Intervenção do FMI - Inevitável a curto-prazo?
FMI, BCP, SLB, FCP, PCP, PSD, XXX, CCC, DDD, PPP, RRR,...... seja quem for nós precisamos de alguem que meta ordem e regras e que sejam cumpridas com rigor!!!
Comparando o pais com uma simples familia, é facil perceber que quando as receitas são inferiores às despesas e só se consegue viver com emprestimos para investir em bens de 3ª necessidade, e se tenta aumentar a receita em vez de diminuir a despesas até estabilizar a situação, é como estar à beira do precipicio e dar o passo em frente!!!!
Sentia raiva de muitas coisas, mas com o tempo fui-me habituando a elas, neste momento já não vivo sem elas....
Comparando o pais com uma simples familia, é facil perceber que quando as receitas são inferiores às despesas e só se consegue viver com emprestimos para investir em bens de 3ª necessidade, e se tenta aumentar a receita em vez de diminuir a despesas até estabilizar a situação, é como estar à beira do precipicio e dar o passo em frente!!!!
Sentia raiva de muitas coisas, mas com o tempo fui-me habituando a elas, neste momento já não vivo sem elas....
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
Espanha é neste momento mais arriscada do que Portugal
Vários factores em jogo mostram que Madrid apresenta maiores riscos do que Lisboa.
O economista Michael McDonough, que escreve para a “Bloomberg Brief: Economics”, é peremptório: tudo indica que Espanha seja, actualmente, mais arriscada do que Portugal.
Segundo os seus cálculos, os problemas de Espanha poderão ser uma praga no futuro próximo e pesar fortemente nos mercados internacionais, “dado que o seu PIB representa 12% da economia da Zona Euro, mais do que o PIB acumulado da Irlanda, Grécia e Portugal”.
“Espanha está a tornar-se cada vez mais no ponto central dos receios em torno da estabilidade das economias mais debilitadas da Europa, talvez até mais do que Portugal”, salienta McDonough.
Eu cá acho que deveríamos pedir a ajuda do FMI o mais rápido possível. Não tarda nada já não há dinheiro que chegue para nós e depois vai ser o bom e o bonito...
Impressionante que tudo isto se gerou devido à resposta tão tardia em ajudar a Grécia a solucionar os seus problemas...
Edit: fonte para a notícia: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=456057
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Já ninguem engana ninguem. É tudo uma questão de estratégia, e os mercados sabem no bem.O Times ontem dedicou alguns artigos sobre o caso e é de ver que todo o mundo já percebeu que é muito mais fácil resgatar Portugal do que a Espanha ou Itália.Demoraram tempo de mais aquando da Grécia, era nessa altura que deviam ter dado a confiança aos mesrcados, agindo rápidamente agora acho que é tarde, e é claro que ninguem é parvo....
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Bom dia,
Penso que será mais nas próximas 4 a 6 semanas ()
A decisão deve estar tomada. Reunião convocada com urgência com banqueiros, cancelada porque se tornou pública e agora começam as pressões externas, ou rumores que vai dar ao mesmo no dia de hoje.
Estamos inevitavelmente intervencionados, agora o governo vai fazer uma gestão da situação (se formos intervencionados quando as yields das OT 10 anos estiverem nos 8% ou 9% será mais fácil justificar ao Pais o pedido de ajuda externa).
É apenas a minha leitura e não uma forma de pressão como andam já a fazer sobre Portugal
Penso que será mais nas próximas 4 a 6 semanas ()
A decisão deve estar tomada. Reunião convocada com urgência com banqueiros, cancelada porque se tornou pública e agora começam as pressões externas, ou rumores que vai dar ao mesmo no dia de hoje.
Estamos inevitavelmente intervencionados, agora o governo vai fazer uma gestão da situação (se formos intervencionados quando as yields das OT 10 anos estiverem nos 8% ou 9% será mais fácil justificar ao Pais o pedido de ajuda externa).
