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Caldeirão da Bolsa

Iraque ameaça

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: RÁCIO

por MozHawk » 25/11/2002 3:37

jotabil Escreveu:Refero-me à rácio ...que caracteriza um determinado warrant.


Mas que rácio Jotabil? À paridade? Ao strike? É que eu não percebo é que rácio é esse... :oops:

Um abraço,

MozHawk
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RÁCIO

por jotabil » 25/11/2002 3:32

Refero-me à rácio ...que caracteriza um determinado warrant.
 
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por MozHawk » 25/11/2002 3:30

Caro jotabil,

Confesso que não compreendo a que rácio se refere essa afirmação.

Um abraço,

MozHawk
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O ATAQUE AO IRÃO

por jotabil » 25/11/2002 2:39

Caro MozHawk

Já vejo que é uma pessoa atentíssima e de conconhecimentos estruturados sobre a estratégia, a geoestratégia e a geopolitica. Nem todos resolvem bem estes três conceitos.
A minha linguagem é mais chã.
Concordo inteiramente com o que agora diz. Eu utilizo um discurso mais sintético e mais geral. Aceito porém os seus pormenores e o seu modo mais elegante de dizer as coisas.
faço uma pequena observação. O islamismo, que não é mais do que um retornar à pureza dos princípios das religiões judaica e cristã, tem no seu celebrado fundamentalismo, em meu entender,nada mais que uma bandeira levantada pelos europeus para tapar a vistas e ameaçar quem lhe faça concorrência no eventual domínio de uma área que desde sempre quis dominar. De facto, a chamada UNA MUSLIMA, decorrente do facto de o corão ser ao mesmo tempo um testemunho de uma religião e uma constituição politica, implicando a unidade islâmica e a ausencia de estados nação no mundo árabe parece-me coisa já fora deste tempo e portanto, pouco susceptível de provocar qualquer ameaça.
De resto a ideia de estado nação exportada pela europa, foi um instrumento de que se serviram os árabes para poderem alcançar a independência dos franceses e ingleses. Como sabe a religião dos agarenos não admite poderes temporais......como diz o corão...alá é tudo e mohamed o seu profeta.....o caracter absoluto de Deus. Contrapondo-se aos cristãos que admitem o poder temporal para além do poder espiritual....Dai a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus......
Fora isso que podemos ver, com força que possa justificar tanta sanha aos USA-UK??.......esta contra informação em todos os sítios é que me comove......
Mantenha a sua lucidez.....gostei bastante por saber que está acima e mais adiante destes sofismas que hora a hora nos atiram para este caminho de sísifo....com a verdade no horizonte ...que nos acompanha.....mas que nunca alcançaremos.....
Mas quando subimos sabemos que estamos a subir...é já uma esperança.

Cumps

PS: já agora e quando puder...esclareça-me sobre esta afirmação:
"O rácio é importante para a selecção entre os vários wts,concretamente pelo impacto na determinação dos spreads entre os preços de compra e de venda do criador de mercado."
Um exemplo pratico a ilustrar seria bom.
 
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por MozHawk » 25/11/2002 1:04

Caro jotabil,

Li todos os seus posts com interesse já que fazem uma abordagem ao actual contexto internacional numa perspectiva geopolítica e de luta de blocos teoricamente aliados visando a supremacia num mundo cada vez mais global.

Não tenho grandes dúvidas que há uma luta entre EUA e UE (com maior relevo para o eixo Paris-Berlim, outrora Paris-Bona) pelo controlo de determinadas regiões do planeta.

Tem sido indisfarçável, desde o problema dos balcãs em que os EUA de Clinton criticaram fortemente a inércia europeia perante uma guerra e atrocidades que se desenrolavam às portas da Itália e da Grécia(!), algum mal-estar entre os dois lados do Atlântico. Aliás, esse mal-estar agravou-se desde que Bush Jr. foi "eleito" presidente dos EUA e toda a sua política seguida [quase] milimetricamente desde então. Desde os pontos de vista claramente divergentes em assuntos globais, às opções geoestratégicas regionais antagónicas, passando pela tentativa clara de criação de um eixo priveligiado de diálogo Washington-Moscovo relegando a UE para um papel secundário, as relações bilaterais UE-EUA têm sofrido alguns rombos...

