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Analistas recomendam aceitar OPA sobre Portucel a 1,55 euros

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Analistas recomendam aceitar OPA sobre Portucel a 1,55 euros

por TRSM » 7/7/2004 18:19

Analistas recomendam aceitar OPA sobre Portucel a 1,55 euros (act.3)
O Caixa - Banco de Investimento, que a par do BES está a assistir a Semana na OPA lançada sobre a Portucel, recomenda a aceitação da oferta a 1,55 euros, um valor acima da avaliação por si efectuada e que aponta para os 1,50 euros por título. O risco de falta de liquidez é outro argumento avançado para acorrer à oferta. A Semapa continua em queda livre e em dois dias perdeu 8,6%.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt



O Caixa - Banco de Investimento, que a par do BES está a assistir a Semana na OPA lançada sobre a Portucel, recomenda a aceitação da oferta a 1,55 euros, um valor acima da avaliação por si efectuada e que aponta para os 1,50 euros por título. O risco de falta de liquidez é outro argumento avançado para acorrer à oferta. A Semapa continua em queda livre e em dois dias perdeu 8,6%.

Na sequência do entendimento da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que deveriam ser atribuídos à Semapa

55% dos direitos de voto da Portucel e da solicitação para que a Semapa avançasse com uma OPA sobre aquela empresa, a cimenteira liderada por Pedro Queiroz Pereira fez ontem à noite um anúncio preliminar de lançamento de uma OPA sobre a totalidade das acções da Portucel

que ainda não sejam por si detidas ao preço de 1,55 euros por acção.

Numa nota a clientes, os analistas do Caixa – Banco de Investimento (Caixa BI) dizem que, «face à nossa avaliação da Portucel e tendo em conta o preço oferecido pela Semapa, consideramos que os investidores deverão atender à oferta efectuada».

A casa de investimento sugere um preço alvo de 1,50 euros para as acções da empresa de pasta e papel, cinco cêntimos abaixo da contrapartida da OPA.

O Caixa BI e o Banco Espírito Santo de Investimento são os dois intermediários financeiros escolhidos pela Semapa para assistência à presente OPA.

A Semapa controla directamente 30% da Portucel e este anúncio preliminar já era esperado desde que foi conhecida a posição da CMVM, que ontem, na voz de Teixeira dos Santos, disse que o prazo para o anúncio já estaria esgotado.

Caso o Estado venha a alienar a participação de 26% que ainda detém na empresa de pasta e papel, o investimento da Semapa ascenderá a 832 milhões de euros. Se o Estado decidir não vender a sua posição, o investimento será reduzido para 523 milhões de euros.

Os analistas do BPI referem que o impacto deste anúncio na cotação das acções será «neutral» uma vez que, após a interpretação da CMVM desvendada na segunda-feira, esta decisão já era de esperar.

O banco avalia as acções da Portucel em 1,59 euros, enquanto para a cimenteira sugere um preço alvo de 3,80 euros.

20 dias para anunciar uma OPA
A Semapa, depois de ontem à noite ter avançado com a publicação do anúncio preliminar fica obrigada, segundo o artigo 175º do Código de Valores Mobiliários (CVM), a requerer o registo da oferta no prazo de 20 dias, prorrogável pela CMVM até 60 dias nas ofertas públicas de troca. A Semapa vai pagar as acções na OPA em «cash».

O prazo da oferta, segundo o CVM «pode variar entre duas a dez semanas». A Semapa, na OPA se conseguir 90% da Portucel (um cenário que só se coloca se o Estado alienar a sua posição), no seis meses subsequentes ao apuramento do resultado da oferta terá de lançar uma oferta potestativa.

Caso a OPA implique a retirada da empresa de bolsa, a readmissão ficará, segundo o Código, vedada durante um período de dois anos.

Portucel nos últimos cinco dias

Semapa em queda e Portucel com recorde de liquidez em 2004

As acções da Portucel fecharam em subida de 2,68% para 1,53 euros, com 7,57 milhões de valores negociados, ou 11,6 milhões de euros, um recorde de liquidez em 2004, que só encontra paralelo em finais de Setembro de 2003, quando a Sonae SGPS reduziu para 25% a posição na empresa.

A Semapa, que ontem sofreu uma queda de 3,13%, voltou hoje a decrescer 5,66% para 3,50 euros, elevando para mais de 8,6% a descida acumulada na semana, com os analistas a classificarem como «negativa» a necessidade de financiamento adicional para lançar a OPA. A Semapa já está negativa em 2004, com uma perda de 2,78%.

Risco de liquidez pode levar minoritários a aceitar OPA

O preço oferecido pela Semapa, de 1,55 euros por acção, «encontra-se no limite superior das expectativas do mercado para esta operação», de acordo com o Santander.

Segundo Pedro Santos do Millennium bcp investimento, os minoritários da Portucel devem aceitar a OPA já que, em caso de recusa, incorrem no risco «elevado» de falta de liquidez, recordando a OPA da Vodafone sobre a Telecel.

Nessa operação, apesar da contrapartida ter sido considerada baixa, o mercado aceitou a oferta que levou à saída da operadora de bolsa. «O cenário mais provável é que tem Portucel vai ter que sair porque se rejeitar a acção fica sem liquidez e tende a cair, ou seja, existe um risco elevado em ficar».


Cenários de financiamento para OPA

Para a Semapa, três cenários apresentam-se como possíveis, diz o BCP Investimento: «financiamento bancário, que consideramos que poderá ter um impacto negativo na Semapa, uma vez que o esforço financeiro seria significativo; parceria estratégica, que acreditamos ser o cenário mais desejado pela Semapa e lançamento de oferta de distribuição».

Pedro Santos acrescenta que a Semapa «tem sempre que arranjar um parceiro», mesmo que apresente a Portucel como garantia para contracção de financiamento para a OPA.

«A Portucel poderia ficar com 51% da Semapa, colocando junto de um parceiro 25%».

Depois da OPA, a OPD

O BPI realça o facto das condições de privatização da Portucel estabelecerem que a empresa não pode sair de bolsa colocando a hipótese do Estado ou da Semapa realizar uma oferta pública de distribuição após a OPA.

O analista do BCP refere que em caso de nova oferta de dispersão, para recolocar a empresa em bolsa ou para relançar o «free-float», esta «nunca será feita a um preço superior a 1,55 euros».

Para além da Semapa (com 30%), o capital da Portucel reparte-se pela Sonae SGPS (25% mais 8,3% detido por entidades relacionadas), o Estado Português (26%) e os accionistas minoritários (11%).
 
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