É apenas a minha leitura e não uma forma de pressão como andam já a fazer sobre Portugal
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Bom dia.
Penso que a questão da Cimeira foi apenas um motivo para atrasar a entrada do FMI.
Acredito que nos próximos quatro a seis meses, que eles entrem por aí a dentro.
Preparem-se para mais algumas medidas fortes.
O contribuinte vai ter de apertar mais o cinto...ou será a corda?
Cumprimentos
Penso que a questão da Cimeira foi apenas um motivo para atrasar a entrada do FMI.
Acredito que nos próximos quatro a seis meses, que eles entrem por aí a dentro.
Preparem-se para mais algumas medidas fortes.
O contribuinte vai ter de apertar mais o cinto...ou será a corda?

Cumprimentos
Editado pela última vez por Visitante em 26/11/2010 10:30, num total de 1 vez.
Berluscony Escreveu:Parece obvio... A questão está na forma como se alcançam os objectivos! Parece que existem entidades com capacidade para condicionar, pressionar e desestabilizar os mercados, subvertendo a regulação na sua essência, ou seja a regulação é baseada nos seus interesses, e estes interesses não me parecem idóneos, revelam falta de escrupulos!
Nessa perspectiva, reconheço que concordo contigo. Os mercados deveriam ser mais transparentes e democráticos.
Aquilo que apontas, e bem, deve-se à promiscuidade entre grupos de interesse ligados ao sector bancário e reguladores e políticos.
Em último caso, são estes últimos os responsáveis. São eles que respondem perante o povo e quem compete zelar pelo bem-estar geral.
Berluscony Escreveu:É claro que tratando-se de um sistema alavancado beneficia mais, quem tem mais potencial, e certamente não somos nós, Portugual, os mais beneficiados...
O sistema está no limiar do colapso, parece-me também claro que é disso que estamos a falar....
Eu acho que Portugal beneficiou muito com o facto de se permitirem alavancagens tão elevadas. Somando as dívidas pública e privada devemos estar no pódio da Europa.
Agora chegou a hora de pagar os excessos do passado.
Cumps
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Não é necessário um pedido de desculpas! Basta-me o seu esclarecimento...
Apenas espero alguma cordialidade e altruísmo dos participantes, seguindo o exemplo dos moderadores deste fórum, até porque não sou nem de longe nem de perto um especialista!
Apenas espero alguma cordialidade e altruísmo dos participantes, seguindo o exemplo dos moderadores deste fórum, até porque não sou nem de longe nem de perto um especialista!
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Isto faz me lembrar aquelas novelas em que actor principal está para morrer mas nunca mais morre.
Fogo! que venha de uma vez por todas.
Eu até não vou a um funeral á bastante tempo, (felizmente)
Afinal quem é que sabe como é que isto vai terminar?
Fogo! que venha de uma vez por todas.
Eu até não vou a um funeral á bastante tempo, (felizmente)
Afinal quem é que sabe como é que isto vai terminar?
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Boa tarde,
Quero fazer um pedido de desculpas público ao membro Berluscony.
Quando comentei a citação no meu comentário de hoje e utilizei a expressão “Apesar dos inúmeros e sucessivos disparates” estava na minha consciência a comentar o que me pareceu (lamentavelmente não li todos os desenvolvimentos das mensagens e fui induzido em erro) ser uma notícia e ao utilizar esta expressão, pensava estar a referir ao 1º ministro italiano. Não tenho por hábito de qualificar as opiniões de terceiros desta forma, mesmo que possa discordar delas até porque vejo exactamente neste fórum um espaço livre de debate e partilha de pontos de vista.
Percebo a sua indignação e aceito-a penitenciando-me uma vez mais pela minha desatenção que conduziu ao meu lapso que de forma nenhuma era pessoal
Cumprimentos
Quero fazer um pedido de desculpas público ao membro Berluscony.