À escala global, a questão do Médio Oriente é, claramente, mais uma das peças de um puzzle cujos pormenores todos nós desconhecemos e são "ajuntados" peça por peça ao mais alto nível das elites ocidentais (governos, partidos políticos, tecido empresarial do mais alto nível)... Na realidade, a Europa tem mandado às urtigas muitos dos parâmetros extremistas dos EUA ao nível das Relações Internacionais: veja-se o caso de Cuba! Os europeus já ganharam a corrida a Cuba com os empresários norte-americanos a chorar pelas oportunidades perdidas.

Quanto ao Iraque e demais países, enquanto os EUA se mantinham firmes nas suas posições quanto a países "inimigos", a Europa mais pragmática e tolerante fazia negócios chorudos com o Irão, na região do Mar Cáspio e outras zonas do planeta com boas perspectivas de negócio relegando também aqui os EUA para 2º plano. Pontificavam nesta "guerra" os franceses, italianos e alemães, entre outros.

É também interessante a "guerra" entre a Palestina (Europa) e Israel (EUA), onde os dados estão completamente viciados a favor de um lado. É que se a Europa tem dinheiro para ajudar ao desenvolvimento de um Estado Palestiniano soberano, os EUA têm dinheiro e armas para apoiar Israel.

Claramente que o futuro avizinha-se delicado. Há muitas variáveis em cima da mesa deste complexo jogo cujo desfecho ainda é uma incógnita. A Europa é uma anã militar, evidenciado por diversas vezes, comparada com os EUA e assim deverá permaecer durante muitos e longos anos. Os projectos europeus ao nível do armamento de ponta, com particular relevo para a SAAB da Suécia, o Eurofighter de um consórcio ou mesmo o Rafale francês, estão ainda, aparentemente, aquém da última geração de aviões com impulso vectorial cuja concorrência vem da...Rússia! e não da UE!!! Ainda por cima, também aqui, a Europa não está em uníssono para o desenvolvimento de uma alternativa da Airbus ao sucesso de vendas da Lockheed C-130! Veja-se a atitude de Paulo Portas relativamente ao mesmo...

Ultimamente é impressionante a dinâmica da NATO, cada vez mais com uma abrangência global afastando-se cada vez mais da sua génese, claramente instrumentalizada pelos EUA e com um SG britânico... Isto em contraposição com a UEO. Afinal o que é feito da UEO? O que é feito da tão famosa força de intervenção rápida europeia que contava já com efectivos alemães e franceses? Enfim...

Isto para dizer o quê? É que, por muito que queiramos, a Europa (sem o Reino Unido) é um anão militar, com grandes aspirações de grupo em termos políticos, económicos e civilizacionais. Contrariamente aos EUA cujo maior receio eram os ICBM e agora, mais recentemente, o terrorismo, a Europa tem vários problemas "às portas de casa". Desde a imigração maciça proveniente do leste europeu, ao magrebe, África sub-sahariana e mesmo Ásia continental, até aos problemas de alterações de regime graves na fronteira sul (Marrocos e Argélia) ao que possa acontecer eventualmente um dia na Turquia secular de Ataturk... É que a Europa prepara-se para uma expansão que levará as suas fronteiras até às imediações do Médio Oriente (o Chipre fica tão perto do Líbano e Israel) e Norte de África.

Mas porque este é um assunto que nos levaria a discutir durante longas horas, é evidente que nos degladiaremos na arena internacional pelo domínio localizado em determinadas regiões do planeta que permita ao "dominador" retirar daí benefícios económicos. E penso que esta será a guerra que a Europa continuará a ter por muitose longos anos. Não vislumbro um conflito militar entre os dois lados do Atlântico.

