Empresas do Estado cortam mais de 5 mil milhões à dívida

[djovarius]

Olá, tudo bem ?

O facto de termos ficado sem acesso ao Caldeirão quase todo o mês de Agosto, impediu-nos de actualizar semanalmente os acontecimentos que fazem notícia na Região. Sendo assim, vamos apenas falar um pouco sobre o mês que hoje finda.
A partir de agora, se não tivermos mais problemas de acesso, vamos optar por uma nova situação: actualizaremos os principais números do mês ao final de cada um deles e actualizaremos notícias de relevo nos dias em que elas surgirem, tentando informar e opinar em favor dos leitores do Caldeirão.

Foi um mês em que se revelou o que já tínhamos previsto: a entrada em recessão do Brasil no primeiro semestre do ano. Estava bom de ver, os dados mensais sobre vendas, produção industrial, emprego e inflação já mostravam tal cenário.
É verdade que os juros voltaram a cair e vão cair mais, mas como diziam num programa de humor na TV: juro caiu, mas só é bom para quem não faliu".
O desemprego está estabilizado em baixa, infelizmente, sendo que em grandes cidades como São Paulo, o cenário de crise e tristeza não tem perspectivas de melhoria. E se a inflação (que foi deflação durante 3 meses) já aparece em Agosto nos 0,2 a 0,3% - veremos os números finais, ela pode voltar por culpa das "utilities". Gasolina, portagens, telefone e água estão entre os itens que vão subir, comprometendo o esforço feito e canalizando uma parte maior da já diminuta renda das famílias, que assim não terão dinheiro para dinamizar o comércio e outros serviços.

Os vizinhos do Brasil já sentem a recessão ao verem as suas exportações para este mercado diminuir. Até o México está em dificuldades, apesar de poder ser salvo pelo crescimento dos EUA.
Por falar em exportações, enquanto a Indústria patina, a Agricultura salva as honras da casa no Brasil, que já acumula em 2003 cerca de 15 mil milhões de dólares de saldo comercial com o exterior, o triplo do verificado no mesmo período de 2002.
E a Venezuela assinou um acordo de assistência financeira mutúa com o Brasil, tendo este começado por um empréstimo de mil milhões de dólares ao seu vizinho a noroeste...
Dos negócios, destaco a compra da operadora de celulares Paulista BCP por parte da gigantesca América Móviles que actua no México e na maioria dos países Latinos. A política de terra quiemada da BCP foi um erro que custou prejuízos graves. Agora, veremos o que os novos donos farão para combater Vivo, Tim, Nextel, etc... ainda acho que o futuro pertence a quem pode fazer "roaming" entre os Estados, como falámos num outro "resumo da semana"...

Como o cenário de crise é real, a América Latina deverá atrair menos atenção do que a Ásia, que já está a crescer. Esse comboio ninguém quer perder. Por isso, excepto o Real, as moedas da região perderam valor face ao dólar, em Agosto.
O Real foi excepção, bem como a Bolsa de São Paulo por razões especulativas aliadas à política interna: a Reforma da Previdência Social já passou no Congresso e a Reforma fiscal vem aí... mas atenção, não há bela sem senão. A carga fiscal não vai baixar, a União e os Estados não querem perder receita e até a famigerada CPMF sobre operações financeiras vai manter-se, pelo menos até 2007, para raiva dos Empresários locais... ainda assim, os mercados acham que a situação pode melhorar, os juros reais vão baixando e o crescimento voltará. A Bovespa já passou 15.000 pontos e há quem diga que voltará este ano ao terreno considerado de "bolha" onde já estve no passado: os famosos 17.000 pontos.
Aguardemos, então, com curiosidade...

Ficam os câmbios médios indicativos do Real – sexta-feira e do BOVESPA (números finais)

IBOVESPA – 15.175 pts – o índice subiu 16% em Agosto e acumula 33% em 2003
US$ 1 = R$ 2,98 – o dólar desceu 1,5% em Agosto e perde face ao Real mais de 15% no ano
€ 1 = R$ 3,27 – o Euro desceu 5% em Agosto e mais de 10% em 2003

Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,10 aprox.

Um abraço forte
djovarius