Não é "à dias " mas sim " há dias"
Queria dar os parabéns ao Visitante por ter tido a ideia de corrigir um erro de um dos amigos do caldeirão, muito sinceramente achei fantástico.
Julgo que este espaço também pode servir para aperfeiçoar o português dos participantes, mas confesso que nunca me tinha surgido essa ideia.
Fiquei também muito satisfeito com a adesão a este post, daí que sugira que esta prática se repita daqui para o futuro sempre que seja oportuno. Julgo que todos sairemos a ganhar. Pelo que vejo há aqui amigos com formações muito diversas (em áreas diversas, incluindo as línguas), o que permite reunir sinergias.
Fica a sugestão...
Julgo que este espaço também pode servir para aperfeiçoar o português dos participantes, mas confesso que nunca me tinha surgido essa ideia.
Fiquei também muito satisfeito com a adesão a este post, daí que sugira que esta prática se repita daqui para o futuro sempre que seja oportuno. Julgo que todos sairemos a ganhar. Pelo que vejo há aqui amigos com formações muito diversas (em áreas diversas, incluindo as línguas), o que permite reunir sinergias.
Fica a sugestão...
Cumprimentos,
Touro
Touro
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- Registado: 5/11/2002 14:09
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Mas....?!?!?
vocês não têm mais nada pra fazer
A certa altura da discussão perdi-me e pensei que estivesse no site da Porto Editora
Um abraço,
Vasco



A certa altura da discussão perdi-me e pensei que estivesse no site da Porto Editora

