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Caldeirão da Bolsa

Economista defende imposto único em Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Keyser Soze » 9/10/2007 17:03

O IRS é progressivo? É e muito!
camilolourenco@gmail.com

O Ministério das Finanças “descobriu” que apenas 404 mil contribuintes (10% do total) utilizaram os benefícios fiscais de Janeiro a Agosto. Os números foram logo aproveitados por especialistas (como Bagão Félix e o coordenador do Relatório para a Simplificação Fiscal) para defenderem o fim dos benefícios fiscais.

O argumento é tentador: a progressividade (quem ganha mais deve pagar mais) do IRS é prejudicada por um “caleidoscópio de excepções e isenções” (ver “DE” de ontem). Porque quem aproveita os benefícios fiscais são os mais ricos?

É curiosa a defesa da ideia de que o IRS é moderadamente progressivo. Senão veja-se: as estatísticas mostram que 50% dos contribuintes paga zero de imposto. Por outro lado, quem está no escalão dos 42%, a taxa mais alta (apenas dois por cento dos contribuintes), entrega ao Fisco mais de 20% da arrecadação fiscal total. Se isto não é progressividade?

É claro que há razões para defender o fim dos benefícios, em nome da simplificação fiscal. Mas se assim é, os seus defensores devem levar o raciocínio até ao fim: se o Estado acabar com eles, deve baixar as taxas de IRS (na proporção do efeito do “desconto” trazido pelos benefícios). O contrário é defender maior carga fiscal. Coisa que a mim não me convence. Não percebo porque hei-de apertar (ainda mais) o meu cinto se o Estado não dá o exemplo.

http://www.jornaldenegocios.pt/default. ... tId=303587
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por Rui A » 22/8/2007 12:43

Ahh... OK! Por isso dizem que é menos ambicioso :oops:... Thx.
 
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por Dialmedia » 22/8/2007 12:34

Rui A Escreveu:
Keyser Soze Escreveu:
The Czech legislation is less ambitious and many of the bad features of the current system will remain in force. Also, the 15 percent tax rate will be levied on gross income, including payroll taxes. This means the tax rate is not directly comparable to nations that impose the flat tax only on net income, such as Slovakia


O que quer dizer isto? Obrigado.


Os checos vão adoptar um sistema ligeiramente modificado em comparação com outros países.

Os 15% de taxa fixa incluem também os descontos para a segurança social, ao contrário de países como a Eslováquia que é sobre o rendimento líquido (já com descontos), logo, os checos são mais penalizadores pois englobam um bolo maior.

Cumps.
 
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por Rui A » 22/8/2007 12:29

Keyser Soze Escreveu:
The Czech legislation is less ambitious and many of the bad features of the current system will remain in force. Also, the 15 percent tax rate will be levied on gross income, including payroll taxes. This means the tax rate is not directly comparable to nations that impose the flat tax only on net income, such as Slovakia


O que quer dizer isto? Obrigado.
 
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por Keyser Soze » 22/8/2007 8:56

The Czechs Adopt a Flat Tax

The lower house of the Czech parliament passed legislation earlier today implementing a 15 percent flat tax on personal income. The new tax system will take effect on January 1, 2008, and the rate is then scheduled to drop to 12.5 percent in 2009. The legislation also reduces the corporate tax rate from 24 percent today to 19 percent by 2010.

The reform, which was narrowly passed by 101 members of the 200-member parliament, now goes to the upper house, where the government has a massive majority and no obstacles are expected. Once the reform clears that hurdle, it will then be signed into law by the Czech President Vaclav Klaus, who is a free-market economist. That act would make the Czech Republic the 20th country to adopt a flat tax. (The Bulgarian government has agreed to introduce a flat tax by January 2008, but the measure has not yet passed through the Bulgarian parliament.)

The opposition socialists have stated that they will repeal the law if or when they return to power and may even raise constitutional objections to it. For now it seems, however, that the legislation will come into force.