Quando comentei a citação no meu comentário de hoje e utilizei a expressão “Apesar dos inúmeros e sucessivos disparates” estava na minha consciência a comentar o que me pareceu (lamentavelmente não li todos os desenvolvimentos das mensagens e fui induzido em erro) ser uma notícia e ao utilizar esta expressão, pensava estar a referir ao 1º ministro italiano. Não tenho por hábito de qualificar as opiniões de terceiros desta forma, mesmo que possa discordar delas até porque vejo exactamente neste fórum um espaço livre de debate e partilha de pontos de vista.
Percebo a sua indignação e aceito-a penitenciando-me uma vez mais pela minha desatenção que conduziu ao meu lapso que de forma nenhuma era pessoal
Cumprimentos
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Não existem especuladores sem escrúpulos. Apenas especuladores e investidores que querem ganhar dinheiro.
Parece obvio... A questão está na forma como se alcançam os objectivos! Parece que existem entidades com capacidade para condicionar, pressionar e desestabilizar os mercados, subvertendo a regulação na sua essência, ou seja a regulação é baseada nos seus interesses, e estes interesses não me parecem idóneos, revelam falta de escrupulos!
A alavancagem do sistema beneficiou aqueles que estão mais endividados, desde empresas, particulares e... Estados. Daí a falta de regulação, a falta de responsabilidade e a ganância de todos. Limitar a alavancagem aos bancos iria restringir o endividamento dos Estados e o crescimento das economias. Ninguém estava verdadeiramente interessado em mudar o sistema. Ele teria que rebentar, ou quase, por ele próprio.
É claro que tratando-se de um sistema alavancado beneficia mais, quem tem mais potencial, e certamente não somos nós, Portugual, os mais beneficiados...
O sistema está no limiar do colapso, parece-me também claro que é disso que estamos a falar....
Apesar de inúmeros e sucessivos disparates do Sr Berlusconi, tenho que concordar com ele nesta matéria.
Poderá ser apenas uma infeliz sequência de factos mas que podem dar a impressão que existe uma teoria da conspiração na génese.
Apesar dos inúmeros e sucessivos disparates, fico satisfeito por partilhar alguns pontos de vista, não será por falta de humildade e muito menos por prepotência, que deixarei de partilhar opiniões. Seria, contudo, mais pedagógico que identificasses esses disparates e fizesses a sua critica.
Quando se trata de tanto dinheiro, não acredito em sequências de factos infelizes....
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Migluso estamos perfeitamente de acordo, os interesses dos contribuintes alemães têm que ser acautelados mas a agenda alemã penso que as próximas eleições são em Outubro de 2013 e as francesas no final de 2012. Estou certo que a existir um balanço entre o que a Alemanha obteve e obtêm do euro face ao que contribui, será certamente a favor da Alemanha, caso contrário não teriam embarcado neste projecto.
Quanto ao FMI tenho que concordar, mas os factos é que estão desvirtuados, a UE deveria ter um mecanismo coercivo para quem precisa de apoio, não necessitando de trazer instituições externas. Penso também que a UE falha muito antes quando não consegue fazer o acompanhamento anual das contas dos seus membros...
É verdade somos quase vizinhos, pelo menos nas festas já que actualmente estou emigrado em Gibraltar… Que saudades da tasquinha o “Tubarão” para comer umas sardinhas assadas..
Abraço
Quanto ao FMI tenho que concordar, mas os factos é que estão desvirtuados, a UE deveria ter um mecanismo coercivo para quem precisa de apoio, não necessitando de trazer instituições externas. Penso também que a UE falha muito antes quando não consegue fazer o acompanhamento anual das contas dos seus membros...
É verdade somos quase vizinhos, pelo menos nas festas já que actualmente estou emigrado em Gibraltar… Que saudades da tasquinha o “Tubarão” para comer umas sardinhas assadas..
Abraço
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am6903 Escreveu:Apesar de inúmeros e sucessivos disparates do Sr Berlusconi, tenho que concordar com ele nesta matéria.
Poderá ser apenas uma infeliz sequência de factos mas que podem dar a impressão que existe uma teoria da conspiração na génese.
