz que o problema da TAP é a gestão. Agora o que a media faz passar à opinião pública é que os pilotos é que vão levar a empresa à falência.
2.Na verdade, na época da Swissair , a TAP ainda não tinha a VEM e poderia se ter tornado uma empresa lucrativa. O interesse da Swissair na TAP naquela época vinha exatamente do interesse que a TAP tem.
O problema da VEM , é que além de ser um passivo monstruoso , pelo que sei , é difícil acabar com ele , deixando que feche.Não sei quais as razões.
Sei também que recentemente a TAP mandou para lá dois executivos para tentar por mão àquilo , e depois de dois dias estavam em Portugal outra vez porque foram ameaçados de morte.
Outro exemplo de gestão ruinosa que me ocorreu agora. Comprar uma empresa de handling por 35 milhões e vender por 3.
Só aí foram 30 milhões.
3.Respondendo à sua pergunta do segundo post. Companhia de bandeira? Olhe , na verdade hoje uma cia de bandeira tem muito mais um valor simbólico do que prático. Talvez tenha mais peso no momento de abrir algumas rotas e tal,por meter os governos ao barulho , mas não muito mais do que isso.
Aliás está provado que política misturada com cias aéreas dá mais prejuízo do que lucros.
Elias ,
Duopólio..Nem conhecia a palavra , mas digamos que seja isso.
A330
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AutoMech Escreveu:Elias Escreveu:Por acaso um argumento que de vez em quando vem à baila (o MST é um dos que o invoca frequentemente) é a história da "companhia de bandeira".
O que raio significa isto num mercado liberalizado e porque é que isto deve ser um obstáculo à venda da TAP?
Na prática existe alguma vantagem para o pais em ter a TAP e que esta seja portuguesa, com sede cá, desde que não seja pública nem traga custos para os contribuintes.
Podes elaborar? Que vantagens são essas?
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Elias Escreveu:Por acaso um argumento que de vez em quando vem à baila (o MST é um dos que o invoca frequentemente) é a história da "companhia de bandeira".
O que raio significa isto num mercado liberalizado e porque é que isto deve ser um obstáculo à venda da TAP?
Na prática existe alguma vantagem para o pais em ter a TAP e que esta seja portuguesa, com sede cá, desde que não seja pública nem traga custos para os contribuintes.
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Elias Escreveu:A-330 Escreveu:Isso sem falar nas rotas em que a TAP tem o monopólio , e que não são poucas.
Podes elaborar? Que rotas são essas?
O Brasil , por exemplo. A TAP voa para lá , mas a TAM não voa para cá.
E àfrica desde Portugal. O monopólio é detido pela TAP e TAAG para Angola,TAP/TACV para Cabo Verde e os outros destinos africanos , que estão sempre à pinha , nem cia aérea tem , ou os que tem não voam para Portugal.
Convém dizer que as pessoas só se lembram dos passageiros , mas esses voos levam sempre muita carga.
A330
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AutoMech Escreveu:A-330, a TAP pode ser ouro mas não é certamente em mãos públicas, sujeita a todo tipo de pressões e negociatas.
A TAP é aliás o melhor exemplo para mostrar aos crentes que boa gestão pública é coisa que não existe (ou muito raramente existe). Temos um tipo (FP) que parece bom mas que nem isso salvou a TAP porque não teve a força para impedir os negócios obscuros, como tu e o PIKAS já alertaram, nem as 'bolas' para se demitir por o obrigarem a cometer actos de má gestão.
Para terminar, digo apenas que uma coisa que vale ouro não tem dificuldade em ser vendida. Não vale ouro provavelmente pelas razões que invocaste. Nem latão vale. Tinha sido uma bênção se a tivéssemos deixado falir quando faliu a Swissair.
Por acaso um argumento que de vez em quando vem à baila (o MST é um dos que o invoca frequentemente) é a história da "companhia de bandeira".
O que raio significa isto num mercado liberalizado e porque é que isto deve ser um obstáculo à venda da TAP?
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A-330 Escreveu:As pessoas não entendem que a TAP é ouro.