Num cenário catastrofista, penso que o grande receio para a n/geração e vindouras será uma mudança de regime no Islão e que abarca vastas regiões do planeta: desde o Magrebe ao Médio Oriente, passando por algumas ex-repúblicas soviéticas, à Indonésia e Malásia, para terminar nalguns países da África Oriental, a situação pode ser realmente perigosa. Caberá ao mundo dito civilizado e com o qual naturalmente me identifico em todos os seus aspectos positivos e negativos, saber gerir da melhor maneira as relações com o mundo muçulmano, apoiar as eventuais mudanças que venham a ocorrer e garantir a estabilidade ao mesmo tempo que promova o seu desenvolvimento sustentado. Acredito que é a única forma de acabar de uma vez por todas com os extremismos cegos e a arrogância dos poderes instalados...Enfim, isto já vai longo em divagações!

Um abraço,

MozHawk
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GUERRA

por jotabil » 24/11/2002 23:50

Os reais contendores são o Benelux-frança e Alemanha de um lado e de outro o UK-USA e aliados comprados a troco de biliões.
Não nos deixemos iludir pelas aparências ou por aquilo que é óbvio.
A guerra sucederá, porque a sede do fluxo do petro é muito grande....são centenas de biliões de contos em causa.
Parece não haver saída. A europa está a infliltrar-se muito, numa zona que lhe é proibida.
O Sadam é um mero árabe que usa bigode e tem muito petróleo. Os interesses são de empresas petrolíferas e de todo um conjunto de homens de dinheiro.que ou vivem em bruxelas-antuérpia-estrasburgo-paris-berlim ou estão instaldos em londres-nyorque.washington.
Existe toda uma lógica que já vem dos hititas.
Não se deixem levar pela contra informação e analisem afastados dos pormenores.
Em 1990/91 o que os americanos fizeram .....foi expulsar empresas belgas -francêsas-holandesas e nucleares alemãs do iraque prococando assim a rotura do fuxo de petrodólares que desde 1985 (queda do Irão de Xá) substituido pelo aitollá kommeini que veio de França ...por sinal.
Durante esse lustro a europa teve tanto dinheiro que sonhou a união politica e económica esboçada no tratado de maastriche... .Após a guerra do golfo....a europa entrou em tempos de contenção.....mesmo que tentasse romper o cerco com a guerra provocada na ex-jugoslávia-bósnia herzegóvina.Kosovo.....os américas sempre lhes cortaram o passo no caminho de acesso à zona fonte dos petrodólares...que não petróleo....pois esse tem de o comprar.
Volto a dizer que só não haverá guerra se os europeus obedecerem a voz dos USA, facto que considero improvável, porque na europa quem manda não se sabe, além de se presumir a existencia uma seita silenciosa e desconhecida, absolutamente ganaciosa. Se pensarmos bem...saberemos de quem se trata.
nos USA-UK....também quem manda, é um escol que se não evidencia e que tudo faz para alienar a razão das pessoas através de um propaganda incrível.Vejam as sessões do canal da História na tv por cabo.....para poderem vislumbrar os tentáculos desse polvo terrivel.
Oxalá não entremos em confronto directo.
Portugal sempre jogou, antes entre a inglaterra e a frança, agora entre a europa e os USA. Sempre recebemos dois carrinhos. É ...somos assim..mas tb penso que é a única via.
Mas guerra vai haver.....porque ..e por ultimo....esta pergunta.....quem foram os mentores do golpe do 11 de setembro?.....alguém sabe responder?
o ben laden?????....coitado do árabe.....se calhar os USA já o encontraram e lhe perguntaram:-Quanto é que te pagaram para fazer aquilo?... ele disse que foi uma determinada quantia e condições......nós pagamos-te o dobro e agora fazes ao contrário...... a ver vamos.....

