ONI Way - Ganha Vodafone, perde Estado
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ONI Way - Ganha Vodafone, perde Estado
Sendo certo que o negócio ONI Way está consumado, quem sai a ganhar é a Vodafone e a perder o Estado Português, ou seja, todos nós, porque os outros (EDP, BCP, Brisa, Galp) já tinham perdido.
Passo a explicar...
Supondo que o negócio se concretiza por 180 milhões, a pagar em partes iguais por cada operador, acrescido de 30 milhões a pagar pela Vodafone pelo capital da ONI Way. Total = 210 milhões de euros.
Se a ONI Way investiu 440 milhões e vai receber pelos seus activos 180 milhões, isto quer dizer, mais coisa menos coisa, que o prejuízo é (até ao momento) de 260 milhões. Note-se que este valor se encontra certamente subavaliado, pois nele faltam muitos milhões para dar por findas as operações (talvez mais 100 milhões).
Assim, o prejuízo da ONI Way ultrapassará os 300 milhões de euros.
Ora, se for autorizado pelo governo a fusão da ONI Way com a Vodafone (para esta poder deduzir os prejuízos da fundida), a Vodafone poupa em impostos qualquer coisa como 100 milhões de euros (300 * 0.33 = 99), sendo 0,33 o somatório da taxa do IRC e da Derrama (30% de IRC + 3% de Derrama).
Pagando 30 milhões pelas acções da ONI Way e poupando 100 milhões de impostos...
Ganha a Vodafone - Perde o Estado (ou seja, todos nós)
PS1: o que acabei de expor é um mero exercício especulativo, por ainda não serem conhecidos em pormenor os valores do negócio. Limitei-me a trabalhar com alguns números que "andam por aí".
PS2: Em minha opinião o Estado não deveria autorizar que a fusão da ONI Way com a Vodafone aproveitasse a dedução dos prejuízos daquela, apenas com o intuito de diminuir o montante de impostos a pagar pela compradora.
A Lei fiscal estabelece no artigo 69º do Código do IRC que "A concessão da autorização está subordinada à demonstração de que a fusão é realizada por razões económicas válidas, tais como a reestruturação ou racionalização das actividades das sociedades intervenientes..." Ora, tal não é o caso.
Passo a explicar...
Supondo que o negócio se concretiza por 180 milhões, a pagar em partes iguais por cada operador, acrescido de 30 milhões a pagar pela Vodafone pelo capital da ONI Way. Total = 210 milhões de euros.
Se a ONI Way investiu 440 milhões e vai receber pelos seus activos 180 milhões, isto quer dizer, mais coisa menos coisa, que o prejuízo é (até ao momento) de 260 milhões. Note-se que este valor se encontra certamente subavaliado, pois nele faltam muitos milhões para dar por findas as operações (talvez mais 100 milhões).
Assim, o prejuízo da ONI Way ultrapassará os 300 milhões de euros.
Ora, se for autorizado pelo governo a fusão da ONI Way com a Vodafone (para esta poder deduzir os prejuízos da fundida), a Vodafone poupa em impostos qualquer coisa como 100 milhões de euros (300 * 0.33 = 99), sendo 0,33 o somatório da taxa do IRC e da Derrama (30% de IRC + 3% de Derrama).
Pagando 30 milhões pelas acções da ONI Way e poupando 100 milhões de impostos...
Ganha a Vodafone - Perde o Estado (ou seja, todos nós)
PS1: o que acabei de expor é um mero exercício especulativo, por ainda não serem conhecidos em pormenor os valores do negócio. Limitei-me a trabalhar com alguns números que "andam por aí".
PS2: Em minha opinião o Estado não deveria autorizar que a fusão da ONI Way com a Vodafone aproveitasse a dedução dos prejuízos daquela, apenas com o intuito de diminuir o montante de impostos a pagar pela compradora.
A Lei fiscal estabelece no artigo 69º do Código do IRC que "A concessão da autorização está subordinada à demonstração de que a fusão é realizada por razões económicas válidas, tais como a reestruturação ou racionalização das actividades das sociedades intervenientes..." Ora, tal não é o caso.
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