The Czech flat tax is a big step in the right direction, and another sign that tax competition is having a positive effect. But the legislation is not perfect. One of the salient features of a pure flat tax is the elimination of tax exemptions, deductions and loopholes. The Czech legislation is less ambitious and many of the bad features of the current system will remain in force. Also, the 15 percent tax rate will be levied on gross income, including payroll taxes. This means the tax rate is not directly comparable to nations that impose the flat tax only on net income, such as Slovakia.

posted by Marian L. Tupy on 08.21.07
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..voltando ao assunto

por mjaguiar » 27/7/2007 22:19

Pois... É que eu acho que se as empresas não tivessem de pagar esses valores, não os dariam aos funcionários. Seria "lucro" para a empresa. Tal como acontece, por exemplo, na situação em que uma empresa contrata 1º emprego e tem uma isenção de 1 ano nas contribuições para a SS.


HappyGuy desculpa a intrepelação mas eu acho que essa visão è muito redutora.

Não nos podemos esquecer que num mercado aberto as empresas concorrem coms os seus produtos mas também com os recursos humanos existentes.

Desta forma o ajustamento será sempre feito, numa economia em crescimento, pela oferta.

Apenas uma curiosidade, a algum tempo atraz vi num dos episodios de "donas de casa desesperadas" a personagem da Felicity Huffman a convencer uma candidata a um lugar da empresa dela, utilizando o facto da empresa dispor de uma "nurcery" como uma mais valia para ela (essa personafem tinha uma criança já crescida mas que esta ainda amamentava pelo peito).

Um outro exemplo, na empresa onde trabalho existe um sistema de saude contratado com a Medicare (passe a publicidade) e curiosamente (ou não) todos os funcionários acham o sistema muito positivo e recorrem a ele de uma forma sistematica (e não ao serviço público de saude!).

Diria eu que o problema não é propriamente o valor dos impostos pagos mas sim a contrapartida obtida que, infelizmente, é extremamente reduzida.

Nota: os beneficoos que referes so se aplicam para contratações sem prazo e se empresa tiver condições para as auferir (por exemplo não pode estar em litigio com o estado né!)
..bom a onda e a mesma mas agora ja não deve dar confusão!
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Re: As contas estão mal feitas

por HappyGuy » 27/7/2007 18:11

nunofaustino Escreveu:É apenas uma maneira de pensar que, se a empresa não necessitasse de pagar esses valores, pagaria na mesma ao trabalhador.


Pois... É que eu acho que se as empresas não tivessem de pagar esses valores, não os dariam aos funcionários. Seria "lucro" para a empresa. Tal como acontece, por exemplo, na situação em que uma empresa contrata 1º emprego e tem uma isenção de 1 ano nas contribuições para a SS.

Pontos de vista ;)

Abraços e bom fim-de-semana!
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Re: As contas estão mal feitas

por nunofaustino » 27/7/2007 9:05

HappyGuy Escreveu:
... vejo que todos optaram por considerar o dinheiro pago pela empresa ao estado como dinheiro que é retirado ao rendimento do cidadão. Este era o ponto que me levou a postar. Acho que esta forma de cálculo está incorrecta. Pelos vistos sou o único, pelo que deixo de ter algo a acrescentar à conversa.

Cumprimentos


É apenas uma maneira de pensar que, se a empresa não necessitasse de pagar esses valores, pagaria na mesma ao trabalhador. Eu considero que se trata de um imposto pago porque os funcionários públicos não têm o mesmo sistema de descontos e por isso, a reforma de funcionários públicos é, em parte, financiada pelos descontos dos funcionários não-públicos.

Um abr
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por Keyser Soze » 26/7/2007 20:05

silva_lopes Escreveu:E já foram feitas comparações com outros paises? Estamos mesmo na linha da frente quando toca a cobrar impostos?


ver aqui

http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... t=eurostat
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por silva_lopes » 26/7/2007 19:35

E já foram feitas comparações com outros paises? Estamos mesmo na linha da frente quando toca a cobrar impostos?
 
