Agências de viagens acusam Bruxelas de ceder a lobby das companhias aéreas

[Serrano]

Nós, por aqui, debaixo de gelo ou, quando assim não é, com um o medo que o céu cinzento-escuro desabe sobre as nossas cabeças e os artistas a negociar na praia, tomando suquinhos, baurus, caipirinhas..., mas, oh jdovarius, vens para aqui gozar com a nossa pouca sorte?

Bem, por aqui chegou um cheirinho do optimismo brasileiro na semana passada, pois houve alguns dias em que as bolsas ibéricas estiveram em alta sustentada, em divergência com a Europa e EUA.

Um abraço.

PS – Aquele lugar para o cherne, se for possível, já não é para ele.

[JAS]

Amigo jdovarius,

Como habitualmente li a tua crónica com muita atenção e interesse.
Aproveito para fazer algumas correcções no que toca à Venezuela...

Como não há bela sem senão, a Venezuela segue em clima de revolta, com a continuação dos confrontos entre elementos pró e contra o presidente Chávez, com o prolongamento da greve geral (à qual aderiram agora alguns funcionários bancários) num país que espera melhores dias

Essa da greve geral "à qual aderiram agora alguns funcionários bancários" parece-me um bocado fora da realidade.

Los trabajadores bancarios acataron parcialmente el llamado a paro de Fetrabanca. La red de agencias de los cuatro grandes bancos del país, Provincial, Venezuela, Mercantil y Banesco, cerró sus puertas en casi 80%, mientras que los servicios de conformación de cheques, cajeros automáticos y pagos a través de tarjetas funcionaron normalmente.
(...)
Las agencias que brindaron atención al público lo hicieron en el horario restringido, de nueve de la mañana a doce del mediodía, y mayoritariamente presentaban un panorama desolado, ya que en previsión al paro la clientela retiró fondos entre martes y miércoles.

Na minha opinião a situação na Venezuela é explosiva neste momento.
Os grupos armados pró-Chavéz, denominados "círculos bolivarianos", já começaram a atacar as manifestações da Oposição e a greve geral mais conhecida por "paro cívico" entrou na sua 6ª semana...
Foi difícil... mas parece que o Mundo já começou a reconhecer que uma greve que dura há 40 dias não é uma greve "apenas de patrões" e que é uma greve de trabalhadores.

Como não podia deixar de ser, o peso Venezuelano só cai bem como o valor dos seus títulos de dívida pública. O mesmo mercado que pode ser bom, não perdoa uma realidade: incerteza extrema

O Peso Venezuelano chama-se Bolivar... Esta debilitada moeda passou de um cambio fixo de 1 USD = 4,30 Bls, no princípio da dácada de 80, para um câmbio actual de 1 USD= 1.515,00 Bls.
Só esta semana, antecipando os 2 dias de greve e os 2 dias deste fim de semana, desvalorizou-se mais de 14% na 4ª feira.

A variação do PIB que já era negativa -7,1%, em Agosto do ano passado segundo os dados do banco central, ter-se-á seguramente agravado desde aí devido às convulsões internas e, sobretudo, à greve da indústria petroleira.

A taxa de desemprego era de 16,2% em Novembro de3 2002. Depois da greve, com todas as suas consequências, não se sabe onde irá parar.

Enfim, pobres venezuelanos que tentam sobreviver naquele que já foi o país mais rico da américa latina...

Termino com uma citação de um venezuelano (que nem sei bem quem é...) que achei interessante.

Y lo que en verdad importa es que la mayoría de los venezolanos no toleran el gobierno de Chávez un día más. Venezuela esta alzada en contra del jefe del Estado con una huelga general indefinida, cuyo costo y sacrificios son menores que lo que cuesta que Chávez siga gobernando.

Um abraço,
JAS

P.S.- Se quiseres consultar os principais jornais da Venezuela estão aqui alguns endereços:
http://www.eud.com/
http://www.el-nacional.com/
http://www.globovision.com/index3.php
http://www.unionradio.com.ve/
http://www.analitica.com/

[djovarius]

Saudações a todos, espero que o frio Europeu ao menos sirva para ficar em casa acompanhando os mercados, estudando todas as possibilidades. Por aqui, o calor infernal deu o tom a um mercado bem quente nesta primeira semana completa de negociação do ano novo. Tempo quente, mercado quase eufórico, influenciado pelos bons ventos de Wall Street, mas sobretudo pelo optimismo de que a situação tende a melhorar na América Latina (pessimismo só mesmo na Venezuela), após sucessivas crises em vários dos países da região.

