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Caldeirão da Bolsa

Dúvida sobre shorts

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ulisses Pereira » 14/6/2004 19:36

Em princípio qualquer boa corretora deveria permitir fazer REPO`s (um empréstimo de acções que te permite abrir posições curtas), mas só sobre meia dúzia de acções líquidas pois as outras não costumam ter em carteira para emprestar. Quais? Sinceramente ao certo não sei, é uma questão de perguntares, até porque hoje em dia considero que através dos CFD`s isso se tornou mais fácil.

E esperemos que com as novidades recentemente anunciadas de dinamização do mercado de futuros em Portugal, voltemos a ter liquidez no mercado de futuros, o local por excelência para abrir posições curtas.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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por Visitante » 14/6/2004 19:35

Exactamente.
Visitante
 

por joaocosta » 14/6/2004 19:30

Creio que o visitante queria perguntar quais as corretoras que permitem tomada de posições curtas, dúvida que tb. partilho.
 
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por Ulisses Pereira » 14/6/2004 19:07

Visitante, quais serviços?

Um abraço,
Ulisses
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por Visitante » 14/6/2004 18:25

K corretoras é q disponibilizam esse serviço :?:

Cumps.
Visitante
 

por guest_1234 » 14/6/2004 14:05

Obrigado pelas respostas, foram bastante esclarecedoras.

Fico assim a saber que não posso contar com esta modalidade para o tipo de investimentos que estou a pensar fazer (de 3 dias a poucas semanas). É pena...
guest_1234
 

por Ulisses Pereira » 14/6/2004 12:58

Guest,

Vou transcrever-lhe um artigo que escrevi onde penso encontrar aalgumas respostas às suas questões.

Um abraço,
Ulisses

A maior parte das pessoas associa as quedas dos mercados às perdas dos investidores. No entanto, tal não corresponde inteiramente à verdade. Os investidores podem ganhar dinheiro com as descidas e sorrir em dias que são de quedas fortes nas Bolsas.

A maior parte dos investidores portugueses não conhece esta realidade e ainda menos são aqueles que aplicam este género de estratégias. Neste artigo, vou tentar explicar de que forma se pode lucrar com as quedas no mercado e quais as vantagens e riscos desta estratégia.

Quem acredita que uma determinada acção vai cair deve abrir uma posição curta sobre ela. Isto consiste em que um investidor venda primeiro a acção e apenas a compre depois, numa operação cronologicamente inversa ao habitual, de forma a tentar aproveitar a queda que prevê vir a acontecer.

Se, em termos teóricos, isto pode parecer complicado, com um exemplo prático creio que será de compreensão fácil. Imaginemos que a PT está a 9 euros e que um investidor acredita que ela irá cair nos próximos tempos. Com base nessa sua análise, ele pode abrir uma posição curta sobre a PT, vendendo as acções antes de sequer as ter, para as voltar a comprar quando as acções cairem.

Suponhamos que abre uma posição curta sobre 1000 acções a 9 euros (vende 1000 acções da PT sem as deter em carteira) e, passado uns dias a PT está a 8,5 euros, altura em que ele aproveita para fechar a posição curta que detinha sobre a PT comprando agora as 1000 acções. Com esta operação ele ganha 500 euros, pois vendeu 1000 acções da PT a 9 e comprou-as a 8,5, ganhando 0,5 euros por acção.

É evidente que se, ao invés das cotações terem caído, as cotações tivessem subido, levando o investidor a fechar a posição curta a um preço mais elevado daquele a que abriu, ele perderia dinheiro.

No fundo, a mecânica é exactamente a mesma que acontece habitualmente em relação às acções, com a inversão da ordem cronológica, ou seja, primeiro vende-se e depois compra-se.

