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Caldeirão da Bolsa

“Os Tons do Futuro”-Um Ministro demasiado contente

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Comentador » 7/6/2004 11:28

Obrigado pela informação caro zé povinho. Não sabia.

Se calhar, é agora que vai para a frente com as devidas actualizações. Boa!

Um abraço

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por zé povinho » 7/6/2004 9:56

só para informar que:

a ideia de fazer um túnel a ligar as duas margens do Tejo não é nada nova.

já na altura da construção da Ponte Salazar, agora Pinte 25 de Abril, havia um projecto para se fazer um túnel.

não sei ao certo se a decisão de fazer a ponte se deveu ao menor custo, ou se como se dizia: a ponte era bem visível e o túnel não.
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“Os Tons do Futuro”-Um Ministro demasiado contente

por Comentador » 7/6/2004 9:45

Objectivamente falando e no que respeita à conjuntura económica e social em que vivemos não existem propriamente grandes razões para estarmos felizes.

Aliás, em tempos difíceis como estes, só o bom senso deverá constituir uma base sólida que nos ajude a vencer os problemas, as confusões e as angústias que se nos deparam.

Foi assim, com total espanto, que ouvi há dias o ministro dos Transportes e Obras Públicas comunicar a meia dúzia de jornalistas que tinha mandado efectuar (ao Metro de Lisboa) o estudo de viabilidade técnica e económica da construção de um túnel sob o rio Tejo para a travessia por metropolitano entre Lisboa e Almada. Ao contar a decisão, adiantando que o citado estudo deverá estar concluído já no fim do ano, não lhe era possível conter um largo sorriso de satisfação, irradiando da sua expressão uma felicidade transbordante.

O ministro estava muito alegre com a perspectiva que anunciava: vinha aí mais uma obra só pensada por gigantes, que os portugueses vindouros, durante séculos e séculos, iriam admirar e usufruir. Era nítido que, mesmo se cá pudesse voltar num instante, nem o nosso Marquês de Pombal se atreveria a tanto, pois neste projecto trata-se não só de ver mais longe, mas de estar para lá do mais longínquo horizonte imaginável.

Os investimentos públicos são importantes como base e complemento dos necessários investimentos privados que hão-de desenvolver o país. Mas não é suposto que sirvam para fazer brilhar este ou aquele fazendo pouco da escassez de meios para acorrer a situações muito mais prementes.

Sabe-se o que aconteceu com o pequeno túnel subterrâneo do Metro sob a Praça do Comércio, e agora parece que pretendemos fazer a obra deste milénio que terá uma utilidade mais do que duvidosa, uma dificuldade técnica desconhecida mas certamente muito elevada e, por último mas não menos importante, por conta de um orçamento de Estado que não tem dinheiro para as primeiras necessidades de uma nação que se quer evoluída quanto mais para gastos sumptuosos como este.

Porquê a cara de triunfo do ministro, que nos atordoou com aquela notícia bizarra, pondo-nos quase em estado de choque? Pode ser motivada pelo genuíno alvoroço de um técnico perante uma portentosa obra de engenharia em perspectiva, ou então uma satisfação sem limites pelo seu arrojo em dar o pontapé de saída a um projecto megalómano, ou pode ser, enfim, a suprema alegria por uma grande ideia saída da sua cabeça e que – pensa ele - vai assombrar Portugal.

Já teremos visto e ouvido tudo ou ainda virá mais a caminho?

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