Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Entrevista Diogo Pereira, semanário económico

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Bem, oh Patinha

por Karamba » 6/12/2002 1:53

Já sabia (por um post teu de ontem salvo erro) que ele tinha sido entrevistado. A bem dizer, ele fala fala, mas néspias, não diz nada que nós não saibamos.

Antiguidades e obras de arte: claro, sempre foi uma forma agradável de aplicar dinheiro Uma bela peça, dá gozo, e pode ser um excelente investimento. MAS só se se souber muito bem o que se está a comprar , e se o preço fôr bom (é como tudo).

Imobiliário: claro, desde que seja bem comprado. Como é ? Eles nos bancos sabem bem a quem emprestaram, e agora está aflito, com a corda na garganta . Eles, nos bancos, sabem...pois...

Stock picking: PT e EDP. : Olha que o homem é original à brava eheh.

Resumindo: tudo é bom, desde que seja bem comprado, e a preços substancialmente inferiores aos preços normais de mercado !

O Diogo parece ter descoberto a pólvora !

Beijinhos Patinha (ele até pode ser bom rapaz, mas tem um discurso ...)
Karamba
 

por Pata-Hari » 5/12/2002 23:07

Heheheh, dá um desconto, né? o titulo é um pouco parvo, mas o semanário económico tem que vender jornais. Ele justifica praticamente tudo o que diz...
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

por JN » 5/12/2002 23:03

Ho... Pata... :roll: , nao estava a gozar contigo, era com ele.
No lugar do intervistador eu tinha-lhe perguntado:
- qual é o seu Astrologo? :)
Um abraço
JN
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 770
Registado: 11/11/2002 17:41
Localização: Estoril

por Pata-Hari » 5/12/2002 22:58

Exacto... é uma inevitablididade. Logo, já está descontada. Ou se ainda há alguma incerteza a ser descontada, quando acontecer, os meracados só podem subir. Digo eu e as estatsticas apoiam-me.

Agora é que vesga marreca diz mesmo....lol.... é apenas...blábláblá...
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

CONVICÇÃO

por jotabil » 5/12/2002 22:56

Tudo bem ...Marrequinha ....mas....e a guerra por travar no Iraque?....como ultrapassamos essa inavitabilidde... essa preocupação?


cumps
 
Mensagens: 1509
Registado: 7/11/2002 0:00
Localização: vila nova de gaia

por Pata-Hari » 5/12/2002 22:47

LOL, é favor não gozar com a zarolhinha. :P
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

por JN » 5/12/2002 22:43

o homem tem razao em algumas que diz, principalmente nesta:
É apenas a minha humilde opinião que provavelmente está bastante errada. :P
Um abraço
JN
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 770
Registado: 11/11/2002 17:41
Localização: Estoril

Entrevista Diogo Pereira, semanário económico

por Pata-Hari » 5/12/2002 22:30

Gostei desta entrevista. Aqui fica.
"“ O PSI-20 PODE SUBIR 10% ATÉ AO FINAL DE 2002”
Diogo Pereira, director de Advisory e Premier do Barclays Bank, faz um balanço do mercado accionista em 2002. este responsável assegura que o PSI-20 ainda tem um potencial de valorização de 10% até ao final do ano e define a estratégia de investimento mais adequada para 2003. Apesar da mudança de sentimento nos investidores, para Diogo Pereira, a palavra de ordem continua a ser cautela. Assim, para além de acções, a carteira de activos para 2003 deve incluir corporate bonds, obrigações de Tesouro e liquidez. Entre as acções portuguesas mais atractivas, o responsável do Barclays destaca a EDP e a PT.

Qual o balanço que faz do mercado neste momento?
O mercado estava com uma tendência de queda muito acentuada e a postura de todos os intervenientes era muito pessimista. Mas desde meados de Outubro que se assiste a uma inversão. Até agora, sempre que saíam más notícias o mercado caia e quando saíam boas notícias o mercado não reagia. Agora a situação inverteu-se. O mercado não está a reagir às más noticias. Saíram indicadores de confiança dos consumidores nos EUA ao nível mais baixo dos últimos nove anos e o mercado, nesse dia, começou por cair mas depois fez uma inversão muito grande.

Isto revela uma mudança de sentimento. O índice de volatilidade das opções tem atingido níveis máximos, o que é um sinal de que as pessoas estão a querer cobrir-se de risco e, quando isso acontece, estamos no ponto de inversão. Quem tinha activos para vender, já vendeu e há muito dinheiro fora do mercado a querer entrar. Mas em termos macro-económicos as notícias continuam a ser muito más.

