Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Cadilhe defende aumento da despesa para combater recessão

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por TRSM » 28/3/2003 15:06

Ferreira Leite defende equilíbrio orçamental e externo para relançar economia



Sexta, 28 Mar 2003 13:45

As dificuldades da economia portuguesa têm a ver com os «desequilíbrios orçamental e externo e estes não se corrigem com o investimento público», afirmou a ministra das Finanças Ferreira Leite, em claro desacordo com Miguel Cadilhe, presidente da API.

«Nestas circunstâncias, o aumento do investimento público serve para agravar a situação e não para a melhorar», afirmou a ministra, citando Miguel Beleza, ao afirmar que tal medida seria «curar uma ressaca bebendo mais».

Finalmente, «não há relançamento da economia se não houver equilíbrio orçamental e externo», argumentou Ferreira Leite.

Sobre a necessidade de reformas estruturais, Ferreira Leite sublinhou que estas «estão em curso» referindo-se ao novo Código do Trabalho, Lei de Bases da Segurança Social e o movimento de privatização dos hospitais, através de parcerias público-privadas.

Em discordância directa com Miguel Cadilhe, Ferreira Leite afirmou que, «por enquanto, ainda não vi aspectos que conduzissem a aumento de despesa». «O que se perspectiva é, exactamente, uma redução da despesas».

Confrontada com a ideia de avançar com um choque fiscal de imediato proposta por Miguel Cadilhe, Ferreira Leite, afirmou que Cadilhe «está no seu direito».




por Canal de Negócios
 
Mensagens: 23939
Registado: 5/11/2002 11:30
Localização: 4

Cadilhe defende aumento da despesa para combater recessão

por TRSM » 28/3/2003 14:43

Cadilhe defende aumento da despesa para combater recessão



Sexta, 28 Mar 2003 13:31

O presidente da Agência Portuguesa de Investimento (API), Miguel Cadilhe, defende um aumento das despesas de investimento para combater uma economia que se encontra em recessão.«Não me aflige o défice», o que me «aflige é que a recessão se agrave», afirmou.

O responsável, que discursava na VIII Conferência Anual do «Diário Económico» sobre as «Estratégias para Relançar a Economia Portuguesa», defendeu que «relançar a economia portuguesa começa a ser um imperativo», mesmo que em detrimento do cumprimento de um défice orçamental de 2,4% do PIB para este ano, uma meta que a própria ministra das Finanças já admitiu ser difícil de alcançar.

O PIB nacional caiu 0,7% no segundo semestre do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

«A economia (nacional) chegou a um ponto que requer o reforço dos estabilizadores automáticos e uma política moderadamente activa também para não passarmos do oito ao oitenta», defendeu Cadilhe.

O ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva definiu «quatro vias fundamentais» de política orçamental que «contribuam para a modernização e para a retoma da confiança».

A primeira passa pela manutenção corrente das infra-estruturas porque esta «é uma frente apreciável e é urgente fazê-la agora que estamos em recessão». Só desta forma se podem evitar casos como a queda da ponte de Entre-os-Rios para que «não se repitam nunca mais».

«O facto de ter descurado as despesas correntes de manutenção obriga a que as mesmas sejam incluídas numa rubrica de despesas de investimento», explicou Cadilhe.

A segunda medida inclui a realização das chamadas «reformas estruturais», apesar de «numa primeira fase, requerem mais despesa pública e só numa segunda fase se aumenta a eficiência. E é em (tempos de) recessão que as temos que fazer», argumentou.

A implementação imediata do choque fiscal é a terceira medida reclamada por Cadilhe. «Baixar o IRC é a melhor medida de política fiscal para a modernização do país», e tem de ser «para já». «Tenho pena que a primeira fase da medida esteja prevista só para 2004», lamentou.

A regularização dos pagamentos atrasados da administração e instituições públicas constitui a quarta via.

«Não é só cumprir o lema que o Estado é uma pessoa de bem; é altura de exigir que o Estado contribua para uma política de estabilização do país», afirmou Cadilhe.

«Não vale a pena estar a desorçamentar despesas com o adiar de pagamentos», até porque «o rigor financeiro é compaginável quer com o superávite quer com o défice público».

O ex-administrador do Banco Comercial Português (BCP) citou um inquérito da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã realizado junto dos seus associados para ilustrar algumas falhas no funcionamento da administração pública que prejudicam a economia nacional.

Segundo o estudo, realizado em conjunto pela API, as respostas revelam que o tempo é considerado o factor mais desproporcionado na relação entre os investidores e a administração pública e local.

O segundo factor mais citado «é a papelada», enquanto os custos das relações entre empresas e Estado surgem em terceiro lugar.

Por Luísa Bessa




por Canal de Negócios
 
Mensagens: 23939
Registado: 5/11/2002 11:30
Localização: 4


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Maverick StockMan e 251 visitantes