Para ler
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Muito embora....o Eduardo Lourenço....ainda não diga tudo.....já se aproxima de uma certa realidade.....está no caminho....
Por mais importante que seja o factor "petróleo", é pouca coisa comparado com o da componente quase orgânica representada pelo eixo Israel-Estados Unidos. Não no Israel democrático, mas o Israel integrista que não hesitou em liquidar Rabin, como em tempos outros "lobbies" liquidaram os Kennedy. O "lobby" sionista dos Estados Unidos considera vital a defesa de Israel e até se percebe cultural, ideológica e politicamente. A ameaça efectiva a Israel, cuja existência foi ratificada pela Nações Unidas, pode figurar, legitimamente, como um "casus belli" bem mais aceitável do que o pretexto do Kuwait. Mas os Estados Unidos nunca ousaram pôr a questão nestes termos. Com dificuldade, e algum mérito, conciliaram durante anos o direito à existência de Israel e o direito à autonomia da Palestina. O 11 de Setembro deu a ocasião a Sharon de diabolizar Arafat, assimilando-o a Bin Laden e levando Bush e a sua administração a assistir impávidos à conversão da Palestina numa espécie de "guetto" de Varsóvia a céu aberto. Assim se selou o destino político do Presidente Bush ao do implacável Sharon. O que era uma aliança fáctica tornou-se numa aliança mais que simbólica. Os inimigos de Israel são os inimigos dos Estados Unidos. Mas o laço entre ambos inverteu-se. São os Estados Unidos que precisam hoje da caução mítica de Israel. Não apenas do Israel político, mas do Israel cultural, do Israel potência mediática única do mundo ocidental e referência moral desse mundo, sobretudo depois de Auschwitz. Se Israel precisa de uma guerra no Iraque para depois, e através dela, estar em condições de gerir o absurdo conflito com a Palestina, o "lobby" texano-sionista não fará nada de mais extirpando cirúrgica e mediaticamente Saddam do ecrã da actualidade. A única questão é saber que outro Saddam, menos tirânico e mais subtil, ocupará o lugar sempre vazio de Saladino.
Antes de Saddam-Saladino desaparecer do ecrã planetário, já terá desaparecido da História, sem guerra alguma. "A velha Europa", hesitando, para acabar entre o papel de Hamlet e o de Cleópatra oferecendo-se nua aos pés de César. Há doze anos a Europa que contava (por ter mísseis) foi à sua última não-guerra para ter a ilusão de ser ainda comparsa na nova História do mundo que estava nascendo sem ela. Doze anos depois, o mais brilhante dançarino dessa velha Europa, depois da dança dos sete véus diante de Bush, aliciou mais sete mercenários para o duvidoso assalto a Bagdad. Só ele terá percebido que o alvo não é, nem nunca foi, Bagdad, como o não foi o Afeganistão (Rumsfeld "dixit") e ainda menos Bin Laden. O alvo é, sempre foi, pelo menos desde o fim da segunda guerra mundial que consumou o suicídio europeu - e de uma maneira clara desde a queda do muro de Berlim - a velhíssima, a brilhantíssima, a interessantíssima Europa. Em última análise, temos de estar gratos aos sete mercenários que depois da guerra irão em procissão a Bagdad em busca do seu dedal de petróleo. A Europa que assassinaram já estava morta. Foi o que Tony Blair, cenarista shakespeareano, percebeu. E ofereceu-a a Bush se fosse a jóia da família dele. Sempre é uma oferta de europeu. E ainda por cima, pai da noiva.
Vence, 6 de Fevereiro de 2003
destaque: Temos de estar gratos aos sete mercenários que depois da guerra irão em procissão a Bagdad em busca do seu dedal de petróleo. A Europa que assassinaram já estava morta.
Por mais importante que seja o factor "petróleo", é pouca coisa comparado com o da componente quase orgânica representada pelo eixo Israel-Estados Unidos. Não no Israel democrático, mas o Israel integrista que não hesitou em liquidar Rabin, como em tempos outros "lobbies" liquidaram os Kennedy. O "lobby" sionista dos Estados Unidos considera vital a defesa de Israel e até se percebe cultural, ideológica e politicamente. A ameaça efectiva a Israel, cuja existência foi ratificada pela Nações Unidas, pode figurar, legitimamente, como um "casus belli" bem mais aceitável do que o pretexto do Kuwait. Mas os Estados Unidos nunca ousaram pôr a questão nestes termos. Com dificuldade, e algum mérito, conciliaram durante anos o direito à existência de Israel e o direito à autonomia da Palestina. O 11 de Setembro deu a ocasião a Sharon de diabolizar Arafat, assimilando-o a Bin Laden e levando Bush e a sua administração a assistir impávidos à conversão da Palestina numa espécie de "guetto" de Varsóvia a céu aberto. Assim se selou o destino político do Presidente Bush ao do implacável Sharon. O que era uma aliança fáctica tornou-se numa aliança mais que simbólica. Os inimigos de Israel são os inimigos dos Estados Unidos. Mas o laço entre ambos inverteu-se. São os Estados Unidos que precisam hoje da caução mítica de Israel. Não apenas do Israel político, mas do Israel cultural, do Israel potência mediática única do mundo ocidental e referência moral desse mundo, sobretudo depois de Auschwitz. Se Israel precisa de uma guerra no Iraque para depois, e através dela, estar em condições de gerir o absurdo conflito com a Palestina, o "lobby" texano-sionista não fará nada de mais extirpando cirúrgica e mediaticamente Saddam do ecrã da actualidade. A única questão é saber que outro Saddam, menos tirânico e mais subtil, ocupará o lugar sempre vazio de Saladino.
Antes de Saddam-Saladino desaparecer do ecrã planetário, já terá desaparecido da História, sem guerra alguma. "A velha Europa", hesitando, para acabar entre o papel de Hamlet e o de Cleópatra oferecendo-se nua aos pés de César. Há doze anos a Europa que contava (por ter mísseis) foi à sua última não-guerra para ter a ilusão de ser ainda comparsa na nova História do mundo que estava nascendo sem ela. Doze anos depois, o mais brilhante dançarino dessa velha Europa, depois da dança dos sete véus diante de Bush, aliciou mais sete mercenários para o duvidoso assalto a Bagdad. Só ele terá percebido que o alvo não é, nem nunca foi, Bagdad, como o não foi o Afeganistão (Rumsfeld "dixit") e ainda menos Bin Laden. O alvo é, sempre foi, pelo menos desde o fim da segunda guerra mundial que consumou o suicídio europeu - e de uma maneira clara desde a queda do muro de Berlim - a velhíssima, a brilhantíssima, a interessantíssima Europa. Em última análise, temos de estar gratos aos sete mercenários que depois da guerra irão em procissão a Bagdad em busca do seu dedal de petróleo. A Europa que assassinaram já estava morta. Foi o que Tony Blair, cenarista shakespeareano, percebeu. E ofereceu-a a Bush se fosse a jóia da família dele. Sempre é uma oferta de europeu. E ainda por cima, pai da noiva.
Vence, 6 de Fevereiro de 2003
destaque: Temos de estar gratos aos sete mercenários que depois da guerra irão em procissão a Bagdad em busca do seu dedal de petróleo. A Europa que assassinaram já estava morta.
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
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