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Re: As contas estão mal feitas

por HappyGuy » 26/7/2007 18:44

Keyser Soze Escreveu:é por causa do "modelo socialista que está espelhado na nossa Constituição" que estamos na m****

alguém que me explique como é que 30 anos após o 25 Abril, em que fomos governados de acordo com os ideais socialistas desta Constituição:

Portugal é um dos paises mais pobres da Europa
apresenta uma das maiores disparidades entre ricos e pobres
tem uma das mais altas tx de desemprego
tem uma das mais baixas tx de crescimento do PIB

que raio de socialismo é este ?


Concordo que o regime é mau. Inclusivamente, acho que existe demasiada "segurança" no emprego e demasiado apoio ao "desempregado". Acho que eram precisas muitas reformas que muitos não querem. Apenas realcei este facto da Constituição como justificativo/apoio à minha nota de que um ordenado adequado ao cálculo deveria ser um que fosse representativo, logo, algo mais perto dos 750€.

Ainda assim, e agradecendo ao Nuno Faustino, Keyser Soze e MJAguiar por terem apresentado contas para os 750€, vejo que todos optaram por considerar o dinheiro pago pela empresa ao estado como dinheiro que é retirado ao rendimento do cidadão. Este era o ponto que me levou a postar. Acho que esta forma de cálculo está incorrecta. Pelos vistos sou o único, pelo que deixo de ter algo a acrescentar à conversa.

Cumprimentos
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..Kayser, desculpa a colherada

por mjaguiar » 26/7/2007 18:16

Consultando a tabela disponivel em : "http://www.igf.min-financas.pt/upload/membro.id/paginas_externas/inf_legal/codigos_tratados_pela_IGF/IRS/CIRS_ARTIGO_068.htm"

Temos então:

V.base 750€ => venc.bruto anual 10,500€

IRS (escalão de 23.5%), 2,467.50€
S.S. (23.75%+11%), 1,155.00€+2,493.75€ = 3,648.75€

Rendimento liquido, 10,500€-2,467.5€-1,155€ = 6,877.50€

Se este valor for consumido em serviços a taxa de 21% o estado recupera mais 1,193.62€ em imposto

Em resumo:

Rendimento bruto do trabalhador: 10,500€+2,493.75€=12,993.75€
Impostos recolhidos pelo estado: 2,467.50€+2,493.75€+1,155€+1,193.62=7,309,87

Peso dos impostos no rendimento: 7,309.87/12,993.75 = 56.25% !!!

ou seja o "Ze mexilhão" recebe apenas cerca de 43.75% do rendimento total!!!

(não entrei com subsidios de almoço porque estes não são pagos a todos os trabalhadores, apesar de so uma parte - para já - estar isenta de impostos)

mjaguiar
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Re: As contas estão mal feitas

por Keyser Soze » 26/7/2007 16:37

HappyGuy Escreveu:Eu era para não dizer nada, já que me parece que há muito de emoção nesta conversa... Mas está-me a fazer comichão nos dedos...

As contas no quadro 2 posts acima estão mal feitas e com um propósito tendencioso de parecer que o cidadão paga mais impostos do que a realidade.

Explico como... O cálculo da "% do Cidadão" está feito considerando o valor do ordenado líquido menos IVA sobre o total de custos para a empresa. O correcto seria sobre o ordenado bruto do cidadão. Com base nisto, teriamos o seguinte cenário de % revisto:


não.

quem é que paga 23,75% sobre para a SS é a empresa, é um custo que ela tem com o empregado, só que o emprgado nem se apercebe pq não aparece no recibo de vencimento


Código: Selecionar todos
             |  1500€ | 2000€ | 5000€ |
% do Cidadão |  57,8% | 54,3% | 47,9% |


Bastante diferente, não? Claro que o que quem elaborou o quadro queria era dar uma ideia de que pagamos muito... Mas não é assim tanto.