1) A Sra Merkel quando afirma que os credores obrigacionista terão que ser parte da solução do default, não está a dizer nada de novo e de revolucionário.
Eu compreendo a tua análise. É perfeitamente válida, na minha opinião.
Mas tento compreender a da Alemanha. O discurso para alemão ouvir é, na minha opinião, necessário, sob pena do povo alemão optar por sair do euro. É isso que a Sra. Merkel está a fazer. Provavelmente o timing nem sempre é o melhor, mas desconheço a agenda política alemã.
A vinda do FMI também é necessária porque a Europa ainda não é uma união política. Pode ser que o FMI consiga atingir o que o Plano de Estabilidade e Crescimento não conseguiu - finanças públicas equilibradas.
cumps
P.S. - Lavra? Matosinhos? Somos quase vizinhos.

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Apesar de inúmeros e sucessivos disparates do Sr Berlusconi, tenho que concordar com ele nesta matéria.
Poderá ser apenas uma infeliz sequência de factos mas que podem dar a impressão que existe uma teoria da conspiração na génese.
1) A Sra Merkel quando afirma que os credores obrigacionista terão que ser parte da solução do default, não está a dizer nada de novo e de revolucionário. Nunca li em nenhuma imprensa especializada que a UE/FMI garantirão o reembolso da dívida pública emitida até à data….Se não é nenhum contributo inovador porquê marca posição quanto a isto?
2) É sabido que as afirmações proferidas se não são de tranquilidade tomam proporções nefastas no comportamento dos mercados (que desde crise do subprime nunca mais recuperaram e consolidaram a confiança). É também sabido que o final de 2010, 2011 e 2012 são anos chave para restabelecer a confiança dos mercados nos países periféricos pela implementação dos planos de consolidação orçamental. Por isso pergunto, porquê tanto ruído nesta altura que é necessário estabilizar os juros de financiamento das economias? O problema da Sra Merkel em definir as regras para o fundo de estilização permanente só se coloca em Maio de 2013 quando expiram os 3 anos do actual instrumento…porquê criar ruído com esta antecedência? Na minha modesta opinião deveria deixar os governos fazerem o “trabalho de casa” consolidando as contas públicas e no 2º semestre de 2012 começarem a conversações para o Fundo d e estabilização permanente…
3) Mais ainda, quando as coisas se estão a agravar em termos de taxas de juro nos mercados a Sra Merckel vem dizer que existe uma probabilidade séria de novos resgates (mais que um – sabe-se que Portugal é marginal da equação mas em seguida vem a Espanha e aí sim, como todos dizem, não será fácil salvar a Espanha). Esta declaração só me parece ter o sentido de inflamar o mercado, realçando que foram efectuadas nem os mercados tinham ainda respirado de alívio após a ajuda à Irlanda… Parecem-me declarações inaceitáveis de uma líder politica com a responsabilidade da Sra Merckel. Não se pode dizer de manhã que queremos defender o euro e de tarde dizer que antecipando que 4 dos 16 países (25%) do euro tenham que ser resgatados!!!!!
Enfim, outra leitura dos factos é que o euro depois de estar na UCI valorizou-se face ao USD e as exportações da Alemanha caíram a pique e parece-me que uma forma de sustentar a recuperação da economia alemã poderá ser provocara desvalorização do euro, até porque a utilização do fundo de estabilização não tem impacto directo, no curto prazo, na comparticipação directa dos restantes países só por via de aval. Parece-me cada vez mais transparente que onde lemos “euro” está e sempre esteve, escrito marco!!!
Deixo também outras considerações que deixam perplexo, como pode a zona euro sobrevier e simultaneamente a UE se dia após dia, manifesta a sua incompetência para controlar e obrigar os seus membros a cumprirem os planos de austeridade após os resgates? Não tenho dúvida que o FMI terá experiência e técnicos de inegável capacidade no entanto, este deveria ser um trabalho de casa da EU/zona euro.
