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Sérgio Figueiredo em www.negocios.pt ... Bate forte....

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por andraderui » 16/6/2004 16:46

Motivos não faltam para Manuela Ferreira Leite sair das Finanças e Carlos Tavares do Ministério da Economia. O pior é se a equipa económica acaba por ser apanhada na remodelação pelas razões que os companheiros de partido querem ver-se livres dela. Sem rodeios, o que a «tropa fandanga» do PSD realmente deseja é conservar o poder em 2006.
Motivos não faltam para Manuela Ferreira Leite sair das Finanças e Carlos Tavares do Ministério da Economia. O pior é se a equipa económica acaba por ser apanhada na remodelação pelas razões que os companheiros de partido querem ver-se livres dela.

Sem rodeios, o que a «tropa fandanga» do PSD realmente deseja é conservar o poder em 2006. Há muito que anda nervosa com eleições. Desde domingo, está disposta a tudo fazer para que o descalabro não se volte a repetir.

Dito de outra forma, o aparelho está-se nas tintas para o país. Quer pôr a economia a crescer, nem que seja através de um decreto-lei. Culpa Ferreira Leite e Tavares por isso. A ministra é a mãe da recessão. O ministro o pai do desemprego.

Pois um e outro não têm responsabilidades nisto. Têm culpas no cartório, evidentemente. E são pesadas. Mas não é verdade que tenha sido a política orçamental a afundar-nos num processo de empobrecimento relativo.

Tal como não são os «powerpoints» e os discursos redondos do ministro da Economia que empurram as empresas para a falência e os seus trabalhadores para o desemprego.

O desempenho de Ferreira Leite e de Carlos Tavares tem sido medíocre. É sobretudo frustrante a acção da ministra neste Governo. A decepção deve-se a tudo, menos àquilo em que está a ser constantemente atacada: a política orçamental.

Ferreira Leite tem o estatuto de ministra de Estado. Recebeu poderes e responsabilidades que, tirando aquele período efémero em que Pina Moura foi «super-ministro», há muito e muito tempo um primeiro-ministro não depositava no Terreiro do Paço.

Recebeu a gestão dos fundos comunitários. Recuperou a administração pública. Acumulou com a tutela do sector empresarial do Estado. Mais e mais funções, para uma ministra que se tem mostrado de menos.

A doutora Ferreira Leite continua a ser a mesma secretária de Estado do Orçamento de há dez anos. Intransponível no controlo da despesa. Só isso. Porque, no lado da receita, é um desastre. E no caso do fisco, o resultado é uma fraude.

Na gestão de empresas (a aberração criada na CGD...) e na reestruturação de sectores (caso dos transportes...) – um zero à esquerda. Na administração pública, a reforma das reformas, tudo como dantes.

Retiraram-lhe a condução das privatizações. Até se pode dizer que «ainda bem». O problema é que não se ganhou nada com isso. Porque as que dependiam do ministro da Economia ficaram encalhadas nos redesenhos dos modelos. E as grandes operações do Ambiente, deram no que deram. Faz algum sentido que sejam as Ogma privatizadas pelo ministro da Defesa? Os notários pela Justiça? E a venda da Companhia das Lezírias liderada pelo ministro da Agricultura?

Aliás, na equipa económica de Barroso pouca coisa faz sentido, desde logo por não existir equipa, nem uma lógica económica. Carlos Tavares tem uma montanha de reformas económicas despejadas no papel. E Ferreira Leite, preocupada com o desperdício, corta-lhe o papel.
 
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