A-330 Escreveu:Mas tem um peso gigante neste momento que é a VEM , que consome quase tudo o que ela ganha.
A-330 Escreveu:Eu achei mal saber que o ministro ou sei lá quem começou a contactar os possíveis interessados. Mostra logo o desespero em que se está para vender a TAP.E isso vai ter um custo.Está claro que vai.
A-330, a TAP pode ser ouro mas não é certamente em mãos públicas, sujeita a todo tipo de pressões e negociatas.
A TAP é aliás o melhor exemplo para mostrar aos crentes que boa gestão pública é coisa que não existe (ou muito raramente existe). Temos um tipo (FP) que parece bom mas que nem isso salvou a TAP porque não teve a força para impedir os negócios obscuros, como tu e o PIKAS já alertaram, nem as 'bolas' para se demitir por o obrigarem a cometer actos de má gestão.
Para terminar, digo apenas que uma coisa que vale ouro não tem dificuldade em ser vendida. Não vale ouro provavelmente pelas razões que invocaste. Nem latão vale. Tinha sido uma bênção se a tivéssemos deixado falir quando faliu a Swissair.
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No longínquo ano de 1999, os pilotos fizeram uma greve que provocou muito ruído e muitos prejuízos. Entre as reivindicações estavam, como é óbvio, actualizações substanciais nos salários. Um dos argumentos era o de que os colegas da Swiss Air ganhavam muito mais dinheiro pelo mesmo trabalho e pelas mesmas responsabilidades. Não interessavam as diferenças entre as duas economias. E também não despertou qualquer interesse entre os pilotos da TAP o facto de a empresa helvética ter estourado algum tempo depois, esmagada pela circunstância incontornável de ter muitos custos e receitas insuficientes para os cobrir.
Os colegas da atual Swiss ganham menos do que naquele tempo. Mas ainda ganham mais do que os da TAP.Como acho que todas as congêneres.
A guerra foi feia. A empresa, com o aval do Governo, até colocou anúncios na televisão para zurzir os pilotos e colocar a opinião pública do seu lado. Nem teria sido necessário fazer o investimento. Num país de ordenados baixos, um conflito laboral em que os grevistas desfrutam de salários estratosféricos em relação à média nacional não é uma luta com grandes possibilidades de se tornar popular. Capaz de provocar menos simpatia, talvez só uma paralisação de banqueiros em luta por melhores remunerações.
Ocorre que a TAP não é uma empresa como outra qualquer que tem a sua fonte de receitas em Portugal.
O preço que se paga por um bilhete para Zurich é o mesmo seja pela Swiss ou pela TAP.Isso sem falar nas rotas em que a TAP tem o monopólio , e que não são poucas.
Não vejo justificação para a Swiss poder pagar mais.
Se não me engano , foi por essa época que a TAP comprou os 340 em esquema obscuríssimo.
Mas isso não conta para o Zé Pacóvio. Até já está esquecido.Deve ter sido coisa pouca,deve.
Fora o que não se sabe , mas enfim.
No fim, os gestores da transportadora, com o natural aval do Governo, conseguiram que os pilotos regressassem aos "cockpits" sob a promessa de que, quando a companhia fosse privatizada, teriam direito a um significativo pacote de acções. A garantia não suscitou muita crítica. Os aviões voltaram a voar, o processo de venda da empresa continuou a arrastar-se e, com alguns anos de excepção pelo meio, os prejuízos nunca deixaram de rondar a TAP, como um urso atraído por mel.
Sim , não surpreende.Devem ter sido os pilotos que negociaram os 340 , que abriram a rota para Macau que lá puseram gestores amigos que entendiam tanto de aviação como eu de prospecção de petróleo,etc.
O Zezinho que escreveu o artigo também não menciona que por volta de 2000,2001 , quando entrou o FP , este convenceu os pilotos de que faria a empresa crescer , mas que para isso seriam necessários uns anos sem aumentos.Os pilotos concordaram e depois entre crise mundial ,crise do petróleo , crise do ai,ai,ai, estamos mal, foram 10 anos e foi preciso por os pés à parede.Foi justamente nestes últimos 10 anos sem aumentos que o salário dos pilotos desceu abaixo da média na indústria.
