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Caldeirão da Bolsa

O pior ainda não passou

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

re

por Info. » 26/5/2004 15:09

quanto à questão energética acho um piadão à Comissária Europeia para a Energia, Loyola de Palacio, pedindo novamente aos países produtores um aumento da oferta.... quando logo de seguida diz que:
"Interrogada sobre o estado actual das reservas dos países europeus, a Comissária considerou que hoje toda a gente estava «ao nível das suas obrigações neste domínio» (nomeadamente um volume equivalente a 90 dias de consumo).
«Haverá talvez até excedentes. Aparentemente, temos 'stocks' suficientes», concluiu. "
Então mas a Europa está com problemas com falta de oferta ou não?

E já agora este primor de justiça e igualdade entre países:
"De Palacio advertiu também os Estados-membros da União Europeia (UE) contra qualquer tentação de redução unilateral da fiscalidade sobre os combustíveis para enfrentar o agravamento dos preços.

«É preciso um acordo unânime entre todos os Estados-membros da UE para alterar de forma significativa as taxas sobre os carburantes», lembrou.

Os Estados-membros «não devem tomar medidas unilaterais que nos obrigariam a denunciá-los perante o Tribunal de Justiça europeu», declarou de Palacio."

Ou seja... não é caso de Tribunal de Justiça haver disparidades na fiscalidade que provoque, e não é preiso ir muito longe, grandes diferenças de preço nos combustíveis e electricidade.... está senhora é um primor....

Cump.
Info.
 

O pior ainda não passou

por TRSM » 26/5/2004 14:55

O pior ainda não passou
sf@mediafin.pt
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Não é uma boa notícia, aquela que o Jornal de Negócios hoje lhe dá - depois de deixar os portugueses à beira de um ataque de nervos, devido aos aumentos consecutivos dos combustíveis, a crise do petróleo ameaça chegar dentro de um mês à factura do gás e da electricidade.
Não é uma boa notícia, aquela que o Jornal de Negócios hoje lhe dá - depois de deixar os portugueses à beira de um ataque de nervos, devido aos aumentos consecutivos dos combustíveis, a crise do petróleo ameaça chegar dentro de um mês à factura do gás e da electricidade.

O gás natural sobe logo no arranque de Julho para as famílias. Quinze dias depois para as empresas. E a electricidade só fica mais cara para os consumidores industriais, pois as tarifas domésticas são normalmente actualizadas no início do ano.

A notícia não é boa, mas é inevitável. É lamentável, embora compreensível.

É inevitável porque o petróleo pesa na estrutura de custos de produção de energia eléctrica. É ainda inevitável, pois o gás natural é adquirido através de contratos internacionais indexados ao crude.

Tratando-se de comodities - as quais os portugueses não têm a mínima hipótese de influenciar - a questão sensível, aquela que costuma dividir opiniões, é saber quem deve assumir a factura em momentos de grande turbulência mundial.

As empresas devem sacrificar as contas e os accionistas, para poupar os clientes? Ou deve a Galp, a EDP ou a Transgás preservar margens e, dentro das regras, passar o fardo para o consumidor final?

É na saída deste dilema que se responde à tal questão de ser ou não compreensível estes aumentos que suportamos no sector energético.

A resposta é, inequivocamente, «é». Mais que compreensível, é até desejável. Conhecemos a tradição destas empresas, quase sempre, em quase todos os países, estatais: a política de preços servia para quase tudo. Controlo da inflação. Controlo de impostos. Controlo de votos.

Controlo de tudo e mais alguma coisa, atingindo o imaginável, aquele verdadeiro horror económico, em que Guterres foi ao Parlamento prometer congelamento das gasolinas, nem que o petróleo chegasse ao céu. E, por azar, até chegou.

Agora está pior. Desde o início do ano, o crude já acumula um agravamento de 25%. Está em recordes históricos. E não se encontram motivos para acreditar que o patamar volte a baixar.

O petróleo oscila muito ao sabor da especulação. Antes do ataque a Saddam, em Fevereiro do ano passado, a cotação também estava nos 40 dólares. E, com a demasiado fácil vitória na guerra convencional, dois meses depois caiu para quase metade, nos 23 dólares.

Neste momento, além do atoleiro do Iraque, que agrava as tensões em todo o Médio Oriente, aumenta a procura nos Estados Unidos e os países da OPEP estão quase no limite da capacidade de produção.

É natural que a equipa económica deste Governo esteja atenta à evolução dos preços energéticos. Mas isso não é um problema das empresas, de quem as gere e de quem investiu nelas. Se é para evitar rupturas sociais ou económicas, os ministros têm outros instrumentos.

Que, podem crer, são provavelmente mais justos e são certamente mais transparentes. A factura nunca desaparece por decreto-lei e o país empobrece sempre que o petróleo fica mais caro. Num mercado liberalizado vê-se. No outro paga-se, mesmo aos que não precisam
 
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