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Caldeirão da Bolsa

“Os Tons do Futuro”-As Multidões também se abatem!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Comentador » 4/6/2004 19:57

Caros jotabil e Bigodes de Aço,

Gostei de ler as vossas intervenções.

Mas quero dizer que a minha escolha da palavra multidão, teve a ver com o termo técnico teoria das multidões. Ao escolher essa palavra, neste caso, não tive outras motivações sociológicas.

Já agora, e para um outro prisma de análise sobre actuação colectiva versus actuação individual, saiu um livro chamado “Why the many are smarter than the few and how collective wisdom shapes business, economies, societies and nations”, de James Surowiecki, jornalista económico do New Yorker. Pelo menos o título promete!…

Eu não tenho ainda o livro, mas do que sei dele o autor refere que muitas vezes a multidão sabe mais do que o indivíduo mesmo inteligente e também que, por exemplo nas empresas, as decisões muito importantes ganhariam se fossem tomadas por um conjunto de quadros o mais alargado possível.

Um abraço

Comentador
 
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Mais uma vez!

por Bigodes de Aço » 4/6/2004 19:27

Caro Comentador

no geral estou de acordo contigo,apenas um reparo: as multidões em bolsa,são um pouquinho diferentes das multidões por motivos sociais.Individualmente t~em pesos diferentes, e sempre que um vende há outro que compra.Ainda ontem, se viu no NAS a queda,devido a boatos que soaram nos ouvidos que a Intel ia descambar.A fuga desordenada foi apenas da multidão móvel e desinformada cujo peso individual no titulo é reduzida e não conduz a grandes mudanças.O que produz não é a alteração do sistema,mas apenas a alteração da sua carteira.

Já o Jotobil pretende uma transformação mais profunda.Também ainda não percebi muito bem que tipo de sociedade se está a formar. Pelo que entendo está a ser criada uma superestrutura que não precisará de se preocupar com o futuro porque dispõe de tecnologias e outros meios que a tornam autosuficiente. Por quem foi criada?Como foi criada? Quem libertou os meios para a sua existência?.....Todas estas perguntas parecem-me ter as respostas na velha sociedade que o Jotobil chama de Liberalismo. Se for assim, estamos no bom caminho:o liberalismo conduz-nos a essa tal boa sociedade que neste momento apenas alguns previligiados podem usufruir.....será isso Jotobil???
Bigodes de Aço
 

comentário

por jotabil » 4/6/2004 15:42

Caro Comentador.

Entendi a tua problemática....que se situava apenas num eventual posicionamento a favor da multidão ou o contrário a ela....era a tua questão....eu é que achei interessante a expressão " multidão"...porque é disso mesmo que se trata.....uma multidão orientada pelos "sábios" sociais...que julgam saber da natureza humana e dos seus condicionamentos e que nos manipulam com as suas acções de propaganda e convencimento.
A Marrequinha ...apenas discute os meios......não quer observar os fins.....fala em competitividade...como se isso fosse a caracteristica mais nobre da organização das empresas...sim... será na lógica do liberal....mas o que vem aí...já está para além desse espirito de emulação e de rivalidade entre organizações.....mas sim ...e pelo contrario ... pretende-se a integração complementar, solidária, concorrente nos objectivos finais da humanidade...compreendendo a condição humana que nos faz mirar a prefeição como farol situado num horizonte que nos acompanha....que vemos....mas que estará sempre além....e inatingível.
A real compreensão do absurdo humano em que o Universo nos tem, irá dar-nos o entendimento para concebermos a nova sociedade que se adianta.
O Liberalismo já tem séculos....não vale a pena presistirmos nessa ideia....existem modernidades....a tecnologia é outra....o pronto a vestir baseado na estatística já deu os seus frutos...e agora é qpenas desperdício.....a tecnica já permite respeitar a subjectividade dos homens....a publicidade e o marketing....são processos denunciados....o homem a qualquer altura é capaz de se revoltar contra essas determinações abusivas dos iniciados na matéria da psicologia e da sociologia.
Até a minha cadela olha para a televisão quando começam os anúncios.....tal é a ferocidade dos apelos...e eu todos os dias revejo a minha consciência de homem....que ninguém pode julgar ...ou mesmo determinar...sem o aval de uma livre reflexão...para além dos meus instintos ou reflexos condicionados.
Por mais que a SIC Notícias se esforçe....o Rock In Rio ...não deixará de ser um meio fiasco.....nem sempre a propaganda ou a reengenharia vingam.
Temos é de perguntar a nós mesmos qual é o sentido da caravana onde nos embarcam..... e não nos deixarmos alienar pelo primeiro pano vermelho...ou pele sensual ....ou bebé loirinho com que acenam aos nossos intintos....e colocar em dúvida......a "verdades" apregoadas.....mesmos em ZZETS!!!!....ditos por uma mulher fresca e apetecível.....os criativos....são apenas isso.....provocatórios dos nossos condicionamentos vitais.....meros artífices...das intenções de quem nos quer explorar e que se esconde à espera das nossas mais valias....sabendo que em campo aberto o seu estatuto humano é..... e deve ser igual ao nosso.
Entendi Caro Comentador....eu é que quis estender a conversa para outros campos ...talvez amarelados de sódio...de Neptuno....e talvez ...por isso um pouco àsperos à nossa compreensão quotidiana.....à nossa formação administrativa de Chiavenatto....e a sua problemática organizacional....incluindo o sistema e a contingência.....e processo de decisão .....e mais não sei quantas patranhices desde o Taylor....por Faiol...and so on.
Neste trend só se fala em competitividade....e impostos...e injustiça.....mas o que devemos esperar de uma sociedade arquitetada deste modo?.....e se alguém se lembrasse de envenenar Castelo de Bode com uma carga radioactiva de neutrões?.... Sim.....sucederiam as ONG e as Cruz Vermelha e quejandospara enterrar os mortos e cuidar dos vivos....só que estes ..se calhar..... interrogar-se iam....vale a pena ir viver para uma grande cidade?.