Cumps
 
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Leiam este artigo...

por Baldas » 24/11/2002 22:12

http://tbaldas.no.sapo.pt/next_stop_Bagdad.htm

Perante estas intervenções de qualidade não resisto a sugerir a leitura do artigo, cujo link coloquei acima. Divirtam-se...
Parece que a guerra é uma questão de tempo!
Visite o site
www.tbaldas.no.sapo.pt

Grande abraço
Baldas
 
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Iraque-Irão

por MozHawk » 24/11/2002 20:58

Mais uma achega para o complexo xadrez da região. In Financial Times:

Peace Proposal
Iran warns Iraq on UN amid Saddam offer
Saddam Hussein...offered a final peace deal to Iran-but his envoy to Tehran was told Iraq would have to co-operate fully with UN weapons inspectors to avert war.

Naji Sabri, Iraq's visiting foreign minister, told reporters he had delivered a message of reconciliation from Mr. Hussein to President Mohammad Khatami of Iran. Mr. Sabri said Iraq wanted to remove problems and end the state of "no war no peace" that has existed since the end of the 1980-1988 conflict between the two countries.

Diplomats speculated that the Iraqi leader had offered to end his support for militant Iranian opposition groups based in Iraq, in exchange for Iran withdrawing its backing for Kurdish and Shia factions opposed to Baghdad.

...Iran's foreign minister...appears to have rejected Iraq's request for Tehran's tacit support in Baghdad's confrontation with the US. He also showed that Iran hoped to exploit the vulnerability of its former enemy.

Moderates within the Iranian establishment are broadly in favour of regime change in Baghdad, even if that should lead to installation of a pro-US government.

However, hardliners take the "axis of evil" attack on Iraq, Iran and North Korea by Presiden Bush more seriously. Rahim Safavi, commander of the Revolutionary Guards, has warned Iranian-backed Iraqi opposition groups not to co-operate with the US.

Nonetheless, a Shia faction led by Ayatollah Mohammad Baqer al-Hakim said it had provided documents to the US on Iraq's chemical weapons plans. Diplomats said the information, passed on with a green light from Iran, was used in the dossier against Iraq presented by Tony Blair to parliament.

Revelador não é? Achei isto muito interessante... Afinal Irão e Iraque nunca normalizaram as relações bilaterais. Mais, sabendo-se que a situação interna iraniana não é ainda pacífica com moderados e duros, "filhos" de Khomeini, a disputarem a preponderância nos destinos do país, a eventual deflagração de um conflito na zona assume proporções ainda mais graves. A propósito da situação actual no Irão, não resisto a transcrever aqui uma citação publicada na Newsweek:

"She kissed me like a mother kisses her child." Iranian director Ali Zamani, on the kiss he was given by actress Gohar Kheirandish while she presented him the top director's prize at an awards ceremony. Under Iran's Islamic law, the kiss was illegal, and both face charges of disturbing public morality.

Ainda sobre os efeitos que uma eventual guerra na zona pode provocar, fica aqui o título de capa de um número recente da Newsweek:

Drifting Towards Disaster
Can the Arab World survive a war in Iraq?
The shock of a US war in Iraq could shatter shaky and stagnant societies throughout the Arab world. But even more important, their homegrown economic failures are depriving Arab citizens of the kinds of opportunity that might address growing, dangerous frustrations. Either way, the Arab world seems destined for a transformative crisis.

...Invading Iraq could set off a chain reaction...The last war: When the smoke cleared in 1991, old regimes went back to business as usual.

Ainda me lembro das notícias que saíram na altura na imprensa sobre os petro-monarcas do Koweit que se encontravam no estrangeiro com uma opulência vergonhosa, exuberância em festanças e afins enquanto as tropas do mundo inteiro lutavam e morriam por causa de meia dúzia de barris de petróleo...

Um abraço,

MozHawk
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Infelizmente ...

por Patacôncio » 21/11/2002 2:37

Com a "nova Doutrina Bush" /ordem Bush ...

A guerra é inevitável.

