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Caldeirão da Bolsa

Quem fala assim não é gago

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Quem fala assim não é gago

por Visitante » 20/4/2004 13:53

CARREGADO, 20 Abr (Reuters) - A EDP-Electricidade de Portugal foi convidada a tomar uma posição accionista num terminal de gás natural em Espanha e vai estudar essa proposta, disse João Talone, CEO da EDP.

Talone mostrou-se crítico quanto à posição da Autoridade da Concorrência em querer que o terminal de importação e a armazenagem de gás natural fiquem com a futura REN-Transgás, frisando que "não obriguem a EDP" a tomar decisões definitivas para questões provisórias.

Desta forma realçava que não concorda do entendimento que, a EDP ao ter uma posição dominante em Portugal, ponha problemas de concorrência já que está a ser inserida no Mibel-Mercado Ibérico de Electricidade.

Alertou que todas as análises à posição da EDP devem ser feitas numa óptica Ibérica e não nacional, frisando: "queremos e vamos crescer e não vamos reduzir".

Explicou que não será travando a posição da EDP ou partindo-a que se fomenta a concorrência, mas "forçando as interconexões entre os dois países para além do que está previsto".

"Foi-nos oferecido em Espanha uma participação num terminal (de importação) e numa central de gaseificação ... e vamos estudar (a proposta)", disse, aos jornalistas, João Talone, à margem da inauguração da central de gás natural do Carregado. João Talone referiu que as últimas posições da Autoridade da Concorrência não as tomou como oficiais mas decorrentes de um estudo de Cambridge, adiantando: "não recebi nenhuma notificação da Autoridade da Concorrência".

"O que é fundamental é cozer bem as interligações do gás e eléctricas a nível Ibérico e, a partir daí, pode-se 'carregar' gás em qualquer ponto da Península Ibérica e abastecer as centrais cá (Portugal)", afirmou aos jornalistas.

"Se me disserem que não há MIBEL, então acho que o terminal (Sines) não pode ficar com a EDP", disse, reafirmando a manutenção do interesse neste terminal.

EDP PREPARADA QUER SER O MELHOR NA IBÉRIA

Talone considera "importante ter-se mantido a data de arranque do MIBEL", tendo-se perparado para este alargamento do seu mercado doméstico e querendo ter um papel chave.

"Não há nenhuma razão para que a EDP não possa ser o melhor dos operadores Ibéricos, esse é simplesmente o nosso objectivo", disse João Talone.

Destacou que a Cantabrico da EDP também já tem uma central de ciclo combinado a gás natural com capacidade de 400 MegaWatts (MW) e que vai "agora decidir, no seu plano a três anos, um segundo grupo" também de 400 MW.

Frisou que "Portugal não tem esgotada a sua capacidade de energia hídrica" e que, por exemplo, no Douro, para além da prevista barragem do Sabor, em fase de análise ambiental, "há condições para haver, pelo menos, mais uma barragem".

Afirmou que outros países têm esta capacidade hídrica utilizada ao máximo.

Salientou que, de acordo com o Eurostate, Portugal tem tarifas domésticas 7,3 pct abaixo da média da União Europeia, com oito países mais caros, incluindo a Irlanda.

No caso das tarifas empresariais está 10 pct abaixo.

"Espanha é mais barato e, ao sermos integrados num mercado com preços mais baixos, sobretudo nos domésticos, temos que nos posicionar ao nível dos melhores operadores Ibéricos", afirmou, salientando que em Espanha há subsidiação das tarifas industriais.

"Vai haver uma convergência de tarifas mas não é de um dia para o outro", concluiu.


((---Sérgio Gonçalves, Lisboa Editorial, +351 21 3113122, lisbon.newsroom@reuters.com, Reuters messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
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