Note-se ainda que nos montantes de ordenados líquidos indicados, já estamos a falar de ordenados de uma reduzida percentagem da população portuguesa. Não é da maioria.

E é esta minoria que o modelo socialista que está espelhado na nossa Constituição e legislação espera que "pague a crise", que distribua a sua riqueza aos "menos favorecidos".


é por causa do "modelo socialista que está espelhado na nossa Constituição" que estamos na m****


alguém que me explique como é que 30 anos após o 25 Abril, em que fomos governados de acordo com os ideais socialistas desta Constituição:

Portugal é um dos paises mais pobres da Europa
apresenta uma das maiores disparidades entre ricos e pobres
tem uma das mais altas tx de desemprego
tem uma das mais baixas tx de crescimento do PIB


que raio de socialismo é este ?




Desafio alguém com paciência a apresentar o mesmo quadro para um trabalhador que aufira um ordenado líquido de 750€, que é pouco mais que a média dos ordenados em Portugal. ;)


o quadro do incog veio em resposta, e para complementar, um post anterior em q o ex dado é de 500 euros





eu fiz este qaudro

nota: trabalhador não casado, 0 dependentes
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Re: As contas estão mal feitas

por nunofaustino » 26/7/2007 16:12

HappyGuy Escreveu:
Vá lá... Dê-me um pouco mais de valor...



:oops: peço-te desculpa pois li valor pago pelo cidadão...

Para 750E, e fazendo as contas rapidamente, a empresa gasta cerca de 1030E e o empregado recebe 710E (já após o pagamento de IRS e considerando o subsídio de almoço). Ou seja, 31,1% em impostos. Se for gastar os 710E em produtos com 21% de IVA, paga 123E de impostos, por isso dos 1030E iniciais, o trabalhador pode comprar 587E de mercadorias Tax free, ou seja, 57% para o trabalhador e 43% para o estado...

Qto às contas foram feitas como o Incog... relativamente ao $$ gasto pela empresa (que é como eu penso que deverá ser feito).

Um abr e mais uma vez desculpa pelo erro...
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...

por MAV8 » 26/7/2007 16:06

Já todos sabemos que pagamos demais e porquê?

R: Somos poucos a trabalhar e muitos a beneficiar.

Quem paga impostos está a pagar:

1 - Aos reformados (daquelas a 100% que já n irá haver para nós e aos que nunca descontaram)

2 - Aos Desempregados por desgraça (e aos por graça, sim porque empregos podem faltar mas n n numero que nos querem fazer crer)

3 - Aos doentes e deficientes (e respectivos falsificadores de doenças e deficiencias)

4 - Aos ilegais que beneficiam de escolas, hospitais, estradas, justiça, etc...(que depois de legalizados ainda recebem casas novas porque estavam na barraca há 20 anos)

5 - Scuts, comboios, aeroportos etc...(quem os usa n pode pagar por isso paga quem trabalha)

6 - prejuizos das CP, REFER e outras que tais (ok, vão dizer que está melhor. é bem verdade mas o que está para trás está no passivo e alguém paga a dívida e pagou os tachos que por lá andaram a fazer crescer os prejuizos...)

7 - em suma e porque não me apetece continuar, quem paga é o mexilhão.

Vamos deixar de trabalhar e ficar à espera que tratem de nós - pelo menos deixamos de dar $ ao estado e passa a ser ele a dar-nos a nós.
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Re: As contas estão mal feitas

por HappyGuy » 26/7/2007 15:53

nunofaustino Escreveu:HappyGuy, n tenho tempo para ver se as contas do Incog estão ou não estão bem feitas, mas tenho quase a certeza que as tuas estão mal feitas.


Vá lá... Dê-me um pouco mais de valor...