E o pacóvio , seguramente sem saber que como nunca antes visto , os pilotos começaram a sair da TAP , ainda diz que estes ganham acima da média como se os salários ainda devessem baixar mais.
Agora que os tempos da prosperidade ficcionada terminaram e os apertos financeiros obrigam a transformar as tartarugas em lebres, a privatização da TAP vai avançar e colocar um ponto final em duas décadas de avanços, recuos, hesitações e contra-hesitações. Foi a oportunidade para o sindicato dos pilotos retirar da gaveta uma antiga promessa, de lhe soprar o pó e limpar as teias de aranha. Querem ressuscitar o capitalismo sindical tal como dizem que lhes foi prometido. E não estão sozinhos. O sindicato dos trabalhadores da manutenção também alega que lhe foram oferecidas acções da empresa e pretende que o prometido seja cumprido.
Em primeiro lugar não é uma promessa , é um acordo ,e em segundo lugar as premissas do acordo não são as referidas neste artigo.
Mas mesmo que fosse uma promessa: Não se cumprem as promessas antigas? Só as recentes? Parece que o autor do artigo sofre e gosta de sofrer de amnésia oportunista.
As reivindicações que surgiram na TAP revelam que há quem não se tenha apercebido que a era dos delírios passou e espera-se que não regresse. A TAP precisa de investidores sólidos, sentido das responsabilidades e paz social. A alternativa é a que os sindicatos que operam na empresa parecem preferir. Isto é, boas condições remuneratórias e participações no capital de uma empresa que, com prejuízos de 112 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, caminha para a insustentabilidade e arrisca-se a ficar sozinha no altar, sem noivo que lhe queira pegar.
Qualquer das empresas que a imprensa recentemente publicava como eventual compradora, paga (bem) mais aos seus pilotos do que a TAP. Inclusive a TAM( não é muito , mas é).A tal ponto que não me espantaria nada que se fosse uma dessas empresas a compradora da TAP , começasse logo por dar um aumento aos pilotos e à manutenção , que andam também pela hora da morte.
O principal senão da TAP neste momento é a VEM.Ninguém fala,porque não interessa , mas é.
Comprar a TAP com o peso da VEM é o pior que comprar uma casa que está alugada e com gente a morar lá dentro e a pagar uma renda simbólica.
Isto sim , é um peso enorme , e faz com que a TAP se arrisque a ficar sem comprador.
As pessoas não entendem que a TAP é ouro.Mas tem um peso gigante neste momento que é a VEM , que consome quase tudo o que ela ganha.Depois , basta que o petróleo suba um pouquinho e ai,ai,ai que demos prejuízo , e claro , a culpa é do petróleo (como se este não tivesse variações de preço desde sempre) e das greves.
Só neste país, POORtugal de mentalidades e com salários médios de 894 euros é que se acha mal que um piloto ganhe acima da média.
Acham muito caro pagar mais de 100 mil euros pela formação ,mas depois tem que trabalhar por 1000 euros, o que já é acima da média !!!
Há coisas que são caras, e a aviação é por si só é cara.Tudo que envolve a aviação é caro.
Se não tem dinheiro para ter uma casa de 1 milhão de euros , pagar a hipoteca ,seguro, mobília, pagar uma empregada e o IMI é porque não pode ter uma casa de 1 milhão de euros.Agora , não vamos é ter a casa e exigir que a empregada trabalhe de graça.
Quanto à privatização ,na verdade , não sei se este silêncio recente no interesse sobre a TAP não é uma estratégia básica de negociação dos interessados para ver se levam a TAP por uma bagatela e sem passivos.
Ainda mais sabendo , como o mercado já sabe , que o governo tem prazos para a privatização.
Eu achei mal saber que o ministro ou sei lá quem começou a contactar os possíveis interessados. Mostra logo o desespero em que se está para vender a TAP.E isso vai ter um custo.Está claro que vai.