Nunca vi o Presidente dos EUA a fazer declarações inflamáveis contra o estado da Califórnia e a pedir ajuda ao FMI para implementar e acompanhar planos de austeridade nesse estado.
Poderá ser apenas uma infeliz sequência de factos mas que podem dar a impressão que existe uma teoria da conspiração na génese.
1) A Sra Merkel quando afirma que os credores obrigacionista terão que ser parte da solução do default, não está a dizer nada de novo e de revolucionário. Nunca li em nenhuma imprensa especializada que a UE/FMI garantirão o reembolso da dívida pública emitida até à data….Se não é nenhum contributo inovador porquê marca posição quanto a isto?
2) É sabido que as afirmações proferidas se não são de tranquilidade tomam proporções nefastas no comportamento dos mercados (que desde crise do subprime nunca mais recuperaram e consolidaram a confiança). É também sabido que o final de 2010, 2011 e 2012 são anos chave para restabelecer a confiança dos mercados nos países periféricos pela implementação dos planos de consolidação orçamental. Por isso pergunto, porquê tanto ruído nesta altura que é necessário estabilizar os juros de financiamento das economias? O problema da Sra Merkel em definir as regras para o fundo de estilização permanente só se coloca em Maio de 2013 quando expiram os 3 anos do actual instrumento…porquê criar ruído com esta antecedência? Na minha modesta opinião deveria deixar os governos fazerem o “trabalho de casa” consolidando as contas públicas e no 2º semestre de 2012 começarem a conversações para o Fundo d e estabilização permanente…
3) Mais ainda, quando as coisas se estão a agravar em termos de taxas de juro nos mercados a Sra Merckel vem dizer que existe uma probabilidade séria de novos resgates (mais que um – sabe-se que Portugal é marginal da equação mas em seguida vem a Espanha e aí sim, como todos dizem, não será fácil salvar a Espanha). Esta declaração só me parece ter o sentido de inflamar o mercado, realçando que foram efectuadas nem os mercados tinham ainda respirado de alívio após a ajuda à Irlanda… Parecem-me declarações inaceitáveis de uma líder politica com a responsabilidade da Sra Merckel. Não se pode dizer de manhã que queremos defender o euro e de tarde dizer que antecipando que 4 dos 16 países (25%) do euro tenham que ser resgatados!!!!!
Enfim, outra leitura dos factos é que o euro depois de estar na UCI valorizou-se face ao USD e as exportações da Alemanha caíram a pique e parece-me que uma forma de sustentar a recuperação da economia alemã poderá ser provocara desvalorização do euro, até porque a utilização do fundo de estabilização não tem impacto directo, no curto prazo, na comparticipação directa dos restantes países só por via de aval. Parece-me cada vez mais transparente que onde lemos “euro” está e sempre esteve, escrito marco!!!
Deixo também outras considerações que deixam perplexo, como pode a zona euro sobrevier e simultaneamente a UE se dia após dia, manifesta a sua incompetência para controlar e obrigar os seus membros a cumprirem os planos de austeridade após os resgates? Não tenho dúvida que o FMI terá experiência e técnicos de inegável capacidade no entanto, este deveria ser um trabalho de casa da EU/zona euro.
Nunca vi o Presidente dos EUA a fazer declarações inflamáveis contra o estado da Califórnia e a pedir ajuda ao FMI para implementar e acompanhar planos de austeridade nesse estado.
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Pelo menos conseguem ver o que aqui ninguém quer ver...
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... nomia%2529
Técnicos do FMI querem cortar nas indemnizações
Peritos do Fundo avançam com propostas que implicam rever o Código do Trabalho, aliviando os custos das empresas nas rescisões com trabalhadores do quadro, mais antigos.
O valor das indemnizações aos trabalhadores por motivos de despedimento com ou sem justa causa terá de ser reduzido em Portugal, defendem técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esta proposta é, em si, uma novidade face ao último relatório do artigo IV, publicado em Janeiro deste ano. Nesse longo relatório, o FMI sugeria várias medidas de flexibilização da lei laboral, mas não ia tão longe. Agora vai.