Os USA, ao contrário da Europa, cada vez mais estão dependentes do petróleo para viverem ... e a ser assim ... eles comportam-se como Roma no seu apogeu !

Mas cuidado que o mundo está a mudar ... e criar inimigos hoje ... se pagará duramente no futuro ... a ver vamos.

Só uma palavrinha ... há cada vez mais intervenções de qualidade. E eu com uma inveja ... que me pelo todo! :twisted:

Que se há-de fazer ? Sou analfabruto e ébrio por natureza ! :cry: hehehehehhe

Um xoxo da minha Patroa !
Patacôncio
 

UMA OPINIÃO

por jotabil » 21/11/2002 2:18

Li com atenção o que escreveu...parece-me ter um conhecimento do pormenor geografico da área....contudo, não façamos dos iraquianos uns tigres de meter medo....em meu entender, apenas dou ao povo iraquiano o estatudo de pião das nicas....que a europa desembolsa para que os USA niquem.....como deve entender, o objectivo estratégico em causa, é o interesse destes dois espaços económicos sobre o o modo como o fluxo dos petrodólares se vai desenvolver....se orientado mais para a europa, ou se para os USA. Como pode concluir este problema já vem da primeira guerra mundial, atravessou a segunda, a guerra fria,a da ex.jugoslávia, a da bósnia-herzegóvina, a do Kosovo, e agora a submissão do iraque...que como podemos quase adivinhar é orientado pela europanas posições a tomar perante os USA.
De uma forma geral o confronto é entre o poder da europa e o poder dos USA, utilizando uma estratégia indirecta, isto é. utilizando países terceiros para concretizarem o confronto.
Tentam a todo o transe evitar o confronto directo que seria muito caro.
Não esqueçamos ratzel e a teoria do espaço vital para potência terrestre como a teoria geopolitica que desde 1846 (salvo erro) tem sido confirmada continuamente ...pelos confitos que sucederam....
Penso que vai acontecer a guerra, só evitável, se o poder da europa prescindir do objectivo referido(Fluxo dos petródolares) e os USA ficarem convencidos dessa atitude, o que julgo muito improvável.
Tal como a madgalena ditou em ramboêt tambem agora o proprio Bush na cheka vai ditar aos europeus os seus condicionamentos para a não guerra.
Penso que o Poder da európa não vai aceitar ceder naquilo que lhe é vital...(numa lógica liberal...Convenhamos) e sendo assim, só restará aos USA a guerra ...para expulsar a empresas europeias no iraque que desde as quimicas, as metálicas,...etc...incluindo as da energia nuclear, se iam lentamente reinstalando naquela zona, após terem sido expulsas em 91.....
Existe uma dead line...que partindo do índico.....abrange o afeganistão-mar cáspio-techenia-mar negro-balçãs e cauda de africa...prefazendo um circulo, além do qual, a potência maritima, (UK-USA)não admite a existencia de interesses da potência terrestre,"sine qua non" temos a guerra.....a europa ou quem manda nela...nunca mais aprende ou julga que os USA-UK...estão a dormir.
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Re: Iraque ameaça

por MRSR » 20/11/2002 23:23

Ulisses Pereira Escreveu:O Iraque ameaça atacar Israel, caso seja vítima de uma ofensiva norte-americana.

Como isto se assemelha a 1990...



Isto faz-me lembrar a história de um "puto" que na escola levava pancada de todos os colegas. E como não tinha força para arrear em nenhum deles, comprou um cão para lhe dar "porrada" sempre que os colegas lhe batiam a ele.

Só que Israel não é propriamente um "cãozinho" manso e medroso. É um "cão" pequeno mas que morde bem.. :lol:
 
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Re: Iraque ameaça

por TM » 20/11/2002 22:59

MozHawk Escreveu:(...), sequioso de maiores riquezas e de uma porta maior de acesso ao Golfo Pérsico, viu ali a sua oportunidade de ouro [negro] no meio da confusão que reinava no mundo (...).

