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Futuros da Euronext-Lisbon: Renascer da Fénix?

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Futuros da Euronext-Lisbon: Renascer da Fénix?

por Info. » 7/6/2004 10:44

in Público
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Euronext Lisboa assinou contrato com o Banco Santander de Negócios
Reanimação Prometida para o Mercado de Derivados Português

O Banco Santander de Negócios assume a partir de hoje a função de criador de mercado para os futuros negociados no segmento de derivados da Euronext Lisboa. O objectivo é dinamizar e dar liquidez a um mercado que até agora tem sido considerado moribundo e sem possibilidade de sobrevivência

Será que é desta que o mercado de derivados português, praticamente inexistente, se irá animar e tornar atractivo? Alguns responsáveis do meio financeiro admitem que não há espaço para um mercado de derivados de futuros em Portugal, como o prova, salientam, o baixíssimo e cada mais reduzido volume de negócios efectuado na bolsa portuguesa, numa altura em que esta é uma das áreas que mais cresce nos mercados internacionais. A bolsa pretende, todavia, acabar com esse fatalismo e anunciou na sexta-feira passada a assinatura de um contrato de criador de mercado para os futuros negociados na Euronext Lisboa com o Banco Santander de Negócios, cujo objectivo é dar liquidez a estes derivados. É que a falta de liquidez - aliada ao desinteresse dos investidores institucionais e particulares, ao aparecimento de produtos concorrentes ("warrants") e à falta de agressividade da bolsa- tem sido sistematicamente apontada como um dos principais responsáveis pelo insucesso do mercado de derivados português, integrado desde Março de 2004 na plataforma da multinacional Euronext, sob a designação Euronext-liffe Lisboa.

Com este contrato, diz a Euronext Lisboa, o espanhol Santander de Negócios "assume o compromisso de proporcionar activamente liquidez". O que na prática quer dizer que qualquer investidor, particular ou institucional, que pretenda entrar no mercado terá sempre a garantia de encontrar ofertas contínuas de compra e venda para os futuros nacionais. O Santander fica ainda obrigado a responder a pedidos específicos de qualquer membro para compra ou venda dos futuros cotados. Há actualmente em negociação no mercado de derivados de futuros oito activos: o índice PSI 20 e as acções da Portugal Telecom, EDP, BCP, Sonae SGPS, PT Multimédia, Brisa e BPI. O Santander será o "market-making" de todos eles, excepto do BPI, onde o banco controla cerca de oito por cento do capital. Oficialmente, o banco justifica a exclusão do BPI como "uma questão meramente técnica, cujo objectivo é evitar a flutuação do investimento financeiro detido pelo grupo naquela instituição".


Outros criadores do mercado em perspectiva

A Euronext Lisboa não aponta metas em termos de volume de negociação ou contratos de futuros para o mercado de derivados, que desde 2001 não tem parado de cair, atingindo este ano um volume de negócios residual, próximo dos 100 mil euros. Mas diz que a entrada do Santander como "market-making" vai mudar a situação e é um importante passo em direcção ao incremento do volume de negócios. Fonte oficial da Euronext Lisboa adiantou ainda ao PÚBLICO que a bolsa está já em "conversações" com outras entidades, nacionais e estrangeiras, para se tornarem "market-makers" dos derivados portugueses, mas escusou-se avançar nomes ou datas de entrada em função.

Os derivados de futuros e opções - este último segmento entretanto extinto - nunca foram um sucesso em Portugal, nem atraíram muitos investidores, apesar de no período que antecedeu a migração para a plataforma Euronext haver 15 membros ligados directamente a este mercado. Agora há sete: BES Investimento, Banco Santander de Negócios, Barclays Bank, BBVA, Deutsche Bank, Leleux e Banca Caboto. Aparentemente, a maioria dos portugueses não quis manter-se como membro. O BPI escolheu tornar-se membro da bolsa de derivados espanhola.

João Freixa, presidente da Euronext Lisboa, rejeita a tese de que o mercado de derivados é para fechar e tem afirmado que pretende acabar com a lenta agonia deste negócio. Criou, entretanto, um grupo de trabalho, que se reuniu pela primeira vez no passado dia 25 de Maio, com objectivo de enumerar os problemas e apontar soluções. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) também afirmou recentemente, através do presidente Teixeira dos Santos, que está disposta a colaborar com a bolsa na dinamização deste mercado. E estão a ser preparadas pela Euronext acções de promoção dos derivados. A primeira realiza-se amanhã, em Londres, onde haverá uma apresentação sobre o mercado português e belga para os clientes ingleses.
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