Caso entre no País, em articulação com a UE - algo que parece ser cada vez mais inevitável, tendo em conta o estrangulamento da dívida soberana -, o FMI deverá exigir medidas severas no mercado laboral, mexendo para tal no Código do Trabalho, mostra um estudo libertado na segunda-feira à noite em Washington, 24 horas depois de a Irlanda ter capitulado nos mercados de dívida. Espanha também não foge às recomendações draconianas do Fundo, mas Portugal é que é o "próximo alvo".
A entrada do FMI nas decisões de política nacional a pretexto de resgatar o País da falência técnica é um cenário cada vez mais provável e pode estar por escassas semanas, defende a maioria dos observadores do mercado de dívida.
Ontem, a taxa de juro das Obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos ultrapassou, pela segunda vez este mês, a fasquia dos 7%, limite a partir do qual o recurso à ajuda do FMI/UE se "começa a colocar", como já admitiu o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, ao Jornal de Negócios.
O estudo do FMI intitulado "Levantando o crescimento da Zona Euro", de Céline Allard e Luc Everaert, do departamento europeu, agora dirigido pelo português António Borges, economista ligado ao PSD, deixa antever a receita da instituição caso tenha de intervir. Diz que Portugal tem de "melhorar o funcionamento do mercado de trabalho". Para tal, propõe "a redução do pagamento de indemnizações (que estão acima do nível médio da UE) nos despedimentos sem justa causa e nos processos com justa causa".
O FMI insiste que Portugal tem um código laboral que protege demasiado certos trabalhadores - os efectivos, por exemplo - pedindo, por isso, para "relaxar a protecção dos trabalhadores regulares com vista a reduzir a diferença nos níveis de protecção face aos temporários". É como um nivelamento por baixo para dinamizar o mercado laboral e aliviar os custos das empresas nas rescisões com muitos empregados, sobretudo os mais antigos.
Defende também maior flexibilidade da regulação sobre os horários, mais formação para aumentar a qualidade do trabalho e ataca a actual realidade da contratação colectiva, defendendo a "promoção da negociação" ao nível individual de cada empresa. Em todo o caso, algumas destas recomendações já estão mais ou menos previstas no actual Código do Trabalho, embora pouco utilizadas.
Observadores como Sylvain Broyer, do Natixis, ou Antonio Pascual, do Barclays Capital, estão cada vez mais convencidos de que Portugal vai capitular. Um estudo deste último banco diz que o país precisará de 34 mil milhões de euros do FMI/UE nos próximos três anos para evitar a falência técnica.
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... nomia%2529
Berluscony Escreveu:...existe claramente uma agenda com objectivos pouco idóneos, devido à alavancagem do sistema de financiamento instituído, poucos seriam os estados a sobreviver a um resgate!! Não compreendo como não existem regras, que protejam os estados de investidores sem escrúpulos e de estados irresponsáveis!!
Não existem especuladores sem escrúpulos. Apenas especuladores e investidores que querem ganhar dinheiro.
A alavancagem do sistema beneficiou aqueles que estão mais endividados, desde empresas, particulares e... Estados. Daí a falta de regulação, a falta de responsabilidade e a ganância de todos. Limitar a alavancagem aos bancos iria restringir o endividamento dos Estados e o crescimento das economias. Ninguém estava verdadeiramente interessado em mudar o sistema. Ele teria que rebentar, ou quase, por ele próprio.
Como é que o Estado se protege da sua própria irresponsabilidade? Na minha opinião, com limites ao endividamento público expresso na Constituição.
Se nos tivéssemos protegido contra nós próprios à partida, não estaríamos agora preocupados com os especuladores.
Para além disso e mais importante ainda, é uma questão moral para com as gerações futuras.
Berluscony Escreveu:As declarações da Merkel fazem parte da agenda ou de responsáveis irresponsáveis??