Mas o que penso é que o Iraque não irá dar qualquer azo a que haja uma intervenção militar pois sabem perfeitamente que, a ocorrer, isso significaria o fim do regime no poder.


Quanto à primeira transcrição, feche os olhos! Pense nela! De forma abstracta, tente esquecer que escreveu sobre o Saddam! Faça a soma da frase proferida em Outubro (+/-) de que "os EUA necessitam de uma maior independência energética! Fez isso tudo? Não lhe pareceu estar a falar de um certo cowboy texano?

Quanto à segunda transcrição, acho que o Saddam sabe, desde 1990 que vai ser deposto! Quer via CIA (acho que seria a mais limpa e menos prejudicial), quer via Bush. Ele a perder tem pouco! A ganhar tem o estatuto de mártir. É o problema dos árabes.

Espero que não haja guerra! Não acredito que não haja! Espero estar enganado!
 
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Re: Iraque ameaça

por MozHawk » 20/11/2002 22:23

Ulisses Pereira Escreveu:O Iraque ameaça atacar Israel, caso seja vítima de uma ofensiva norte-americana.

Como isto se assemelha a 1990...


Ulisses,

Não resisto.

Na minha perspectiva não irá haver guerra. Vamos aos factos...

O que difere 1990 de 2002? Várias situações. Em 1990 estava o mundo ainda embriagado com a rapidez das mudanças operadas a partir do leste, graças a Gorbachiov e às suas inesquecíveis Glasnost e Perestroika. Ainda se lembram desse momento histórico? Em que tantas revoluções pacíficas ocorreram em tão pouco tempo? Em que tantas feridas herdadas da guerra fria sararam tão depressa? A felicidade, paz, harmonia e desenvolvimento na terra pareceu ali tão possível na altura.

O leste alinhava pelos padrões civilizacionais do ocidente, a Jugoslávia dava início ao processo de implosão com os quadros horrendos que se lhe seguiram, a URSS começava a sentir a força dos movimentos nacionalistas nos confrontos com tropas do Exército Vermelho (Arménia, Azerbaijão/Arménia, Geórgia, Repúblicas Bálticas, Cazaquistão e Moldávia, entre outros), discussões sobre a Carélia, os problemas da então Checoslováquia, o Japão a reforçar a exigência de devolução das ilhas Curilas, enfim... Tantos e tantos acontecimentos que se operaram no mundo naquela altura e que levantou logo então questões quanto ao desaparecimento de um mundo bipolar para um mundo multipolar.

Saddam, à testa de um dos maiores exércitos do mundo, já sem a guerra com o Irão, sequioso de maiores riquezas e de uma porta maior de acesso ao Golfo Pérsico, viu ali a sua oportunidade de ouro [negro] no meio da confusão que reinava no mundo na altura. A operação até foi simples e "clean". Mais, o Iraque teria certamente alguma animosidade contra alguns vizinhos da zona já que entre 1985 e 1986 o preço do petróleo caiu dos 38USD para os 15USD graças a um aumento da produção por parte da Arábia Saudita de 44%!

O que mais um dos apaniguados de Washington (na guerra contra o Irão) não contava é que ali não podia "tocar". Não é que Saddam fosse melhor ou pior que os petromonarcas koweitianos, mas os riscos que pairavam sobre a Arábia Saudita, desarmada face ao Iraque, e o possível domínio de um só Estado sobre 43.9% das reservas mundiais de petróleo deixava qualquer Estado em pânico. Daí que até nem tivesse sido muito difícil reunir um mosaico tão diversificado de países para participar na coligação international.

Lembro que na altura, ainda nem se sonhava com o 13 de Setembro de 1993 e com os Acordos de Oslo. Arafat era um exilado e Israel exibia a sua mão pesada nos territórios ocupados. E nos Golã e no sul do Líbano. Arafat foi dos poucos a apoiar Saddam, pois este apoiava a causa palestiniana.