Como todos sabemos muito bem, quando o mercado quer seguir uma tendência, seja de baixa ou de alta, não há nada contra a fazer. As mesmas notícias que levariam ao pânico numa época de baixas sucessivas, são totalmente ignoradas, numa época de optimismo, mesmo quando ainda não estão descontadas. O exemplo disto foi o encolher de ombros feito pelo mercado perante uma situação que merece muita atenção no futuro. O Estado do Rio de Janeiro conseguiu uma autorização do Supremo Tribunal Federal do Brasil para utilizar uma verba bloqueada pelo governo Federal para pagamento de salários. O bloqueio deveu-se ao não cumprimentos dos pagamentos da dívida do Estado à União, segundo os ditames da lei de responsabilidade fiscal (ninguém pode gastar mais do que arrecada). É certo que a União vai apresentar recurso, mas o ideal será o governo Federal negociar com os Estados em ruptura, para que ele próprio não tenha problemas. São vários os Estados que ameaçam seguir o exemplo do Rio.
Vale lembrar que problemas semelhantes, na Argentina, acabaram como todos sabemos...
Por outro lado, o princípio da semana marcou dois pontos importantes: o ministro da Fazenda deixou escapar que, se necessário, aumentaria o nível de superavit público e o novo presidente do Banco Central, H. Meirelles, ao tomar posse, comprometeu-se com o controle da inflação, da dívida e do câmbio... era tudo o que o mercado precisava de ouvir nesta fase.

Esse mesmo optimismo serviu para vários países da região venderem Obrigações do Tesouro, as quais têm tido uma grande procura por parte dos investidores internacionais. Ainda há umas semanas atrás, a aversão ao risco era tão grande que ninguém queria sequer ouvir falar de tais papéis. Só o México emitiu mais de mil e quinhentos milhões de dólares em condições muito favoráveis. O Chile, a Colômbia, a Bolívia e outros pequenos países seguiram o exemplo.

Com isto tudo, a generalidade das moedas apreciou-se face ao dólar norte-americano, invertendo a tendência do ano passado. Até a Argentina, que continua sem sinais de recuperação e mesmo com o ex-presidente Carlos Menem à frente das sondagens para as presidenciais de Abril, viu a sua moeda começar a subir face às “verdinhas”. Como o mercado parece generoso por estes dias...

Como não há bela sem senão, a Venezuela segue em clima de revolta, com a continuação dos confrontos entre elementos pró e contra o presidente Chávez, com o prolongamento da greve geral (à qual aderiram agora alguns funcionários bancários) num país que espera melhores dias. Como não podia deixar de ser, o peso Venezuelano só cai bem como o valor dos seus títulos de dívida pública. O mesmo mercado que pode ser bom, não perdoa uma realidade: incerteza extrema.

No Brasil, segue o verão tropical quente (o mesmo El Niño que provoca excesso de frio na Europa, deixa a América do Sul debaixo de extremo calor) e continua o optimismo nos mercados. Real, Bolsa e dívida publica ainda em tendência de alta. Tecnicamente, a queda do Real foi exagerada e quando o dólar chegou à porta dos 4 reais em Outubro, começou a cair até agora, podendo cair mais ainda nos próximos dias até estabilizar. Veremos, hum.
E os meus amigos do Fórum já se imaginaram numa praia negociando acções, futuros ou opções?
Pois é, é o máximo e foi isso mesmo que aconteceu esta semana no litoral do Estado de São Paulo. Na semana passada falei de uma acção de marketing da BOVESPA para levar mais e mais investidores à bolsa, ao mercado em geral. Esta semana, a caravana da BOVESPA andou pelas praias cheias a explicar às pessoas como e porque se deve investir e ainda levou os meios necessários para investidores que quisessem acessar as suas contas e aproveitar para investir. Como o mercado esteve muito bom, alguns inesperadamente ganharam para o jantar... aliás, os volumes negociados na semana já se aproximam do que ocorria na década de noventa... há quem pense “o futuro é tão brilhante que terei que usar óculos escuros”.

Também pela praia andou um dos responsáveis da Telesp Celular, empresa da PT, que deixou escapar a ideia de que 2002 foi um ano muito bom para a Celular e que 2003 pode ser igualmente bom ou melhor. Será que essa perspectiva tem ajudado à subida da PT em Lisboa? Vamos ver se o câmbio Euro/Real ajuda também nos próximos tempos.

Ainda no Brasil, há a perspectiva de um pequeno crescimento económico em 2003 e que o investimento estrangeiro pode igualar o superavit comercial. Fala-se em 12 mil milhões de dólares cada. Quanto ao consumo interno, pouco se pode esperar, os juros deverão continuar altos, embora a inflação deva baixar. Aliás, os primeiros indicadores de Janeiro apontam para o regresso da inflação a níveis satisfatórios. Um por cento ao mês ou até menos. O ano de 2002 fechou com os diversos índices a apontarem para resultados finais de 12%. E enquanto o presidente Lula começava a sua “caravana da Fome Zero” pelos locais críticos do país, os investidores tiravam a barriga de misérias (só hoje São Paulo subiu 2,7%), como se pode ver a seguir:

Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA

IBOVESPA – 12.231 pts – o índice subiu 5,5% na semana
US$ 1 = R$ 3,30 – o dólar caiu 4,2% na semana
€ 1 = R$ 3,46 – o Euro caiu 3% na semana
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,38 aprox.


Em caso de comentários, responderei a todos na sequência do tópico ou de outros tópicos sobre os assuntos relacionados e aproveito para dar os parabéns ao nosso enginheiro pelo nascimento da filha. Que todos sejam muito felizes !!
Desculpem o atraso esta semana, mas uma tempestade tropical provocou um corte de electricidade

Até mais
Bem hajam