Morreu Carlos Paredes
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O zelareka deve viver em Boston,longe de Portugal
e da nossa realidade e talvez por isso é que o seu humor seja tão rasca...
Talvez nunca tenha ouvido Carlos Paredes, nem nunca tenha ouvido sequer falar no seu nome
.
Enfim,acho que para um utilizador registado é mais um dos que não deixa nada de útil neste forum....,muito pelo contrário
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Talvez nunca tenha ouvido Carlos Paredes, nem nunca tenha ouvido sequer falar no seu nome

Enfim,acho que para um utilizador registado é mais um dos que não deixa nada de útil neste forum....,muito pelo contrário

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A ideia é que apesar de ficar muito triste com a morte dele, essa tristeza é compensada por pensar que se eu estivesse na situação dele, encarava a morte como um alívio e não algo triste e deprimente...
É que acompanhar pessoas com doenças terminais em que a esperança numa cura é nula é muito triste e deprimente... são situações difíceis para os familiares que normalmente encaram a morte não como uma desgraça mas sim como o fim do sofrimento de alguém que lhes é muito querido...
Um abraço
Nunofaustino
É que acompanhar pessoas com doenças terminais em que a esperança numa cura é nula é muito triste e deprimente... são situações difíceis para os familiares que normalmente encaram a morte não como uma desgraça mas sim como o fim do sofrimento de alguém que lhes é muito querido...
Um abraço
Nunofaustino
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
nunofaustino Escreveu:Infelizmente para a música e cultura mundial, o sofrimento do Carlos Paredes acabou.
Ao ler esta frase, o meu ouvido deu um apito....parecia que estava a ler... "Infelizmente (...) o sofrimento (...) acabou."
Claro que devia querere dizer "Infelizmente para a música e cultura mundial, mas felizmente o sofrimento do Carlos Paredes acabou."
Caro Nuno, não leve a mal


Mas aproveito para manifestar o meu pesar. É uma enorme perda para a musica mundial, uma grande perda para a nossa guitarra portuguesa.
Nobody is perfect. But who wants to be Nobody?
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Morreu Carlos Paredes
MORREU CARLOS PAREDES
O mestre da guitarra portuguesa Carlos Paredes morreu na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, vítima de insuficiência renal. Tinha 79 anos de idade e deixa ao Mundo um legado único de excelência na composição e interpretação de um instrumento que cresceu com ele próprio.
d.r.
Carlos Paredes (1925 - 2004)
Carlos Paredes estava acamado há 11 anos, desde 1993, altura em que lhe foi diagnosticada uma mielopatia, doença degenerativa da estrutura óssea que o afastou da guitarra e da vida. Há dois dias, um dos rins deixou de funcionar e o mestre não resistiu, falecendo esta madrugada, cerca das 5h45, na Fundação-Lar Nossa Senhora da Saúde.
O corpo está em câmara ardente na Basílica da Estrela. A missa fúnebre realiza-se amanhã, sábado, pelas 14h30, saindo o cortejo fúnebre às 15h30, para o Talhão dos Artistas no Cemitério dos Prazeres.
HERDEIRO DE TRADIÇÃO FAMILIAR
Nascido em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925, Carlos Paredes começou a estudar guitarra portuguesa aos 4 anos de idade, seguindo uma tradição familiar que passara de geração em geração desde o seu bisavô.
Foi o pai quem lhe ensinou os primeiros acordes e foi com o pai que começou a tocar, mostrando desde logo uma aptidão para o dedilhar que havia de desenvolver até ao encanto. Dizia-lhe o pai, nos primeiros tempos a tocar a dois, que o filho não sabia acompanhar.
Carlos Paredes nascera para muito mais que isso e levou a guitarra portuguesa à maturidade que lhe faltava, a de ser muito mais que um instrumento de acompanhamento.
CINEMA E TEATRO
O génio de Carlos Paredes foi precoce. Em 1934, com nove anos de idade, muda-se para Lisboa e grava o seu primeiro disco em 1957, um EP a que chamou, simplesmente, “Carlos Paredes”. Em 1960 inicia uma profícua colaboração com o cinema, compondo e tocando bandas sonoras para “Rendas de Metais Preciosos” (de Cândido da Costa Pinto), “Verdes Anos” (de Paulo Rocha, 1962), “Fado Corrido” (de Jorge Brum do Canto, 1964), “As Pinturas do Meu Irmão Júlio” (de Manoel de Oliveira, 1965), “Mudar de Vida” (de Paulo Rocha, 1966), “Crónica do Esforço Perdido” (de António de Macedo, 1966, parcial), “A Cidade” (de José Fonseca e Costa, 1968), “Tráfego e Estiva” (de Manuel Guimarães, 1968), “The Columbus Route” (de José Fonseca e Costa, 1969) e “Hello Jim” (de Augusto Cabrita, 1970).