Que razões encontra para esta mudança de sentimento?
Uma delas é que se trata de uma mera correcção técnica do bear market .Para que este rally seja sustentável é necessário que comecem a surgir notícias macro-económicas que apontem para uma recuperação, o que não tem acontecido até agora. É verdade que o mercado antecipa muitas vezes essas inversões. Começam a subir cerca de seis meses a um ano antes da recuperação económica se começar a visualizar. Mas neste momento ainda não existem indicações de que a recuperação seja sustentável. Um dos factores que contribuiu para a recuperação dos mercados foi o facto dos lucros apresentados pelas empresas no terceiro trimestre terem sido melhores que o esperado. Mas essa melhoria deveu-se muito mais a cortes nos custos do que a aumentos de receitas.

Mas também houve um enorme corte nas estimativas de resultados, o que permitiu atingir valores superiores aos previstos pelos especialistas.
Sim, tiveram uma boa gestão de expectativas, porque estiveram sempre a preparar os investidores para más notícias e depois os resultados foram melhores do que o esperado.

Esta subida é sustentável a longo prazo?
Não, uma vez que o driver nestes resultados foi um corte de custos. Para os resultados continuarem a crescer é necessário que aumentem também as linhas das receitas. Depois dos anos difíceis que as empresas tiveram, já não há muito espaço para efectuarem mais cortes. Para a recuperação ser sustentável é necessário que a economia melhore e que a empresas aumentem as vendas. Não é só uma questão de gerirem melhor os custos e a eficiência.

Mesmo as empresas que apresentaram resultados acima das expectativas têm previsões pessimistas para o final do ano.
Mais uma vez é uma questão de gestão de expectativas. A avaliação das empresas é feita com base nos cash flows e numa taxa de crescimento de resultados. Se eles não crescerem, o mercado voltará a ter uma tendência de queda. Esperemos que nãos eja o caso. Creio que as pessoas estão a antecipar que as coisas não podem piorar, mas tenho alguma dificuldade em acreditar nisto. Creio que ainda existem muitas incertezas, à partida o efeito de corte de taxas de juro já está descontado nos mercados e ao nível que estão, já não há espaço para mais descidas. Por isso, a valorização das acções por via dos cortes das taxas de juro é, neste momento, limitada ou mesmo nula.

Onde está o capital que saiu do mercado accionista?
Até meados de Outubro a dívida teve uma performance muito boa e, consequentemente, havia uma diminuição das yelds e um aumento do valor das obrigações. Daí uma maior rentabilidade. De há uns tempos para cá, com a mudança de sentimento e com a canalização do capital das obrigações para as acções, assiste-se ao fenómeno inverso. Está a registar-se uma correcção no preço das obrigações. Até agora o dinheiro tem estado muito aí. Há também nos EUA, em Inglaterra e em Portugal, muitos investidores que estão a olhar para o imobiliário como uma aplicação alternativa e segura. Mas tanto nos EUA como em Inglaterra terminou-se com a bolha especulativa no mercado accionista e está a encontrar-se numa bolha especulativa no imobiliário. À medida que os investidores canalizam os fundos de um lado para o outro, há uma tendência natural para os activos se apreciarem e , por vezes, exageradamente. Em Portugal, não me parece que estejamos nessas circunstâncias.


Qual a melhor zona geográfica para investir?
Privilegiamos mais a Europa do que os EUA e a Ásia. Porque em termos de análise fundamental, as empresas europeias estão mais baratas que as dos Estado Unidos e, por outro lado, porque os nossos investidores são maioritariamente europeus, também há uma preferência por activos desta zona. Os activos norte-americanos, em termos de rácios estão mais caros do que na Europa. Mas como os EUA vão ser o motor desta recuperação, temos vindo a reforçar a posição no mercado norte-americano. Outro mercado que está muito barato é o português.

Porquê?
Em primeiro lugar, deve-se ao facto do nosso mercado ser periférico e dos investidores estrangeiros institucionais não lhe ligarem muito. Preferem seguir mais as acções europeias de maior capitalização, os índices Eurostoxx e não tanto os mercados regionais. Outro factor, tem a ver com o facto dos investidores nacionais terem diversificado muito mais a sua carteira para outros mercados. Os investidores estrangeiros saíram do nosso mercado por ser periférico, os investidores nacionais porque adoptaram uma estratégia de investimento mais global e, assim, o nosso mercado ficou com rácios de avaliação muito atractivos face a comparáveis europeus.

Quanto é que o PSI-20 vai subir até ao final do ano?
É perfeitamente possível que, face às fortes correcções que o mercado sofreu este ano, ainda possa subir cerca de 10% em relação ao níveis actuais. Vamos fechar o ano em terreno negativo, mas há espaço para esta valorização e algumas empresas podem subir mais. A PT, por exemplo, uma das coisas boas que fez há pouco tempo foi um “road show”. É isso que é importante as empresas fazerem: apresentarem-se aos investidores institucionais estrangeiros e não ficarem à espera que as descubram. Isso foi uma das estratégias muito boas que a PT teve e que deveria ser seguida por outras empresas portuguesas.

