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Caldeirão da Bolsa

Newsletter Semanal BIG

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Newsletter Semanal BIG

por Alfred E. Neuman » 20/8/2004 19:13

E-NEWSLETTER SEMANAL BIG
20 DE AGOSTO, 2004



Acções: De regresso aos ganhos?

Uma semana depois de atingidos novos mínimos do ano, as principais praças
internacionais interromperam a série negra de desvalorizações através de um
conjunto de sessões positivas em que os investidores pareceram abstrair-se da
escalada imparável do preço do petróleo. Dessa forma, mesmo com o crude a
transaccionar em Nova Iorque já acima dos USD 49 por barril, os índices bolsistas
Dow Jones e DAX reconquistaram os níveis dos 10.000 e 3.700 pontos
respectivamente.
De facto, a correcção agressiva sentida desde o início de Julho, abriu a porta a
interessantes oportunidades de investimento, particularmente em títulos que
negoceiam neste momento com múltiplos de mercado historicamente baixos. Os
sectores tecnológico e financeiro foram dois dos preferidos pelos investidores,
aproveitando os níveis técnicos de sobrevenda e a sua maior sensibilidade a
flutuações do mercado. Sem querer amplificar a importância atribuída à
recuperação dos últimos dias, a chegada do mês de Setembro e de uma maior
liquidez aos mercados accionistas, poderá revelar-se decisiva atribuindo
sustentabilidade ao movimento.
Foi também a semana de estreia da Google no tecnológico Nasdaq – e que
estreia! Depois da revisão em baixa do intervalo previsto para o IPO dos USD
108-135 para os USD 85-95 por acção poucos esperariam que o motor de busca
mais utilizado no mundo encerrasse o primeiro dia de negociação com uma
valorização superior a 18%. Pelos vistos, ainda que o actual cenário macro –
abrandamento económico no segundo trimestre - e geopolítico – ameaça do
terrorismo - , sugira alguma cautela na tomada de decisões de investimento,
existem ainda compradores dispostos a pagar prémios substanciais pelas, assim
designadas, growth stocks.
A força demonstrada pelo mercado - não tanto pelo que o mercado subiu mas
pelas condições em que subiu – parece indicar que o downside aos actuais níveis
será relativamente limitado. De referir ainda que, com o preço do petróleo a
entrar em níveis técnicos de sobrecompra, uma eventual correcção da
commodity, ainda que não antecipada pelos analistas, poderia alimentar novo movimento de recuperação no mercado de equity. Na próxima semana, pouco
rica em termos de indicadores macro e microeconómicos, apenas uma referência
para o indicador de confiança do consumidor norte americano divulgado pela
Universidade do Michigan e para o indicador da envolvente empresarial na
Alemanha (IFO).

Ricardo Duarte Silva


COMMODITIES

A evolução do preço do barril de crude tem sido realmente impressionante e até
mesmo surpreendente para alguns investidores. Desde finais do mês de Junho
que o preço do commodity tem subido ininterruptamente a uma média semanal
de 3.2%. Esta semana o futuro sobre o crude oil registou um novo máximo
ultrapassando a barreira dos Usd 49 em Nova Iorque. Com a elevada procura
existente e com intensificação da tensão no Médio Oriente o mercado terá
grandes dificuldades em reverter este movimento especialmente se
considerarmos que os principais produtores estão a operar nos seus limites. A
OPEP, alertando para o impacto claramente negativo que esta subida de preços
está a causar no crescimento económico das principais economias, irá reunir no próximo mês com outros países não membros no sentido de acordarem um
aumento da oferta.

Rui Broega


CAMBIAL


O euro desde Março tem vindo de forma persistente a transaccionar no intervalo
entre 1,20 e 1,24, aproximadamente. Presentemente, encontra-se no topo desse
“range”, tendo-se situado nas últimas sessões em torno dos 1,23. O mercado,
caracterizado por uma menor liquidez típica do período estival, tem continuado a
penalizar o dólar motivado pela apreensão relacionada com um certo
arrefecimento económico registado nos Estados Unidos nos últimos dois meses
concomitantemente com a expansão do seu défice externo para níveis dificilmente
sustentáveis a longo prazo. Um Consumer Price Index (CPI) de Julho abaixo do
esperado (-0.1% quando se aguardava 0,2%) reflectiu de forma inesperada que
as pressões inflacionistas enfraqueceram apesar da alta dos preços dos bens
energéticos, reflectindo que a Reserva Federal Americana poderá não voltar a
subir a sua taxa de juro de referência antes das eleições presidenciais americanas
no início de Novembro.
Por outro lado, a instabilidade geo-política com centro no Iraque e os sucessivos
máximos históricos registados pelo petróleo têm contribuído para uma maior
aversão ao risco e uma consequente maior procura dos chamados activos refúgio,
entre os quais, em termos de divisas, se inclui a moeda única europeia. Os
investidores têm presente, contudo, que estamos provavelmente perante uma
mini-bolha no preço do “crude oil” motivada em grande medida pela acção de
especuladores mais do que propriamente por justificações fundamentais, o que
aliás já começa a ser comprovado pela recuperação dos principais índices
accionistas, aparentemente alheios a um preço do petróleo nos 49 dólares! Desse
modo, e pondo de parte uma evolução inesperada das tensões geo-políticas,
acreditamos que, no curto prazo, o mercado voltará a estar comprador de
dólares, conduzindo o euro para níveis em torno de 1,22.

Manuel Dias Coelho


OBRIGACIONISTA

Passou uma semana e nada mudou nos mercados obrigacionistas. A falta de
liquidez do mercado, típica deste período do ano, adormeceu os investidores que
viraram a sua atenção para outros mercados, como é o caso do petróleo. A mais
badalada commodity bateu consecutivamente máximos históricos durante a
semana estando a cotar na bolsa de New York acima dos 49 USD / Barril. A
desenfreada subida do preço do crude, que muitos já vaticinam como a próxima
bolha a rebentar, veio novamente pesar na cabeça dos investidores e avivar as
palavras de Alan Greenspan, que apontou a subida dos preços da energia como
principal responsável pelo abrandamento do crescimento verificado no segundo
trimestre do ano. Uma coisa é certa, esta subida dos preços do petróleo não está
a ter repercussões nos preços core dos consumidores. Se retirarmos o efeito da
gasolina e da energia nos cabazes das famílias, que têm sentido um agravamento
comparável a um aumento de impostos nos últimos 2 meses, a inflação tem-se
mantido inalterada ou pouco tem crescido, o que tem retirado algumas das
expectativas do mercado sobre futuras subidas de taxas por parte do FED. No
entanto, quem não pensou isso foram os americanos que aproveitaram mais uma
vez a quedas das taxas de longo prazo para refinanciarem as condições dos seus
créditos à habitação, com a expectativa de que embora a economia venha a
abrandar ainda mais nos meses que se seguem, os actuais níveis de taxas de juro
são historicame nte níveis muito atractivos para garantir baixas prestações de
empréstimos.

Pedro Noronha
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