O Nuno não prestou atenção nos valores do Incognito e por isso interpretou mal os meus... Aqueles meus números são a substituição da linha da tabela onde o Incognito tinha também valores decrescentes. Vou colocar a tabela de outra forma:

Código: Selecionar todos
                       |  1500€ | 2000€ | 5000€ |
% do Cidadão Incognito |  46,8% | 43,8% | 38,5% |
% do Cidadão HappyGuy  |  57,8% | 54,3% | 47,9% |


De qualquer modo, eu sei que a taxa de IRS aumenta à medida que o valor recebido aumenta. Trabalho há muitos anos e estou minimamente por dentro do assunto.

Peço-lhe que depois de ter tempo para verificar as contas, veja se as contas do Incognito no item especificamente por mim realçado e contestado foram ou não realizadas de uma forma incorrecta apenas com o propósito de dar uma ideia de que o cidadão paga mais impostos do que realmente paga.

E depois argumente também, se assim o desejar, no facto destes ordenados não serem representativos e no exemplo de 750€.

Cumprimentos
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Re: As contas estão mal feitas

por nunofaustino » 26/7/2007 15:41

HappyGuy Escreveu:Eu era para não dizer nada, já que me parece que há muito de emoção nesta conversa... Mas está-me a fazer comichão nos dedos...

As contas no quadro 2 posts acima estão mal feitas e com um propósito tendencioso de parecer que o cidadão paga mais impostos do que a realidade.

Explico como... O cálculo da "% do Cidadão" está feito considerando o valor do ordenado líquido menos IVA sobre o total de custos para a empresa. O correcto seria sobre o ordenado bruto do cidadão. Com base nisto, teriamos o seguinte cenário de % revisto:
Código: Selecionar todos
             |  1500€ | 2000€ | 5000€ |
% do Cidadão |  57,8% | 54,3% | 47,9% |


Bastante diferente, não? Claro que o que quem elaborou o quadro queria era dar uma ideia de que pagamos muito... Mas não é assim tanto.

Note-se ainda que nos montantes de ordenados líquidos indicados, já estamos a falar de ordenados de uma reduzida percentagem da população portuguesa. Não é da maioria. E é esta minoria que o modelo socialista que está espelhado na nossa Constituição e legislação espera que "pague a crise", que distribua a sua riqueza aos "menos favorecidos".

Desafio alguém com paciência a apresentar o mesmo quadro para um trabalhador que aufira um ordenado líquido de 750€, que é pouco mais que a média dos ordenados em Portugal. ;)


HappyGuy, n tenho tempo para ver se as contas do Incog estão ou não estão bem feitas, mas tenho quase a certeza que as tuas estão mal feitas. e porquê? Porque a taxa de IRS que se paga aumenta com o valor recebido, por isso a taxa de imposto pago com um salário de 5000E não pode ser inferior a quem recebe um salário de 1500E.

Mas posso-te dar um exemplo concreto... a minha empresa paga a um funcionário cerca de 1600E brutos. Desses 1600E, o empregado recebe cerca de 1275 (já com subsídio de almoço e com os descontos de IRS feitos). A empresa paga aproximadamente 2100E por mês por causa do empregado (1275 para o empregado e 825 para o estado em impostos e SS). Ou seja, cerca de 39.3% do $$ gasto pela empresa foi para o estado. Se assumires que o empregado gasta tudo em produtos com 21% de IVA, pagas mais 225E em IVA. Ou seja, dos 2100E pagos pela empresa, gastas apenas 1050E em bens + 1050E em impostos.

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por charles » 26/7/2007 8:48

Haja que imposto houver o grande problema nunca vai estar só no formato do imposto ou na sua cobrança mas sim na sua distribuição e aplicação, os desperdicios são demasiado obvios com centenas de exemplos de abusos despesistas e trafulhices por esse pais fora em tudo o que é sector estado ou com ele relacionado.