A330
Editado pela última vez por A330-300 em 22/8/2012 0:23, num total de 1 vez.
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Aeroporto de Stansted em Londres está à venda
21 Agosto 2012 | 12:21
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
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A espanhola Ferrovial e os seus sócios da BAA colocaram à venda o aeroporto de Stansted, adiantando-se à venda dos aeroportos do Brasil, Espanha e Portugal, noticiou hoje o "Cinco Dias".
Aeroporto de Stansted em Londres está à venda
21 Agosto 2012 | 12:21
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
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A espanhola Ferrovial e os seus sócios da BAA colocaram à venda o aeroporto de Stansted, adiantando-se à venda dos aeroportos do Brasil, Espanha e Portugal, noticiou hoje o "Cinco Dias".
mcarvalho
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pdcarrico Escreveu:migluso Escreveu:Elias Escreveu:migluso Escreveu:oh Elias,
qualquer dia um governo qualquer promete a tua casa a um sindicato qualquer e depois eu quero ver para onde vais morar...
migluso,
Nessa altura eu ligo-te, tenho a certeza que chegaremos a um acordo
eheh...
por acaso já li o artigo do João Cândido da Silva sobre o tema... está excelente...
Amanhã, quando abrirem o acessos ao povão eu vou ler. Por agora, escusavas de ter feito pirraça
eheheh...

subscrevi o serviço negócios primeiro quando o JdN fez uma campanha promocional super agressiva, em que a assinatura anual vinha acompanhada com 2 noites no allgarve por 40 euros.
perdi a cabeça... é o capitalismo sem escrúpulos em todo o seu esplendor...

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Atenção que o que o Estado anda a fazer não são privatizações ,mas sim transferências de Nacionalizações.
Privatizações fazem-se as claras na bolsa,dando oportunidade a quem quer comprar. Nacionalizações é venda aos "amigos" fora de bolsa.
Privatizações fazem-se as claras na bolsa,dando oportunidade a quem quer comprar. Nacionalizações é venda aos "amigos" fora de bolsa.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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O delírio do capitalismo sindical
20 Agosto 2012 | 23:30
João Cândido da Silva - joaosilva@negocios.pt
O percurso até à privatização da TAP promete ser interessante e cheio de surpresas. Os sindicatos que têm expressão na empresa são mais do que as mães e é por este lado que poderão surgir as principais curiosidades. Talvez, até, tenha chegado a hora de o Governo amarrotar a lista de potenciais interessados na compra da companhia e de a depositar no cesto dos papéis.
No longínquo ano de 1999, os pilotos fizeram uma greve que provocou muito ruído e muitos prejuízos. Entre as reivindicações estavam, como é óbvio, actualizações substanciais nos salários. Um dos argumentos era o de que os colegas da Swiss Air ganhavam muito mais dinheiro pelo mesmo trabalho e pelas mesmas responsabilidades. Não interessavam as diferenças entre as duas economias. E também não despertou qualquer interesse entre os pilotos da TAP o facto de a empresa helvética ter estourado algum tempo depois, esmagada pela circunstância incontornável de ter muitos custos e receitas insuficientes para os cobrir.
A guerra foi feia. A empresa, com o aval do Governo, até colocou anúncios na televisão para zurzir os pilotos e colocar a opinião pública do seu lado. Nem teria sido necessário fazer o investimento. Num país de ordenados baixos, um conflito laboral em que os grevistas desfrutam de salários estratosféricos em relação à média nacional não é uma luta com grandes possibilidades de se tornar popular. Capaz de provocar menos simpatia, talvez só uma paralisação de banqueiros em luta por melhores remunerações.
No fim, os gestores da transportadora, com o natural aval do Governo, conseguiram que os pilotos regressassem aos "cockpits" sob a promessa de que, quando a companhia fosse privatizada, teriam direito a um significativo pacote de acções. A garantia não suscitou muita crítica. Os aviões voltaram a voar, o processo de venda da empresa continuou a arrastar-se e, com alguns anos de excepção pelo meio, os prejuízos nunca deixaram de rondar a TAP, como um urso atraído por mel.