Na minha opinião, vão no sentido do que eu disse. O governo português se estiver atento, antecipa-se aos mercados e transmite uma mensagem de força.
cumps
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Migluso, não podia estar mais de acordo! Tenho exactamente a mesma perspectiva, apenas acrescentava que existe claramente uma agenda com objectivos pouco idóneos, devido à alavancagem do sistema de financiamento instituído, poucos seriam os estados a sobreviver a um resgate!! Não compreendo como não existem regras, que protejam os estados de investidores sem escrúpulos e de estados irresponsáveis!!
As declarações da Merkel fazem parte da agenda ou de responsáveis irresponsáveis??
As declarações da Merkel fazem parte da agenda ou de responsáveis irresponsáveis??
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FMI já. Uma jogada inteligente...
Porque é que eu defendo já a vinda do FMI para Portugal?
Na minha opinião, seria a melhor jogada que o nosso governo poderia fazer para estabilizar Portugal e por arrasto a zona euro.
Jogaríamos na antecipação.
Diríamos aos mercados: nós conhecemos o jogo, querem o FMI em Portugal? Pois que venha. Ele não vem fazer nada que nós, portugueses, não fizéssemos por livre iniciativa. Obrigado, senhor mercado, por desperdiçar uma oportunidade de negócio e permitir-nos negociar a uma taxa de 5% sem o stress de recorrer a V. Exas. Acabaram de perder um óptimo parceiro de negócios para os próximos três anos.
Mostraríamos força e convicção para resolver os nossos problemas. Mostraríamos que não temos medo.
Passaríamos a estar, por assim dizer, "ahead of the curve".
Nós e toda a zona euro. Se os mercados sentirem que "vergaram" Portugal, há um grande risco do próximo ser Espanha. Uma antecipação de Portugal aos mercados seria o equivalente a construir um grande fosse entre estes e Espanha, como cortar um elo.
Tendo em conta o funcionamento dos mercados, existe uma grande probabilidade dos vigilantes das obrigações portuguesas "forçarem" a vinda do FMI. Claramente acima de 50%, a atender ao que se lê e ao próprio comportamento do mercado da dívida.
Porquê incorrer em tão elevado risco do mercado nos penalizar com uma perda? A ser o mercado a definir as nossas acções? Porque razão temos que esperar que o Stop Loss seja atingido e não fechamos a posição antes?
Qual é o objectivo de todos os players do mercado? Não será a antecipação dos movimentos deste mesmo mercado, para daí obter ganhos?
Então, porque razão o nosso Estado, sendo um player, não age como agiriam todos os players racionais, isto é, em antecipação aos movimentos do mercado?
Será orgulho, será fé ou será desconhecimento? Seja qual for, todos nós sabemos qual o resultado final - uma perda. Neste caso, de Portugal.
Portanto, e nesta perspectiva, a vinda do FMI (por iniciativa do nosso governo, obviamente) enquanto as taxas estão abaixo de 7,5% seria uma vitória, um ganho para Portugal e para a Europa.
Na minha opinião, seria a melhor jogada que o nosso governo poderia fazer para estabilizar Portugal e por arrasto a zona euro.
Jogaríamos na antecipação.
Diríamos aos mercados: nós conhecemos o jogo, querem o FMI em Portugal? Pois que venha. Ele não vem fazer nada que nós, portugueses, não fizéssemos por livre iniciativa. Obrigado, senhor mercado, por desperdiçar uma oportunidade de negócio e permitir-nos negociar a uma taxa de 5% sem o stress de recorrer a V. Exas. Acabaram de perder um óptimo parceiro de negócios para os próximos três anos.
Mostraríamos força e convicção para resolver os nossos problemas. Mostraríamos que não temos medo.
Passaríamos a estar, por assim dizer, "ahead of the curve".
Nós e toda a zona euro. Se os mercados sentirem que "vergaram" Portugal, há um grande risco do próximo ser Espanha. Uma antecipação de Portugal aos mercados seria o equivalente a construir um grande fosse entre estes e Espanha, como cortar um elo.