Israel, a Palestina e o Iraque. Na altura, num mundo em profundas mudanças, era evidente que a situação israelo-palestino-árabe tinha que ter um fim. Sem que tal se adivinhasse no horizonte, Saddam procurou fracturar a coligação e grangear outro tipo de apoios ao atacar Israel. A estratégia era clara. Alguns patriot, muito armamento moderno e ajuda em USD por parte do Big Brother compraram a não reacção de Israel aos ataques do Iraque com mísseis Scud de ogivas convencionais.

Ironia do destino. Volvidos 12 anos, muitas sanções, bombardeamentos, apertos de mãos solenes, atentados mortais, homicídios e o mundo vê-se novamente confrontado com um Estado de Israel governado pela linha mais dura possível(pior só mesmo uma que preveja a deportação integral dos palestinianos), em que o Bejamim do Likhud declara solenemente que os Acordos de Oslo estão enterrados e querem a deportação de Arafat. Porque carga de água circulará nos media que Saddam ou o Iraque terão ameaçado Israel??? Porque será?

Mais ainda. Qual é o Estado árabe vizinho ou não muito distante de Israel que se possa sentir seguro com a quantidade e qualidade do armamento israelita? Permanentemente upgraded pelos EUA?

Será que Saddam tem mesmo a quantidade industrial de armas de destruição maciça apregoada pelos EUA-UK? Neste tipo de cenários, a instrumentalização da opinião pública é uma grande arma para que qualquer governo possa levar adiante os seus intentos. Por muito democráticos que sejam. Não é preciso ir muito longe para se perceber isso...

Vamos ver se realmente tem e o que tem. E a partir daí... Analisando todo este longo processo Iraque/EUA+UK, acredito que a guerra não seja uma necessidade imperiosa. Há que considerar 2 cenários: 1-o Iraque procura a vingança e tem uns stocks diabólicos de armas de destruição maciça para utilização regional e/ou grupos terroristas (não acredito muito); 2- o Iraque poderá ter algumas armas de destruição maciça por motivos de dissuasão(?)... Bem, aguardemos! Mas o que penso é que o Iraque não irá dar qualquer azo a que haja uma intervenção militar pois sabem perfeitamente que, a ocorrer, isso significaria o fim do regime no poder.

Ainda sobre o caos que possa ocorrer na zona:

1. Mais de metade do território iraquiano tem uma presença efectiva xiita (maioritária no Irão), sendo maioritária em 1/3 do território. Estão compreendidos no eixo Kerbala/Bassorá e abarcam a única porta de saída para o mar do Iraque no sul;

2. O Curdistão que no Iraque representa cerca de 1/10 do território em que são maioritários ou 1/8 em que marcam presença. Estão no nordeste entre Mossul e Kirkouk. São 4 milhões. No Irão são 6 milhões. Na Síria são 1 milhão. Na Turquia são 12 milhões. Para além de abarcar território destes 4 países, o Curdistão integra igualmente uma parte da Arménia incluindo a capital Erevan;

Acima de tudo, penso que Saddam apercebeu-se claramente que não há qualquer alternativa que não seja a da colaboração com os inspectores da ONU. Alguém acredita que lhe interesse manter-se debaixo de sansões? E ser um pária da comunidade internacional? Vamos ver que surpresas serão reveladas com mais esta missão. Se descobrirem alguma coisa tanto melhor, afinal era verdade e dissipamos dúvidas. Mas se afinal não houver nada ou quase nada, será uma humilhação para a comunidade internacional.

Desculpem a seca.

Um abraço,

MozHawk
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Sad

por 0,XXX » 18/11/2002 3:44

8-) :lol: :P :)

Como vão essas tisanas? :wink:

Deixo-lhe aqui o Sad.






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Iraque ameaça

por Ulisses Pereira » 18/11/2002 3:31

O Iraque ameaça atacar Israel, caso seja vítima de uma ofensiva norte-americana.

Como isto se assemelha a 1990...
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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