Assim os impostos fossem todos cobrados e a fuga fosse reduzida ao minimo, assim os paraisos fiscais acabassem com um acordo na U.E., um sério sem hipocrisias, assim os impostos fossem bem aplicados de forma rigorosa, e em sectores chave da economia, que para mim são:

1- educação
2- saude
3- justiça
4- segurança

dentro de uma decada teriamos os resultados desta aposta decisiva para o nosso pais, vê-se alguma coisa da parte deste governo mas pareçe-me claramente insuficiente, quando se falam em bilioes para um aeroporto e um tgv, e para reforço de sectores chave como os referenciados as verbas são insuficientes, é o nosso portugalex.

cumpt
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só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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As contas estão mal feitas

por HappyGuy » 26/7/2007 8:29

Eu era para não dizer nada, já que me parece que há muito de emoção nesta conversa... Mas está-me a fazer comichão nos dedos...

As contas no quadro 2 posts acima estão mal feitas e com um propósito tendencioso de parecer que o cidadão paga mais impostos do que a realidade.

Explico como... O cálculo da "% do Cidadão" está feito considerando o valor do ordenado líquido menos IVA sobre o total de custos para a empresa. O correcto seria sobre o ordenado bruto do cidadão. Com base nisto, teriamos o seguinte cenário de % revisto:
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             |  1500€ | 2000€ | 5000€ |
% do Cidadão |  57,8% | 54,3% | 47,9% |


Bastante diferente, não? Claro que o que quem elaborou o quadro queria era dar uma ideia de que pagamos muito... Mas não é assim tanto.

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como sempre no "timing"

por mjaguiar » 26/7/2007 8:11

Obrigado Keyser,

li os posts do artigo indicado e não haja duvidas que o panorama e mesmo deprimente.

Confesso que sinto uma grande incerteza relativamente ao futuro deste "nosso cantinho"
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Re: ..o que da tirar uns dias de férias

por Keyser Soze » 24/7/2007 13:25

mjaguiar Escreveu:...


O Incognitus já tinha feito umas contas semelhantes às suas há uns anos atrás


eu acho que a maioria das pessoas não tem consciência destas contas








Comentários

Existe no fórum o seguinte tópico destinado a comentar este artigo:

http://www.******.com/forum/viewtopic.php?t=2637

Até à próxima. O meu Mail é incognitus@******.com. Agradeço informações e perguntas interessantes. Nunca se esqueçam de ler os artigos que estão no histórico, não olhem só para o último.
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por Keyser Soze » 24/7/2007 13:18

Atomez Escreveu:
Keyser Soze Escreveu:
It concludes that capitalism has killed approximately 147 million people between 1500-1997.

Já havia capitalismo em 1500??? Essa é nova.

Julgava que o capitalismo só tinha começado "oficialmente" no séc. 18 com a revolução industrial, revolução francesa e revolução americana.


podes recuar até ao Mercantilismo


The notion that capitalism can be divided into early, middle, and late eras is itself extremely controversial. Scholars have found capitalism, or elements thereof, in very early times. Some philosophers and most neoclassical economists consider capitalism not a time-bound practice or a historical era at all, but the recognition of some timeless elements of human society like private property and market prices.

Nonetheless, the division into eras is often made on the presumption that there was a uniquely notable explosion of capitalistic practice in early modern Europe.

Since pre-Roman times goods have been bought and sold on markets throughout Europe, and local trading networks have enabled goods to make there way onto European markets from places as far away as China and India. Much of the expansion of the Roman Empire was at least partially driven by the desire to obtain control of the sources of goods being traded with the Romans (such as Tin and cement), and thus obtain these goods more cheaply by cutting out the middle-men.

In the Maurya Empire, there were a number of organizational entities similar to corporations. These were mostly privately owned commercial entities concerned with raising capital.[1]

Some economists like Peter Temin consider the Roman Empire as market economy, similar in degree of capitalistic practices to 17th century Netherlands and 18th century England.

The Bruges Bourse opened in 1309 as a place for commodity traders to meet and trade their goods.