Agora que os tempos da prosperidade ficcionada terminaram e os apertos financeiros obrigam a transformar as tartarugas em lebres, a privatização da TAP vai avançar e colocar um ponto final em duas décadas de avanços, recuos, hesitações e contra-hesitações. Foi a oportunidade para o sindicato dos pilotos retirar da gaveta uma antiga promessa, de lhe soprar o pó e limpar as teias de aranha. Querem ressuscitar o capitalismo sindical tal como dizem que lhes foi prometido. E não estão sozinhos. O sindicato dos trabalhadores da manutenção também alega que lhe foram oferecidas acções da empresa e pretende que o prometido seja cumprido.
O primeiro aspecto curioso neste episódio está no facto de um dos horrores do capitalismo, tal como ele é visto habitualmente pelos sindicatos, ter sido, afinal, uma arma eficaz para os calar. Segue-se a circunstância absurda de alguém ter prometido a terceiros uma fatia da propriedade pública, dos contribuintes, portanto, sem ter mandato, nem legitimidade para o fazer. Se o hábito pega, ainda se poderá assistir à gestão da CP a oferecer locomotivas para tentar parar as greves. Quanto a acções, talvez nem os trabalhadores as queiram se já tiverem as paredes de casa forradas com outro material mais adequado.
As reivindicações que surgiram na TAP revelam que há quem não se tenha apercebido que a era dos delírios passou e espera-se que não regresse. A TAP precisa de investidores sólidos, sentido das responsabilidades e paz social. A alternativa é a que os sindicatos que operam na empresa parecem preferir. Isto é, boas condições remuneratórias e participações no capital de uma empresa que, com prejuízos de 112 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, caminha para a insustentabilidade e arrisca-se a ficar sozinha no altar, sem noivo que lhe queira pegar.
20 Agosto 2012 | 23:30
João Cândido da Silva - joaosilva@negocios.pt
O percurso até à privatização da TAP promete ser interessante e cheio de surpresas. Os sindicatos que têm expressão na empresa são mais do que as mães e é por este lado que poderão surgir as principais curiosidades. Talvez, até, tenha chegado a hora de o Governo amarrotar a lista de potenciais interessados na compra da companhia e de a depositar no cesto dos papéis.
No longínquo ano de 1999, os pilotos fizeram uma greve que provocou muito ruído e muitos prejuízos. Entre as reivindicações estavam, como é óbvio, actualizações substanciais nos salários. Um dos argumentos era o de que os colegas da Swiss Air ganhavam muito mais dinheiro pelo mesmo trabalho e pelas mesmas responsabilidades. Não interessavam as diferenças entre as duas economias. E também não despertou qualquer interesse entre os pilotos da TAP o facto de a empresa helvética ter estourado algum tempo depois, esmagada pela circunstância incontornável de ter muitos custos e receitas insuficientes para os cobrir.
A guerra foi feia. A empresa, com o aval do Governo, até colocou anúncios na televisão para zurzir os pilotos e colocar a opinião pública do seu lado. Nem teria sido necessário fazer o investimento. Num país de ordenados baixos, um conflito laboral em que os grevistas desfrutam de salários estratosféricos em relação à média nacional não é uma luta com grandes possibilidades de se tornar popular. Capaz de provocar menos simpatia, talvez só uma paralisação de banqueiros em luta por melhores remunerações.
No fim, os gestores da transportadora, com o natural aval do Governo, conseguiram que os pilotos regressassem aos "cockpits" sob a promessa de que, quando a companhia fosse privatizada, teriam direito a um significativo pacote de acções. A garantia não suscitou muita crítica. Os aviões voltaram a voar, o processo de venda da empresa continuou a arrastar-se e, com alguns anos de excepção pelo meio, os prejuízos nunca deixaram de rondar a TAP, como um urso atraído por mel.