O mestre também emprestou a sua singular genialidade de composição e de interpretação da guitarra portuguesa ao teatro e à dança. Compôs a banda sonora da peça de teatro “O Avançado Centro Morreu ao Amanhacer” (de Augusto Cuzzani, posta em cena pelo Teatro de Campolide, que até 1977 fez parceria com Carlos Paredes) e do bailado “Danças para uma Guitarra” (coreografado por Vasco Wallemkamp, em 1982).
DISCOGRAFIA
Depois dos EPs “Carlos Paredes” (1957), “Verdes Anos” (1962), “Romance nº 2” (1968), “Fantasia” (1968) e “Porto Santo” (1968), Carlos Paredes edita, também em 1968, o seu primeiro álbum, “Guitarra Portuguesa”, com Fernando Alvim à vioa, no qual se incluem um dos temas de mais difícil interpretação, “Variações em Ré Maior” (a abrir o disco), e o encantador “Canção Verdes Anos”.
Seguem-se “Balada de Coimbra” (um EP de 1971), “Movimento Perpétuo” (o segundo álbum, de 1971), “António Marinheiro” (EP de 1972), “É Preciso um País” (1975, com poemas lidos por Manuel Alegre), “Concerto em Frankfurt” (1983), “Invenções Livres” (1986, com António Vitorino d’Almeida), “Espelho de Sons” (1988) e “Dialogues” (1990, com o músico de jazz Charlie Haden).
Edita ainda “Asas Sobre o Mundo” (1992), “O Melhor dos Melhores” (1994), “Na Corrente” (1996), “O Melhor de C. Paredes” (1998) e “Canções para Titi” (2001).
"A COISA AGRADA-LHES"
Carlos Paredes deixa nos discos uma herança com a dimensão de tesouro nacional e deixa na memória de que o viu e ouviu o sabor de momentos de magia e encanto. Ninguém tocava guitarra portuguesa como ele, debruçado sobre o instrumento numa cumplicidade caracterizadora, dedilhava as cordas como se a elas pertencesse e extraía delas uma harmonia sonora única e apaixonante. Teve como principais acompanhantes à viola Fernando Alvim (de 1959 a 1984) e depois Luísa Amaro, companheira de música e de vida nas últimas duas décadas.
Apesar de mestre e encantador de almas, Carlos Paredes era uma pessoa de uma simplicidade extrema, um homem conhecido pela música mas que nunca viveu apenas dela, mantendo o seu emprego como arquivador de radiografias no Hospital de São José até à reforma.
Também era comunista, mas nem isso lhe tolheu o reconhecimento. A sua música sobrepôs-se à vida. Como ele próprio disse, em entrevista ao jornal “Público”, em 1990: “As pessoas gostam de me ouvir tocar guitarra, a coisa agrada-lhes e eles aderem. Não há mais nada”.
O mestre da guitarra portuguesa Carlos Paredes morreu na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, vítima de insuficiência renal. Tinha 79 anos de idade e deixa ao Mundo um legado único de excelência na composição e interpretação de um instrumento que cresceu com ele próprio.
d.r.
Carlos Paredes (1925 - 2004)
Carlos Paredes estava acamado há 11 anos, desde 1993, altura em que lhe foi diagnosticada uma mielopatia, doença degenerativa da estrutura óssea que o afastou da guitarra e da vida. Há dois dias, um dos rins deixou de funcionar e o mestre não resistiu, falecendo esta madrugada, cerca das 5h45, na Fundação-Lar Nossa Senhora da Saúde.
O corpo está em câmara ardente na Basílica da Estrela. A missa fúnebre realiza-se amanhã, sábado, pelas 14h30, saindo o cortejo fúnebre às 15h30, para o Talhão dos Artistas no Cemitério dos Prazeres.
HERDEIRO DE TRADIÇÃO FAMILIAR
Nascido em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925, Carlos Paredes começou a estudar guitarra portuguesa aos 4 anos de idade, seguindo uma tradição familiar que passara de geração em geração desde o seu bisavô.