Um abraço,

Vasco
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- Registado: 8/11/2002 17:27
- Localização: 14
Este fórum dá azo a umas grandes gargalhadas de "vês" em quando. Bem pregava Frei Tomás...
Este e outros fóruns são pródigos em calinadas, sendo umas mais graves que outras. Desde os erros "normais" de ortografia, passando pelo desconhecimento total do que é a sintaxe, há (existe) de tudo. Atendendo à situação constatada, por apenas 4 acções da Portugal Telecom ou 19 acções da EDP (sem comissões, claro), está à disposição de quem quer saber mais ou relembrar assuntos olvidados uma boa gramática:
Cunha, C. e Cintra, L. (1984). Nova Gramática do Português Contemporâneo (11ª Ed., 1995). Lisboa, Edições João Sá da Costa, Lda. ISBN 972-9230-00-5.
A questão concreta está bem explicitada nas páginas 532 a 535, pelo que gostaria de reproduzir parte do seu conteúdo:
"4. Emprega-se como IMPESSOAL, isto é, sem sujeito, quando significa «existir», ou quando indica tempo decorrido. Nestes casos, em qualquer tempo, conjuga-se tão-somente na 3ª pessoa do singular:
Há trovoadas em toda a parte... (Miguel Torga, V, 158.)
Havia simples marinheiros; havia inferiores; havia escreventes e operários de bordo. (Lima Barreto, TFPQ, 279.)
Tinha adoecido, havia quinze dias. (Miguel Torga, NCM, 16.)
- Há dois dias que não vem trabalhar! (Luandino Vieira, NM, 129.)"
Estou convencido que esta explicação ajudará a perceber melhor questão tão complexa.
Aproveito esta oportunidade para tecer alguns comentários a um post que tantas reacções provocou sobre a idade dos 40. Bom, eu pertenço à geração nascida na década de 70 do século passado. Sim, século passado. Ainda por cima nasci numa grande cidade que dá pelo nome de Lisboa. Vão desculpar-me os mais velhos, mas eu que sou da geração do ZX Spectrum com os célebres Chuckie Egg, Manic Miner, Flight Simulator, Football Manager, entre outros, da geração dos primeiros jogos electrónicos da Nintendo (Snoopy a jogar ténis, por exemplo), do aparecimento da televisão a cores em Portugal, das séries televisivas e desenhos animados intemporais como Sandokan, Heidi, Conan (desenhos animados japoneses futurísticos), Escrava Isaura, Zé Gato, Duarte e Companhia, Cornélia, Tarzan entre outros tantos, não foi por tudo isso que deixei de gozar e bastante com as brincadeiras de rua. Era o jogo de futebol na estrada inclinada com o portão da garagem do laboratório farmacêutico como baliza, era a sessão de pugilato infantil quando nos chateávamos, eram os canudos pontiagudos de papel soprados de um tubo de polietileno com uns 25cm, era a ***** cega, era a apanhada, eram as escondidas, era o bate-o-pé, era o jogo das caricas no bordo do passeio, eram as corridas de carrinhos no passeio, eram as competições de skate (aqueles primeiros que custavam 500$00), eram os pára-quedistas de plástico que se lançava do 4º andar com uma pedrinha nas costas para descer mais depressa e não ser levado pelo vento, eram os aviões de papel atirados da janela, eram os sacos de água atirados para a rua para molhar quem passava, eram as tendas montadas em casa, as pistolas com fulminantes!, as bombas de mau cheiro, as pastilhas elásticas Pirata que davam cromos de comboios e aviões, era o bitoque, era o Apolo 70, o Imaviz, o Petzi, eram as paixões de verão, os mata-ratos fumados às escondidas (vulgo Kentucky), etc etc etc... Tanta coisa que poderia aqui ser dita!
Mudou assim tanta coisa? Isto passou-se nas décadas de 70 e 80. Ainda hoje isto acontece nalgumas regiões de Lisboa e noutras cidades do país onde a paranóia e o sistema de vida impessoal ainda não se instalou. Mais do que os putos, quem mudou foram aqueles que agora na casa dos 40, para cima e/ou para baixo, deixaram de ter tempo para os putos, de sair com eles à rua e refugiam-se no conforto protector de um Nintendo ou algo de similar. Alguém diz hoje, como nos diziam a nós na segunda metade da década de 80 do século passado, "ó, o que estais a fazer em casa? Ide passear, ide passear! Está um tempo dos diabos e vocês em casa." E nós íamos. Invadíamos os quintais, saltávamos muros, íamos roubar peras e maçãs ao padre, fugíamos à noite da polícia pela cidade fora só porque tínhamos arrancado umas maçãs de umas árvores num quintal particular. Confesso que hoje, há cada vez menos quintais com árvores de fruto nas cidades...
Termino agradecendo igualmente à Pata-Hari a sua amabilidade em manter-nos actualizados com as cotações.
Provedor
Este e outros fóruns são pródigos em calinadas, sendo umas mais graves que outras. Desde os erros "normais" de ortografia, passando pelo desconhecimento total do que é a sintaxe, há (existe) de tudo. Atendendo à situação constatada, por apenas 4 acções da Portugal Telecom ou 19 acções da EDP (sem comissões, claro), está à disposição de quem quer saber mais ou relembrar assuntos olvidados uma boa gramática:
Cunha, C. e Cintra, L. (1984). Nova Gramática do Português Contemporâneo (11ª Ed., 1995). Lisboa, Edições João Sá da Costa, Lda. ISBN 972-9230-00-5.
A questão concreta está bem explicitada nas páginas 532 a 535, pelo que gostaria de reproduzir parte do seu conteúdo:
"4. Emprega-se como IMPESSOAL, isto é, sem sujeito, quando significa «existir», ou quando indica tempo decorrido. Nestes casos, em qualquer tempo, conjuga-se tão-somente na 3ª pessoa do singular:
Há trovoadas em toda a parte... (Miguel Torga, V, 158.)
Havia simples marinheiros; havia inferiores; havia escreventes e operários de bordo. (Lima Barreto, TFPQ, 279.)
Tinha adoecido, havia quinze dias. (Miguel Torga, NCM, 16.)
- Há dois dias que não vem trabalhar! (Luandino Vieira, NM, 129.)"
Estou convencido que esta explicação ajudará a perceber melhor questão tão complexa.
Aproveito esta oportunidade para tecer alguns comentários a um post que tantas reacções provocou sobre a idade dos 40. Bom, eu pertenço à geração nascida na década de 70 do século passado. Sim, século passado. Ainda por cima nasci numa grande cidade que dá pelo nome de Lisboa. Vão desculpar-me os mais velhos, mas eu que sou da geração do ZX Spectrum com os célebres Chuckie Egg, Manic Miner, Flight Simulator, Football Manager, entre outros, da geração dos primeiros jogos electrónicos da Nintendo (Snoopy a jogar ténis, por exemplo), do aparecimento da televisão a cores em Portugal, das séries televisivas e desenhos animados intemporais como Sandokan, Heidi, Conan (desenhos animados japoneses futurísticos), Escrava Isaura, Zé Gato, Duarte e Companhia, Cornélia, Tarzan entre outros tantos, não foi por tudo isso que deixei de gozar e bastante com as brincadeiras de rua. Era o jogo de futebol na estrada inclinada com o portão da garagem do laboratório farmacêutico como baliza, era a sessão de pugilato infantil quando nos chateávamos, eram os canudos pontiagudos de papel soprados de um tubo de polietileno com uns 25cm, era a ***** cega, era a apanhada, eram as escondidas, era o bate-o-pé, era o jogo das caricas no bordo do passeio, eram as corridas de carrinhos no passeio, eram as competições de skate (aqueles primeiros que custavam 500$00), eram os pára-quedistas de plástico que se lançava do 4º andar com uma pedrinha nas costas para descer mais depressa e não ser levado pelo vento, eram os aviões de papel atirados da janela, eram os sacos de água atirados para a rua para molhar quem passava, eram as tendas montadas em casa, as pistolas com fulminantes!, as bombas de mau cheiro, as pastilhas elásticas Pirata que davam cromos de comboios e aviões, era o bitoque, era o Apolo 70, o Imaviz, o Petzi, eram as paixões de verão, os mata-ratos fumados às escondidas (vulgo Kentucky), etc etc etc... Tanta coisa que poderia aqui ser dita!
Mudou assim tanta coisa? Isto passou-se nas décadas de 70 e 80. Ainda hoje isto acontece nalgumas regiões de Lisboa e noutras cidades do país onde a paranóia e o sistema de vida impessoal ainda não se instalou. Mais do que os putos, quem mudou foram aqueles que agora na casa dos 40, para cima e/ou para baixo, deixaram de ter tempo para os putos, de sair com eles à rua e refugiam-se no conforto protector de um Nintendo ou algo de similar. Alguém diz hoje, como nos diziam a nós na segunda metade da década de 80 do século passado, "ó, o que estais a fazer em casa? Ide passear, ide passear! Está um tempo dos diabos e vocês em casa." E nós íamos. Invadíamos os quintais, saltávamos muros, íamos roubar peras e maçãs ao padre, fugíamos à noite da polícia pela cidade fora só porque tínhamos arrancado umas maçãs de umas árvores num quintal particular. Confesso que hoje, há cada vez menos quintais com árvores de fruto nas cidades...
Termino agradecendo igualmente à Pata-Hari a sua amabilidade em manter-nos actualizados com as cotações.

Provedor
-
Visitante
Bem isto já parece um site sobre Português
Aconselho uma visita ao site www.ciberduvidas.com. ia fechar mas felizmente continua. é excelente para tirar essas dúvidas e outras.
Todo o esforço é pouco para melhorar o uso da língua. no estado em q estão por exemplo os media... Mas o pp ensino não está melhor. Já li erros crassos em doutorados, pex
Todo o esforço é pouco para melhorar o uso da língua. no estado em q estão por exemplo os media... Mas o pp ensino não está melhor. Já li erros crassos em doutorados, pex
"MASTER RULE: STOP LOSS."
"Plan the trade, trade the plan. Don't let fear or greed get in the way."
"Plan the trade, trade the plan. Don't let fear or greed get in the way."
lol
lololol
Abraço, JAS
Fernando dos Aidos

Abraço, JAS
Fernando dos Aidos
Oh! Fernando...
Fernando dos Aidos Escreveu:"Agradeço à Pata-Hari por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
No masculino ficaria
"Agradeço ao Ulisses por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
Eu na escola aprendi que o masculino de "pata" se escreve "pato"...
Tu andas a chamar "pato" ao Ulisses?



JAS
Bom, procurando ser breve...
Só gostaria de acrescentar ao que aqui foi dito sobre esta questão, que usamos HÁ numa frase quando referimos ao "tempo", assim como:
Há dois anos
Há duas semanas
Há dois dias
Há muito tempo que eu não te via....
Simples!
Surfer




Simples!

Surfer
Bem, a minha professora da primária, ensinou-me que é com "h" sempre que se pode substituir por "haver" e falar como os estrageiros que estão a aprender português e que não sabem conjugar os verbos. Tipo Boloni, heheheh! Por exemplo:
"Alors, haver adeptos descontentes com a l'equipó, mé... haver jogadores que ter jogado muito bem, outros jogadores esquecer de marcar golos porque haver noites perdidas na...24 Julho. Benfica ser melhor, jogar melhor, mé... eu gostar mais do empate.
Um abraço
j.pinto
"Alors, haver adeptos descontentes com a l'equipó, mé... haver jogadores que ter jogado muito bem, outros jogadores esquecer de marcar golos porque haver noites perdidas na...24 Julho. Benfica ser melhor, jogar melhor, mé... eu gostar mais do empate.
Um abraço
j.pinto
há e à...
Não resisto a colocar também um post aqui.
Embora seja muito frequente escrever-se com gralhas na net (certamente que eu devo ter imensas), há erros que se podem evitar. Assim, pode ser que haja jornalistas que venham ler os posts do caldeirão e evitem cometer esses erros nos jornais
.
- "Há" é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver.
- "À" é a contracção da preposição "a" com o artigo definido "a".
Penso que é fácil distinguir. Basta tentar formar o masculino, No caso de "há" fica na mesma, no caso de "à", muda para "ao".
Por exemplo:
"Há duas semana, o Psi20 desceu."
Tentemos algo idêntico no masculino:
"Há dois dias, o Psi20 desceu."
No entanto:
"Agradeço à Pata-Hari por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
No masculino ficaria
"Agradeço ao Ulisses por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
E, já agora, aqui fica esse agradecimento...
Um abraço
Fernando dos Aidos
Embora seja muito frequente escrever-se com gralhas na net (certamente que eu devo ter imensas), há erros que se podem evitar. Assim, pode ser que haja jornalistas que venham ler os posts do caldeirão e evitem cometer esses erros nos jornais

- "Há" é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver.
- "À" é a contracção da preposição "a" com o artigo definido "a".
Penso que é fácil distinguir. Basta tentar formar o masculino, No caso de "há" fica na mesma, no caso de "à", muda para "ao".
Por exemplo:
"Há duas semana, o Psi20 desceu."
Tentemos algo idêntico no masculino:
"Há dois dias, o Psi20 desceu."
No entanto:
"Agradeço à Pata-Hari por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
No masculino ficaria
"Agradeço ao Ulisses por colocar as cotações do Psi20 no caldeirão."
E, já agora, aqui fica esse agradecimento...

Um abraço
Fernando dos Aidos
Learner,
A explicação é interessante, sem dúvida.
Apenas um apontamento:
"àquele" e "àquela" escrevem-se com acento grave. Aliás, estas duas palavras, em conjunto com o "à" (bem como os respectivos plurais) são as únicas em português grafadas com acento grave.
1 abraço,
Elias
A explicação é interessante, sem dúvida.
Apenas um apontamento:
"àquele" e "àquela" escrevem-se com acento grave. Aliás, estas duas palavras, em conjunto com o "à" (bem como os respectivos plurais) são as únicas em português grafadas com acento grave.
1 abraço,
Elias
- Mensagens: 35428
- Registado: 5/11/2002 12:21
- Localização: Barlavento
Há ou à? (ensinamento antigo)
Caros colegas,
Desculpem estar a meter a colherada, mas não resisti em partilhar convosco um ensinamento da minha professora primária, que nunca esqueci, e que funciona sempre:
- substituímos o “a” por “áquele” e por “existe”, na conjugação respectiva;
- verificamos o que fica melhor na expressão em causa e decidimos por “à” se ficar melhor “áquele”, ou por “há” se ficar melhor “existe”.
Por exemplo:
- Fui à loja (fica melhor “fui áquela loja” do que “fui existe loja”);
- Há dias que não durmo (fica melhor “existem dias que não durmo” do que “áqueles dias que não durmo”).
Vão ver que nunca falha! hehehe
Espero que tenha ajudado.
Grande abraço
Learner
Desculpem estar a meter a colherada, mas não resisti em partilhar convosco um ensinamento da minha professora primária, que nunca esqueci, e que funciona sempre:
- substituímos o “a” por “áquele” e por “existe”, na conjugação respectiva;
- verificamos o que fica melhor na expressão em causa e decidimos por “à” se ficar melhor “áquele”, ou por “há” se ficar melhor “existe”.
Por exemplo:
- Fui à loja (fica melhor “fui áquela loja” do que “fui existe loja”);
- Há dias que não durmo (fica melhor “existem dias que não durmo” do que “áqueles dias que não durmo”).
Vão ver que nunca falha! hehehe
Espero que tenha ajudado.
Grande abraço
Learner
- Mensagens: 56
- Registado: 5/11/2002 19:15
- Localização: Leca do Balio
Ehehe... Ulisses, agora não resisti a quebrar o meu silêncio «semanal»...
Entre os portugueses?... Ehehe... Pudera... Os ingleses não têm o verbo HAVER. E quem diz os ingleses...
hihihi
Entre os portugueses?... Ehehe... Pudera... Os ingleses não têm o verbo HAVER. E quem diz os ingleses...

hihihi
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.