Que sectores é que devem ser privilegiados?
Nesta recuperação recente houve uma preferência por telecomunicações e acções que forma muito penalizadas durante o ano. Penso que é preferível estar exposto a sectores mais defensivos. Sectores com cash flows sólidos, bons dividend yelds e, se for possível, ter acções que tenham sido penalizadas mas que tenham bons critérios de avaliação. Dou preferência às utilities, empresas como a Endesa, EDP ou ligadas aos bens de consumo. Numa postura mais especulativa devia apostar-se em sectores como as telecomunicações e mesmo a Internet, porque nestas
recuperações são aqueles que reagem mais depressa. Mas em termos de uma estratégia de investimento, nestas circunstâncias é preferível ser mais cauteloso. Pode também haver aqui algum compromisso: uma carteira diversificada pode apostar em sectores defensivos e, depois, ter algumas boas acções em sectores mais cíclicos, mais agressivos.

Qual a estratégia de investimento que aconselha para 2003?
Para um perfil de risco conservador, a carteira de activos deve incluir cerca de 15% a 20% em acções, privilegiando os stock pickings – não tentaria replicar índices, mas sim escolher acções com bons fundamentais e que, num cenário de recuperação, deverão ter um bom comportamento, mas num cenário em que os dados macroeconómicos não sejam favoráveis, são menos sensíveis. Depois investiria em corporate bonds e o restante em liquidez e obrigações do Tesouro.

E, em termos de investimentos alternativos?
Desde que a pessoa não os encare como um activo que pode ter que vender em qualquer altura, se tiver capacidade para os manter o tempo que for preciso, as obras de arte são um excelente investimento. Em termos de filatelia, sinceramente não sei se será um bom investimento, porque não dá para aplicar montantes significativos e, por isso, é sempre um investimento residual. O imobiliário é um investimento alternativo mas é preciso ter cuidado, tem que ser bem comprado.

O que é uma boa compra neste momento?
Os escritórios não são, por agora, um bom investimento. O melhor seria mesmo em casas. Mas embora as pessoas estejam a apostar no imobiliário, é um negócio com um risco elevado e pode resultar em grandes perdas. Além do risco de desvalorização, o investidor corre também o risco de não se conseguir vender quando quer, porque é um mercado pouco líquido. Por outro lado existem muitas acções que podem ser compradas quase numa perspectiva de investimento com rendimento. Há muitas acções com bons dividend yelds e que parecem ser relativamente seguras no sentido em que, se se estiver na disposição para aguentar até aos mercados se inverterem, pode ter uma rentabilidade superior a qualquer aplicação alternativa.

É a altura indicada para investir em acções?
Tudo depende do horizonte temporal. Caso se pense num horizonte de dois ou três anos, este é um momento excelente para investir. As acções reflectem preços bastante baratos, muitas empresas estão a pagar bons dividend yelds, algumas até acima dos activos sem risco. Quando o mercado der a volta, não só vão ter as mais-valias como já receberam
todos os dividendos até aí. Uma boa estratégia que o investidor particular pode seguir é aplicar todos os anos ou periodicamente o mesmo montante. Essa é das melhores estratégias de longo prazo porque o resultado final, não é muito diferente do que investir anualmente nos pontos mais baixos do mercado. Nessa perspectiva, esta também é uma óptima altura para investir, aproveitando a subida cíclica que se verifica no final do ano.

Para Diogo Pereira a EDP, a PT e a PTM.com forma excessivamente penalizadas o que torna estes títulos uma boa aposta para os investidores “A EDP é um caso paradigmático”, sublinha este responsável, “ tem sido excessivamente penalizada pelo negócio das telecomunicações móveis da terceira geração o que, no fundo, tem um peso diminuto num negócio estável como é o da electricidade. Esta a pagar um dividendo líquido que ronda os 6% e não faz muito sentido que esteja a ser tão penalizado pelos investidores”.
Mas a eléctrica nacional não é a única empresa nesta situação. Também a PT está a desconto. “ A Portugal Telecom é outro exemplo. É das telecom’s europeias, umas das mais atractivas , é muito bem gerida, fez uma bom hedging dos seus interesses no Brasil e com a joint venture com a Telefónica para o mercado barsileiro conseguiu evitar esforços financeiros adicionais.”
O mesmo se passa com a PTM.com “ que restruturou a sua base e os seus negócios e reduziu a sua dívida com a venda dos negócios de Internet à PT”, deixando-a, “bastante atractiva”, ainda assim, “os investidores continuam a despreza-la apesar de em termos de risco de negócio já estar bastante mais baixo do que a avaliação que o mercado faz dela.”~

In Semanário Económico n.º829 de 29 de Novembro de 2002
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Denário, Google [Bot], IX Hispana, macau5m, PAULOJOAO, Shimazaki_2 e 125 visitantes