bem...cumps.
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por Comentador » 4/6/2004 12:13

Obrigado pelas vossas respostas e opiniões.

Caro jotabil, a tua intervenção foi particularmente interessante. Parece-me que talvez não tenhas compreendido completamente o que quis dizer, mas até é bom (aliás, óptimo) que haja opiniões contrárias à minha. É do confronto entre a mult… perdão, entre os que concordam comigo e os que não concordam que se forma uma salutar e interessante discussão.

Em qualquer caso, quais são os “outros prados em Neptuno”?

Um abraço

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A arte do pensamento contrário

por valves » 4/6/2004 11:10

Bem gostaria de comentar esta frase porque ela tem associada uma logica algo errada. Se pelo pensamento contrario se entender que deve estar sempre posicionado contra o mercado então voce corre o risco de ir para o Guiness como o investidor que menos tempo levou a chegar á banca rota. Agora se por pensamento contrario se entender a arte de ser o primeiro a tomar uma direcção que num curto prazo de tempo o resto das pessoas vão seguir então voce se for bom nesta arte então corre o risco de ir para o guiness como investidor que menos tempo leva a tornar -se milionario.


Um abraço

Vasco
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comentário

por jotabil » 4/6/2004 10:57

Caro

Com todo o respeito......mas acabas de retratar a lógica do mercado....no lado mais caótico do termo....multidão!!!!...isomorfa....e sem lei...apenas regulado pela cobiça do lucro. Tudo parece comandado por essa lei transmutada em princípio natural.
Ná....meu Caro...existem outros prados em Neptuno!...isso é a visão de um comerciante da regisconta....com todo o respeito o digo.


cumps.
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por Dark » 4/6/2004 10:56

Caro Comentador,

Gostei particularmente do estilo claro e conciso.

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“Os Tons do Futuro”-As Multidões também se abatem!

por Comentador » 4/6/2004 10:41

Por mais individualistas que sejamos uma coisa é certa - pertencemos a uma multidão. Não importa que alguns possam ser mais inteligentes e outros tenham uma enorme intuição, que haja um número razoável de medrosos e muitos queiram ganhar dinheiro depressa. Todos, mas todos, vão dar uma pequena ajuda à multidão a que pertencem. Não é exactamente porque toda essa gente tem o mesmo tipo de reacções quando confrontada com situações padrão, é mais porque muito simplesmente têm determinadas afinidades fortes, tal como ser adepto ou simpatizante de um clube de futebol…

Nos mercados importantes e com adequada liquidez, a normal actuação individual praticamente não conta para a evolução dos preços. Aliás o mercado existe porque é essencialmente composto pelas duas principais multidões - aquela que acha que o preço de determinado activo vai subir e a que pensa o inverso, que vai descer.

A permanente luta entre as duas multidões (que possibilita o normal funcionamento do mercado) implica que uma delas, normalmente a mais numerosa, esteja correcta (e esteja do lado certo) muitas vezes fazendo com que uma parte crescente da outra multidão diminua, mudando de opinião, e juntando-se às fileiras da primeira. Tudo se passa às mil maravilhas até que o exagero e as situações extremas façam o processo passar para o lado inverso.

Percebe-se, assim, facilmente que transaccionar com base na teoria da opinião contrária, esforço muito respeitável e às vezes até deveras justificado, se pode tornar um caminho rápido para a bancarrota, situação que deve ser naturalmente evitada a todo o custo. Não há dúvida que devemos estar sempre bem acompanhados e defendidos de correntes contrárias que podem destruir tudo à sua passagem.

Embora de forma mínima, cada pessoa enriquece a multidão a que pertence, contribuindo para consolidar a tendência de mercado (ou até a falta dela). As sucessivas decisões de todos os componentes de uma multidão contribuem para fortalecer o caminho traçado, cujo percurso é inexorável e só termina quando, à vez, grupos de participantes vão saindo mais ou menos esgotados… com os excessos da caminhada.

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