Agora que os tempos da prosperidade ficcionada terminaram e os apertos financeiros obrigam a transformar as tartarugas em lebres, a privatização da TAP vai avançar e colocar um ponto final em duas décadas de avanços, recuos, hesitações e contra-hesitações. Foi a oportunidade para o sindicato dos pilotos retirar da gaveta uma antiga promessa, de lhe soprar o pó e limpar as teias de aranha. Querem ressuscitar o capitalismo sindical tal como dizem que lhes foi prometido. E não estão sozinhos. O sindicato dos trabalhadores da manutenção também alega que lhe foram oferecidas acções da empresa e pretende que o prometido seja cumprido.
O primeiro aspecto curioso neste episódio está no facto de um dos horrores do capitalismo, tal como ele é visto habitualmente pelos sindicatos, ter sido, afinal, uma arma eficaz para os calar. Segue-se a circunstância absurda de alguém ter prometido a terceiros uma fatia da propriedade pública, dos contribuintes, portanto, sem ter mandato, nem legitimidade para o fazer. Se o hábito pega, ainda se poderá assistir à gestão da CP a oferecer locomotivas para tentar parar as greves. Quanto a acções, talvez nem os trabalhadores as queiram se já tiverem as paredes de casa forradas com outro material mais adequado.
As reivindicações que surgiram na TAP revelam que há quem não se tenha apercebido que a era dos delírios passou e espera-se que não regresse. A TAP precisa de investidores sólidos, sentido das responsabilidades e paz social. A alternativa é a que os sindicatos que operam na empresa parecem preferir. Isto é, boas condições remuneratórias e participações no capital de uma empresa que, com prejuízos de 112 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, caminha para a insustentabilidade e arrisca-se a ficar sozinha no altar, sem noivo que lhe queira pegar.
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PIKAS Escreveu:Se alguém se preocupa com o combustível na TAP, são os pilotos, sem dúvida nenhuma.
Exemplos:
- Pedidos insistentes, até ser chato, de rotas mais directas;
- 2 a 3 minutos após a aterragem desligam o motor nº 2. Fazem o taxi em monomotor;
- Start APU momentos antes do pushback;
- Taxi até holding point em monomotor;
- Take-off com flaps em 1F e pack off;
- Reduzem potencia para climb aos 800ft;
- Econ climb abaixo de 10.000ft;
- Adquirido o glide configuração 1 e para o toutchdown procuram utilizar a configuração 3 no set de flaps;
- Gear down o mais tarde possível;
- Idle reverse na aterragem.
E quem se preocupa com o combustível?
Cumprimentos,
Eu proponho que todos os pilotos da TAP, assim que saiam da companhia sejam automaticamente canonizados.
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migluso Escreveu:Elias Escreveu:migluso Escreveu:oh Elias,
qualquer dia um governo qualquer promete a tua casa a um sindicato qualquer e depois eu quero ver para onde vais morar...
migluso,
Nessa altura eu ligo-te, tenho a certeza que chegaremos a um acordo
eheh...
por acaso já li o artigo do João Cândido da Silva sobre o tema... está excelente...
Amanhã, quando abrirem o acessos ao povão eu vou ler. Por agora, escusavas de ter feito pirraça

Pedro Carriço
migluso Escreveu:Elias Escreveu:Manutenção e pilotos querem garantir fatia da TAP
21 Agosto 2012 | 00:01
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
Depois do sindicato dos pilotos, é agora a vez da manutenção assegurar também ter um acordo onde está previsto a atribuição de acções ao sindicato.
A primeira tentativa de privatização da TAP, em 1999, deixou pontas soltas e acordos que comprometem o futuro da companhia. Pelo menos é assim que pensam dois dos sete principais sindicatos da companhia aérea de bandeira. Depois do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reclamar uma participação na TAP no âmbito da privatização, agora também a manutenção admite fazer valer o seu direito. "Temos um acordo que nos coloca como parte activa no processo e que prevê a entrada do sindicato no capital", avançou ao Negócios, Óscar Antunes, presidente do SITEMA.
oh Elias,
qualquer dia um governo qualquer promete a tua casa a um sindicato qualquer e depois eu quero ver para onde vais morar...