A grande vantagem deste género de estratégias é os investidores poderem lucrar também em mercados cuja tendência é de queda. Uma vez que a Bolsa é feita de ciclos, nos ciclos descendentes surgem excelentes oportunidades para se aproveitar estas quedas. Além disso, o simples facto de abrir a possibilidade de ganhar dinheiro com as subidas e com as quedas, torna o investidor mais racional e com a mente mais aberta a aceitar a possibilidade de quedas, dado poder lucrar com elas.

A maior desvantagem prende-se com o facto das posições curtas terem ganhos limitados e perdas ilimitadas. Isto deriva do facto de uma acção nunca poder descer abaixo do zero (limitando os ganhos) e poder subir sem restrições (tornando as perdas ilimitadas).

Entre 2000 e 2003, durante o violento “bear market” que assolou as Bolsas mundiais, muitos dos investidores que detinham acções e estavam a sofrer na pele as fortes quedas, acusavam os detentores de posições curtas de serem os responsáveis pelas quedas dos mercados. Eu discordo completamente desta ideia.

Na minha opinião, o facto de se poder abrir posições curtas só traz vantagens ao mercado. Por um lado, permite um preço de equilíbrio entre compradores e vendedores mais justo. Por outro lado, aqueles que querem abrir posições curtas dotam o mercado de uma maior liquidez, para benefício dos investidores que enfrentam “spreads” (entre a melhor oferta de compra e a melhor oferta de venda) mais pequenos e das corretoras que vêem as suas comissões crescerem.

O grande argumento de quem acusa os detentores de posições curtas de serem os grandes responsáveis pelas quedas dos mercados mundiais é de que a pressão vendedora que exercem é tão forte que os mercados são, naturalmente, empurrados para baixo. Contudo, esquecem-se de um pormenor muito importante que é o facto dessas posições terem que ser fechadas. Quando isso acontece, a sua pressão deixa de ser vendedora para passar a ser compradora.

É por isso que as maiores subidas ocorrem em “bear markets”. Geralmente as subidas são violentas e curtas e resultam, sobretudo, dos detentores de posições curtas a apressarem-se a fechar posições, o que dá explosividade ao movimento de subida. A título de curiosidade, das maiores 10 subidas da história do Nasdaq, 8 registaram-se entre 2000 e 2003, período negro das Bolsas mundiais. Sintomático...

Presumo que alguns de vocês estarão a perguntar se amanhã forem ao seu banco e pedirem para abrir uma posição curta se o conseguem facilmente. Infelizmente, a resposta é negativa. Em Portugal, apesar de ser legal, as posições curtas sobre acções têm algumas limitações práticas e legais. É preciso avisar dessa intenção com alguma antecedência e só algumas corretoras estão em condições de o fazer e apenas nas acções mais líquidas da nossa praça.

Abrir posições curtas e fechá-las no próprio dia é possível em quase todas as corretoras do nosso país, mas permanecer com elas abertas, só mediante alguns formalismos nada práticos. No entanto, as posições curtas podem ser abertas através de outros instrumentos financeiros como sejam os futuros, CFD`s ou “warrants” (comprando “puts”). São instrumentos financeiros mais sofisticados que as acções e começam cada vez mais a expandir-se, ganhando o interesse de muitos investidores.

Em suma, não se admire se naqueles dias de quedas violentas, vir alguém aos pulos, radiante por ter ganho fortunas nos mercados. É que não são só as subidas que trazem alegrias aos investidores...
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Consulta este post....

por Dwer » 14/6/2004 12:50

Abraço,
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Dúvida sobre shorts

por guest_1234 » 14/6/2004 12:43

Desculpem a ignorância :oops: , mas tenho uma dúvida simples. Ainda não comecei a investir, estou só numa fase de aprendizagem. "Ouço-vos" muitas vezes falar em shorts, e gostava de saber se "shortar" é a mesma coisa que vender o que se tiver de uma posição long, ou se é outra coisa (tipo vender, sem se ter acções desse tipo na carteira).
Pergunto isso também porque já disseram que certas corretoras online não permitem "shortar".
Agradeço a quem me possa esclarerer...
guest_1234