Foi o pai quem lhe ensinou os primeiros acordes e foi com o pai que começou a tocar, mostrando desde logo uma aptidão para o dedilhar que havia de desenvolver até ao encanto. Dizia-lhe o pai, nos primeiros tempos a tocar a dois, que o filho não sabia acompanhar.
Carlos Paredes nascera para muito mais que isso e levou a guitarra portuguesa à maturidade que lhe faltava, a de ser muito mais que um instrumento de acompanhamento.
CINEMA E TEATRO
O génio de Carlos Paredes foi precoce. Em 1934, com nove anos de idade, muda-se para Lisboa e grava o seu primeiro disco em 1957, um EP a que chamou, simplesmente, “Carlos Paredes”. Em 1960 inicia uma profícua colaboração com o cinema, compondo e tocando bandas sonoras para “Rendas de Metais Preciosos” (de Cândido da Costa Pinto), “Verdes Anos” (de Paulo Rocha, 1962), “Fado Corrido” (de Jorge Brum do Canto, 1964), “As Pinturas do Meu Irmão Júlio” (de Manoel de Oliveira, 1965), “Mudar de Vida” (de Paulo Rocha, 1966), “Crónica do Esforço Perdido” (de António de Macedo, 1966, parcial), “A Cidade” (de José Fonseca e Costa, 1968), “Tráfego e Estiva” (de Manuel Guimarães, 1968), “The Columbus Route” (de José Fonseca e Costa, 1969) e “Hello Jim” (de Augusto Cabrita, 1970).
O mestre também emprestou a sua singular genialidade de composição e de interpretação da guitarra portuguesa ao teatro e à dança. Compôs a banda sonora da peça de teatro “O Avançado Centro Morreu ao Amanhacer” (de Augusto Cuzzani, posta em cena pelo Teatro de Campolide, que até 1977 fez parceria com Carlos Paredes) e do bailado “Danças para uma Guitarra” (coreografado por Vasco Wallemkamp, em 1982).
DISCOGRAFIA
Depois dos EPs “Carlos Paredes” (1957), “Verdes Anos” (1962), “Romance nº 2” (1968), “Fantasia” (1968) e “Porto Santo” (1968), Carlos Paredes edita, também em 1968, o seu primeiro álbum, “Guitarra Portuguesa”, com Fernando Alvim à vioa, no qual se incluem um dos temas de mais difícil interpretação, “Variações em Ré Maior” (a abrir o disco), e o encantador “Canção Verdes Anos”.
Seguem-se “Balada de Coimbra” (um EP de 1971), “Movimento Perpétuo” (o segundo álbum, de 1971), “António Marinheiro” (EP de 1972), “É Preciso um País” (1975, com poemas lidos por Manuel Alegre), “Concerto em Frankfurt” (1983), “Invenções Livres” (1986, com António Vitorino d’Almeida), “Espelho de Sons” (1988) e “Dialogues” (1990, com o músico de jazz Charlie Haden).
Edita ainda “Asas Sobre o Mundo” (1992), “O Melhor dos Melhores” (1994), “Na Corrente” (1996), “O Melhor de C. Paredes” (1998) e “Canções para Titi” (2001).
"A COISA AGRADA-LHES"
Carlos Paredes deixa nos discos uma herança com a dimensão de tesouro nacional e deixa na memória de que o viu e ouviu o sabor de momentos de magia e encanto. Ninguém tocava guitarra portuguesa como ele, debruçado sobre o instrumento numa cumplicidade caracterizadora, dedilhava as cordas como se a elas pertencesse e extraía delas uma harmonia sonora única e apaixonante. Teve como principais acompanhantes à viola Fernando Alvim (de 1959 a 1984) e depois Luísa Amaro, companheira de música e de vida nas últimas duas décadas.
Apesar de mestre e encantador de almas, Carlos Paredes era uma pessoa de uma simplicidade extrema, um homem conhecido pela música mas que nunca viveu apenas dela, mantendo o seu emprego como arquivador de radiografias no Hospital de São José até à reforma.
Também era comunista, mas nem isso lhe tolheu o reconhecimento. A sua música sobrepôs-se à vida. Como ele próprio disse, em entrevista ao jornal “Público”, em 1990: “As pessoas gostam de me ouvir tocar guitarra, a coisa agrada-lhes e eles aderem. Não há mais nada”.
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