O problema que parece escapar aos sindicatos é que a TAP sem uma injecção de capital de um novo accionista vale zero. A privatização não é por necessidade de receita do Governo mas é um imperativo para poder salvar a companhia porque é a única forma legal de capitalizar a empresa.
E ser accionista com 15%, 30% ou 50% de uma sociedade que vale zero é o mesmo que ter nada.
Se fosse ao Governo propunha, publicamente, a transferência gratuita da sua participação integral na TAP para os sindicatos. Depois os sindicatos que procurassem um otário que lá metesse dinheiro e aceitasse dividir o bolo.
Pedro Carriço
Elias Escreveu:migluso Escreveu:oh Elias,
qualquer dia um governo qualquer promete a tua casa a um sindicato qualquer e depois eu quero ver para onde vais morar...
migluso,
Nessa altura eu ligo-te, tenho a certeza que chegaremos a um acordo
eheh...
por acaso já li o artigo do João Cândido da Silva sobre o tema... está excelente...
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Elias Escreveu:Manutenção e pilotos querem garantir fatia da TAP
21 Agosto 2012 | 00:01
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
Depois do sindicato dos pilotos, é agora a vez da manutenção assegurar também ter um acordo onde está previsto a atribuição de acções ao sindicato.
A primeira tentativa de privatização da TAP, em 1999, deixou pontas soltas e acordos que comprometem o futuro da companhia. Pelo menos é assim que pensam dois dos sete principais sindicatos da companhia aérea de bandeira. Depois do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reclamar uma participação na TAP no âmbito da privatização, agora também a manutenção admite fazer valer o seu direito. "Temos um acordo que nos coloca como parte activa no processo e que prevê a entrada do sindicato no capital", avançou ao Negócios, Óscar Antunes, presidente do SITEMA.
oh Elias,
qualquer dia um governo qualquer promete a tua casa a um sindicato qualquer e depois eu quero ver para onde vais morar...
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Manutenção e pilotos querem garantir fatia da TAP
21 Agosto 2012 | 00:01
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
Depois do sindicato dos pilotos, é agora a vez da manutenção assegurar também ter um acordo onde está previsto a atribuição de acções ao sindicato.
A primeira tentativa de privatização da TAP, em 1999, deixou pontas soltas e acordos que comprometem o futuro da companhia. Pelo menos é assim que pensam dois dos sete principais sindicatos da companhia aérea de bandeira. Depois do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reclamar uma participação na TAP no âmbito da privatização, agora também a manutenção admite fazer valer o seu direito. "Temos um acordo que nos coloca como parte activa no processo e que prevê a entrada do sindicato no capital", avançou ao Negócios, Óscar Antunes, presidente do SITEMA.
21 Agosto 2012 | 00:01
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt
Depois do sindicato dos pilotos, é agora a vez da manutenção assegurar também ter um acordo onde está previsto a atribuição de acções ao sindicato.
A primeira tentativa de privatização da TAP, em 1999, deixou pontas soltas e acordos que comprometem o futuro da companhia. Pelo menos é assim que pensam dois dos sete principais sindicatos da companhia aérea de bandeira. Depois do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reclamar uma participação na TAP no âmbito da privatização, agora também a manutenção admite fazer valer o seu direito. "Temos um acordo que nos coloca como parte activa no processo e que prevê a entrada do sindicato no capital", avançou ao Negócios, Óscar Antunes, presidente do SITEMA.
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jeab Escreveu:gorgol Escreveu:Elias Escreveu:Já agora eu gostaria de saber qual é o tipo de combustível que os aviões usam e qual é a tributação que é aplicada.
Chama-se JET A1, com uma especificação própria:
Aditivos anticongelante e controlo rigoroso do contaminante - água.
Resulta diretamente da destilação atmosférica duma refinaria, numa zona entre o gasóleo e a gasolina.
Não tem qualquer imposto, prática em todo mundo para combustíveis de Aviação e Marinha.
Já agora sabem dizer-me que raio de combustível alternativo utilizaram num voo da companhia do Richard Branson ?
Thanks
já encontrei alguma informação.
Obrigado
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