Tendo em conta o funcionamento dos mercados, existe uma grande probabilidade dos vigilantes das obrigações portuguesas "forçarem" a vinda do FMI. Claramente acima de 50%, a atender ao que se lê e ao próprio comportamento do mercado da dívida.
Porquê incorrer em tão elevado risco do mercado nos penalizar com uma perda? A ser o mercado a definir as nossas acções? Porque razão temos que esperar que o Stop Loss seja atingido e não fechamos a posição antes?
Qual é o objectivo de todos os players do mercado? Não será a antecipação dos movimentos deste mesmo mercado, para daí obter ganhos?
Então, porque razão o nosso Estado, sendo um player, não age como agiriam todos os players racionais, isto é, em antecipação aos movimentos do mercado?
Será orgulho, será fé ou será desconhecimento? Seja qual for, todos nós sabemos qual o resultado final - uma perda. Neste caso, de Portugal.
Portanto, e nesta perspectiva, a vinda do FMI (por iniciativa do nosso governo, obviamente) enquanto as taxas estão abaixo de 7,5% seria uma vitória, um ganho para Portugal e para a Europa.
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migluso Escreveu:
Assim, tipo os eslovacos.![]()
http://www.bloomberg.com/news/2010-08-1 ... -vote.html
cumps
P.S. - Eu não condeno a Eslováquia, um país que fez sacrifícios enormes para estar no euro e cujo rendimento pc é 2/3 do grego, por ter decidido não participar.
Nem me tinha apercebido que estes roeram a corda. Mas é mais do que compreensível...
AutoMech Escreveu:O que é aliás compreensível. Se fosse ao contrário não havia de faltar. E então nós tugas que temos muita tolerância pelos erros dos outros (só os nossos é que não fazem mal).
Assim, tipo os eslovacos.

http://www.bloomberg.com/news/2010-08-1 ... -vote.html
cumps
P.S. - Eu não condeno a Eslováquia, um país que fez sacrifícios enormes para estar no euro e cujo rendimento pc é 2/3 do grego, por ter decidido não participar.
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migluso Escreveu:Esperemos que os países com a situação económica "mais sólida" permaneçam abertos a ajudar aqueles que mais precisam...
Mas quando novas verdades, cada vez mais negras, se descobrem diariamente e quando os que mais precisam demonstram pouca vontade em mudar o rumo das coisas, é natural que os povos e os políticos dos países em melhor situação percam a paciência.
Parece ser o caso da Áustria e da Finlândia.
http://www.forbes.com/feeds/ap/2010/11/ ... sinessnews
http://www.reuters.com/article/idUSTRE6AF21F20101116
Pois Migluso, esse é o grande risco.
Numa multinacional quando a coisa dá para o torto chega-se lá e substituem-se cabeças.
Aqui não é tão linear. Apenas se pode fazer pressão. Mas se isso não resulta, claro que puxar o tapete é o mais lógico.
O que é aliás compreensível. Se fosse ao contrário não havia de faltar. E então nós tugas que temos muita tolerância pelos erros dos outros (só os nossos é que não fazem mal).
.
Deve haver mesmo muitas pessoas a achar que as coisas não estão assiiiim tão mal e que acreditam na sustentabilidade; só assim se compreendem notícias como essa aí em baixo. Afinal, os mais pobrezinhos são os que fazem figura de ricos:
http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 04469.html
.
The Mechanic Escreveu:Esta amostra de 60% contra 40% mostra que talvez as coisas não esteja assiiiiim tão mal quanto isso e ainda muita gente acredite na sustentabilidade de Portugal.
Há muita gente que acredita que , sendo bem feitas as coisas ...a gente ia lá.
Deve haver mesmo muitas pessoas a achar que as coisas não estão assiiiim tão mal e que acreditam na sustentabilidade; só assim se compreendem notícias como essa aí em baixo. Afinal, os mais pobrezinhos são os que fazem figura de ricos:
http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 04469.html
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Quem está ligado: