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Reduzir o peso das acções nos portefólios_Schroders

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Reduzir o peso das acções nos portefólios_Schroders

por Alfred E. Neuman » 28/8/2004 16:46

Colaboração Schroders
Reduzir o peso das acções nos portefólios


24-08-2004, Leonardo Mathias
http://www.semanarioeconomico.iol.pt

A retoma da actividade económica global está a atingir o auge, as taxas de juro estão a subir e esperamos que o crescimento dos lucros nos EUA abrande antes do final do ano.

Continuamos a reduzir o risco, diminuindo a nossa sobre-ponderação em acções e investindo o resultado em numerário. A retoma da actividade económica global está a atingir o auge, as taxas de juro estão a subir e esperamos que o crescimento dos lucros nos EUA abrande antes do final do ano.
As notícias económicas recentes nos EUA foram mais fracas do que o previsto, sobretudo devido ao impacto do agravamento dos preços do petróleo. Apesar dos sinais de crescimento mais fraco, a inflação está a subir e ainda esperamos que a Reserva Federal aumente as taxas de juro para um nível neutro. Outras economias foram menos afectadas pelo preço do petróleo, mas prevemos que ele se reflicta no crescimento da Ásia, um importante importador de petróleo. Esta região sofre também com o abrandamento do crescimento na China.
Estamos, portanto, a reduzir mais o investimento em sectores cíclicos nas nossas carteiras globais, moderando a sobre-ponderação nos mercados emergentes. No entanto, reconhecendo o recente enfraquecimento dos mercados accionistas e o aumento do sentimento negativo, a nossa alteração foi inferior à do mês passado e continuamos com uma ligeira sobre-ponderação em acções. Estas parecem representar ainda melhor valor do que as obrigações e, numa perspectiva de curto prazo, há uma probabilidade considerável de que o crescimento recupere durante este trimestre. Por exemplo, é provável que os números fracos relativos ao emprego nos EUA e referentes a Julho não traduzam com exactidão a força do mercado de trabalho norte-americano.


Mercados accionistas

l No segundo trimestre, o agravamento dos preços do petróleo teve um efeito negativo na actividade económica dos EUA, tendo o crescimento do consumo caído para apenas 1%, a uma taxa anualizada. Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal, considerou este enfraquecimento temporário, e a opinião geral é que a economia irá acelerar novamente durante este trimestre. Os dados fracos de Julho relativamente ao emprego fizeram surgir dúvidas acerca da sustentabilidade do crescimento, mas de uma forma geral pensamos que é provável que estes dados de curto prazo não traduzam a força subjacente do mercado de trabalho. Com as pressões inflacionistas a aumentarem, esperamos que a Reserva Federal continue a subir as taxas de juro (do nível actual de 1,5% para 2% até ao final deste ano, e 4% até ao final de 2005). Esperamos também que, em 2005, o crescimento dos lucros abrande para cerca de 3%, em termos homólogos (a nossa previsão é de 21% para este ano). Com os lucros como percentagem do PIB a um nível elevado, a margem para os lucros empresariais ultrapassarem o ritmo de crescimento do PIB é cada vez mais limitada. Estamos também prudentes em relação ao dólar e mantemos uma sub-ponderação.
l Continuamos com uma ligeira sobre-ponderação no Reino Unido, um mercado defensivo que oferece um valor razoável. A economia britânica foi uma das menos afectadas pelo aumento dos preços do petróleo, tendo o PIB crescido 0,9% no segundo trimestre, em termos homólogos. As taxas de juro estão a subir, tendo o recente aumento de 25 pontos base sido amplamente aguardado pelo mercado, mas, em termos históricos, deverão manter-se a níveis moderados. Esperamos que, em 2005, o crescimento dos lucros seja bastante superior ao das empresas norte-americanas.

l Na Europa excluindo o Reino Unido, as avaliações das acções são razoáveis. Estas economias também têm resistido bem ao agravamento dos preços do petróleo. Embora não seja totalmente imune, a Europa é menos afectada pelo impacto do aumento dos preços do crude devido à elevada componente fiscal no petróleo e à elevada eficiência energética. As sondagens junto das empresas indicam que a confiança está a aumentar, tendo os resultados em Julho melhorado na Alemanha, França, Itália e Bélgica. Estamos também confiantes em que as notícias referentes às empresas também irão melhorar. O ímpeto dos lucros é agora positivo e os elevados níveis de cash flow poderão conduzir a um aumento da actividade empresarial.

l O Japão continua a ser a nossa convicção mais forte. As notícias macroeconómicas não foram tão fortes em Julho como nos meses anteriores e o mercado também sofreu o impacto do enfraquecimento global dos títulos tecnológicos. A razão para continuarmos a privilegiar este mercado situa-se ainda ao nível empresarial. A redução de custos e a reestruturação estão a levar a um forte crescimento dos lucros das maiores empresas japonesas e à medida que os investidores se aperceberem disto, num contexto de aumento global das taxas de juro, esperamos que o regresso às empresas de qualidade ganhe ritmo.

l Continuamos com uma ligeira sub-ponderação na região do Pacífico excluindo o Japão. Os elevados preços do petróleo, o aumento das taxas norte-americanas e o abrandamento do crescimento económico da China vão travar o crescimento da região durante o próximo ano. Estamos a assumir uma atitude cada vez mais defensiva relativamente às acções, evitando as empresas chinesas.
l Reduzimos a nossa sobre-ponderação nos mercados emergentes pelo terceiro mês consecutivo. Estes mercados oferecem um valor razoável, mas não existe já uma razão forte para manter uma grande sobre-ponderação baseada apenas na avaliação. Além disso, os mercados emergentes têm tendência para registar um mau desempenho nesta fase do ciclo e poderão ser vulneráveis ao nervosismo contínuo dos investidores globais.


Mercados obrigacionistas

l Continuamos com uma sub-ponderação em obrigações: pensamos que os mercados obrigacionistas extrapolaram exageradamente o recente enfraquecimento temporário da economia, e que não descontaram na totalidade os aumentos das taxas de juro que ainda vão ser efectuados este ano. Como resultado, as yields das obrigações do Tesouro norte-americano a cinco anos, que estão abaixo dos 3,5%, são caras. Continuamos com uma sub-ponderação em títulos de dívida pública.
l Em termos gerais, reduzimos a sensibilidade ao risco de taxa de juro nas nossas carteiras de obrigações. Na escolha de maturidades, posicionamo-nos para uma diminuição da inclinação da curva de rendimentos uma vez que, num contexto de aumento das taxas de juro, as maturidades mais curtas têm pior desempenho do que os títulos com maturidades longas.
l Estamos neutros em obrigações de empresas, que estão a transaccionar perto do máximo do seu intervalo. Continuamos a investir apenas em empresas relativamente às quais os nossos analistas de crédito têm fortes convicções, e cujos cash flows e balanços sólidos deverão atenuar este risco.
l Estamos neutros em obrigações de alto risco . Esperamos que o excesso de especulação nos mercados globais de crédito diminua, e estas obrigações irão ficar também sob pressão à medida que os mercados começarem a descontar a verdadeira dimensão dos aumentos das taxas.
l Permanecemos neutros relativamente às obrigações indexadas à inflação globais. No entanto, mantemos uma exposição de sobre-ponderação nas obrigações indexadas à inflação tanto nos EUA como na zona euro.
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