In the sixteenth century, merchants of Antwerp developed the idea of shareholdership, to facilitate the building of larger ships, and to make possible more extensive trade. The northern Netherlands became a Republic in 1581, and when Antwerp fell in 1585, many of these merchants went north to Amsterdam. The new Republic was largely controlled by its merchant class rather than by the nobility, and had an economy based on early capitalist principles rather than feudal ones. Specifically, the Republic was an early proponent of Free Trade ideas (e.g. Grotius). Its model of colonization was characterized by a strong belief in the bottom line and was entirely based on private enterprise rather than state control.

Many economic historians regard the Netherlands as the first thoroughly capitalist country in the world. In early modern Europe it featured the wealthiest trading city (Amsterdam) and the first full-time stock exchange. The inventiveness of the traders led to insurance and retirement funds as well as such less benign phenomena as the boom-bust cycle, the world's first asset-inflation bubble, the tulip mania of 1636-1637, and the world's first bear raider - Isaac le Maire, who forced prices down by dumping stock and then buying it back at a discount[2].

Britain and France, which each applied a mercantilist approach to economic policy, were able to outcompete the Dutch Republic, because in their model, long term politically motivated investments by the state were possible. One consequence of this failure was a crash in the speculative trade in tulips (the 'windhandel') in 1637. See tulip mania.
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Em boa verdade...

por bboniek33 » 24/7/2007 6:15

...so deviam haver impostos sobre o consumo de Energia e Agua.

Mais facil de gerir e mais Justo.
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por atomez » 24/7/2007 1:54

Keyser Soze Escreveu:
It concludes that capitalism has killed approximately 147 million people between 1500-1997.

Já havia capitalismo em 1500??? Essa é nova.

Julgava que o capitalismo só tinha começado "oficialmente" no séc. 18 com a revolução industrial, revolução francesa e revolução americana.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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..o que da tirar uns dias de férias

por mjaguiar » 24/7/2007 1:15

Caro Keyser, mais uma vez na "mouche"!

tenho que confessar que um dos motivos que me levou a ficar cliente deste espaço (para alem,claro, das tiradas do "lobo") foi a sua contribuição para este forum. Desde já o meu obrigado.

Gostava de apresentar um pequeno exercicio para se entender bem a questão do peso dos impostos no nosso Pais:

Um trabalhador que aufere 500€ de salario base tem o seguinte rendimento anual:

(14*500€)*1.2375 = 8.662,50€ (23,75% correspondem a componente da S.S. a suportar pela entidade patronal que se não a tivesse que pagar ao estado de bom grado a pagaria ao trabalhador)

Impostos suportados pelo trabalhador:

S.S. = 2.362,50€
IRS = 910€ (taxa de 13%) ==> total = 3272,50€

ou seja cerca de 38% do rendimento fica retido logo pelo estado, ou seja um valor liquido aproximado de 5.390€

Se admitirmos que este montante vai ser utilizado/gasto em serviços taxados a taxa normal de 21% verifica-se que contribuimos com mais 935,45€ para os nossos amigos.

conclusão: o valor total entregue è de cerca de 4208€, ou seja cerca de 49% do rendimento è entregue ao estado a titulo de comparticipação para nos servir em serviços básicos da comunidade (saude, educação, prevenção da velhice, etc)

confesso que para quem entrega metade do seu rendimento a esta instituição (o estado português) não me parece que esteja a fazer um "bom negocio".

Nota 1: penso que perceberão que o salario real não é de 500€ mas sim de 618.75€ (os 118.75€ são entregues pela entidade patronal mensalmente ao estado)

Nota 2: claro que neste exercicio não considerei aqueles "pequenos" promenores, tais como dos impostos especiais sobre os combustiveis, do imposto sobre veiculos, os IMT, o imposto de selo (e mais alguns que agora não me vem a a cabeça - são tantos infelizmente)
..bom a onda e a mesma mas agora ja não deve dar confusão!
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